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ANÁLISE DA OFERTA DO MEL NO MERCADO NORTE-AMERICANO 55

No documento Internacionalização da COOPASC (páginas 56-61)

O mercado norte-americano é bastante disputado em relação à oferta do mel a granel e manufaturado, devido ao grande número de consumidores presentes que atrai os maiores competidores domésticos e internacionais.

Conforme a pesquisa realizada pela DAI Brasil (2006) com base no estudo da Schneider & Associados de 2004, o consumo de mel nos Estados Unidos destina-se principalmente para o fomento industrial, na medida em que cresce a demanda por produtos prontos para consumo. No mercado norte-americano no que diz respeito à venda de mel em pote com destino à mesa do consumidor, a preferência é por méis de cores claras, e principalmente durante os meses de inverno, em que se obtém maior demanda.

Para Hasen (2010, tradução nossa) em 2010:

A indústria de apicultura nos EUA é facilmente acessível: entrada e saída industriais são fáceis. A indústria é segmentada entre três tipos de produção: Hobby-sized, part-time e commercial. A produção conhecida como Hobby-sized é classificada de 5 a 25 colônias, pela análise da USDA; part-time, são os apicultores que possuem um mínimo de 25 e no máximo 300 colônias; acima de 300 colônias são conhecidos como commercials. Hobbyists e part-timers somam 40% da produção de mel norte-americana e 1600 apicultores comerciais são responsáveis pelos outros 60%.

Também conforme Hasen (2010, tradução nossa), existe nos EUA uma grande dúzia de empacotadores de mel comercial que processa mais de 50% do que é comercializado no mercado interno. O balanço da produção doméstica é processado, empacotado e vendido para pequenas firmas ou para apicultores individuais.

Hasen (2010, tradução nossa) destaca a Sioux Honey Association como a associação líder em empacotamento e processamento de mel, com mais de 300 membros em mais de 30 estados norte-americanos, produzido aproximadamente 40 milhões de libras todo

 

ano. Os principais produtos são: Sue Bee, Clover Maid, Aunt Sue, Nature Pure e North

American brands.

Com base no site da Sioux Honey Association (2010) a associação começou a atuar a partir de 1921, com apenas cinco apicultores perto de Sioux City, no estado de Iowa. Atualmente a associação é conhecida como Sioux Bee, mas em 1964 a associação passou a se chamar Sue Bee. Atualmente a associação opera no Oriente Médio, Europa, América Central e do Sul.

Observa-se na figura 4 ondeconstam alguns dos produtos da Sue Bee, que possuem uma variedade ampla de mel natural, há méis com essências, orgânicos, tempero para churrasco a energizantes, com preços mínimos de $ 4,99 para a caixa de 12 energizantes até $72,00 para embalagem de seis, contendo aproximadamente 2.26796 kg cada embalagem de mel clover. O mel orgânico é vendido em bisnagas para o consumidor final no valor de $52,44, em uma caixa com 12, aproximadamente 0.453592 kg.

Figura 4 – Produtos Sue Bee Fonte: Elaboração da autora, 2010.

Conforme a pesquisa de mercado do mel desenvolvida em 2007 pelo governo província de Saskatchewan do Canadá HONEY INDUSTRY... (2007), esta destaca além da Sioux Honey Association, a Dutch Gold Honey, uma grande produtora de mel independente, que concentra outra boa parte do mercado nos EUA e presta serviços de manutenção a retalho, food service e clientes, e possui 13 variedades diferentes de mel. A companhia tem quatro divisões do negócio em dois estados (Pensilvânia e de New-Hampshire).

 

De acordo com o Dutch Gold Honey (2010) processa-se mais de de 50 milhões de libras de mel todos os anos, distribuindo para as maiores indústrias do alimento. A companhia também vende somente dentro dos Estados Unidos e todo o mel é kosher certificado.

Veja na figura 5, alguns dos produtos da Dutch Gold Honey, que vale destacar o mel orgânico vendido por $5,50 dólares no mercado norte-americano, no qual é proveniente de especiais colméias das regiões remotas do Brasil, e portanto caracteriza-se como um produto livre de pesticidas e herbicidas segundo a Dutch Gold Honey (2010). Observa-se ainda que este produto é classificado como grade A e possui o selo de origem orgânica estipulado pelo USDA.

Figura 5 – Produtos Dutch Gold Fonte: Elaboração da autora, 2010.

A Dutch Gold Honey também possui uma coleção de méis provenientes de especiais floradas: Alfafa, Blueberry, Buckwheat, Eucalyptus, Orange Blossom, Tupelo,

Clover, Golden, Premium e Wild Flower.

Segundo a pesquisa canadense, as marcas Dutch Gold Honey AE a Sioux Honey Association, em 2006 possuíram respectivamente um market share de 23,5 % e 24,1%.

 

Entretanto existe uma variedade com mais de 300 tipos de classificações de mel, abrindo ainda um grande espaço a outras marcas; em um boletim Berry (2009) relata que:

O mercado dos Estados Unidos apresenta um número de oportunidades nacionais e regionais para exportadores de mel baseados no declínio doméstico de fornecimento, nas pressões de consumidores por variedades populares, a questão de preços envolvendo as preferências dos consumidores, e particular, o aumento da demanda por produtos orgânicos.

Logo, no que diz respeito à oferta do mel neste mercado, existem marcas consolidadas no setor do mel, responsáveis por uma grande fatia do market-share, o que se pode considerar como uma forte ameaça. No entanto para saber de que forma a COOPASC poderá entrar no market-share, deve-se verificar os fatores relativos à demanda neste mercado.

3.7.1 Análise da demanda

O mercado norte-americano é atrativo devido ao tamanho da população, que por sua vez caracterizam-se como potencias consumidores.

Os Estados Unidos portanto é um forte mercado consumidor, porque detém da terceira maior população do mundo estimada em 307.212.123 bilhões em julho de 2010, perdendo apenas para a China e Índia no ranking, segundo dados da Central Intelligency Agency (2010)

É importante salientar, portanto de que maneira este mercado configura-se, e as atuais tendências.

Conforme Hasen (2010)nos Estados Unidos, o mel é caracterizado como:

O mel é um adoçante natural e compete com o tradicional açúcar e outros adoçantes. Existem 300 diferentes tipos de mel com cores variadas, sabores e densidades. Estas variações são atribuídas ao florescimento da flora da área geográfica. A escala de cores varia de claras a marrom-escuras, respectivamente como white e dark brown, e os sabores variam de suave a fortes. A USDA classifica mel entre sete categorias de cores e quatro classificadas com base na combinação de sabores, claridade, ausência de defeitos e a presença de misturas.

O consumo norte-americano conforme o boletim do mercado do mel de 2008, é caracterizado por cores claras, diferente da produção brasileira que tem características com predominância de cores mais escuras, determinadas como Amber e Darker Amber, e com

 

sabor mais forte, o que se assemelha com a preferência dos consumidores europeus. (HONEY..., 2010).

Porém o Brasil também de acordo com o boletim, tem por diferencial o aumento na escala da produção de méis 100% orgânicos, o qual é uma nova tendência de consumo nos Estados Unidos.

Com base em uma pesquisa canadense de 2009, direcionada ao mercado americano, e elaborada por Berry (2009)os principais produtos hoje consumidos nos Estados Unidos são, além do mel líquido natural também os méis com essências de frutas, os palitinhos de doce de mel apreciados pelas crianças e méis com infusão de ervas e condimentos.

O Canadá, segundo Berry, (2009) é talvez o mais forte concorrente do produto brasileiro, devido à intensa relação comercial entre esse país e os EUA e pelo comércio livre do norte da América; todavia, o Canadá também sofre com o alto preço da mão de obra no país e pouca produção de mel em relação ao Brasil.

Para a National Honey Board (2010) as mais comuns variedades de mel são:

Alfalfa, Avocado, Basswood, Blueberry, Buckwheat, Clover, Eucalyptus, Fireweed, Orange Blossom, Sage, Sourwood, Tulip Poplar, e Tulepo. Clovers é uma planta popular nos EUA,

mas Alfalfa é muito procurada pelos estados do Oeste.

Phipps (2010)destaca o mel nos EUA como a nova tendência dos alimentos saudáveis.

Produtos verdes, no qual o mel faz parte, representam uma significante tendência. A ênfase no crescimento acima das variedades é o segundo fator; e a habilidade em vincular consumidores por comidas naturais com benefícios saudáveis é a terceira e talvez a mais promissora. América tem visto isto ocorrer com amêndoas, blueberries, chá, chocolates, vinhos, etc. Agora é a vez do mel.

Já no Brasil o cenário do consumo interno é totalmente oposto dos EUA e da Europa, de acordo com Saraiva (2010) em uma reportagem sobre o aumento das exportações brasileiras: “O desafio é ampliar a venda interna. Enquanto o europeu consome cerca de até 1,5 kg de mel por ano, o brasileiro não passa de 120 gramas.”

Esta falta de hábito de consumo pelos brasileiros, mobilizou a CBA, Confederação Brasileira de Apicultura, que junto com o Banco do Brasil, e o SEBRAE, lançaram no dia 7/08/2010 em Sergipe uma nova campanha nacional pelo consumo do mel.

Em contraste com o consumo brasileiro, os Estados Unidos vestem um mercado caracterizado com uma grande demanda, porém com forte competitividade. Todavia, os

 

grandes concorrentes domésticos possuem uma variedade limitada de produtos relativos aos sabores do mel, sendo que nas informações analisadas este setor conta com uma alta gama de produtos, o que se torna possível à inserção de um novo concorrente que saiba investir em um diferencial produtivo.

Enfim pode-se afirmar com base nas análises realizadas, que há um nicho oportuno para empresas brasileiras que produzem principalmente méis orgânicos e que detêm um diferencial competitivo; como a exemplo o mel elaborado das floradas do famoso café brasileiro, porém a inserção neste mercado deverá ser de forma cautelosa e com visão de longo prazo, já que existe um market-share composto principalmente por duas grandes companhias consolidadas neste mercado.

Referente às condições de oferta e demanda do setor do mel, o comportamento do preço no mercado é um reflexo destes fatores, analisa-se a seguir o preço do mel no mercado.

No documento Internacionalização da COOPASC (páginas 56-61)