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As equações possíveis de serem utilizadas para a estimativa das formas de N avaliadas apenas na FATC e das produções total, comercial e ponderada de frutos do tomateiro cultivado no campo, entre 43 e 53 DAT, encontram-se no Quadro 44. Diferentemente dos experimentos em ambiente protegido (Quadro 36), o índice SPAD foi a única característica avaliada na FATC que apresentou correlação significativa com as produções total, comercial e ponderada de frutos e foi utilizado para determinação de equações para estimativa dessas produções.

Quadro 44 – Equações para a estimativa do teor de NO3- na seiva do pecíolo, teores de N-NO3, N-org e N-tot e conteúdos de N-NO3 e N-tot na folha adjacente ao terceiro cacho (FATC) e das produções total, comercial e ponderada de frutos do tomateiro cultivado no campo, a partir do índice SPAD

Variável Ŷ na FATC Equação R2

Teor de N-NO3 (g.kg-1) Ŷ = 0,0715 exp 0,0492 X 0,13 Teor de N-org (dag.kg-1) Ŷ = 1,3138 + 0,04394** X 0,21 Teor de N-tot (dag.kg-1) Ŷ = 1,1864 + 0,04825** X 0,21 Conteúdo de N-NO3 (mg.folha-1) Ŷ = -10,0761 + 0,27019* X 0,15 Conteúdo de N-tot (mg.folha-1) Ŷ = -150,64015 + 5,70288* X 0,12 Produção total (t.ha-1) Ŷ = -489,8509 + 21,2812** X – 0,1968** X2 0,38 Produção comercial (t.ha-1) Ŷ = -383,3992 + 16,8862** X – 0,156** X2 0,29 Produção ponderada (t.ha-1) Ŷ = -300,2477 + 12,3769* X – 0,1117* X2 0,26 X = índice SPAD medido na FATC, no campo, em um experimento.

4. DISCUSSÃO

4.1. Experimentos em ambiente protegido (A – CIL1, A – CIL2 e A – SIL)

4.1.1. Experimento A com irrigação de lixiviação no período de verão-outono/02 (A – CIL1)

No experimento A – CIL1, o índice SPAD na FASC, em todos os critérios estudados, até mesmo quando não foi aplicado N, ficou acima do nível crítico SPAD de 42 US, estabelecido por Guimarães (1998) para a mesma folha amostrada (Quadro 27). O teor de N-tot na FASC, em todos os critérios, também ficou entre os valores de 2,5 - 4,0 dag.kg-1, faixa considerada como adequada por Coltman (1987) para o tomateiro cultivado em ambiente protegido, em determinação na folha mais recente e completamente expandida, amostrada aos 84 DAT.

Sem a aplicação de fertilizante nitrogenado (TEST), apenas o teor de NO3- na seiva do pecíolo da FASC (590 mg.L-1) ficou abaixo de 1.327 - 1.770 mg.L-1 de NO

3- considerado como adequado por Locascio et al. (1997), para amostragem da quarta folha completamente expandida, a partir do ápice de plantas. Guimarães (1998) encontrou nível crítico de 740 mg.L-1 de NO3- na seiva do pecíolo na FASC do tomateiro, também cultivado em ambiente protegido. Por outro lado, o índice SPAD e o teor de N-tot acima do nível crítico no critério TEST, foi provavelmente devido ao alto teor original, de N-NO3 no solo, 301,8 kg.ha-1, no início do período de cultivo (Quadro 1). A ausência de resposta em produção às doses de N aplicadas nos diferentes critérios desse experimento (Capítulo 3) reforça a importância do N-NO3 presente no solo antes o transplante, no fornecimento de N ao tomateiro.

4.1.2. Experimento A com irrigação de lixiviação no período de primavera/02- verão/03 (A – CIL2)

No experimento A – CIL2, os critérios SPAD-2, PESF e QENF que haviam resultado nas maiores doses de N aplicadas até o momento de amostragem da FATC, aos 56 DAT, proporcionaram os maiores teores de NO3- na seiva do pecíolo e de N-NO3 na matéria seca da FATC (Quadro 30). Isto pode ser indicativo de que o suprimento de N às plantas se encontrava em níveis elevados, especialmente para o critério SPAD-2, em que doses de 501,7 e 42,0 kg.ha-1 de N foram aplicadas aos 28 e 42 DAT,

respectivamente (Quadro 6). Além disso, o nível elevado de N aplicado nesse critério resultou na maturação mais tardia dos frutos e em menor produção (Capítulo 3), conforme também observado por Guimarães (1998).

O índice SPAD obtido em todos os critérios também ficou acima do nível crítico de 42,8 US estabelecido por Guimarães (1998) para a mesma folha amostrada (Quadro 30). Por outro lado, os teores de NO3- na seiva do pecíolo e de N-tot na matéria seca da FATC dos critérios SPAD-1, SPAD-3, OVAP e TEST, que haviam recebido 50,0; 50,0; 123,1 e 0,0 kg.ha-1 de N, respectivamente, até o momento de amostragem da folha, ficaram abaixo dos limites inferiores de 2.212 mg.L-1 de NO

3- (Rhoads et al., 1996) e de 4,0 dag.kg-1 de N-tot (Coltman, 1987), considerados adequados para folha amostrada no mesmo período. Além disso, esses critérios resultaram nos menores valores do índice SPAD, teores de N-NO3, N-org e N-tot na matéria seca e conteúdo de N-NO3 na FATC. Provavelmente, a aplicação de até 123,1 kg.ha-1 de N, no critério OVAP, não foi suficiente para suprir a necessidade de N do tomateiro até 56 DAT. Esses resultados contrariam aqueles obtidos por Tapia e Gutierrez (1997) ao observarem que a necessidade de N nos primeiros 59 DAT é pequena, aumentando rapidamente com o início do florescimento.

Pequena dose de N aplicada pela utilização dos critérios SPAD-1 e SPAD-3 é devido ao fato desses critérios serem baseados na aplicação de N quando o índice SPAD estivesse abaixo do nível crítico e 10% abaixo do nível crítico, respectivamente, o que não havia ocorrido até o momento da amostragem da FATC, entre 43 e 53 DAT. Entretanto, o teor de NO3- na seiva do pecíolo na FATC desses critérios abaixo do valor considerado adequado podem indicar provável deficiência de N nas plantas. O resultado contrário obtido entre o índice SPAD e o teor de NO3- na seiva do pecíolo da FATC pode ser devido às formas diferenciadas de N que foram determinadas. O índice SPAD reflete o teor de clorofila, que por sua vez reflete parte do N relativamente estável na forma de N-org e assim fornece informação de parte do teor de N-tot da folha. Entretanto, esse pool de N não parece ser rapidamente responsivo a variação geral do N como o pool de N inorgânico, representado pelo NO3- no pecíolo. Dessa forma, o NO3- na seiva do pecíolo fornece informação antecipada de mudanças do estado nutricional nitrogenado da planta do que o índice SPAD (Lawlor et al., 1989). Além disso, essa forma de N é mais sensível ou mais rapidamente responsiva a variações na quantidade de N disponível para as plantas do que o N-tot (Mason e Wilcox, 1982; Huett e Rose, 1988) ou teor de clorofila (Sexton e Carroll, 2002). Provavelmente, isso também é válido para os resultados obtidos pela utilização do critério OVAP, que teve a determinação da quantidade de N baseada em observações visuais da aparência da planta. A aparência da planta foi determinada pela utilização de várias características da planta, dentre as quais, a coloração ou intensidade do verde das folhas, que está diretamente relacionada com o teor de clorofila.

4.1.3. Experimento A sem irrigação de lixiviação no período de primavera/02- verão/03 (A – SIL)

No experimento A – SIL, os resultados obtidos para o índice SPAD e teores de NO3- na seiva do pecíolo e de N-tot (Quadro 33) foram semelhantes aqueles do experimento A – CIL2 (Quadro 30). Além dos critérios SPAD-1, SPAD-3, OVAP e TEST, o QECS também apresentou índice SPAD acima e teores de NO3- na seiva do pecíolo e de N-tot abaixo dos níveis críticos estabelecidos como adequados por Guimarães (1998). Isso ocorreu pelo fato desses critérios terem resultado na aplicação de até 115,4 kg.ha-1 de N até o momento de amostragem da FATC. Esses resultados comprovam aqueles obtidos no experimento A – CIL2, onde a aplicação de até 123,1 kg.ha-1 de N também não foi suficiente para suprir a necessidade de N pelo tomateiro até 56 DAT.

4.1.4. Correlações e equações para a estimativa de índices nutricionais nitrogenado