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6.1 DESENVOLVIMENTO DO FRAMEWORK DE AVALIAÇÃO

6.1.4 Metodologia D.S.O de avaliação da competência organizacional

6.1.4.2. Análise da Sustentabilidade da competência organizacional

A necessidade de desenvolver uma vantagem competitiva é importante para qualquer organização. Além de criar, é muito difícil conseguir manter uma. Para que um negócio seja rentável de forma duradoura, a organização deve conseguir manter uma vantagem competitiva sustentável de longo prazo. Contudo, competências organizacionais nem sempre conseguem ser fontes de uma vantagem competitiva sustentável (PETTS, 1997).

A avaliação da sustentabilidade é o processo que avalia a situação temporária que se encontra a competência, considerando o contexto atual vivenciado e envolvendo sua adaptação, sua durabilidade e sua imitabilidade. Estes parâmetros buscam dar suporte e validade para a existência da competência organizacional.

Adaptação

O parâmetro de adaptação avalia a capacidade de adaptação da competência organizacional frente às mudanças do ambiente. A análise de adaptação é feita em relação à própria dinâmica ou rigidez interna organizacional da competência. A dependência das escolhas estratégicas passadas, arranjos estruturais internos ou restrições ambientais são alguns fatores que podem restringir a adaptação de uma competência organizacional

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(HANNAN; FREEMAN, 1977; PETTS, 1997; SANCHEZ, 2004; SCHREYÖGG; KLIESCH-EBERL, 2007; TEECE; PISANO; SHUEN, 1997; ZHOU; LI, 2010). A Figura 21 demonstra as escalas de maturidade elaboradas para o parâmetro de adaptação.

Figura 21 – Escala de maturidade do parâmetro adaptação

Fonte: Baseado em Hannan e Freeman (1977), Petts (1997), Teece, Pisano e Shuen (1997), Sanchez (2004), Schreyögg; Kliesch-Eberl (2007), Zhou e Li (2010)

Quanto maior é a capacidade de adaptação da competência organizacional, maior é sua resposta às mudanças do ambiente. A falta de estruturas de apoio, a falta de procedimentos sistematizados, a lentidão na tomada de decisão estratégica, as dificuldades para se adequar às novas normas, padrões e regulamentações ou o puro excesso de burocracia são exemplos de fatores que podem dificultar a adaptação de uma determinada competência organizacional. As atividades propostas para uma análise da adaptação da competência são:

 Analisar se a organização consegue modificar rapidamente a competência de forma a acompanhar as mudanças de mercado e as necessidades dos consumidores.

 Verificar se a empresa consegue manter-se alerta e ágil o suficiente para encontrar novas vantagens competitivas através da competência.

 Identificar os elementos críticos que enrijecem a organização e dificultam a sua capacidade adaptativa.

 Identificar os elementos críticos que potencializam a flexibilidade e adaptação organizacional.

 Avaliar o nível de maturidade da adaptação da competência organizacional.

Maturidade Nível 1: Extremamente rígida e de difícil adaptação Nível 2: Baixa adaptação e flexibilidade Nível 3: Escopo limitado de adaptação organizacional Nível 4: Dinâmica e flexível o suficiente para acompanhar as principais mudanças Nível 5: Altamente dinâmica e flexível frente às mudanças ambientais Nível Adaptação

Grau de rigidez frente as mudança do ambiente

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Durabilidade

A durabilidade caracteriza o nível de suscetibilidade de uma competência frente às mudanças do ambiente antes de se depreciar ou tornar-se obsoleta. Competências robustas e duráveis conseguem manter a capacidade de entregar e ampliar os benefícios percebidos pelos consumidores, além de fazer frente às ameaças dos atuais e potenciais competidores (GRANT, 1991; COYNE; HALL; CLIFFORD, 1997; JAVIDAN, 1998; KING; FOWLER; ZEITHAML, 2002; FLEURY; FLEURY, 2004). A Figura 22 demonstra os diferentes níveis de maturidades do parâmetro durabilidade.

Figura 22 – Escala de maturidade do parâmetro durabilidade

Fonte: Baseado em Grant (1991), Coyne, Hall e Clifford (1997), Javidan (1998) King, Fowler e Zeithaml (2002) e Fleury e Fleury (2004).

Quanto mais durável é a competência organizacional, maior é sua habilidade de entregar valor aos consumidores no longo prazo. Uma competência com baixa durabilidade depende muito mais da capacidade adaptativa da empresa para conseguir manter a sua capacidade de valor. Crises financeiras, mudanças nas políticas públicas, fragilidades na cadeia logística, vencimentos de contratos ou de arrendamentos, mudanças no comportamento do consumidor ou ameaças de concorrentes são alguns exemplos de fatores que podem influenciar a durabilidade da competência de uma organização. As atividades propostas para a análise da durabilidade da competência seriam:

 Analisar o quão durável são os benefícios gerados pela competência antes que se depreciem ou se tornem obsoletos por alguma mudança no comportamento do consumidor, ameaças de concorrentes ou mudanças no ambiente econômico, político ou social.

Maturidade Nível 1: Altamente vulnerável e suscetível à desvalorização Nível 2: Vulnerável e suscetível às mudanças do ambiente Nível 3: Parcialmente durável, com tendências a desvalorização Nível 4:

Durável, mas ainda suscetível às mudanças do ambiente Nível 5: Altamente robusta e durável no longo prazo Nível Durabilidade

Grau de suscetibilidades às mudanças do ambiente

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 Identificar os elementos que fortalecem ou enfraquecem a competência organizacional

 Avaliar o nível de maturidade da durabilidade da competência organizacional.

Imitabilidade

O parâmetro de imitabilidade avalia o grau de dificuldade que empresas competidoras têm de obter, replicar ou substituir a competência. O desenvolvimento histórico acumulado, a ambiguidade causal de seus elementos, a utilização de elementos constituintes raros ou únicos ou uma grande dissuasão econômica são alguns dos fatores que dificultam a imitabilidade de uma competência organizacional (PRAHALAD; HAMEL, 1990; GRANT, 1991; TEECE; PISANO; SHUEN, 1997; KING; FOWLER; ZEITHAML, 2002; BARNEY; HESTERLY, 2007). A Figura 23 apresenta as escalas de maturidade elaboradas para o parâmetro imitabilidade.

Figura 23 – Escala de maturidade do parâmetro imitabilidade

Fonte: Baseado em Prahalad e Hamel (1990), Grant (1991), Teece, Pisano e Shuen (1997), Javidan (1998), King, Fowler e Zeithaml (2002) e Barney e Hesterly (2007).

Quanto maior é a dificuldade de se imitar a competência, maiores são os limites impostos aos competidores que tentarem replicar ou substituir seus benefícios. Uma localização geográfica estratégica, patentes registradas, a cultura organizacional, o uso de recursos humanos especializados, o próprio networking da organização, contratos de exclusividade, entre outros, são alguns fatores que podem dificultar a imitabilidade da

Maturidade Nível 1: Extremamente fácil de ser imitada Nível 2: Fácil de ser imitada Nível 3: Complicada, mas possível de ser imitada Nível 4:

Difícil de ser imitada

Nível 5:

Quase impossível de ser imitada

Nível

Imitabilidade

Grau de dificuldade de imitação da competência

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competência por empresas concorrentes. Para a realização da avaliação da imitabilidade da competência organizacional, essa pesquisa sugere:

 Analisar o quão difícil ou custoso é para empresas rivais conseguirem imitar a competência.

 Verificar se os fatores de sucesso da competência são facilmente identificáveis pelos concorrentes.

 Identificar os elementos que dificultam a imitação da competência organizacional.  Avaliar o nível de maturidade da imitabilidade da competência organizacional.