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5. Resultados e Discussão

5.4 Análise da sequência didática e sua aplicação

Nesta parte do trabalho pretende-se analisar a aplicação da SEI desenvolvida em conjunto pela professora e pesquisadora. A análise foi conduzida considerando as categorias identificadas na análise dos registros orais coletados nas entrevistas com todas as professoras participantes.

Após fazer os ajustes necessários para que a sequência didática fosse colocada em prática, houve mais uma reunião para que professora e pesquisadora pudessem compartilhar as informações com mais clareza.

Na primeira aula, a professora adaptou o elemento disparador do tema. Para iniciar o processo de construção do conhecimento em sala de aula, a professora sugeriu uma roda de discussão e perguntou aos alunos o que eram insetos e quais insetos eram encontrados em suas casas. Em seguida, a professora sugere que os alunos coletem insetos pela escola e oferece a possibilidade de coletar as amostras utilizando a armadilha pitfall.

Ao explorar o espaço da escola, alunos e professora escolheram dois pontos de coleta para a instalação das armadilhas. (Figura 3, figura 4, figura 5)

Figura 3: Imagem da professora preparando o solo no primeiro ponto de coleta para receber a armadilha.

Fonte: Registros pessoais fornecidos pela professora Lorena.

Figura 4: Imagem da armadilha sendo instalada no segundo ponto de coleta.

Figura 5: Imagem da segunda armadilha instalada no ponto de coleta.

Fonte: Registros pessoais fornecidos pela professora Lorena.

No quadro 11, a professora descreve o engajamento dos alunos após o procedimento de instalação das armadilhas no pátio da escola.

Quadro 11: Episódio 9 – Início da coleta. Reunião Entrevista Final

Sujeito Fala transcrita

Lorena (...) a gente colocou em dois locais e quando estávamos voltando para a sala, tinha uma maria fedida andando no meio do corredor, do pátio. E agora, as crianças são assim, quando você chama a atenção deles para essa coisa do inseto, eles ficam assim... Eles ficam vendo inseto em tudo quanto é lugar, até onde não tem inseto. Mas esse não é o caso, ai eles viram tudo! Bom, tiveram curiosidade, começaram a fazer mil perguntas, é maria fedida? É besouro? O que é? O quê, não é? Fonte: autoria própria.

Neste episódio, a professora relata o engajamento dos alunos na fase de coleta da sequência didática. Após a instalação das armadilhas, os alunos demonstraram muito interesse, engajamento e se divertiram ao realizar tal atividade, além de terem aprendido uma das técnicas de coleta de inseto. Estas atitudes são defendidas por Hudson (2004) para justificar a importância da atividade prática nas aulas de ciências. Neste momento, também se nota que para realizar atividades que utilizem o método científico, não foi necessária a presença de um laboratório físico ou remoto, assim como sugere Sasseron (2015). Os mais variados espaços da escola podem ser utilizados para conduzir as atividades investigativas.

Após dois dias de espera, a professora relata o momento em que a turma foi levada ao pátio da escola para recolher o material nas armadilhas instaladas (Quadro 12).

Quadro 12: Episódio 10 – Recolhimento do material. Reunião Entrevista final

Sujeito Fala transcrita

Lorena (...) eu fui recolher. Foi meio frustrante. Não tinha... tinha mais terra, mais folha do que qualquer outra coisa, mas mesmo assim, fiz todo o procedimento, coletei, viramos em um pano, num lugar que desse para ver tudo o que estava ali dentro. E assim, uma larva, uma larvinha de um bicho, não sei qual bicho, assim minúscula, muito pequena e uma aranha, minúscula, minúscula.

Fonte: autoria própria.

Neste momento, a professora relata o momento de frustração coletiva ao perceber que as armadilhas para coleta de insetos não funcionaram como o esperado. A sequência investigativa permitiu que os alunos experimentassem o sentimento de frustração, para a partir disso, criarem novas estratégias para a coleta de exemplares para a coleção. Para tal, a turma contou com a colaboração de funcionários da escola e da comunidade fora do ambiente escolar para a coleta ativa de material. Nesta movimentação, a turma conseguiu reunir diversos exemplares para estudo. O momento de frustração permitiu a abertura para o desequilíbrio afetivo à frente do novo, importante para manter o aluno comprometido com o aprendizado. (GIORDAN, 1999)

Dentre os materiais coletados, enfatizamos a coleta de uma lagarta encontrada por uma funcionária da escola e entregue para a professora Lorena. (Quadro 13)

Quadro 13: Episódio 11 – Coleta da lagarta. Reunião Entrevista final

Sujeito Fala transcrita

Lorena (Momento após a aula) Aí eu catei o bicho, coloquei ele num potão que eu tinha de suco. E falei “imagina, vou criar essa borboleta com as crianças”. Levei a lagarta para a sala, mostrei. Ai primeiro teve aquele grito, mas depois foi tudo bem. Ela é super linda, verdona, vou mandar foto para você ver, com os chifrinhos roxos, depois uns menores cor de laranja. eu acho lindo, né? Aí pus lá umas folhinhas pra ela comer e ela começou a devorar tudo, ai passei, todo mundo olhando, super legal. AÍ achei aquele espaço muito pequeno, então conversei com os alunos para ver se alguém tinha um pote maior. E a menina disse que tinha um aquário e ficou de trazer o aquário hoje. E ela trouxe o aquário hoje. E era um aquário pequeninho também. (...) Menina, a hora que eu fui olhar a lagarta, eu vou te mandar foto. Ela estava cheia de coisinha branca, uns pontinhos brancos, eu nunca tinha visto aquilo e não sabia o que era. AÍ eu conversei com dois professores de ciências da escola. Um deles acha que é ovo de vespa que tipo, uma vespa usa um hospedeiro, tipo, para botar os ovos assim. Ela está cheia disso. E aí agora eu tô na dúvida cruel. E isso aconteceu era meio dia, a hora que eu falei com o professor de ciências, eu não sei se... ele me sugeriu, ou entrega para Deus e vê se ela sobrevive, mas provavelmente ela vai morrer, os ovos, os insetinhos vão sugar ela. Ou eu compro uma pinça e vou tirando ovinho por ovinho das costas dela para ver se ela sobrevive e vira casulo ou pupa, para virar mariposa ou borboleta. Ele acha que é mariposa. Bom, sei que a história é essa e estamos nessa fase.

Fonte: autoria própria.

Neste momento, a professora relata a expectativa dela ao coletar a lagarta, assim como a reação e interação da turma. A necessidade de oferecer um espaço adequado para a lagarta surgiu da participação dos alunos no momento de decisão. Houve colaboração para a provisão do novo aquário para a lagarta. Isto demonstra que os alunos deixaram de ser agentes passivos e começaram a participar ativamente da construção do conhecimento (AZEVEDO, 2004). O desdobramento do episódio se deu com a interação da professora Lorena com o professor de ciências da escola e da tomada de decisão sobre o que fazer com a lagarta. Segundo Ducatti-Silva (2005) interação entre a professora Lorena e o professor de Ciências da escola demonstra que ela dá atenção e importância para o ensino desta disciplina.

A professora Lorena tentou tirar alguns ovos da lagarta, no entanto, notou que os ovos eram pupas e a lagarta já estava morta. Juntos, alunos e professora concluíram suas observações (Quadro 14).

Quadro 14: Episódio 12 – Relato da professora a respeito da conclusão da observação da coleta.

Reunião Entrevista final Sujeito Fala transcrita

Lorena Concluímos que quando coletamos a lagarta ela já estava infectada pela vespa e que as larvas da vespa já haviam devorado a lagarta por dentro. O que imaginamos ser ovos, já eram as pupas da vespa. Como a discussão sobre enterrar a lagarta ou deixar as vespas nascerem não foi levantada novamente por eles, achei por bem deixar a natureza seguir o seu curso.

Eu lacrei muito bem o aquário onde estavam a lagarta com as pupas da vespa, pois temia que de um dia para o outro elas nascessem e fugissem pelos orifícios que havia feito no filme plástico com o qual cobri o aquário para não matar a lagarta sufocada. Dois dias se passaram e lá estavam elas, inúmeras vespinhas ainda com suas asas úmidas sem ter para onde, nem como voar.

Levei o aquário para fora da sala, fizemos uma roda no pátio e pedi que observassem um a um o que havia acontecido.

Observamos que as pupas estavam rompidas, as vespas ainda com as asas úmidas e que quase todas haviam nascido bem. Definitivamente a lagarta estava morta. Coletei dois exemplares da vespa para nossa pesquisa no laboratório e as demais enterramos junto com a lagarta.

Fonte: Autoria própria.

O episódio descrito anteriormente, mostra o processo de reflexão realizado entre as partes e a compreensão do ciclo da vida da mariposa. Neste momento, os alunos compreenderam a importância das formas de vida presentes naquela situação específica e segundo a professora, eles compreenderam que não existem animais “bons” ou “maus”, mas a natureza possui um curso próprio, onde julgamentos da sociedade humana não são aplicáveis. A figura 6 traz imagens da lagarta coberta por pupas.

Fonte: Registros pessoais fornecidos pela professora Lorena.

A partir deste exercício de observação e conclusão, os alunos decidiram observar no microscópio remoto uma das vespas que se desenvolveram no corpo da lagarta coletada. O laboratório remoto funciona neste momento, como a ampliação de uma possibilidade complementar de observação do material coletado.

Após a coleta, a professora assistiu o filme “Vida de Inseto” e realizou a leitura do livro “Os Insetos” em conjunto com a turma. Ao passo que realizava a leitura, a turma elaborou um diagrama de Venn (figura 7), a fim de comparar e contrastar elementos de ficção e científicos no filme relativo aos insetos.

Figura 7: Diagrama de Venn elaborado conjuntamente pela turma e registrado pela professora.

Fonte: Registros pessoais fornecidos pela professora Lorena.

Após a elaboração do diagrama de Venn, a professora iniciou a realização de um texto coletivo a partir da interpretação dos livros “Vagalumice” e “Aranha Por um

Fio”, no entanto, não conseguiu terminar devido a necessidade de aplicação de avaliações trimestrais requeridas pela escola.

Ao passo que o texto em conjunto era elaborado, iniciaram-se as atividades de observação no laboratório remoto das amostras coletadas. O texto colocado na página do experimento remoto no site foi elaborado pela pesquisadora e revisado pela professora Lorena. A ideia foi manter um vocabulário simples, retomando a atividade e os questionamentos foram realizados oralmente durante a aula. Escolheu-se não adicionar campos para escrita de respostas, pois os alunos estão em processo de alfabetização e a atividade estava planejada para ser realizada na sala de vídeo, portanto, os computadores não seriam disponibilizados para os alunos. A versão final do layout do site disponível para observação dos insetos coletados encontra-se na figura 8.

Figura 8: Captura de tela da observação realizada pelos alunos com a professora Lorena.

Fonte: Site do LTE.

Os alunos foram duas vezes à sala de vídeo para realizar as observações. Durante a primeira visita, alguns alunos da turma da professora Lorena não estavam presentes e a observação aconteceu em conjunto com os alunos da professora Elizabete. Enquanto, na segunda visita, todos os alunos da turma da professora Lorena estavam presentes e os alunos da turma da professora Elizabete não estavam presentes.

No primeiro dia destinado à observação dos animais coletados, a professora relata (quadr0 15) que os alunos puderam, de certo modo, compreender o

funcionamento do laboratório remoto, pois devido à problemas técnicos na disposição das câmeras, houve a necessidade de apoio de um dos membros do LTE para reposicionar as câmeras para que os alunos pudessem observar com clareza as amostras.

Quadro 15: Episódio 13 – Relato do uso do LR. Reunião Entrevista final

Sujeito Fala transcrita

Lorena Aí foi legal que no primeiro dia que a gente foi... o rapaz lá, Gabriel, né? Enquanto ele estava arrumando, a gente estava vendo. Isso foi legal! Eu tinha me esquecido desse detalhe. Por que lembra que estava com problema e ele estava ajeitando? Eu já estava lá na sala já com tudo na sala. E eles sentados e os bichos assim, mexendo... a coisa se mexendo. E eu falei “olha, vocês estão vendo? Isso está acontecendo agora. O rapaz está lá no laboratório arrumando os insetos, os bichinhos pra gente ver melhor. Está vendo o zoom, se está bom, se não está.” Então isso foi legal. É, porque deu uma ideia de realidade. De que isso está acontecendo naquele momento. Foi muito jóia. Eu adorei.

Pesquisadora Ah que legal! Que bom no final que acabou acontecendo isso pra ajudar as crianças na percepção do laboratório mesmo, né?

Lorena Sim, entendeu! Que é algo concreto, que não é algo que está lá dentro do computador. Que para eles, a internet é algo que está dentro do computador. Aí mesmo quando eu escaneei o livro, eu peguei o livro que a gente está escrevendo. Escaneei folha por folha e aí eu fiz um power point e coloquei para eles no telão. Ai os... eu tenho uns que “mas é livro?”, ai eu falei “olha, a prô tirou uma foto do livro e colocou no computador e a gente vai escrever a história.” Está sendo super legal, eles estão sendo super criativos. Eu percebi que eles têm mais ideias, sabe? Do que falar e do que sugerir, não só aquela mera descrição da imagem como geralmente acontece nessa idade. Isso está sendo bem legal também.

Fonte: Autoria própria.

Através desta breve interação descrita no episódio 13, parte dos alunos puderam, além de observar o material coletado, compreender o funcionamento do laboratório remoto. A fala da professora demonstra que os alunos ampliaram a percepção sobre o uso da internet ao compreender que a internet é um veículo que pode permitir acesso à objetos e situações que estão fisicamente distantes. Além de

promover o engajamento e motivação dos alunos nas atividades propostas (HODSON, 1994; GIORDAN, 1999; BORGES, 2002; BAROLLI et al., 2010a).

Logo após a descrição da interação dos alunos com o LR, a professora Lorena relata suas impressões a respeito do laboratório remoto (Quadro 16). Lorena descreve a interação e participação dos alunos no projeto. Segundo ela, os alunos demonstraram muito interesse na proposta. A expressão curiosidade e o aumento no número de perguntas foram atitudes pontuadas pela professora. As atividades experimentais devem buscas encorajar este tipo de atitude nos alunos de modo que eles se envolvam na proposta e sejam ativos na construção do conhecimento. (HODSON, 1994)

Quadro 16: Episódio 14 – Impressões a respeito do projeto. Reunião Entrevista final

Sujeito Fala transcrita

Lorena Eu sempre gostei de fazer trabalho de pesquisa, igual eu falei para você, né? E eu acho que faz toda a diferença, porque assim, eles se envolvem muito mais. Não vou dizer que todos se apropriam do conhecimento da maneira que você gostaria que acontecesse, mas eu acho que eles questionam mais, trazem mais questões, ficam mais curiosos, participam mais... Menina, o negócio está tipo: “Acabou! Chega! O projeto acabou”. E tem uma que chegou hoje assim: “Professora, eu achei duas aranhas hoje em casa, posso trazer?”. E eu “então gente, acabou! Deu né?” (Risos) A gente tem outras coisas para trabalhar! Agora é corpo humano... Então tem que dar um corte... Fonte: Autoria própria

Em seguida, destaca-se dois episódios (quadros 17 e 18), onde a professora Lorena relata sobre o desempenho de um aluno durante a aplicação da SEI. Breno apresenta um quadro de muita dificuldade no processo de alfabetização e, segundo a professora, está sempre distraído nas aulas. No entanto, durante o processo de investigação, o aluno se destacou. Pode-se perceber que a sequência investigativa aliada à experimentação possibilitou que a professora pudesse reavaliar seu olhar sobre o interesse do aluno.

Quadro 17: Episódio 15 – Relato sobre desempenho de alunos durante a aplicação da SEI.

Sujeito Fala transcrita

Lorena Isso é uma coisa legal! Outra coisa que eu achei interessante é que aqueles meninos que as vezes tem dificuldade na alfabetização para tipo produzir uma escrita ou na matemática, nessa parte do conhecimento científico, eles acabam se destacando. Então por exemplo, o Breno que é um menino que parece que está sempre em outro planeta, ele é mais imaturo e mais novo que o resto da turma, mas ele super se apropriou do conhecimento. Eu coloquei, na avaliação bimestral que eu estou fazendo, dois itens a respeito dos insetos.

Então a avaliação bimestral tem duas atividades que eles têm que classificar entre inseto e aracnídeo. E uma outra que eles têm que preencher uma tabela, se têm asas, se têm antenas, quantas patas têm. E aí esse menino em particular que na alfabetização ele tem maior dificuldade, nessas duas questões ele arrasou.

Fonte: Autoria própria.

Quadro 18: Episódio 16 - Relato sobre desempenho de alunos durante a aplicação da SEI.

Reunião Entrevista final Sujeito Fala transcrita

Lorena Eu acho que (a aplicação da SEI com o LR) ajuda um pouco a olhar para eles de uma maneira diferente, né? Que nem o Breno, esse menino que eu estava te falando. Ele parece que está sempre no outro planeta. Tipo, por exemplo, estamos falando de um passeio que vamos fazer semana que vem. Nós vamos ao bosque. Está todo mundo falando do bosque, e aí ele fala: “minha mãe comprou uma bicicleta para mim”. Tipo assim, ele está sempre viajando. Aí você perde um pouco a paciência, porque cansa com isso, né? Você quer levar a pessoa para a roda, para a discussão e ele está... mas nessas questões científicas, eu percebi que ele se interessava mais. Então ele participava... era foco de interesse dele. Então para ele foi importante. Então ajuda, para mim como professora, olhar para aquela criança de uma outra maneira, de que ela tem outras necessidades, outros interesses e que não está sempre viajando na maionese. Porque ele está sempre criando histórias, viajando e que a gente, infelizmente, tem que correr atrás do conhecimento, né? E aí, isso me ajuda a olhar para eles de outras maneiras. A não ficar só nessa necessidade da língua portuguesa e da matemática, e a valorizar outros conhecimentos.

Fonte: Autoria própria.

Após as visitas no laboratório remoto, os alunos realizaram a atividade de avaliação sugerida na proposta didática. Onde eles deveriam ilustrar os insetos que

haviam observado durante a investigação. A professora descreve no episódio 17 as atividades realizadas no início e final da SEI, ressaltando a riqueza de detalhes e informações fornecidas nos desenhos realizados pelos alunos.

Quadro 19: Episódio 17 – Atividades pré e pós aplicação da SEI. Reunião Entrevista final

Sujeito Fala transcrita

Lorena Sobre os desenhos, eu peguei o desenho que eles fizeram no começo e no final dos animais, dos insetos e aracnídeos e estava comparando. Nossa, tem muita diferença. Você percebe a aquisição do conhecimento aí. Você percebe o levantamento de hipóteses e conclusão. É espantoso. É muito legal. Você repara depois com calma nas fotos. Tem uns que colocaram os 8 olhinhos assim da aranha. Eu falei “gente, é muito detalhe para um ser humano desse tamanho”. Eu mesma ia esquecer disso ai. É muito bonitinho, você precisa ver.

Fonte: Autoria própria.

A professora descreve as atitudes dos alunos ao realizarem a última atividade proposta na SEI. Ela ressalta que os alunos foram muito precisos ao registrarem detalhes a respeito dos insetos e aracnídeos observados através da utilização do LR. E comenta também a respeito da elaboração de hipóteses e conclusões. Tais atitudes são descritas por Hodson (1994) e esperadas nas aulas de ciências.

Além desta atividade, os alunos realizaram a avaliação trimestral solicitada pela escola. Na avaliação trimestral, a professora Lorena adicionou duas perguntas relativas ao projeto. Neste momento, os alunos encontram-se individualmente com a professora. Enquanto a avaliação formal era realizada, os alunos trabalhavam em um projeto de elaboração de um painel ilustrativo para finalizar o estudo sobre insetos.

Como último relato oferecido pela professora na entrevista final, ela descreveu (quadro 19) suas percepções ao aplicar a sequência investigativa em sala.

Quadro 19: Episódio 17 – Percepções da professora ao aplicar a SEI. Reunião Entrevista final

Sujeito Fala transcrita

Pesquisadora Ai que legal. E aí pensando nessa sequência que a gente criou? Você achou fácil ou difícil de seguir ela?

Pesquisadora Mas mais por que nós estávamos trabalhando juntas ou por que estava bem descrito? O que você achou que foi fácil nisso?

Lorena Eu tenho facilidade em seguir uma rotina. Atrapalhou um pouco que eu fiquei