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O meio ambiente é uma daquelas expressões que, embora bastante conhecidas, não costumam ser definidas com clareza. Neste caso a clareza não é mero preciosismo. Em se tratando de um assunto que vem conquistando cada vez mais espaço e prestígio no mundo moderno, é urgente que todos possam perceber a ordem de grandeza em que se situa hoje a questão ambiental. Um erro bastante comum é confundir meio ambiente com fauna e flora, como se fossem sinônimos.

Os conceitos flora e fauna compreendem, respectivamente, o termo coletivo para a vida vegetal e animal, de uma determinada região ou período de tempo.

A palavra “meio ambiente” fora utilizada pela primeira vez pelo francês Geoffroy de Saint-Hilaire, na sua obra Études progressives d’um naturaliste, no ano de 1835, e veio a ser reconhecida por Augusto Comte, no seu Curso de Filosofia Positiva (MOUMDJIAN, 2007).

Com isto, o meio ambiente pode ser conceituado como “a combinação de todas as coisas e fatores externos ao indivíduo ou população de indivíduos em questão” (Nebel apud MOUMDJIAN, 2007, p. 58; MAGNOLI, 1986; TRIGUEIRO, 2009). No contexto jurídico, o meio ambiente é visto como globalização, conforme Moumdjian (2007, p. 58) retrata ao citar José Afonso da Silva.

Em outras palavras, o Meio Ambiente é o conjunto de forças e condições que cercam e influenciam os seres vivos e as coisas em geral. Os constituintes do meio ambiente compreendem fatores abióticos, como o clima, a iluminação, a pressão, o teor de oxigênio, e bióticos, que envolvem seres vivos. Os seres vivos ou os que recentemente deixaram de viver, constituem o meio-ambiente biótico. Tanto o meio-ambiente abiótico quanto o biótico atuam um sobre o outro para formar o meio ambiente total dos seres vivos e dos ecossistemas Moumdjian (2007, p. 58).

A expansão da consciência ambiental se dá na exata proporção em que percebemos meio ambiente como algo que começa dentro de cada um de nós, alcançando tudo o que nos cerca e as relações que estabelecemos com o universo. Trata-se de um assunto tão rico e vasto que suas ramificações atingem de forma transversal todas as áreas do conhecimento.

O meio ambiente é, assim, a interação do conjunto de elementos naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas. A integração busca assumir uma concepção unitária do ambiente, compreensiva dos recursos naturais e culturais.

Ainda segundo José Afonso da Silva, apud Moumdjian (2007, p. 58), o meio ambiente é visto sobre três aspectos: meio ambientes artificiais, constituídos pelo espaço urbano construído, consubstanciado no conjunto de edificações e dos equipamentos públicos; meio ambiente cultural, integrado pelo patrimônio histórico, artístico, arquandológico, paisagístico, turístico, que, embora artificial, em regra, como obra do homem, difere do anterior pelo sentido de valor especial que adquire ou de que se impregnou; meio ambientes naturais ou físicos, constituídos pelo solo, a água, o ar atmosférico, a flora; enfim, pela interação dos seres vivos e seu meio, onde se dá a correlação recíproca entre as espécies e as relações destas com o ambiente físico que ocupam.

A Lei nº 6.938/81, sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, mais precisamente em seu artigo 3º, retrata que “entende-se por meio ambiente o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas” (MOUMDJIAN, 2007, p. 59).

Segundo Moumdjian (2007, p. 58):

O meio ambiente é constituído por aspectos como a biota (solo, água, ar atmosférico, fauna e flora), mas, também, pelo meio ambiente cultural (os bens de natureza material e imaterial), pelo meio ambiente construído e pelo meio ambiente do trabalho Moumdjian (2007, p. 58).

Ainda apud Figueiredo Moumdjian (2007, p. 58) traz a explicação de tal frase: Especificamente, natural, seria o aspecto do meio ambiente que congrega o espaço não necessariamente alterado pelo homem. Nas ciências biológicas, esse aspecto é objeto de estudo da Ecologia. Já o meio ambiente artificial, seria o aspecto do meio ambiente que congrega toda a produção humana e, neste caso, abarcaria o meio ambiente construído (urbano e rural), o cultural e o do trabalho Moumdjian (2007, p. 58).

Com isto evidencia-se que o meio ambiente é uma fonte inesgotável de sabores, que se bem preservado poderá dar muitos frutos, mas para que tal fato venha a ocorrer necessário se faz a conscientização de todos para sua preservação.

É neste contexto que se encontram as principais preocupações com o tema relacionado à questão ambiental, principalmente em relação a sua proteção, pois as conseqüências com o descaso acerca da questão ambiental já são sentidas nos dias atuais.

Branco e Rocha (1987) retratam que em relação aos biólogos, estes vêem o meio ambiente como organismos que acabam por interagir com o meio físico, formando deste modo o chamado ecossistema. Diante disto o que se conclui é que para eles o ecossistema acaba por ser formado por elementos vivos e não vivos que por determinada forma interagem entre si.

Suassuna (2005) discutiu a implantação e implementação de políticas públicas para o setor ambiental no Brasil, no período compreendido entre 1970 e 2000, realizando um estudo de caso do Projeto Tartarugas Marinhas (Projeto Tamar), apresentando uma análise comparativa das formas de intervenção em duas comunidades pesqueiras do litoral brasileiro: Praia do Forte (BA) e Regência (ES).

Neste âmbito, verificou-se que a lei e o discurso racional-legal são utilizados como estratégia de dominação em Praia do Forte, enquanto o carisma é parte do tipo ideal de dominação em Regência. Viu-se que essa diferenciação não ocorreu por acaso, mas é fruto de processos de resistência e conflitos que emergiram nas duas comunidades de pescadores e que está relacionada com suas especificidades socioculturais, especificamente quanto à forma como apresentam suas representações sociais e simbólicas sobre a pesca e a caça da tartaruga marinha.

Segundo Gomes et al. (2000), as atividades de mineração no mar podem causar diversos tipos de impactos ambientais aos ecossistemas marinhos, principalmente devido à destruição de habitats, que é um dos principais fatores que causam o declínio do número de espécies em todo o globo. Além de interferir diretamente no fundo submarino, as atividades de mineração podem causar um aumento da turbidez da água, com conseqüências para a produtividade primária local. Podem introduzir e promover a liberação de nutrientes, causando a eutrofização e também a introdução de substâncias tóxicas, que quando incorporadas à biota, alteram o crescimento, a taxa de reprodução e a sobrevivência das espécies.

E é diante destas breves explanações que se pode realmente ver o impacto ambiental, pois é por meio da intensidade existente na relação homem e ambiente que advém o impacto, pois este acaba por se caracterizar por meio da influência do homem.

Segundo Branco e Rocha (1987), a influência no meio ambiente pode vir a ocasionar um grande desequilíbrio no ecossistema tido como natural. Com isto o que vem a caracterizar o impacto sofrido pelo meio ambiente são as alterações que podem ocorrer, e a possibilidade de absorção desta. Deste modo entende-se como impacto ambiental qualquer tipo de alteração que venha a ser produzida pelo ser humano, bem como por qualquer de suas atividades em relação ao meio ambiente, sendo que tal impacto não seja possível de ser absorvido pelo meio ambiente.

Segundo Gouveia (1999), dentro de alguns poucos anos, o planeta contará com mais habitantes em áreas urbanas do que em áreas rurais. A urbanização desenfreada, sem mecanismos regulatórios e de controle, típica dos países periféricos, trouxe consigo enormes repercussões na saúde da população. Problemas como a insuficiência dos serviços básicos de saneamento, coleta e destinação adequada do lixo e condições precárias de moradia, tradicionalmente relacionados com a pobreza e o subdesenvolvimento, somam-se agora à poluição química e física do ar, da água e da terra, problemas ambientais antes considerados "modernos".

Novamente, é sobre as populações mais carentes que recai a maior parte dos efeitos negativos da urbanização, gerando uma situação de extrema desigualdade e iniqüidade ambiental e em saúde.

Para reverter esse quadro é preciso que haja uma reincorporação das questões do meio ambiente nas políticas de saúde, e a integração dos objetivos da saúde ambiental numa ampla estratégia de desenvolvimento sustentável. Uma abordagem mais integrada, com mecanismos intersetoriais que possibilitem um diálogo amplo entre as partes, trará enormes benefícios na conquista de melhores condições de vida nas cidades. A saúde ambiental hoje tem o desafio de promover uma melhor qualidade de vida e saúde nas cidades e a oportunidade de enfrentar o absurdo quadro de exclusão social, sob a perspectiva da eqüidade.

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