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UNHEATED GREENHOUSE AND FIELD TOMATO PLANT PRODUCTION, AS FUNCTION OF CRITERIONS TO MANAGEMENT NITROGEN FERTILIZER PROGRAM

3.2. Experimentos no campo

4.1.3. Análise conjunta dos três experimentos em ambiente protegido

As produções médias por dia de permanência da cultura no ambiente protegido para os diferentes critérios variaram de 575,1 a 681,9; 447,6 a 778,2 e 483,5 a 749,6 kg.ha-1.dia-1, nos experimentos A – CIL

1, A – CIL2 e A – SIL, respectivamente (Quadros 4, 9 e 13). Essas produções estão entre 682 kg.ha-1.dia-1 obtidas por Camargos (1998) e abaixo de e 834,0 e 1080,0 kg.ha-1.dia-1 obtidas por Guimarães (1998) e Fontes et al. (1997), respectivamente. Nesses experimentos houve maior proporção de frutos médios, seguidos pelas classes pequenos e grandes, independentemente da quantidade de N aplicada (Quadros 5, 10 e 14). Resultados semelhantes foram obtidos por Guimarães (1998). Camargos (1998) observou que a maior proporção de frutos médios foi seguida pela de frutos grandes e poucos frutos pequenos.

O critério PESF, baseado na produção esperada de frutos combinado com a contribuição do solo e do fertilizante demonstrou grande potencial na recomendação da adubação nitrogenada por ter propiciado as maiores produções total, comercial, ponderada e diária dos experimentos A – CIL1 (Quadro 4), A – CIL2 (Quadro 9) e A – SIL (Quadro 13), além da maior renda líquida advinda da adubação nitrogenada (Quadro 22). Os resultados de produtividade obtidos nos experimentos A – CIL1, A – CIL2 e A – SIL (Quadros 18, 19 e 20) também comprovam o potencial em utilizar o índice SPAD no manejo da adubação nitrogenada, isto é, em indicar a quantidade e o momento de aplicar o N. Pela utilização do critério SPAD-1 foi necessária a aplicação do fertilizante nitrogenado aos 70 DAT, nos experimentos A – CIL2 e A – SIL, com doses de N de 420,0 e 116,0 kg.ha-1, respectivamente, além de 50,0 kg.ha-1 aplicado no momento do transplante. A quantidade média de N nos três experimentos, aplicada com base no critério do nível crítico do índice SPAD, foi de 294,2 kg.ha-1 de N, próxima de 280,0 kg.ha-1 recomendada por Fontes e Guimarães (1999) para tomateiro cultivado em ambiente protegido. Para Peng et al. (1996), coincidir o fornecimento de N com a demanda da cultura foi a razão principal para aumentar a eficiência do fertilizante nitrogenado e obter alta produtividade com manejo da adubação nitrogenada baseada em valores SPAD. Provavelmente, essas doses diferenciadas de N estão relacionadas

com o teor de 123,2 e 193,0 kg.ha-1 de N-NO

3 no solo, para os dois experimentos, respectivamente. Esses teores de N-NO3 no solo foram suficientes para satisfazer a demanda de N das plantas até os 59 DAT, que coincide como início do florescimento e aumento da demanda de N pelo tomateiro, conforme observado por Tapia e Gutierrez (1997). Esses teores de N-NO3 no solo podem ter acarretado diferenciação na proporção de N retranslocada das folhas para os frutos, na diminuição do teor de clorofila ou da intensidade do verde das folhas do tomateiro e nos valores da leitura SPAD obtido aos 70 DAT, nos dois experimentos. Isso foi traduzido na recomendação de doses diferentes de N, utilizando o nível crítico do índice SPAD.

A utilização de 70,0 kg.ha-1 de N parece ter sido adequada para elevar cada unidade SPAD na folha do tomateiro, pois no critério SPAD-1 a produtividade foi elevada nos três experimentos em ambiente protegido, sendo necessária uma aplicação apenas de fertilizante nitrogenado para elevar a leitura SPAD próximo ou acima do nível crítico. Entretanto, para espécies e condições diferentes, outras doses de N podem ser necessárias. Para milho, a aplicação de 30,0 kg.ha-1 de N, quando a leitura com medidor de clorofila estiver abaixo do nível crítico de 35 unidades SPAD (US), pode ser suficiente para obter a produção máxima (Varvel et al., 1997). Em cultivo de batata, no campo, foi necessário 61,0 kg.ha-1 de N para aumentar 1 US (Gil et al., 2002) e para algodão, a dose de N deve ser de 25,0 kg.ha-1 para cada unidade SPAD abaixo do nível crítico de 32,4 US (Feibo et al., 1998). Dessa forma, os resultados obtidos contrariam aqueles de Zebarth et al. (2002) ao concluírem não ser possível utilizar o índice SPAD para o cálculo da quantidade de N a ser aplicada na cultura do milho, servindo somente para separar áreas que responderiam ou não à aplicação do fertilizante nitrogenado.

A produtividade obtida pela utilização dos critérios DRCO e DRTR indica que, sob condições de ambiente protegido e irrigação por gotejo, o fertilizante nitrogenado pode ser aplicado preferencialmente no sulco de transplante, de forma mais fácil e menos trabalhosa, sem a necessidade de aplicações freqüentes em cobertura via água de irrigação (Quadros 18, 19 e 20). Rhoads et al. (1996) e Locascio et al. (1997) também observaram que a produção de frutos de tomate foi semelhante quando o fertilizante nitrogenado foi aplicado todo no momento do transplante ou em cobertura. Isso ocorreu, provavelmente, pela menor perda de N via lixiviação e ausência de alta salinidade no solo, devido ao efeito da aplicação de água em quantidade adequada e constante, localizada próxima à região de maior concentração das raízes, por gotejamento, e, provavelmente, devido à aplicação parcelada do K que pode ter evitado a salinização momentânea do solo. Menor lixiviação pode ter ocorrido também, porque o solo da área apresentava, provavelmente, altas capacidades de troca aniônica e de adsorção de

nitrato por ter argila do tipo 1:1 e óxidos de ferro e alumínio (Singh e Kanehiro, 1969). Solos com essas características retardam o movimento do íon em relação ao movimento de água, minimizando o efeito da lixiviação (Bellini et al., 1996), ainda mais em ambiente protegido, e aumentando a eficiência da adubação nitrogenada.

A análise multivariada indicou que a produção de frutos foi diferenciada ao longo dos nove cachos (Quadros 7, 12 e 16), mas não seguiu padrão esperado onde maior proporção da produção de frutos seria concentrada nos primeiros cachos em detrimento daquela obtida nos últimos cachos produzidos. Provavelmente, isso não ocorreu devido às condições de cultivo e o número constante de frutos por cacho não ter favorecido a forte competição entre as partes vegetativas (fonte e dreno) e reprodutivas (dreno) ao longo do ciclo da planta (Fontes e Silva, 2002).

Independentemente do critério utilizado, a produção total de frutos foi concentrada na 4º e 5º colheita, realizadas entre 95 e 104 DAT, respectivamente (Figuras 2 e 3). Esses resultados são semelhantes àqueles obtidos por Faria e Ferreira (1987) ao observarem que a produção total em sete colheitas do tomateiro rasteiro cultivado sob diferentes doses de N foi concentrada na 3º e 4º colheitas. Portanto, maior atenção deve ser dispensada na realização dessas colheitas devido ao maior volume de produto a ser colhido e comercializado.

O efeito da adubação nitrogenada também foi avaliado através da determinação do índice de resposta (Quadro 17) que corresponde à divisão da produção máxima obtida com a aplicação do fertilizante nitrogenado pela produção obtida sem a aplicação do fertilizante nitrogenado, proposto por Johnson e Raun (2003). O valor do índice de resposta no presente experimento, separando áreas de produção de tomate que responderam ou não a aplicação do fertilizante nitrogenado foi 1,4. Para trigo e milho, esses autores propuseram que a resposta à aplicação do fertilizante nitrogenado ocorreria quando o índice de resposta fosse maior do que 1,5.

Independentemente da forma de comercialização de tomate, maior renda líquida foi obtida pela utilização dos critérios PESF, DRTR e SPAD-1 (Quadro 22), com valores variando de R$ 11.602,00 a 16.154,00. Dessa forma, maior lucratividade do tomateiro em ambiente protegido foi obtida pela utilização dos critérios baseados na produção esperada de frutos + contribuição de N pelo solo e pelo fertilizante (PESF), no nível crítico SPAD (SPAD-1) e na dose de N recomendada para a cultura aplicada totalmente no momento do transplante (DRTR). Provavelmente, isso seja proveitoso, mesmo considerando o aumento nas despesas com mão-de-obra, caixas para comercialização e transporte da produção.

4.2. Experimentos B1 e B2 (Campo)

4.2.1. Experimento B1

No experimento B1, pode ser observado que os critérios responsáveis pelas maiores produções total, comercial, ponderada e diária de frutos foram o SPAD-1, PESF, DRCO e DRTR (Quadro 24), que resultaram em doses de N próxima de 500,0 kg.ha-1 (Quadro 39). Esses resultados concordam com aqueles obtidos por Guimarães (1998), que obteve maior produção com dose de 500 kg.ha-1 de N. Por outro lado, os critérios baseados na redução do nível crítico SPAD em 10% (SPAD-3) e em observações visuais da aparência da planta (OVAP) resultaram em doses menores de N, 250 e 131,6 kg.ha-1, respectivamente, sem perda significativa em produção. Provavelmente, isso foi devido ao alto teor inicial de N-NO3 no solo, de 293,6 kg.ha-1(Capítulo 1).

Apesar do teor de 293,6 kg.ha-1 de N-NO

3 no solo (Capítulo 1) e da aplicação de 50 kg.ha-1 de N no sulco de transplante, as leituras SPAD indicaram valores abaixo dos níveis críticos dos critérios SPAD-1, SPAD-2 e SPAD-3 a partir da primeira leitura realizada aos 28 DAT. A elevada incidência de chuvas ocorrida nas quatro primeiras semanas após o transplante (Quadro 23) pode ter acarretado a perda de parte do N-NO3 no solo, via lixiviação, e menor quantidade de N-NO3 disponível para as plantas, reduzindo o teor de N nas folhas e, conseqüentemente, a concentração de clorofila.

4.2.2. Experimento B2

No experimento B2 as maiores produções foram obtidas pelos critérios QECS, QENF e OVAP (Quadro 30), que resultaram na recomendação de doses de 333,1; 412,3 e 273,0 kg.ha-1 de N, respectivamente, abaixo de 525,0 kg.ha-1 de N, que foi a dose ótima encontrada por Ferreira (2001) para tomateiro cultivado no campo em período de cultivo semelhante (Quadro 39). Desses critérios, o OVAP parece ser mais indicado para a recomendação da adubação nitrogenada por ser simples, podendo ser realizado no próprio campo e não necessitar equipamentos e análise em laboratório (Weier et al., 2001), apenas de tabela padrão para a comparação de características como coloração e número de folhas, altura de plantas e diâmetro do caule com valores padrões previamente estabelecidos. Ao comparar esse critério com a dose ótima de 525,0 kg.ha-1 de N encontrada por Ferreira (2001), houve redução de 48% na quantidade de N aplicada e aumento de 7,6 e 12,2 t.ha-1 da produção comercial de frutos, quando a dose

recomendada foi aplicada em cobertura (DRCO) e totalmente no momento do transplante (DRTR), respectivamente.