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2. ARCABOUÇO TEÓRICO

2.1 Análise Crítica do Discurso

Para a fundamentação teórica norteadora deste trabalho, lançamos mão de diversos teóricos de reconhecida credibilidade na área da Análise Crítica do Discurso, considerando que se trata de uma vertente do pensamento relativamente nova na história, mas não por isso menos importante do que as demais correntes que buscam a compreensão do comportamento humano. Na verdade, do ponto de vista histórico, a Análise Crítica do Discurso (ACD), enquanto disciplina, ainda é bastante jovem, tendo como marco o simpósio de Amsterdã realizado em 1990, quando os atuais principais expoentes desta área do pensamento ocidental lá se reuniram, dentre eles: Norman Fairclough, Teun Van Dijk, Gunther Kress, Ruth Wodak e Teo van Leeuwen, como bem assinala Stecher (2009, p. 97):

O eixo teórico-metodológico da ACD é o de analisar o objeto de estudo a partir das orientações da linguística e da sociologia. Podemos constatar tal afirmação em Fairclough (2001), obra na qual o autor evidencia a Teoria Social do Discurso, a qual será discutida,

Como red y campo de investigación articulado y relativamente institucionalizado en torno a la etiqueta de ACD, la perspectiva del Análisis Crítico del Discurso es más bien reciente. Como señala Ruth Wodak (2003), es a inicios de los años 90 cuando surge el ACD como tal, a partir de un simposio realizado en Amsterdan en que participaron Teun Van Dijk, Norman Fairclough, Gunther Kress, Theo Van Leeuwen y Ruth Wodak, los que sin duda pueden ser considerados como los fundadores y los autores más importantes y reconocidos dentro del campo. (2009, p. 97)

Deve-se ler pouco e reler muito. Há uns poucos livros totais, três ou quatro, que nos salvam ou que nos perdem. É preciso relê-los, sempre e sempre, com obtusa pertinácia. E, no entanto, o leitor se desgasta, se esvai, em milhares de livros mais áridos do que três desertos.

como método da ACD, porque, segundo ele, não há como analisar o discurso sem analisar os elementos da prática social onde tal discurso está inserido.

Observa-se que para as sociedades contemporâneas a linguagem assume um papel cada vez mais central, em especial nas últimas décadas com o advento tecnológico da

Internet17 e todos os outros recursos decorrentes deste instrumento de comunicação em massa, que ao mesmo tempo em que aproxima pessoas de todo o planeta, afasta fisicamente pessoas geograficamente próximas.

A abordagem crítica da linguagem se faz indispensável, em uma época em que se torna cada vez mais visível o fenômeno social em que o homem se volta para si mesmo e toma ciência de si e de suas práticas, fato que ocorre através do discurso. Isso mostra que “Esta consciencia crítica respecto de las prácticas lingüísticas cotidianas responde a cambios fundamentales en las funciones que cumple el lenguaje en la vida social [...]” (FAIRCLOUGH & WODAK, 2000, p. 369).

Para a ACD o uso da linguagem se molda no âmbito do social e não no individual. Por isso, Fairclough (2001) sugere que se use a palavra discurso quando se mencionar a utilização da linguagem enquanto forma de prática social. Neste caso, o discurso é reconhecido como forma e ação que se relaciona dialeticamente com a estrutura social vigente.

O meio social constrói o discurso e é por ele construído simultaneamente. Existe, assim, uma relação de reciprocidade entre as situações de caráter social e o conjunto de discursos criados e proferidos, visando invariavelmente a conquista do poder.

Apesar da existência de diferentes vertentes na abordagem da análise crítica da linguagem18, Fairclough (1989 e 2001) apresenta uma abordagem da linguagem como expressão de prática social vinculada às concepções de poder e ideologia, enfoque bastante

17 Disponível em: http://www.fe.unb.br/catedraunescoead/areas/menu/publicacoes/livros-de-interesse-na-area-

de-tics-na-educacao/o-computador-na-sociedade-do-conhecimento. Acessso em 21 de outubro de 2016.

próximo do discursivo-interacionista de Bakhtin (1998), o qual contemplava a linguagem como uma atividade/uma prática social incorporada numa conjuntura comunicativa concreta.

Como já mencionado, a partir do início dos anos 1990 a ACD passava a se afirmar como ciência, a qual procurava se legitimar pela postura crítica acerca da linguagem, com o intuito de chamar a atenção para os aspectos ideológicos contidos propositalmente nos textos e que, desta maneira, poderiam favorecer a conscientização e possíveis mudanças sociais no contexto no qual estivessem inseridos e, quiçá, conseguissem a superação de relações de poder assimétricas, como assinala Fairclough:

A ideologia é mais efetiva quando sua ação é menos visível. Se alguém se torna consciente de que um determinado aspecto do senso comum sustenta desigualdades de poder em detrimento de si próprio, aquele aspecto deixa de ser senso comum e pode perder a potencialidade de sustentar desigualdades de poder, isto é, de funcionar ideologicamente. (1989, p. 85)

Nessa abordagem, o princípio da linguagem é considerado como parte integrante da realidade social e ao mesmo tempo é constituído por ela. A grande mudança de perspectiva está no entendimento de que se, por um lado, a linguagem pode contribuir para a manutenção de determinadas práticas sociais ou a superação/transformação destas, por outro, é constantemente influenciada e modificada por estas mesmas práticas. Desta forma, os textos e discursos não são isentos de ideologia, mas são utilizados com frequência para influenciar diretamente nas relações assimétricas de poder.

Outro dos mais importantes vultos na ACD é Teun A. van Dijk, precursor, nos anos 1980, no estudo do discurso a partir de uma perspectiva social e crítica, com foco na reprodução do racismo nos discursos, no papel da mídia, na ideologia, no conhecimento e no contexto que estão presentes em todos os discursos, em toda a linguagem que permeia a sociedade (VAN DIJK, 2008).

Van Dijk (2008) investiga as dimensões de poder consideradas relevantes no estudo da linguística, da comunicação e dos discursos, embora o autor admita que a noção de poder é de modo geral muito complexa. Para ele, “os estudos críticos do discurso podem ser entendidos como um movimento científico especificamente interessado na formação de

teoria e na análise crítica da reprodução discursiva de abuso de poder” (2008, p. 9), quer dizer, interessado mais claramente no tipo de dominação que reproduz desigualdades sociais.

A despeito da diversidade de conceitos sobre poder, no âmbito das ciências socais e da filosofia, esclarece que pretende abordar o poder em termos de controle social, quando um grupo da população exerce domínio sobre outros em forma de poder político e econômico. Para van Dijk (2008), o controle ocorre numa forma de dominação e exploração sobre os outros, sendo que esse controle é sempre exercido em benefício dos detentores do poder, tendo como consequência situações de abuso de poder. O que este autor demonstra com suas reflexões é que o controle do discurso é uma arma importante para as classes dominantes se manterem no poder, lançando mão do controle rigoroso de acesso ao discurso, elaborando e peneirando cuidadosamente o conteúdo de tudo que é divulgado em meios de comunicação de massa.

No Brasil, historicamente, por exemplo, esse controle dos meios de comunicação em massa, principais divulgadores dos discursos, está nas mãos de famílias e grupos que detêm ao mesmo tempo o poder político de determinadas regiões do país e também o poder econômico. Dois conhecidos exemplos são a família Sarney19, no Maranhão20, e a família Collor de Mello21, em Alagoas22.

Durante o período da ditadura militar os governos militares tinham sua própria estrutura de censura e filtro de divulgação de conteúdos políticos, inclusive com a adoção da censura geral e irrestrita para qualquer tipo de material a ser divulgado. Contavam, para isso, com o apoio de magnatas da comunicação. Mais recentemente, outra vertente deste tipo de controle ideológico do discurso tem se manifestado sob aspectos religiosos, mas especificamente sob o signo da religião evangélica Universal do Reino de Deus, que há alguns anos é proprietária da Rede Record de televisão, um exemplo evidente de que o discurso e a linguagem podem ser, e são usados para disseminar e reproduzir valores, crenças,

19 Família do expresidente da República Federativa do Brasil: José Sarney (21 de abril de 1985 – 14 de março

de 1990).

20 Estado brasileiro situado no Nordeste do país.

21 Família do ex-presidente da República Federativa do Brasil: Fernando Collor de Melo (21 de março de 1990

– 29 de dezembro de 1992).

ideologias de determinados grupos sociais que possam arcar com os custos financeiros destas empreitadas.

Van Dijk (2008) chama a atenção para o aspecto interacional do poder, já que, para que ele exista, deve ser legitimado de acordo com as relações de poder. Em sua opinião, cabe aos estudiosos investigar como esse poder é exercido, manifestado, descrito, disfarçado ou legitimado por textos e declarações orais dentro do contexto social. Ressaltando que tem o controle ideológico da sociedade quem for capaz de controlar o discurso; trata-se de quem pode escrever o quê, para quem, em quais circunstâncias e o que se espera que o receptor compreenda.

Como referido acima, para ter acesso e controle sobre os meios de reprodução do discurso é preciso deter também o poder econômico, que dá o suporte para outros grupos sociais reproduzirem e legitimarem suas verdades. Em parte, a produção do discurso está atrelada a profissões que corroboram para a produção e manutenção de ideologias das classes dominantes para manter certas elites no poder, consoante assegura van Dijk (2008).

Sobre as possibilidades de investigação no âmbito da ADC, van Dijk (2008) menciona: as questões de gênero, discursos e textos da mídia, discurso político, o sentimento de nacionalismo, assim como investigações sobre questões étnicas, tais como etnocentrismo, racismo e antissemitismo. Em especial sobre o papel da mídia, o autor refere que “os estudos têm mostrado imagens preconceituosas, estereotipadas, sexistas ou racistas em textos, ilustrações e fotos” (VAN DIJK, 2008, p. 124). É precisamente a temática do racismo e discurso que toma bastante espaço nos seus trabalhos. O autor entende que a escrita e a fala no mundo atual cumprem o papel de reproduzir o racismo, bastando para tal verificar que as elites que detêm o controle do discurso e de todo o aparato que o dissemina, geralmente são constituídas por pessoas brancas. Os negros são minoria ou ausentes na política, como empregadores, no jornalismo, na publicidade, como escritores de livros didáticos, nas academias mundo a fora, a que evidencia o papel de dominação desempenhado por pessoas brancas, cujo pensamento permanece como hegemônico na sociedade.

Van Dijk (2008) assinala que uma das principais marcas do racismo na sociedade contemporânea é a sua negação. Em diversas formas, em vários gêneros discursivos e suas

estratégias de discurso. A negação do racismo pode se dar sob diferentes facetas, dependendo do tipo de situação e contexto social nos quais acontece. O praticante do ato racista pode recorrer ao argumento da defesa, quando, diante de acusações implícitas ou explicitas, justifica-se o ato alegando a não intencionalidade, o “eu não quis dizer isso”; outra alternativa encontrada para se sair da acusação, pode ser a mitigação, amenizando o ato, tentando lançar mão de eufemismos do tipo “não foi uma ameaça, mas apenas um alerta amigável”, ou pode utilizar-se da reversão, que é um contra-ataque direto e reto, do tipo “não sou eu o racista, ele é que é racista contra os brancos”. Trata-se de argumentos discursivos que podem ser observados em qualquer contexto e extrato social.

No Brasil, é bastante recorrente a prática do racismo, bem como a sua negação, em todas as formas mencionadas por Van Dijk. A título de exemplo, mencionaremos um fato ocorrido em agosto de 2014, durante um jogo de futebol entre o Santos e o Grêmio, na Arena em Porto Alegre, pela Copa do Brasil. Nos momentos finais da partida, quando o Santos vencia por 2 x 0, o goleiro Aranha interrompeu por instantes o jogo para chamar a atenção das câmeras de televisão para manifestações vindas da arquibancada do time adversário, as quais o insultavam com palavras e expressões racistas. Conforme a fala do goleiro, o teor das ofensas foi o seguinte:

A outra vez que viemos aqui jogar a Copa do Brasil tinha campanha contra racismo, não é à toa. Xingar, pegar no pé é normal. Agora me chamaram de 'preto fedido, seu preto, cambada de preto'. Estava me segurando. Quando começou o corinho com sons de macaco eu até pedi para a câmera filmar, eu fiquei p... Quem joga aqui sabe, sempre tem racista no meio deles. Está dado o recado, agora é ficar esperto para a próxima", desabafou o goleiro23.

As câmeras de televisão então filmaram vários torcedores do Grêmio fazendo gestos e imitações do macaco direcionadas ao goleiro Aranha, mas quem chamou mais a atenção foi a torcedora Patrícia Moreira, que o xingava repetidas vezes de macaco, enfatizando a palavra através do movimento da sua boca soletrando as sílabas da palavra “ma – ca – co”. A imagem da torcedora foi exibida em rede nacional durante vários dias e o caso ganhou muita repercussão.

23 Disponível em: https://esportes.terra.com.br/santos/fa-que-ofendeu-aranha-e-atacada-na-web-e-removida-

Ao observar a reação da torcedora, em entrevista coletiva, também exibida em rede nacional, pode-se notar facilmente que ela recorre à argumentação da defesa, apresentada por Van Dijk, pois ela, ao tentar se redimir com a vítima, apela para o choro torrencial, ressaltando inclusive que ela e a família têm muitos amigos negros, por isso ela não poderia ser racista. A seguir, as palavras da senhorita ao tentar se justificar:

Perdão de coração, eu não sou racista. Aquela palavra macaco não foi racismo, foi no calor do jogo. O Grêmio estava perdendo, o Grêmio é minha paixão. Eu largava tudo para ir ao jogo do Grêmio. Peço desculpas ao Grêmio, à nação tricolor, eu não queria prejudicar o Grêmio. Eu amo o Grêmio. Desculpas, perdão, perdão, perdão mesmo, eu não sou racista.24

Talvez mais clara ainda a argumentação da defesa, para fortalecer a negação do racismo praticado explicitamente seja a justificativa do advogado da torcedora, que se contradiz, inicialmente admitindo que foi cometido um erro do qual ela está arrependida, para em seguida se negar, afirmando que não houve o crime de racismo, minimizando o significado do termo “macaco” associado a pessoa negra:

A manifestação tem o objetivo de mostrar o arrependimento e o erro cometido. Vai ser claramente demonstrado que não há racismo da parte dela. Macaco, no contexto dentro do jogo de futebol, não se torna racista, ainda mais com a intenção que existiu. Isso se torna um xingamento no mundo do futebol — argumentou Alexandre Rossato25.

A abordagem relativa ao discurso político, cognição política, discurso e manipulação pode tamém ser verificada em van Dijk (2008). Centrando-se o autor nas representações mentais, sejam presentes nos atores políticos, seja nas representações adquiridas ou influenciadas pelos discursos exibidos no cotidiano. Os modelos mentais contrapõem crenças pessoais e cognições políticas adquiridas socialmente e são baseados em alguns conceitos como a memória episódica26 e a memória social27, sendo que ambas terão influência na elaboração dos discursos políticos. Van Dijk (2008) analisa de maneira mais direta como acontece a manipulação dos eleitores por parte dos políticos, com apoio da grande mídia,

24 Disponível em: http://www.brasil247.com/pt/247/rs247/152532/Palavra-'macaco'-n%C3%A3o-foi-racismo-

diz-torcedora.htm Acesso em 21 de outubro de 2016.

25 Disponível em: http://diariodesantamaria.clicrbs.com.br/rs/esportes/noticia/2014/09/perdao-perdao-perdao-

eu-nao-sou-racista-diz-gremista-que-xingou-aranha-4591583.html Acesso em 14 ee maio de 2016.

26 Em geral, formada pelos modelos subjetivos e experiências particulares.

27 Neste caso, a memória é constituída por normas, valores, ideologias, conhecimentos e atitudes constituídas

através dos discursos convenientes, falando o que a maioria do auditório quer ouvir, sendo agradável aos ouvidos menos atentos à realidade, mesmo que esse discurso não represente a realidade. Este tipo de discurso tem grande poder de convencimento, podendo até mesmo configurar abuso de poder. Para van Dijk (2008), isso revela a necessidade de desenvolver um bom nível de consciência, no intuito de proteger as pessoas do tipo de domínio nefasto que busca o controle, através da manipulação direta de crenças, ideologias, formação de opinião e aquisição geral de conhecimentos. Todo o aparato da manipulação ao serviço da conquista do poder.

Dessa forma, van Dijk (2008)aborda a temática das dimensões de poder expressas

através da produção textual e discursiva devido à relevância destas questões, visto que o controle das estruturas ideológicas costuma cumprir o papel de suporte na manutenção do poder, como afirma o próprio autor: Essa estrutura, formada por cognições fundamentais, socialmente compartilhadas e relacionadas aos interesses de um grupo e seus membros, é adquirida, confirmada ou alterada, principalmente por meio da comunicação e do discurso, em que analisa as formas de abuso e poder – manipulação, doutrinação e desinformação – que resultam em desigualdade e injustiças sociais.

No bojo da obra desse autor, observamos a descrição precisa de estratégias utilizadas pelos agentes que pretendem enviar mensagens propositadamente elaboradas nos discursos para interlocutores “controlados”, e para isso todos os detalhes são importantes, desde o emprego de metáforas, pronomes, adjetivos, as palavras certas para manchetes de jornal, tipos de imagens usadas nas matérias tratadas, enfim, tudo que possa sensibilizar o auditório, de forma que acredite no que está lendo/ouvindo. Van Dijk (2008) entende que na Análise Crítica do Discurso está a espinha dorsal que busca investigar e compreender o processo de produção/reprodução discursiva, com ênfase na relação do discurso com o poder em suas diversas manifestações, incluindo o abuso de poder.

Assim, o autor reconhece, em primeiro lugar, a existência de classes sociais de dominados e dominadores, admite que a sociedade vive em pleno processo de disputa pelo poder e, nesta luta, os grupos sociais que possuírem o controle dos meios de comunicação - que são veiculadores dos discursos - terão maiores possibilidades de não apenas dominarem os outros grupos, como terão condições de expandir sua influência e controle social. Embora

os grupos subalternos tenham poucas oportunidades de virar o jogo, elas existem, e em caso de reação e enfrentamento contra os grupos dominadores, o acesso e uso correto do discurso poderá ser uma arma fundamental para fortalecer a resistência.

Por outro lado, outro conceito fundamental que permeia toda a produção deste autor é o de manipulação, considerada por ele como uma das estratégias mais eficazes a serem utilizadas na prática social discursiva da classe social dominante, a quem interessa manter o

status quo. A forma de manipulação pode levar ao objetivo central do discurso dos poderosos,

os quais desejam fazer acreditar que seus interesses sejam também o interesse das minorias, naturalizando e legitimando determinada condição social e histórica. De modo que a manipulação ideológica pode facilmente se transformar em abuso de poder.

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