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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DE ESTUDO

2.6 LEGALIZAÇÃO MEI

Muitas pessoas hoje buscam ter sua própria renda, trabalhando em seu próprio negócio, e alvejando assim também, a satisfação pessoal. Segundo Maria, Souza (2013) “A informalidade no Brasil destacou-se na década de 90 com a crise do mercado de trabalho que atingiu o país de forma significativa”. Os mesmos autores relatam ainda que:

O crescimento da informalidade na economia coloca em cheque, o sistema estatal de fiscalização e de arrecadação tributária, gerando uma produção de riquezas que não é documentada nas estatísticas.

Com a problemática em torno do emprego informal, com a influência da globalização, programas oficiais são ofertados com o intuito de amparar o pequeno negócio. O incentivo ao MEI é um dos caminhos propostos de incentivo ao pequeno negócio.

O MEI tem como meta principal reduzir a informalidade no mercado brasileiro, possibilitando ao Governo Federal elevar sua arrecadação com os trabalhadores que hoje aparecem na informalidade e permitir a estes últimos, por sua vez, terem acesso a benefícios que somente os trabalhadores formalizados possuem atualmente (PAIVA et al, 2013).

Empreendedorismo é o ato de criar e gerenciar um negócio, onde a pessoa assume riscos em busca de lucro, a primeira tarefa para quem deseja abrir ou fazer a legalização do seu próprio negócio é conhecer as suas características empreendedoras e verificar quais as

habilidades que são necessárias desenvolver ou melhorar. Dentre as características tem-se, iniciativa, persistência, comprometimento, exigência de qualidade e eficiência, correr riscos calculados, saber estabelecer metas, buscar informações, planejar e monitorar sistematicamente, etc. (SEBRAE, 2014).

Para se enquadrar no MEI a necessidade de se enquadrar em alguns critérios, que conforme Maria, Souza (2013, p.8) são:

Empresa individual (sem sócios), faturamento mensal de até 5 mil reais, ter um empregado que receba salário de somente um salário mínimo ou piso da categoria, a atividade da empresa tem que se enquadrar no simples nacional, não ter empresa em seu nome nem participar de outra empresa como sócio.

Na mesma linha de pensamento Bijos, Barbosa (2013, p.9) relatam que:

A Lei Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011, definiu que o micro empreendedor individual corresponde ao empresário individual que aufere receita bruta, cumprindo os requisitos que menciona, de até sessenta mil reais (a LCP nº 139, de 2011, aumentou esse valor, antes correspondente a R$ 36.000,00). Esse valor corresponde ao rendimento de em média cinco mil reais por mês, caracterizando a pequena dimensão do negócio praticado pelo micro empreendedor.

Conforme SEBRAE (2014):

... o trabalhador conhecido como informal pode se tornar um Microempreendedor Individual legalizado e passa a ter CNPJ, o que facilitará a abertura de conta bancária, o pedido de empréstimos e a emissão de notas fiscais. Será enquadrado no Simples Nacional e ficará isento dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL). E irá pagar atualmente o valor máximo de R$ 39,90 por mês. O MEI paga imposto "zero" para o Governo Federal. E apenas valores simbólicos para o Município (R$ 5,00 de ISS) e para o Estado (R$ 1,00 de ICMS). Já o INSS será reduzido a 5% do salário mínimo (R$ 33,90). Com isso, o Empreendedor Individual tem direito aos benefícios previdenciários, como auxílio maternidade, auxílio doença, aposentadoria, entre outros.

Dentre das vantagens da Lei 128/2008 que regulamenta o MEI, esta a possibilidade da contratação de um funcionário com menores despesas, nesse sentido Cordeiro (2012, p.10) explica que:

... o micro empreendedor individual pode registrar até no máximo um empregado, que receberá o salário mínimo vigente ou piso da categoria. Deverá ainda o MEI recolher para a previdência o valor referente a 11% (sobre o salário mínimo em vigor), dos quais 3% de responsabilidade do empregador e 8% recolhidos do empregado. Soma-se a isso mais 8% do salário mínimo em vigor recolhidos ao FGTS...

Como toda pessoa que deseja abrir um MEI deve passar por alguns passos para fazer a legalização, o que acarreta em despesas. SEBRAE (2014) orienta em como se deve proceder na realização dessa legalização:

A formalização do Microempreendedor Individual poderá ser feita de forma gratuita no próprio portal, no campo FORMALIZE-SE.

Após o cadastramento do Microempreendedor Individual, o CNPJ e o número de inscrição na Junta Comercial são obtidos imediatamente, não sendo necessário encaminhar nenhum documento (e nem sua cópia anexada) à Junta Comercial. O Microempreendedor Individual também poderá fazer a sua formalização com a ajuda de empresas de contabilidade que são optantes pelo Simples Nacional e estão espalhadas pelo Brasil. Essas empresas irão realizar a formalização e a primeira declaração anual sem cobrar nada. [...] Após a formalização, o empreendedor terá o seguinte custo:

- Para a Previdência: R$ 36,20 por mês (representa 5% do salário mínimo que é reajustado no início de cada ano);

- Para o Estado: R$ 1,00 fixo por mês, se a atividade for comércio ou indústria; - Para o Município: R$ 5,00 fixos por mês, se a atividade for prestação de serviços.

Para a legalização do MEI, é necessário seguir uma série de etapas, sendo elas:

- A inscrição do Empreendedor Individual feita através da internet, no endereço www.portaldoempreendedor.gov.br. Esse processo requer primeiro que se faça uma pesquisa do nome empresarial, ou seja, o nome que o empreendedor quer dar ao seu empreendimento, onde o sistema informará se o nome poderá ser registrado e, se não, dará opções de outros nomes.

- O preenchimento da ficha de inscrição onde se informará os dados pessoais e os do negócio que está registrando, esse procedimento também envolve a opção pelo Simples Nacional, que após ser realizada gerará automaticamente os registros no CNPJ, na Junta Comercial e na Previdência Social.

- A impressão e assinatura do documento que deve ser encaminhado para a Junta Comercial, juntamente com as cópias de RG e CPF num prazo de até 60 dias. Pela Internet o empreendedor já estará formalizado, porém, o envio do requerimento à Junta Comercial é necessário porque a lei exige a assinatura.

- Emissão do Documento de Arrecadação Simplificada (DAS), por meio do qual se fará o pagamento do imposto único mensal. Como esse valor é fixo, poderá ser solicitado o DAS para o ano inteiro e pagar mês a mês. O valor do DAS divide-se da seguinte forma: para a Previdência Social R$ 36,20 (representa 5% do salário mínimo que é reajustado no início de cada ano), para o Estado R$ 1,00, se a atividade for comércio ou indústria e para o Município R$ 5,00, se a atividade for prestação de serviços (SEBRAE, 2014).

Toda atividade comercial, industrial ou de serviço precisa de autorização da Prefeitura para ser exercida, para o Micro Empreendedor Individual essa autorização, que inclui alvarás de funcionamento e sanitário, como também, o auto de vistoria do Corpo de Bombeiros é concedida sem o pagamento de qualquer taxa. Conforme SEBRAE (2014):

Ao se formalizar como Micro Empreendedor Individual, automaticamente, será emitido um alvará provisório para que o negócio possa funcionar. Mas a prefeitura tem um prazo de até 180 dias para emitir o alvará definitivo. Após esse prazo é necessário procurar a prefeitura para pegar o alvará definitivo. Para mais esclarecimentos procure a prefeitura da sua cidade.

Os empreendedores que procuraram a legalização do seu negócio estão percebendo o quanto é importante realizar essa formalização.

Desde a entrada em vigor da LC 128/2008 é bastante expressivo o número de novas legalizações, e a tendência é aumentar cada vez mais, já que a mesma incentiva e dispõe de meios que possibilitam a simplificação da formalização. Muitos trabalhadores autônomos e desempregados tornaram-se empreendedores e, assim, tiveram a oportunidade de serem incluídos no cenário socioeconômico brasileiro, além, de poderem contribuir para a previdência social e garantir a tão almejada aposentadoria (BATISTA et al, 2013).

Portanto, a legalização da empresa possibilita trabalhar com mais tranquilidade, pagando seus impostos, e tendo a ajuda da contabilidade através dos escritórios contábeis, sem se preocupar com fiscalizações e se protegendo com os benefícios do INSS. Ao passo que o trabalhador informal corre o risco em permanecer na ilegalidade, ficando exposto a prejuízos incalculáveis, de forma desnecessária, visto que hoje ele já pode legalizar seu empreendimento sem muita burocracia e com uma carga reduzida de impostos a pagar.

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