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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DE ESTUDO

2.5 ANÁLISE CUSTO, VOLUME E RESULTADO

Uma das principais funções da Contabilidade de Custos é fornecer informações para tomada de decisão, nesse sentido a separação dos gastos como fixos ou variáveis torna-se muito importante. A relação entre os custos fixos e variáveis que é um processo fundamental para a formação do preço de venda e a projeção de lucros.

2.5.1 Formação do preço de venda

Para se determinar o preço de venda em uma empresa primeiramente é necessário se conhecer o custo do produto, depois a quantidade demandada, os preços dos produtos concorrentes, os preços dos produtos substitutos e a estratégia de marketing da empresa.

Existem vários indicadores que impulsionam a empresa para a formação de preços, que Podoveze (2003) indica sendo, lançamento de um novo produto, alteração de preços dos concorrentes, variação significativa na demanda dos produtos, mudança de objetivos de rentabilidade da empresa, alteração de legislação, adaptação de novas estratégias e tecnologias, etc. A também objetivos para se formar um preço de venda, como por exemplo, expandir as vendas e o crescimento no mercado, evitar a competição e garantir a sobrevivência e ser o líder de preços.

Três processos diferentes podem ser usados para a formação de um preço de venda, que podem se basear nos custos, no consumidor ou na concorrência. No que se refere à formação do preço de venda com base nos custos Martins (2006, p.218) relata que:

nesta forma de calcular os preços – preços de dentro para fora - , o ponto de partida é o custo do bem ou serviço apurado segundo um dos critérios estudados: Custei por absorção, Custeio Variável etc. Sobre esse custo agrega-se uma margem, denominada mark up, que deve ser estimada para cobrir os gastos não incluídos no

custo, os tributos e comissões incidentes sobre o preço e o lucro desejado pelos administradores.

Os processos de definição de preços baseados nos custos buscam, de alguma forma, adicionar algum tipo de valor aos custos. Nesse sentido, Bruni, Famá (2004, p.322) traz a concepção que:

Diversas razões poderiam ser apresentadas como justificativas ao emprego do método definição de preços com base nos custos: simplicidade – ajustando preços ao custos, não é necessário preocupar-se com ajustes em função da demanda, segurança – vendedores são mais seguros quanto a custos incorridos do que a aspectos relativos a demanda e a mercado consumidor, justiça – muitos acreditam que o preço acima dos custos é mais justo tanto para consumidores, quanto para vendedores, que ontem um retorno justo aos seus investimentos, sem tirar vantagens do mercado quando ocorrem elevações da demanda.

Sendo assim, um dos fatores mais importantes para uma empresa é a determinação dos preços dos produtos e serviços comercializados. Alguns autores identificam essa atividade como uma verdadeira arte do negócio, pois o sucesso empresarial tem relação também com a formação correta dos preços, pode não ser diretamente, porém um preço equivocado pode interferir de forma negativa no objetivo maior de uma empresa, que é obter bons lucros.

2.5.2 Formação do mark-up

Para se obter o preço praticado de um produto ou serviço, pode-se usar uma ferramenta denominada de mark-up, que é um índice que se aplicado sobre os gastos de determinado produto ou serviço, forma o preço de venda. O mark-up pode ser formado por diversas formas, sobre o custo variável, sobre os gastos variáveis e sobre os gastos integrais.

De acordo com Bornia (2002, p. 60) “Mark-up é um multiplicador sobre os custos, ou uma parcela dos custos, a fim de se chegar ao preço de venda”.

Segundo Bruni, Famá (2004) existem duas formas para se encontrar o mark-up, são o multiplicador sendo o mais utilizado, onde representa por quanto devem ser multiplicados os custos para se obter o preço de venda a praticar; e divisor, menos usado, representa percentualmente o custo em relação ao preço de venda. Conforme fórmulas a seguir.

Multiplicador: Mark-up = _ Peço de venda ou Mark-up = ___________1___________ Custo Variável 1 – Soma Taxas Percentuais

Divisor: Mark-up = Custo Variável_ou Mark-up = 1 – Soma Taxas Percentuais Preço de Venda

Independente do tipo de mark-up que se utilizar para formar o preço de venda, chegará no mesmo valor final, significa que, existe duas maneiras de cálculo para chegar ao preço de venda.

2.5.3 Margem de contribuição

As empresas dificilmente produzem e vendem apenas um tipo de produto ou serviço, sendo assim, torna-se necessário o uso de um modelo de margem de contribuição, que deve conter os volumes e dados unitários, no formato de demonstração de resultados de um período.

Conforme Bornia (2002, p.72), “A margem de contribuição é o montante das vendas diminuído dos custos variáveis. A margem de contribuição unitário analogicamente, é o preço de venda menos os custos variáveis unitários do produto”.

Na mesma linha de pensamento Martins (2006, p.178) afirma que: “margem de contribuição por unidade, é a diferença entre o preço de venda e o Custo Variável de cada produto; é o valor que cada unidade efetivamente traz à empresa de sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou e que lhe pode ser imputado sem erro”.

A margem de contribuição tem a finalidade de tornar bem mais visível a potencialidade de cada produto, mostrando como cada um contribui para, primeiramente, amortizas os gastos fixos, e depois, forma o lucro propriamente dito (MARTINS, 2006).

Segundo Padoveze (2003) existem fatores que afetam o estudo da margem de contribuição, são eles, o preço dos produtos, a quantidade vendida/produzida ou nível de atividade, os custos variáveis por unidade, o total dos custos fixos, o mix dos produtos vendidos e a produtividade. Sendo que, qualquer alteração em uma das variáveis do modelo da margem de contribuição provocará alteração no resultado líquido da empresa, tanto para mais como para menos.

Wernke (2008, p.44) destaca as vantagens e limitações da margem de contribuição, sendo elas:

a) é um instrumento para avaliar a viabilidade de aceitação de pedidos em condições especiais. Por exemplo: quando existem restrições de matéria-prima ou horas de trabalho disponíveis ou por preços e quantidades diferentes dos praticados;

b) ajudam a administração a decidir que produtos devem merecer maior esforço de venda ou colocados em planos secundários ou simplesmente tolerados pelos benefícios de vendas que possam trazer a outros produtos;

c) são essenciais para auxiliar os administradores a decidirem se um segmento produtivo (ou de comercialização) deve ser abandonado ou não;

d) podem ser usadas para avaliar alternativas quanto a reduções de preços, descontos especiais, campanhas publicitárias especiais e uso de prêmios para aumentar o volume de vendas. As decisões desse tipo são determinadas por uma comparação dos custos adicionais, visando ao aumento na receita de venda. Quanto maior for o índice de margem de contribuição, melhor é a oportunidade de promover vendas. Quanto mais baixo o índice, maior será o aumento do volume de vendas necessárias para recuperar os compromissos de promover vendas adicionais;

e) a margem de contribuição auxilia os gerentes a entenderem a relação entre custos, volume, preços e lucros, fundamentando tecnicamente as decisões de venda;

f) basear o cálculo dos preços de venda somente com dados da margem de contribuição pode resultar em valores que não cubram todos os custos necessários para manter as atividades a longo prazo;

g) é útil para tomada de decisões de curto prazo, mas pode levar o administrador a menosprezar a importância dos custos fixos.

Sendo assim, o estudo da margem de contribuição é um elemento essencial que auxilia os gestores no processo de tomada de decisões de curto prazo, como também possibilita análises objetivando a redução dos custos, bem como políticas de incremento de quantidade de vendas e redução dos preços unitários de venda dos produtos ou mercadorias.

2.5.4 Ponto de equilíbrio

O ponto de equilíbrio é o nível de vendas em que o lucro é nulo. No entendimento de Padoveze (2003, p.278) o ponto de equilíbrio:

evidencia , em termos quantitativos, o volume que a empresa precisa produzir ou vender para que consiga pagar todos os custos e despesas fixas, além dos custos e despesas variáveis em que necessariamente ela tem de incorrer para fabricar/vender o produto. No ponto de equilíbrio, não há lucro ou prejuízo. A partir de volumes adicionais de produção de venda, a empresa passa a ter lucros.

A informação do ponto de equilíbrio da empresa, tanto no total global, como por produto individual, é importante, porque identifica o nível mínimo de atividade em que a empresa ou cada divisão deve operar.

Leone (2000, p.424) conceitua o ponto de equilíbrio como “o nível de produção e vendas onde os custos se igualam as receitas”. O mesmo autor relata que os gestores das empresas devem utilizar a análise do ponto de equilíbrio como auxilio nas funções de planejamento em curto prazo e nas tomadas de decisões.

Mudanças no preço de venda, nos custos fixos ou nos custos variáveis alteram o ponto de equilíbrio, ou seja, se o preço de venda do produto aumentar, a receita foi maior e o ponto de equilíbrio menor, caso os custos fixos ou os variáveis crescerem, o ponto de equilíbrio aumentará (BORNIA, 2002).

Existem três pontos de equilíbrio, são eles, o contábil, o financeiro e o econômico. O ponto de equilíbrio contábil é obtido pela análise dos gastos variáveis e fixos de uma determinada empresa, ou seja, o volume de vendas deve ser tal valor, que possa cobrir todos os custos, no qual o lucro foi nulo. Dessa forma a quantidade de vendas no ponto de equilíbrio contábil pode ser expressa como: PEC(Q) = gastos fixos/[preços-gastos variáveis unitários]. Para se chegar no volume em unidades monetárias das vendas basta multiplicar as vendas em unidades pelo preço de cada unidade comercializada (BRUNI, FAMÁ, 2004).

O ponto de equilíbrio possui benefícios e limitações, no que tange os benefícios Wernke (2008, p.55) orienta:

A utilização do ponto de equilíbrio e respectiva análise proporcionam diversos subsídios aos gerentes. Como toda análise de margem de contribuição o ponto de equilíbrio também auxilia a gestão de curto prazo da empresa. A informação do ponto de equilíbrio da companhia, tanto do total global, como por produto individual, é importante porque identifica o nível mínimo de atividade que a entidade ou cada divisão deve operar.

Já em face das limitações, esta o fato de o ponto de equilíbrio ser um método de utilização em gestão de curto prazo, onde, não permite pensar-se em se realizar um planejamento de longo prazo, para uma empresa que não apresenta resultados positivos e não remunere os possuidores de sua geração de recursos (WERNKE, 2008).

Seno assim, a determinação do ponto de equilíbrio é muito importante para a empresa, pois contribui para o gerenciamento da tomada de decisões, da forma que fornece subsídios para a realização da mesma, e também permite avaliar se a empresa em relação ao nível de operação lucro/prejuízo zero, pode a partir disto estabelecer metas para se afastar positivamente desse ponto, pois quanto mais perto a empresa tiver operando de seu ponto de equilibro, mais chances ela tem de os lucros passarem para prejuízos.

2.5.5 Margem de segurança operacional

A margem de segurança consiste na quantia de vendas que ultrapassam o ponto de equilíbrio da empresa. Padoveze (2003, p.290) conceitua margem de segurança como sendo “O volume de vendas que excede às vendas calculadas no ponto de equilíbrio. O volume de vendas excedente, para se analisar a margem de segurança, pode ser tanto o valor das vendas orçadas, como o valor real das vendas”.

A margem de segurança representa quanto às vendas podem diminuir para que a empresa incorra em prejuízo, podendo ser calculada em quantidade, unidades monetárias e em percentual (BRUNI, FAMÁ, 2004).

A forma expressa em percentual da margem de segurança é a mais interessante, pois segundo Bornia (2002, p.80):

...fornece informações mais fáceis de serem utilizadas pela administração. De fato, se a margem de segurança for dada em quantidades, a gerência terá que compará-la constantemente com as vendas totais. Essa comparação é feita automaticamente pelo cálculo da margem de segurança em forma de percentagem, que é simplesmente dividir a margem de segurança quantitativa pelas vendas da empresa.

A margem de segurança pode ser vista como uma medida cruciante do risco, pois existem eventos desconhecidos quando os planos são elaborados, podendo reduzir as vendas abaixo do nível esperado. Então quanto maior for à margem de segurança operacional menor é o impacto devido a eventos inesperados de redução de venda.

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