• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO 4: Investigação das causas e efeitos: condomínios horizontais em João Pessoa-PB

4.1 Investigação sobre perfil do condômino e motivações para morar em condomínios 1 Elaboração e aplicação de questionários

4.1.2 Apuração dos resultados

Primeiramente, foi apurado o tempo de moradia dos residentes em seu respectivo condomínio. A maioria dos entrevistados, cerca de 63%, informaram morar períodos que compreendem entre um a oito anos e os demais (37%) relataram morar a menos de um ano. (ver gráfico 07)

Conforme o resultado dos questionários, a média de moradores por domicílio é de 4,13 habitantes por unidade. A maioria das famílias são compostas por quatro pessoas, em geral dois adultos do gênero feminino e masculino e duas pessoas com idade inferior a 19 anos,. Foram observadas dez famílias com quatro integrantes; oito famílias com cinco

integrantes; quatro famílias com três integrantes; quatro famílias com seis integrantes; e quatro famílias com dois integrantes.

No que concerne ao nível de escolaridade dos entrevistados, foi observado que 53% possui ensino superior. Dentro desta categoria, 11 alegaram já ter concluído a graduação e cinco estão em fase de conclusão. Cerca de 40% são pós-graduados, sendo que três em nível de mestrado, três em nível de doutorado e seis em nível de especialização. Os demais, pouco menos que 7%, informaram possuir ensino médio completo.

Dentre os entrevistados, as profissões mais frequentes são de arquiteto, advogado, odontólogo, contador, empresário, nutricionista, psicólogo, administrador, comerciante e engenheiro civil. No entanto, entre os 30 entrevistados, cinco alegaram ser funcionários públicos federais, sendo três professores universitários da unidade federal local. Apenas uma entrevistada alegou ser do lar.

Foi observado também, que de maneira geral, as famílias apresentam dois integrantes (residente masculino e feminino) responsáveis pela renda familiar. Foram registrados poucos casos em que três ou quatro integrantes de uma mesma família trabalham. E nos demais, apenas um residente trabalha, neste caso, todos são do sexo masculino.

O primeiro critério que avalia o nível de poder aquisitivo dos entrevistados é a renda mensal dos residentes - a soma de todas as rendas existentes no domicílio -, considerando como base o salário mínimo vigente no valor de R$ 622,00. A maioria dos entrevistados declarou possuir renda superior a dez salários mínimos. Cerca de 38% alegaram receber de cinco a dez salários e apenas 7% ganham de dois a cinco salários. Apenas seis entrevistados declararam receber ou ter integrantes na família que usufruem de benefícios como aposentaria ou pensão.

A maioria dos entrevistados (26 condôminos) afirmaram ter algum tipo de empregado doméstico. E em relação ao meio de locomoção mais utilizado pela família, todos disseram utilizar veículo próprio. Neste aspecto, 14 pessoas alegaram possuir dois carros; dez pessoas disseram possuir um carro; cinco declararam possuir três carros. e um entrevistado relatou ter quatro carros em casa. Apenas dois entrevistados relataram utilizar, de forma secundária, transporte público e táxi.

No que diz respeito ao tipo de moradia anterior, quase todos responderam que moravam em casas ou edifícios de apartamento, sendo este último mais citado. Porém, houve dois casos que alegaram já ter morado em condomínios horizontais anteriormente. A maioria

classifica a sua atual casa entre “muito boa” e “boa”, e apenas um como “regular”. As principais razões que explicam tal opinião foram o fato de ser uma residência unifamiliar, de estar dentro de um condomínio, o espaço interno, o conforto ambiental e a proteção patrimonial e de vida, respectivamente.

Gráfico 07 – Aspectos relacionados ao perfil do morador

Tempo que reside no condomínio Renda Mensal

Fonte: Elaboração própria, 2012.

Os principais motivos que levaram a optar por morar em um condomínio horizontal foram, primeiramente, a busca por maior segurança quanto ao crime e violência, seguidos da busca pela melhoria da qualidade de vida e da possibilidade de morar em casa. Outros motivos como segurança para crianças e proximidade com a natureza também foram bastante relatados. Os itens menos apontados como fator motivador foram o gerenciamento privado, semelhança socioeconômica dos residentes e convívio social com os vizinhos. Em relação à percepção do nível de acesso, os entrevistados que moram nos condomínios do setor sudeste, relataram que através do veículo particular o acesso é facilitado, e sem esse meio, a locomoção se tornaria mais difícil. No entanto, todos os entrevistados que moram no condomínio localizado no bairro dos Ipês acordaram ter acesso a todos os itens expostos no questionário. De acordo com a tabela 23, os itens considerados mais acessíveis foram “compras domésticas” e “escolas para membros da família”. Apenas 20% dos entrevistados consideraram não ter acesso a nenhuma das opções apresentadas.

Tabela 22. Principais motivos que o levaram a morar neste condomínio

Motivos N. de apontamentos %

possibilidade de maior convívio social com vizinhos 04 13,3

semelhança socioeconômica dos residentes 03 10,0

gerenciamento e administração privados 02 6,67

possibilidade de morar em residência unifamiliar – casa 22 73,3 a busca por maior segurança quanto ao crime e violência 28 93,3 busca por maior segurança do trânsito de veículos 09 30,0

busca por um local seguro para as crianças 13 43,3

existência de espaços coletivos privados de lazer 10 10,0

busca por maior privacidade 09 30,0

proximidade com a vegetação – natureza 12 40,0

busca pela melhoria da qualidade de vida 27 90,0

Fonte: Elaboração própria, 2012

Tabela 23 – Opinião sobre o acesso

Opções N. de apontamentos %

Escola para membros da família 15 50,0

Repartições públicas e bancos 11 36,6

Transporte coletivo 12 40%

Compras domésticas 16 53,3

Igreja 12 40%

Local de trabalho 16 53,3

Cinemas, clubes, academias e outros locais de recreação 14 46,6

Nenhum local 6 20%

Fonte: Elaboração própria, 2012

Em relação à segurança, cerca de 60% dos entrevistados avaliaram este aspecto como “bom”, 23,3% aferiram como “muito boa” e apenas 18,8% consideraram “regular”. Por fim, foi avaliado o nível de satisfação em relação aos espaços coletivos. Foi observado que mais de 0% consideram estas áreas como “bom”, 20% como “muito bom” e 0% como “regular”. Não houve nenhum apontamento para as opções “ruim” ou “péssima”. Dos 30 entrevistados, mais de 60% alegaram frequentar estes espaços, destacando principalmente as áreas como ruas internas, playground e salão de festas.

4.1.2 Investigação das opiniões pertinentes ao fenômeno dos condomínios horizontais