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Ajuste da concepção em si: identidade profissional e carreira

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

5.2 Análise da socialização profissional de mulheres policiais federais

5.2.3 Ajuste da concepção em si: identidade profissional e carreira

A terceira fase da socialização profissional, para Hughes (1958, 2016), trata-se do ajuste da concepção em si. Objetivando entender de que maneira ocorreu essa fase da socialização das policiais, foi proposto o terceiro e último objetivo desta pesquisa: Verificar as percepções das policiais federais sobre sua carreira e sobre sua identidade profissional após o abandono de estereótipos.

Conforme Hughes (1958, 2016), a fase de ajuste da concepção em si acontece quando há a formação de uma nova identidade, na qual o indivíduo abandona os estereótipos

preexistentes e passa se conhecer melhor, com suas competências e limitações, e continua na construção de sua carreira com uma nova identidade profissional. Por isto, buscou-se entender quais os estereótipos abandonados pelas policiais, como elas percebem sua identidade profissional e como elas veem sua carreira.

Para essa categoria de análise foram determinadas três unidades de contexto: abandono de estereótipos, identidade profissional e carreira.

A fim de analisar a unidade abandono de estereótipos, foi feito o seguinte questionamento: “Em relação às suas concepções iniciais, o que mudou desde que você iniciou na prática profissional?”. Como respostas, foram identificadas três unidades de registro, referentes as mudanças de concepções que as policiais vivenciaram ao abandonarem a cultura leiga da profissão, conforme figura 9:

Figura 9 - Abandono de estereótipos

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

A unidade de registro mais citada foi melhor estrutura, com sete menções. Segundo as policiais, elas tinham a concepção de que a instituição teria uma melhor estrutura física, de pessoal e de trabalho, conforme relatos: “Eu achava que a gente teria um suporte físico bem maior do que o que a gente tem. Achava que a Polícia Federal teria uma maior estrutura.” (P4).

Em relação as minhas concepções iniciais, a única coisa que eu vi assim, que eu acho, é que não existe regra nenhuma e a gente achava que era tudo muito pronto e acabado, que existia a receita do bolo e não existe. A receita do bolo é você olhar e querer fazer. A gente pensa que a Polícia Federal tem muito aparato, que tem muita ajuda e eu não vejo muito isso. Eu vejo que é de pessoa para pessoa, ela vai atrás, e, em regra, ela não tem muita gente para ajudar não, ela conta com a boa vontade dela. Eu acho que a Polícia Federal hoje em dia é feita pelas pessoas, não são os sistemas, você não tem grandes ajudas não. Você faz porque você tá querendo fazer (P3).

Em relação a estrutura do trabalho achei que seria melhor. A gente tá anos-luz do que tem que ser né?! A gente fica muito exposto. Tem a parte do próprio equipamento também, da viatura, que tem que ser revisto isso ai. Até a nossa folga, as vezes a gente trabalha muito e no outro dia ta cansada, pode nem trabalhar direito e quando é um trabalho que você tá viajando tem que trabalhar todo dia (P8).

[...] mas até a questão da estrutura realmente eu achava que era bem melhor, mas essas coisas, questão da política, né?! Que se dá subsídios ou não para a polícia trabalhar. Então, eu achava que fosse bem melhor. A gente penou muito para conseguir ferramentas para desenvolver um bom trabalho na delegacia que eu trabalhava, porque a gente precisava de sistemas, tinham sistemas que a gente sabia que determinado órgão tinha, e como é que a gente não tinha, entendeu?! E era importante para a gente. Então, era esse tipo de coisa que a gente teve que lutar muito para conseguir (P9).

[...] eu fui para Mossoró, uma delegacia que abriu assim, pegaram um móvel da Petrobras, pegaram móveis de outros cantos. Agora a de Mossoró hoje, pode ser que esteja melhor, mas na época, até livro para entender, a gente tinha que trabalhar, porque vinha faltando página, entendeu?! Mandavam material tipo cola para delegacia, e as colas não colavam, quando a gente olhava tava vencida, ai vinha tudo que não prestava para gente. Tudo que a superintendência recebia de móveis novos, elas passavam os velhos para gente. É uma coisa muito difícil. Eu achava que teria mais estrutura, as vezes ela deixa muito a desejar (P12).

Outro fator mencionado foi a questão da operacionalidade, com 6 menções. De acordo com as entrevistadas, elas achavam que o trabalho seria bem mais operacional do que de fato é, conforme observado:

Eu tinha a ideia que o trabalho seria mais operacional, que teriam mais trabalhos operacionais do que de fato tem. Na realidade a gente passa muito tempo se prendendo as burocracias, é tanta burocracia que as vezes trava o trabalho, não anda. E a gente passa muito tempo também fazendo atividades administrativas, principalmente quando você assume alguma chefia (P1).

[...] quando a gente sai da academia, sai achando que a polícia é uma coisa e na realidade é outra. A gente acha que a maior parte é operacional, que vai tá sempre fazendo algo nesse sentido e na realidade tem dificuldades, tem a burocracia, tem o administrativo. As coisas são difíceis, a gente quer ver o resultado. As vezes você gasta um tempo no processo de investigação e quando vê não tem resultado (P7).

Por fim, a última unidade identificada foi a união entre os colegas, sendo mencionada três vezes, a qual as policiais afirmaram achar que teria uma união maior entre os colegas de mesmo cargo e cargos diferentes e que a realidade se mostrou divergente, conforme relato:

Eu achava que poderia confiar mais em todo mundo, que havia uma maior união, que tava todo mundo focado no mesmo fim, e que você podia confiar em todo mundo, que todos queriam seu bem, como você queria o bem de todo mundo. E depois eu vi que não é bem assim. Aquela pessoa que às vezes está como teu amigo pode te dar uma rasteira pra ocupar uma função que tu ocupa e que não te dá nada de retorno financeiro, mas tem pessoas que gostam do status de chefia. Apesar de eu me relacionar bem com todo mundo, eu não classifico mais todos com os meus amigos, entendeu?! E tem também a disputa entre cargos, que com o passar dos anos, a coisa se tornou pior. Então, aquela coisa de agente querer acabar com o

cargo de delegado porque quer cargo único, sabe?! Esse tipo de coisa desmotivou um pouquinho, entristeceu. E eu não esperava que seria assim (P2).

A fim de analisar a unidade de contexto identidade profissional, foi indagado às policiais: “Você considera que incorporou um modelo profissional? Se sim, como seria?”. Esta pergunta foi realizada com o intuito de identificar qual a identidade profissional assumida pelas entrevistadas enquanto policiais federais. Como respostas ao questionamento, obtiveram-se quatro unidades de registro, quais sejam: Postura, com onze citações, aparência, com dez citações, características de trabalho com nove citações e feminilidade, com duas citações, em conformidade com a figura abaixo:

Figura 10- Identidade profissional

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

A unidade de registro postura foi mencionada pelas policiais por onze vezes, nela as policiais disseram assumir determinada postura enquanto profissionais, no exercício do cargo: “Eu gosto de ter uma postura no meu exercício da profissão, mais séria, mas tratando todo mundo da melhor forma possível, eu tenho que fazer meu papel aqui.” (P5); “É bem diferente a postura que você tem na vida pessoal e a que você tem na vida profissional, porque enquanto policial você tem que assumir uma postura mais séria e firme.” (P8); “A profissão exige que você assuma uma postura mais de se impor, mais firme. Antes eu era mais tímida.” (P10); “[...] acaba tendo uma postura mais séria, mas concentrada ali na atividade.” (P12).

[...] de forma que todos os meus contatos com público externo, sempre são muito formais, eu assumo uma postura mais séria e formal, eu mantenho sempre um distanciamento muito grande, mesmo o preso eu chamo por senhor, com o advogado o tratamento é sempre por doutor e quando a gente vai despachar com as autoridades judiciais ou com os Procuradores da República, também a gente é muito formal e muito respeitoso, e mantém sempre o distanciamento. Então acho que é mais ou menos por aí. (P1)

Eu mudei, eu era uma menina delicada, eu era bem delicada, tímida, sério, não falava nome feio, né?! Ainda falo pouco, mas falo alguma coisa. Aí eu tive que mudar por causa da convivência e de você se encontrar junto com os outros, tem que assumir uma postura mais forte e firme. Ou você assume essa postura e se fortalece ou você entra em uma depressão, então é melhor se fortalecer né?! (P7).

A questão da aparência apareceu 10 vezes durante as entrevistas. Entende-se por aparência, o modo de se vestir dessas policiais no ambiente de trabalho, enquanto assumem os papéis por elas desempenhados:

Eu acho que incorporei com certeza [um modelo profissional], acho que até mesmo na parte estética, em como se vestir. No trabalho da polícia federal tem duas formas de se vestir, quando você vai fazer um trabalho de rua, é ostensivo, que é cumprimento de mandado de busca, e aí você vai com sua arma ostensiva, camisa preta e uma calça preta, vai de Polícia mesmo, ali é como se fosse um personagem de verdade, onde você não pode baixar a guarda nenhum minuto. No nosso dia a dia, eu me visto mais formal, 100% social, acho que o cargo pede isso, né?! (P1).

Eu enquanto profissional, tenho liturgia que o cargo requer, que você tem que andar de terninho, eu acho, né?! Porque a gente lida com muita gente poderosa também, então assim, eu acho que nesse caso você conhece o livro pela capa, eu não posso andar de qualquer jeito, do jeito que eu gostaria, por mim eu andaria muito mais informal, eu usaria bem menos salto, tem que ter aquilo que as pessoas esperam que seja um profissional dessa área (P3).

Eu acho que o vestir, pela própria atividade que exerce, exige uma adequação ao que você recebe de salário, não é que você tenha a obrigação de estar fresca, perua, não é isso, mas você tem que estar bem vestida, de acordo com que o cargo exige. Assim, tem que estar bem vestida para receber as pessoas que vêm de fora, como advogados. As pessoas quando chegam elas esperam que você passe uma boa imagem. Na hora que você está conduzindo uma situação, a pessoa tem que perceber uma credibilidade em você também. Então acaba assim, que você tem que ter um certo cuidado com isso (P5).

A unidade características de trabalho obteve 9 menções. Compreende-se como características de trabalho, a forma que essas mulheres encontraram de conduzir seus trabalhos, tornando-se parte de sua identidade profissional, conforme discursos: “Minha maneira de trabalhar é assim, sou muito compenetrada, eu chego e faço meu trabalho de forma muito organizada.” (P12).

A forma como eu trabalho, quem já trabalhou comigo, já sabe e quem vem trabalhar já vem meio que brifado de como funciona. Eu não faço trabalho de ninguém, mas também não quero que faça o meu. Então, assim, eu sou exigente com relação a isso, eu não me considero uma chefe chata, mas eu quero que cada um cumpra o seu papel, cada um no seu quadrado. Não vou fazer trabalho do agente, não vou fazer trabalho do escrivão, mas eles também não vão fazer o meu. (P2)

Eu ajo sempre pensando no que é o certo, eu não tenho muitas dúvidas, o certo é isso, então beleza. Porque quando você ficar transitando no que é que pode ser feito, que aqui não pode, perde muita energia, nesse ponto eu sou cartesiana, o certo é isso aqui, então pronto, eu vou fazer isso aqui, não me venha com nenhum subterfugio. (P3)

Assim, a gente sabe quem é quem, exatamente pela forma que trabalha, pela forma que conduz, da forma que trabalha, da forma que está disponível para o trabalho, da forma que se comporta. Eu acho que sou uma pessoa tranquila, responsável, que tenho minha própria forma de trabalhar, com organização e dentro do previsto. Exerço minhas atividades da forma como deveria. (P4)

Por fim, a feminilidade foi citada em dois momentos como parte de sua identidade profissional. Para as entrevistadas, a feminilidade se refere ao se assumir feminina, arrumar-se e não se masculinizar como forma de pertencimento aquele ambiente, conforme observado:

Acho que a feminilidade faz parte da minha identidade. Eu gosto de me arrumar, sabe?! Eu aprendi uma coisa, para você aguentar trabalhar, todo dia você tem que se arrumar porque já é difícil trabalhar, se você se sentir feia, aí você é ruim demais. Botar um perfume, botar uma maquiagem, uma roupa nova, mesmo que seja para vir para cá, porque aí você cria forças. Eu não deixo de vestir minhas saias, meus vestidos, porque eu sou mulher não. Agora é lógico que quando eu vou para rua aí eu venho de calça, mais ostensivo, mas a mulher não precisa deixar feminina. Não é porque eles são tem uns cavalinhos que você vai deixar de ser feminina não (risos). Não precisa se masculinizar não (P7).

Eu sempre gostei de me arrumar e continuei me arrumando do jeito que eu gosto, extremamente clássica, eu também não acho que eu me masculinizei com a profissão (P11).

Com o objetivo de analisar a unidade de contexto carreira foram feitos os seguintes questionamentos às policiais: “Qual a sua percepção sobre a representatividade feminina na polícia federal? E você acha que isso é motivado por qual razão?” e “Como você vê sua carreira e as possibilidades de crescimento”. O intuito era identificar a percepção das policiais federais sobre suas carreiras enquanto mulheres. Como respostas, obtiveram-se as seguintes unidades de registro:

Figura 11- Carreira

As duas unidades de registro mais representativas são teste físico e estagnação, sendo mencionadas por onze vezes cada. Para o fator teste físico, as policiais disseram existir uma prova física durante o concurso que dificulta o acesso de mulheres, uma vez que várias são reprovadas nessa etapa. Fazendo com que a representatividade feminina seja baixa na instituição. Elas enfatizaram ainda, o concurso de 2004, no qual houve uma mudança na prova da barra, que reprovou um percentual muito alto de mulheres, conforme relatos:

A representatividade feminina ainda é incipiente. Eu tenho uma visão, talvez até um pouco deturpada, no meu concurso, que pode ser diferente de outras colegas que você vai investigar, ele foi um concurso de muito mais homens do que mulheres, porque 89% das candidatas foram reprovadas, então na minha sala tinha muito mais homens do que mulheres, a minha primeira lotação tinha muito mais homens que mulheres. Então assim, nas chefias a questão da representatividade é ainda menor do que no corpo, né?! Embora no dia a dia a gente não se dê conta de que o ambiente é machista (P1).

Eu acho que teve em 2001 teve um crescimento de mulheres policiais. Foi impressionante o crescimento do número de mulheres policiais, porque eu fui pra academia com esse pessoal. Mas em 2004 já houve uma mudança dentro do departamento para evitar o ingresso de mulheres. Daí a mudança da Barra estática para a Barra em movimento, que derrubou um número considerável de mulheres na prova física, porque na prova intelectual não tem para onde correr. A mulher vai concorrer igual ou bem melhor do que os homens, que as mulheres são mais focadas é fato. As profissionais mulheres, exceto raras exceções, são mais organizadas, têm mais objetividade no que vai fazer, trabalha melhor em equipe, consegue raciocinar várias coisas ao mesmo tempo (P2).

Ainda é bem menor o número de mulheres. No concurso de 2004 teve o problema da barra que acabou eliminando muitas mulheres e tudo. As mulheres tiveram que fazer uma barra no exame físico e muitas foram reprovadas. Então acho que aquela Barra foi meio discriminatória porque a mulher não nasceu pra fazer barra, enfim. Acabou realmente bloqueando ingresso de muitas mulheres na polícia (P4).

Até 2003 entrou em massa mulher, era mulher demais, mulher delegada, mulher escrivã, mulher agente. Ai em 2004 colocaram a barra, que a mulher não tem força. Um pessoal bem antigo lá de Brasília, como eles tinham essa restrição com mulher, eles inventaram a barra. Ai a partir disso veio caindo de novo o número de mulheres, cada concurso a nível nacional, passa cinco, a nível nacional, viu?! É sério! Aí vai dizer que não é machista? Eles não querem, e se você pensar bem a polícia federal não é ir pra rua ficar correndo, você tem que ter inteligência e a mulher é mais esperta na inteligência do que o homem. Mulher é observadora e tem mais sensibilidade do que o homem, ela pega as coisas no ar. E esses “trucutu” lá de Brasília que estão tirando a mulher estão perdendo, porque eles têm uma visão antiga, uma visão machista que acham que o trabalho é a força bruta, e não é. Engraçado que o concurso da Polícia Militar e da Polícia Civil não tem e é bem fácil a prova física, é corrida, é tipo assim, abdominal. Não sei porque a federal que é muito menos ostensiva de ir para rua do que a PM, do que a civil, tem isso. É alguém lá de Brasília machista que tá no poder (P7).

Os relatos acima corroboram com a afirmação de Fogaça e Almeida (2014), em que a dificuldade da mulher policial inicia desde a seleção, na qual são exigidos pré-requisitos físicos que impossibilitam o acesso igualitário de homens e mulheres.

Os discursos das policiais 2 e 7 lançam luz aos estudos de Calazans (2003), que afirma que a força física deixou ser a característica mais importante para o ofício policial, e outras se tornam mais relevantes, como a capacidade de trabalhar em equipe, o raciocínio rápido e perspicácia na resolução de problemas e a mulher possui maior propensão em desenvolver esses atributos.

A estagnação foi um problema encontrado tratando-se da carreira dessas mulheres, sendo mencionado onze vezes. Segundo as policiais, elas não têm muitas possibilidades de crescimento na carreira, permanecendo estagnadas, especialmente nos cargos de agente e escrivão, em que não há muitas opções de chefias disponíveis, conforme observado: “A estagnação é um dos problemas na nossa carreira, porque aqui com 10 anos você vira classe especial e chega no ápice. Após isso não há nenhuma outra progressão ou aumento de salário, só se assumir alguma chefia e são poucas e não compensam.” (P1); “Não tem muito crescimento na carreira. Ela fica meio estática. O serviço público tem esse problema, né?! Eu queria ter feito Direito pra poder prestar concurso pra delegada.” (P13).

Em termos de progressão individual, é outro problema. Nós não temos uma linha funcional, um crescimento funcional. Hoje você é superintendente, amanhã você não é nada, entendeu?! Não existe. Tipo assim “ah, eu vou projetar minha carreira na Polícia. O meu foco é um dia ser superintendente”. Não existe isso. Não tem trilha funcional, entendeu?! A nossa progressão é de classe, da classe de ingresso para a classe final, mas só para fins de salário, progressão de salário (P2).

Ninguém progride aqui, é triste, mas acho que é o serviço público em geral, que não existe um programa assim, por exemplo, na Secretaria da Fazenda, se você faz um mestrado ou doutorado, você recebe um aumento, tem um incentivo. Aqui até uma chefia é 200 reais, para ter um bocado de trabalho. E você vai fazer um curso, você só ganha trabalho. Ta entendendo?! Então quem é macaco velho na profissão, nem quer fazer mais porque vai aumentar seu trabalho e você não tem incentivo. Porque era o certo, você ter mestrado e ganhar mais, né?! Minha irmã é auditora na Secretaria da Fazenda, ela acabou de fazer um mestrado e aumentou o salário. Assim o povo fica com vontade de estudar (P7).

É porque aqui é assim, a gente quando completa 10 anos vira classe especial, ne?! Ai aumenta o salário, a cada 5 anos vai aumentando e depois que completa os 10 anos, não aumenta mais nada, fica estagnado. Eu acho que isso ai tem que melhorar, porque não tem progressão não (P8).

Eu não vejo a possibilidade de assumir nenhuma chefia na polícia federal, por mais inteligente e articulada, eu posso ser a melhor das melhores eu nunca vou conseguir um cargo, a não ser de chefe de cartório, por eu ser escrivã. Em termos de progressão, a única que existe é a de classe, que depois de 10 anos você vira classe especial e aumenta o salário, mas só, depois estagna (P11).

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