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CAPÍTULO II – ESTUDO EMPÍRICO

5. Procedimentos

5.1 Estudo 1

5.1.4 Amostra

O universo que se pretendeu estudar foram os jovens, estudantes universitários, pretendendo-se heterogeneidade face ao sexo e aos estratos socioeconómicos diferenciados, regiões de proveniência, bem como diferentes posicionamentos na esfera académica, tanto em relação ao curso frequentado como ao ciclo de estudos.

Face à revisão da literatura anteriormente realizada e tendo em conta os objetivos deste estudo, é importante referir que os estudantes universitários são uma fonte de informação especialmente útil nas variações da resolução de tarefas psicológicas normativas, pois a experiência da passagem pela universidade proporciona uma moratória institucionalizada rica em oportunidades de experimentações interpessoais, sociais e culturais, e também espaço para reflexão acerca dessa resolução. Já os jovens que não frequentam a universidade não terão essas oportunidades (Dias & Fontaine, 1996).

A população a inquirir neste estudo é constituída por estudantes do ensino superior e isso garante, à partida, o seu fácil acesso à Internet, bem como a previsibilidade de existência de mailing-lists com os endereços de email dos estudantes, nomeadamente a partir do seu correio institucional. Estes dois aspetos, aliados ao facto de hoje a Internet permitir uma comunicação mais rápida, o inquérito foi envidado por email aos estudantes a partir dos serviços do estabelecimento do ensino superior que frequentam. Para conseguir chegar aos alunos, foi solicitada a colaboração dos serviços académicos e/ou dos gabinetes de comunicação ou de

relações públicas, consoante o funcionamento da faculdade/instituto, da Associação Académica e de algumas associações de estudantes, quando a direção não deu resposta ao pedido de colaboração endereçado pelo investigador.

A Universidade de Lisboa (UL) resulta do processo de fusão entre a Universidade Técnica de Lisboa e Universidade de Lisboa em 2013 (Decreto-Lei n.º 266-E/2012, de 31 de dezembro). Foi em Lisboa que, em 1288, nasceu a primeira universidade portuguesa que no ano de 1537 se mudou para Coimbra. Já no final do século XVIII, os estudos superiores foram restabelecidos na capital do país, através de Cursos, Escolas e Institutos que, em 1911 e 1930, se congregaram na Universidade de Lisboa e na Universidade Técnica de Lisboa. Segundo dados divulgados na sua página oficial, a Universidade de Lisboa ofereceu, no ano letivo de 2015/2016, um total de 417 cursos, distribuídos por Licenciaturas (n=80) e Mestrados Integrados (n=21), Mestrados (n=206) e Doutoramentos (n=110). a estes números há ainda a acrescentar 131 cursos não conferentes de grau.

Figura 5. Distribuição dos cursos por ciclos de estudos (2015/2016). Fonte: Universidade de Lisboa

Figura 6. Distribuição dos alunos por ciclos de estudos (2015/2016). Fonte: Universidade de Lisboa

No ano letivo 2015/2016 estavam inscritos 47794 estudantes na Universidade de Lisboa, distribuídos por cursos de Licenciatura (n=21013), Mestrado Integrado (n=14050), Mestrado (n=8911), e Doutoramento (n=3820). 19% 5% 50% 26% Licenciaturas Mestrados Integrados Mestrados Doutoramentos 44% 29% 19% 8% Licenciaturas Mestrados Integrados Mestrados Doutoramentos

Em Ciências Sociais procura-se “[…] fundamentar decisões e generalizar teorias que sejam válidas para um grupo, ou mesmo para todos os humanos” (Maroco & Bispo, 2005, p.77). Optou-se por uma técnica de amostragem aleatória simples, por ser a modalidade mais conhecida e com maior rigor científico, por tender a assegurar amostras representativas e estatisticamente estratificadas (Almeida & Freire, 2003), por evitar amostras viciadas (Murteira & Black, 1983) e por permitir extrapolar resultados com confiança para o universo, partido desta amostra, já que é possível demonstrar a sua representatividade, bem como “estimar o grau de confiança com o qual as conclusões tiradas da amostra se aplicam ao Universo” (Hill & Hill, 2009, p.45).

Sabemos que uma amostra é representativa se as unidades que a constituem forem escolhidas por um processo tal que todos os membros da população tenham a mesma probabilidade de fazer parte da amostra. Para o Estudo 1 ter uma margem de erro é de 3% e um intervalo de confiança de 95%, era recomendada uma amostra de 1004 sujeitos, número superado, já que a amostra é constituída por 1287 estudantes universitários. Para calcular estes dados foi utilizada uma calculadora amostral.

Os participantes do Estudo 1 são apresentados de acordo com algumas variáveis sociodemográficas, como o sexo, a idade, o estado civil, a nacionalidade, meio de origem, estabelecimento de ensino, ciclo de estudos, colocação no curso pretendido e local de residência. Apresentam-se ainda outros dados como o facto de ter o hábito ou não de contactar com os avós e a frequência desse contacto.

Figura 7. Distribuição da amostra em função do sexo

A amostra é constituída 1287 estudantes universitários. Destes, 22% (n=282) são do sexo masculino e 78% (n=1005) do sexo feminino.

22%

78%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%

Masculino Feminino

Figura 8. Distribuição da amostra em função da idade

Em relação à idade dos participantes, estes distribuem-se da seguinte forma: 40% (n=516) têm entre 18 e 21 anos, 36% têm 22 a 25 anos (n=466), 8% dos participantes têm idades compreendidas entre os 26 e os 29 (n=102) e 16% têm 30 anos ou mais (n=203).

Figura 9. Distribuição da amostra em função do estado civil

Em relação ao estado civil dos participantes, 91% (n=1193) são solteiros, 7% (n=91) são casados e 2% são divorciados ou viúvos (n=23).

Figura 10. Distribuição da amostra em função da nacionalidade

Cerca de 96% dos participantes são portugueses (n=1237) e 4% são estudantes oriundos de outros países (n=50).

40% 36% 8% 16% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 18 a 21 anos 22 a 25 anos 26 a 29 anos 30 ou + anos 91% 7% 2% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Solteiro Casado Divorciado/Viúvo 96% 4% 0% 20% 40% 60% 80% 100% 120% Portuguesa Outra

Figura 11. Distribuição da amostra em função do meio de origem

Questionados acerca do seu meio de origem, 25% dos participantes (n=325) referiram ser oriundos do meio rural e 75% (n=962) responderam que tinham vindo do meio urbano.

Como já foi referido no capítulo anterior, a Universidade de Lisboa tem 18 escolas. Houve participantes oriundos de todas elas. A sua distribuição apresenta-se na Tabela 1.

Tabela 1.

Distribuição da amostra em função do estabelecimento de ensino

Estabelecimento de Ensino n %

Faculdade de Arquitetura (FA) 150 11,7

Faculdade de Belas Artes (FBA) 57 4,4

Faculdade de Ciências (FC) 72 5,6

Faculdade de Direito (FD) 3 0,2

Faculdade de Farmácia (FF) 67 5,2

Faculdade de Letras (FL) 267 20,7

Faculdade de Medicina (FM) 127 9,9

Faculdade de Medicina Dentária (FMD) 13 1

Faculdade de Medicina Veterinária (FMV) 17 1,3

Faculdade de Motricidade Humana (FMH) 9 0,7

Faculdade de Psicologia (FP) 132 10,3

Instituto de Ciências Sociais (ICS) 23 1,8

Instituto de Educação (IE) 117 9,1

Instituto de Geografia e Ordenamento do Território (IGOT) 13 1

Instituto Superior de Agronomia (ISA) 184 14,3

Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) 1 0,1

Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) 2 0,2

Instituto Superior Técnico (IST) 33 2,6

Total 1287 100

A maior percentagem de participantes pertence à Faculdade de Letras (21%), seguindo-se o Instituto Superior de Agronomia (14,3%) e a Faculdade de Arquitetura (11,7%). As escolas com menor número de participantes são o Instituto Superior de Ciências Sociais e Humanas, o Instituto Superior de Economia e Gestão e a Faculdade de Direito que, no total, representam 0,5% da amostra.

25%

75%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%

Meio rural Meio urbano

Figura 12. Distribuição da amostra em função do ciclo de estudos

Em relação ao ciclo de estudos que frequentam, a maioria dos participantes está matriculada num curso de Licenciatura (38%), havendo também muitos estudantes de Mestrado Integrado (31%), 21% são estudantes de Mestrado, 9% de Doutoramento e de Pós-Doutoramento e os restantes 1% frequentam Pós-Graduações.

Figura 13. Distribuição da amostra em função da colocação no curso (1ª opção)

Questionados sobre a colocação no curso pretendido, isto é, se o curso que frequentam foi a sua primeira opção de escolha aquando da entrada no ensino superior, 78% referiram que sim e 22% responderam que o curso que estão a frequentar não foi a sua primeira escolha.

Figura 14. Distribuição da amostra em função do local de residência

38% 1% 31% 21% 9% 0,2% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% Licenciatura Pós-graduação Mestrado Integrado Mestrado Doutoramento Pós-doutoramento 78% 22% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% Sim Não 14% 52% 3% 22% 3% 4% 2% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% Casa própria Casa dos pais Casa dos avós Casa arrendada Casa de outros familiares Residência para estudantes Outra

A maior parte dos participantes reside em casa dos pais (52%), seguindo-se os que residem em casa arrendada (22%) e os que têm casa própria (14%). Os restantes vivem em residências para estudantes (4%), em casa de outros familiares (3%), em casa dos avós (3%) ou outra situação não especificada (2%).