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2) CONDUÇÃO DA PESQUISA

2.3 Análise de dados

Para a análise dos dados, utilizamos como referência a obra “Análise de Conteúdo” de Laurence Bardin (1977). Segundo esta autora, a análise de conteúdo pode ser definida como um conjunto de técnicas de análise das comunicações que visa obter, por meio de procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo, indicadores que permitam inferir conhecimentos relativos às condições de produção/recepção dos textos – que nesta pesquisa provêm das gravações em vídeo e áudio, dos registros feitos a partir de desenhos e do questionário aplicado à professora. Para tanto, a análise é dividida em três pólos cronológicos: pré-análise, exploração do material e por último, tratamento dos resultados, inferência e interpretação (BARDIN, 1977).

Segundo a referida autora, a primeira fase de organização, tem por objetivo tornar operacionais e sistematizar as ideias iniciais. Geralmente, esta fase possui três missões: escolher os documentos a serem submetidos a análise partindo de uma leitura flutuante, formular hipóteses e objetivos e elaborar indicadores que fundamentem a interpretação final. Estes três fatores não se sucedem necessariamente segundo uma ordem cronológica, porém, se mantêm estreitamente ligados uns aos outros. Dessa forma, a pré-análise tem por objetivo a organização, embora ela própria seja composta por atividades não estruturadas, “abertas”, por oposição à exploração sistemática dos documentos.

A segunda fase, “exploração do material” é longa e fatidiosa. “Consiste essencialmente de operações de codificação, desconto ou enumeração em função de regras previamente formuladas” (BARDIN, 1977, p. 101).

Na última fase “tratamento dos resultados obtidos e interpretação”:

os resultados brutos são tratados de maneira a serem significativos (falantes) e válidos: operações estatísticas simples (porcentagens) ou mais complexas (análise fatorial), que permitem estabelecer quadros de resultados, digramas, figuras e modelos, os quais condensam e põem em relevo as informações fornecidas pela análise. Para um maior rigor, estes resultados são submetidos a testes de validação. O analista tendo à sua disposição resultados significativos e fiéis, pode então propor inferências e adiantar interpretações a propósito dos objetivos previstos, ou que digam respeito a outras descobertas inesperadas. Por outro lado, os resultados obtidos, a confrontação sistemática com o material e o tipo de inferências alcançadas, podem servir de base a uma outra análise disposta em torno de novas dimensões teóricas ou praticadas graças a técnicas diferentes (BARDIN, 1977, p. 101).

A opção pela análise de conteúdo permite que os resultados apresentados não se baseiem em meras observações pessoais do pesquisador, o que poderia levar ao questionamento a validade destes.

Dando continuidade a esta monografia, apresentamos no capítulo seguinte os resultados obtidos.

3)

RESULTADOS

Neste capítulo apresentamos os resultados obtidos por meio das gravações em áudio e vídeo, dos desenhos realizados pelas crianças e do questionário aplicado à professora, com base nos referenciais teóricos apresentados anteriormente.

Resultados obtidos por meio das gravações em áudio e vídeo

1º dia - Coleta inicial de dados e introdução ao tema

Objetivos específicos: Identificar o que as crianças conhecem sobre a universidade; identificar quais são as atividades que mais gostam de realizar na escola e em casa; identificar as associações que fazem com diferentes profissões; introdução ao tema “água”.

Iniciamos o primeiro dia com uma roda de conversa para nos apresentarmos. Por meio de diálogo, observamos que as crianças já conheciam alguns espaços físicos da universidade, pois já haviam realizado visita organizada pela escola. Segundo as crianças, seus pais:

“trabalham; estudam; pesquisam” (fala dos alunos) no local. A professora da turma também

complementou, dizendo que todo ano eles visitam a universidade, principalmente a biblioteca. Em relação às suas preferências, tanto em casa, como na escola, foram semelhantes: em primeiro lugar está a preferência por brincar, como mostra o quadro 1.

Quadro 1: Respostas para a questão: “O que mais gostam de fazer em casa e na escola?”

O que mais gostam de fazer na escola? O que mais gostam de fazer em casa

Brincar.

Mexer no computador. Assistir a filmes e desenhos.

Brincar. Mexer no computador

Jogar Videogame Assistir a filmes e desenhos

Comer

Embora não tenhamos quantificado as respostas, elas se apresentam no quadro por ordem de maior ocorrência. Para a elaboração dos mesmos, fizemos inicialmente uma organização dos documentos a serem analisados e partimos para uma leitura flutuante dos dados obtidos. Em seguida, exploramos o material recolhido e categorizamos os dados, finalizando com o tratamento e a interpretação destes em função dos objetivos previstos nesta pesquisa (BARDIN, 1977).

A primeira fala confirma a necessidade e a importância da brincadeira para o desenvolvimento da criança, pois, é por meio desta, que ela revive a realidade, constrói significados e os ressignifica momentos depois. É o momento em que ela “aprende, cria e se desenvolve em todos os aspectos”, segundo Pozas (2011, p. 15). A citação de recursos tecnológicos aparece em segundo lugar. Percebemos que as crianças fazem uma diferenciação entre “brincar”, “utilizar o computador” e “jogar videogame”. Estes dados indicam, conforme já citado por Meirinhos (2000), a importância da escola fazer uso desses recursos no processo de ensino e aprendizagem.

Quando perguntamos às crianças o que elas entendiam e conheciam sobre profissões, estas ficaram sem reação, como se não soubessem o que fosse “profissão”. Utilizamos imagens, ilustrando vários profissionais:

Figura 1 - Professora

Fonte: http://saojoaquimonline.com.br/22/10/2009/professores-de-educacao-infantil-agora- sao-obrigados-a-terem-curso-superior/ Acesso em 03 de agosto de 2012.

Figura 2 - Médico

Fonte: http://neopensador.blogspot.com.br/2013/05/medicos-estrangeiros-poderao-atuar- no.html Acesso em 03 de agosto de 2012.

Fizemos uso no total de 8 imagens apresentadas por meio de projetor multimídia. Essas imagens podem ser encontradas, juntamente com suas referências, no final deste trabalho (anexos A).

No quadro 2 apresentamos as relações estabelecidas pelas crianças sobre cada profissão:

Quadro 2: Profissões mostradas nas imagens e as relações feitas pelas crianças.

Profissionais Competências

Médico Cuida das pessoas. Examina nosso corpo. Dá remédio.

Dá injeção.

Dentista Cuida dos dentes.

Policial Prende bandidos.

Cozinheiro Cozinha. Construtor Faz casas. Faz prédios. É o pedreiro. Cientista Pesquisam. Fazem poções.

Constroem coisas como a geladeira, televisão, computador, carro, fogão.

Após a apresentação das imagens e discussão, as crianças citaram inúmeros exemplos: “pessoas que trabalham com moda; bombeiro; jogador de futebol; Felipe Massa (piloto de fórmula 1); bailarina e médico”.

Fica claro que as imagens funcionaram como um recurso eficiente para que as crianças se lembrassem de profissões que elas já conheciam, mas talvez, por não identificarem o signo “profissões” não responderam. As últimas imagens de profissionais eram de dois cientistas. Por meio dessas duas imagens queríamos instigar a participação investigadora das crianças nas atividades propostas e mostrar que os cientistas experimentam, testam, pensam, constroem e buscam explicar fenômenos da natureza. No início, não sabiam dizer muito bem o que aquelas imagens representavam, mas a professora do grupo interviu e as ajudou a relembrar do nome do próprio grupo “cientistas” (cada grupo de alunos na escola possuía um “nome”), assim, eles começaram a dizer o que conheciam sobre o assunto, nos mostrando uma noção meio equivocada de cientistas.

2º dia – Importância da água

Objetivos específicos: Identificar a importância da água e identificar onde a encontramos.

A partir do 2º dia introduzimos as atividades práticas. No quadro 3 apresentamos as principais ideias apresentadas pelas crianças sobre a importância da água, antes da realização das atividades práticas.

Quadro 3: Utilização da água na concepção prévia dos alunos

Questão Respostas

Para que serve a água?

Para tomar banho. Para lavar as mãos.

Para beber. Escovar os dentes

Pelas respostas, observamos que as crianças relacionaram a água com o uso direto que as mesmas fazem deste recurso.

Experimento da rosa branca com anilina: inicialmente, discutimos a

necessidade que os seres vivos têm da água e isso propiciou conversas sobre o que era e não era ser vivo; o porquê de precisarem de água e o como a conseguiam. Exemplo: perguntamos como a planta conseguia água e eles nos responderam “na terra”. Começamos então a instigar ainda mais as crianças, perguntando-lhes sobre como ela “pegava” a água da terra (pedíamos para que eles observassem bem a grama do jardim e a rosa que iríamos usar) e eles responderam “a água passa pelo cabo”. É importante lembrar que quando as crianças faziam hipóteses que se aproximavam do ponto de vista cientificamente correto, nós as elogiávamos e complementávamos suas observações com novos termos ou vocabulários. Caso contrário, as estimulávamos com mais questões. Por exemplo:

Pesquisadora (P): - E com qual cor a rosa vai ficar? Criança 1 (C1): - Azul.

Criança 2(C2): - Ou vermelho. P: - Mas qual é a cor da água? C1 e C2: - Azul.

P: - Então a rosa vai ficar vermelha? Todas as crianças: - Não!

P: - Isso mesmo! A rosa vai ficar azul porque ela vai “sugar” a água azul que está dentro do recipiente.

Experimento de desidratação de alimentos: ao mostrarmos a batata, tomate e

o pepino às crianças, muitas diziam que esses alimentos não possuíam água em sua constituição. Propusemos então fazer um experimento para ver se era verdade ou não. Nós cortamos os alimentos ao meio e as crianças colocaram sal por cima (comentamos o porquê de cortarmos os alimentos e colocarmos sal). Ficou combinado que observariam o que aconteceria com aqueles alimentos, para que nos contassem na próxima aula. Perguntamos, para finalizar, o que os alunos achavam que iria acontecer e eles responderam: “vai molhar!” (acreditamos que só obtivemos esta resposta em função dos nossos comentários, feitos sobre o que era desidratação).

3º dia - De onde vem a água e de que forma física ela aparece?

Objetivos específicos: Retomar os experimentos da aula anterior e introduzir o ciclo da água e seus estados físicos.

Experimento da rosa branca com anilina: perguntamos às crianças o que

havia acontecido para a rosa branca ter ficado azul e elas responderam: “colocamos corante

na água pra flor puxar e ficar azul”. Indagamos ainda o porquê da rosa “sugar” a água e elas

responderam: “pra não morrer”. Percebemos então, a partir dessas respostas e das discussões realizadas sobre a importância da água para os seres vivos, que o primeiro objetivo proposto na aula anterior (identificar a importância da água) foi alcançado.

Experimento de desidratação de alimentos: sobre os alimentos. elas

disseram: “o pepino ficou afogado; a água está vermelha” (se referindo à água do tomate),

“olha só quanta água; que da hora”. Perguntamos-lhes a eles o que havia acontecido com

aqueles alimentos e, mais uma vez, as crianças foram capazes de nos relatar todo o processo do experimento: “você cortou e colocamos sal”. Mas vocês disseram que não tinha água nos alimentos. O que aconteceu? “Foi por causa do sal”. Então complementamos, dizendo-lhes que os alimentos possuem água e que apenas colocamos o sal para provar isso (explicamos a reação do sal sobre os alimentos apresentados).

Medindo massa: pegamos duas laranjas e duas balanças portáteis e

propusemos medir a massa das laranjas. Para isso dividimos as crianças em 2 grupos e mostramos-lhes como medir. O intuito era medir a massa da laranja inteira, medir a massa pela segunda vez, mas retirando um pouco do suco da laranja e medir novamente juntando a fruta espremida com o caldo. Nós dissemos às crianças quais os valores obtidos e mostramos- lhes para onde a agulha medidora apontava. As crianças ficaram muito entusiasmadas ao

perceberem que os valores referentes às massas da laranja inteira e da laranja espremida mais caldo eram bem próximos. Apresentamos a elas que, ao retirarmos o caldo, a massa da laranja se reduzia pela metade e fizemos indagações, para as quais obtivemos respostas como: “a

metade da laranja era suco; chegou na metade; agora vamos trocar de laranja”.

Pudemos observar a necessidade que as crianças tinham de testar suas hipóteses e o quanto estas evoluíam com a intervenção da coordenadora das atividades.

Dando continuidade, perguntamos onde os alunos encontravam água, e as respostas obtidas encontram-se no quadro 4:

Quadro 4: Respostas dadas pelos alunos para a pergunta: “Onde encontramos água?”

Questão Respostas

Onde encontramos água?

Torneira. Mar.

Caixa de água. Piscina.

Como não citaram a chuva, nós os lembramos (havia chovido no dia anterior e utilizamos este fato). Para introduzir o ciclo da água, pegamos um borrifador e pedimos para que imaginassem que aquilo era a chuva (esborrifamos água nas crianças) e os direcionamos para o jardim. Onde a água está caindo? “Na terra”. E pra onde ela está indo? “pra dentro da

terra”. E o que será que acontece depois? Lembrem-se do experimento da flor. Depois que

ela está dentro da terra, para onde ela vai? “pra a raiz”. Começamos então a introduzir o conceito de transpiração, dando exemplos de que quando estamos com calor nós suamos. E a plantinha? O sol está “batendo” bem forte nela, o que então está acontecendo? Su... “or”. Comentamos ainda sobre o processo de evaporação, dando o exemplo da terra que estava molhada: será que se o “sol bater” nessa terra, ela continuará molhada? “Não”.

Em sala de aula, mais uma vez, perguntamos-lhes onde encontramos água e as respostas foram modificadas, após as discussões anteriores.

Quadro 5: Evolução nas respostas para a questão “onde encontramos água”.

Respostas apresentadas antes das atividades.

Torneira. Mar.

Caixa de água. Piscina.

Respostas apresentadas após as atividades.

Rio. Mar. Nuvens. Alimentos.

Observamos que após a realização das atividades houve uma ampliação do conhecimento das crianças, que passaram a considerar outros locais onde podemos encontrar água.

Dando continuidade apresentamos, por meio de imagens, os estados físicos da água e perguntamos o que identificavam:

Figura 3 – Água em sua forma líquida: chuva

Fonte: http://predilsonramos.blogspot.com.br/2011/11/chuva-de-bencaos.html Acesso em 04 de agosto de 2012

Figura 4 – Água em sua forma sólida: geleiras

Fonte: http://www.infoescola.com/geologia/geleira/ Acesso em 04 de agosto de 2012

Figura 5 – Á gua em sua forma gasosa: vapor

Fonte: http://www.os5elementos.com/glossario/vapor-de-agua/ Acesso em 04 de agosto de 2012

Nesta atividade fizemos uso de 7 figuras, que representavam as formas físicas da água. Todas as figuras encontram-se como anexos no final deste trabalho (anexo B).

Conforme as crianças iam respondendo o que estavam identificando nas figuras, nós fazíamos relações com os estados físicos da água. Ilustramos o caso da formação de geladeiras com o que ocorre quando colocamos a água no congelador a qual, depois, se transforma em gelo, ou seja, gelo é água sólida. Isso quer dizer que ela é “dura”, diferentemente da água da chuva que é semelhante à água que nós bebemos, ou seja, ela é líquida.

Olhando para a imagem da Figura 6, o que vocês observam além da água que cai? “Fumaça”. E essa fumaça se chama va... “por” (já tínhamos mostrado o vapor em outra imagem).

Figura 6 – Água em sua forma líquida e gasosa: chuveiro

Fonte: http://super.abril.com.br/cotidiano/tomar-banho-quente-desidrata-corpo-645357.shtml Acessado em 04 de agosto de 2012

Em seguida, mostramos a eles uma imagem do ciclo da água (Figura 7) e iniciamos uma discussão sobre o que estava sendo representado na figura.

Figura 7 – Representação do ciclo da água

Fonte: http://www.mundoeducacao.com/biologia/ciclo-agua.htm Acesso em 05 de agosto de 2013

Em seguida, pedimos aos alunos que nos dissessem o que estava acontecendo (quando eles não sabiam dizer alguma palavra, nós os ajudávamos): a água está eva... “evaporando”. Está indo para a “nuvem”. E acontece o quê depois? “Chove”. E a água vai para a... “terra”. E da terra vai... “para as plantas, para o rio”.

Observamos que as crianças compreenderam o que estava sendo apresentado, porém, consideramos que para uma aprendizagem mais significativa seria importante utilizar outros recursos, tais como uma simulação computacional, para que pudessem decidir sobre quais parâmetros interferir, ou um vídeo relacionado.

Experimento tem água no ar e experimento do recipiente com água quente coberto com plástico filme: ambos objetivavam mostrar o vapor se condensando ao entrar

em contato com um ambiente com temperatura mais baixa. No primeiro experimento, colocamos água gelada em uma garrafa de vidro seca. Rapidamente, a parte exterior da garrafa, que antes estava seca, estava cheia de gotículas de água. Queríamos mostrar às crianças que o vapor presente no ar, ao entrar em contato com um ambiente de temperatura mais baixa (garrafa com água gelada), se condensava. Sobre esta atividade, podemos dizer que não obtivemos muito êxito. De acordo com Macedo:

O sincretismo é a tendência de a criança, do período pré-escolar, ligar tudo com tudo, de perceber globalmente, isto é, não saber discriminar detalhes, de fazer analogias entre coisas sem uma análise detalhadas delas. Daí o caráter egocêntrico deste período, ou seja, é difícil, por falta de recursos cognitivos, para a criança deste período, sair de seu ponto de vista e considerar, diferenciando e integrando, os estados e as transformações das coisas (MACEDO, 1994, p. 49).

Consideramos esta citação como resposta ao fato ocorrido. É possível que os alunos não tenham conseguido estabelecer relações, devido ao nível de complexidade apresentado no experimento, pois tinham que perceber as transformações dos estados físicos da água, ou seja, partir de algo abstrato (que no caso era o vapor que não era visualizado) para algo concreto (que era a água em sua forma líquida, já conhecida por eles). A partir das observações, percebemos a necessidade de repensar e complementar esta atividade para a referida faixa etária.

O segundo experimento consistia em pegar um copo com água morna e tapá-lo com filme plástico. O objetivo era observar o vapor se condensando. Com a nossa mediação, os alunos conseguiram relacionar as gotículas de água presentes no filme plástico com as gotículas de água dentro da tampa de uma panela que está cozendo algo. Indagamos às

crianças sobre o que estava acontecendo no experimento e elas responderam: “o vapor”; “está

molhando o plástico”.

Podemos dizer que com as atividades deste dia foi possível introduzir um novo conhecimento às crianças. Com as atividades e discussões observamos que enquanto anteriormente não faziam qualquer associação da água líquida com o gelo da geladeira ou com o vapor do chuveiro, passaram a falar na transformação da água.

4º dia – Quente e frio (parte I)

Objetivos específicos: perceber as sensações térmicas e identificar regiões com baixas e altas temperaturas, bem como a diferença entre os seres vivos que habitam essas regiões.

Através de imagens, apresentamos alguns lugares do planeta que possuem temperaturas muito baixas ou muito altas, e alguns animais que vivem nas respectivas regiões. Uma das imagens utilizadas foi a de um suricato (figura 8), animal de região com temperaturas altas e que não está presente no cotidiano dessas crianças.

Figura 8 – Animais que vivem em regiões de altas temperaturas: suricato

Fonte: http://www.ociodooficio.com.br/pelamordedeus/leoa-suricato/ Acesso em 05 de agosto de 2012

A nossa surpresa foi quando perguntamos se alguém conhecia este animal e logo obtivemos a resposta: “eu conheço. É um suricato!”. Por intermédio da imagem, o garoto reconheceu o animal que ele já havia visto em um filme de desenho animado que fora apresentado na própria escola pela professora (ela mesma relatou). Observamos, mais uma vez, as contribuições dos recursos audiovisuais na Educação Infantil, potencializando a aprendizagem, motivando e servindo como suporte à memória. Aproveitamos este momento para introduzir as reservas de gordura e água no corpo de animais.

Experimento com recipientes contendo água a diferentes temperaturas:

utilizamos três recipientes, sendo um com água morna, outro com água gelada e outro com água em temperatura ambiente. O objetivo deste experimento era que as crianças mergulhassem as mãos nos 3 recipientes e relatassem suas sensações, ou seja, que identificassem que os recipientes continham água a diferentes temperaturas. Esta atividade ocorreu de maneira satisfatória e todas as crianças participaram.

Experimento de sensação térmica: as crianças tinham que colocar uma mão

no recipiente com água morna e outra mão no recipiente com água gelada. Em seguida, elas tinham que colocar simultaneamente as duas mãos no recipiente com água à temperatura ambiente. Primeiramente, perguntávamos a elas o que sentiam ao colocar suas mãos nos recipientes com água morna e gelada. Após trocarem as mãos de recipiente, perguntávamos o que havia mudado e o que elas estavam sentindo. A maioria das crianças percebeu a sensação de inversão de temperaturas, apenas 2 crianças afirmaram continuar sentindo a mesma coisa.

Experimento de envolver o dedo com gordura vegetal: este experimento

teve o objetivo de ilustrar que a gordura atua como isolante térmico (as crianças demonstraram estar com nojo de colocar o dedo na gordura vegetal). A professora do grupo interviu e disse a elas que “cientistas não têm nojo de nada e experimentam de tudo!”. Depois da intervenção, as crianças aderiram à participação; apenas um aluno se recusou a participar.

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