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ANEXO III – Matriz de risco e dano potencial da UHE Dona Francisca SSbS

3. ANÁLISE DA VARIAÇÃO DO NÍVEL DO RESERVATÓRIO

Como já destacado anteriormente, o nível do reservatório a montante (NR) é tomado como referencial padrão neste relatório para comparação com variabilidade dos dados dos diversos instrumentos ao longo do tempo. No item anterior, as temperaturas estiveram correlacionadas nos gráficos com a variação do NR e apesar destes dados estarem ligados às condições climáticas, não foi possível identificar uma ligação direta entre eles. A variação térmica ambiental tem um comportamento bem definido e oscila sazonalmente. Já o NR não apresenta um comportamento estacional uma vez que ele pode apresentar-se elevado tanto no período de verão quanto no de inverno. O Rio Grande do Sul não apresenta ciclos definidos de cheias e secas e a ocorrência de algum destes eventos está relacionada, principalmente, aos fenômenos El Niño e La Niña, que são incertos no que se refere à intensidade e frequência de incidência ao longo dos anos.

O El Niño1 é um fenômeno climático de escala global e caracteriza-se pelo aquecimento

anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico, predominantemente na sua faixa equatorial. Esse aquecimento é geralmente observado no mês de dezembro. No Brasil esse fenômeno causa um grande aumento de chuvas na região Sul. Na região Norte ocorre redução de chuvas nos setores norte e leste da Amazônia. No Nordeste também ocorre diminuição das chuvas, sendo que no Sertão nordestino essa diminuição pode alcançar até 80% do total médio do período

chuvoso. Ocorre também aumento nas temperaturas do Sudeste e Centro-Oeste. Já a La Niñaé

um fenômeno oceânico-atmosférico caracterizado pelo resfriamento anormal nas águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial. Em geral, episódios de La Niña ocorreram em menor frequência que o El Niño durante as últimas décadas. Em anos de La Niña ocorrem chuvas mais abundantes no norte e leste da Amazônia e também no Nordeste brasileiro. Na

região Sul observa-se a ocorrência de secas severas e aumento das temperaturas. No Sudeste e Centro-Oeste os efeitos são imprevisíveis, podendo ocorrer secas, inundações e tempestades. O gráfico da Figura A.5 apresenta os registros dos Níveis do Reservatório (NR) a montante e jusante da barragem correlacionando-os com a temperatura ambiente do local da UHE Dona Francisca. Também são indicados os ciclos sazonais de verão-inverno. A partir da análise dos registros do NR a montante é possível verificar a tendência das maiores cotas serem observadas nas estações de inverno e primavera. Em dezembro e janeiro observa-se a tendência do NR a montante estar baixo e próximo da cota 92,5 m, entretanto, observou-se que quando da ocorrência de fenômenos “El niño” de intensidade moderada ou forte, nos períodos indicados no gráfico da Figura A.5, o NR a montante permaneceu alto por longos períodos e abrangendo os meses de dezembro e janeiro.

O NR mínimo registrado a montante, após o período de enchimento em 2000, foi de 91,01m no dia 11 de maio de 2015 e o NR máximo foi de 99,17 m no dia 04 de janeiro de 2010. No que se refere aos registros do NR a jusante da barragem é possível verificar que os mesmos tendem a variar entre 53,0 e 56,0m e esta oscilação é regulada pela operação da UHE. Desta forma, a variação do NR a jusante não acompanha diretamente à do NR a montante da barragem, embora esteja relacionada. As cotas máximas registradas a jusante foram em períodos nos quais ocorreu descarga pelo vertedouro da barragem (quando o NR a montante ultrapassou a cota 94,5m). O NR máximo observado a jusante, após o período de enchimento em 2000, foi de 61,69m no dia 23 de setembro de 2007 e o NR mínimo foi de 53,00 m – verificado diversas vezes, principalmente nos anos de 2008 e 2009.

REFERÊNCIAS CITADAS NO APÊNDICE D

ANDRADE, G. O. Os climas. In: Azevedo, A. (org.) Brasil, a terra e o homem. 2 ed. São

Paulo: Companhia Editora Nacional, 1972, v.1. p. 397-462.

NIMER, E. Clima. In: Geografia do Brasil – Região Sul. Rio de Janeiro: IBGE, 1990. V.2,

Figura A.5 – Correlação do NR a montante e jusante com a temperatura ambiente -5 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50,0 55,0 60,0 65,0 70,0 75,0 80,0 85,0 90,0 95,0 100,0 Temperatura (ºC) Nível do Reservatório (m) Da ta da L eit ura NR Mont ante NR Jus ante Te mpe ra tura Ambiente Iníc io I nve rno Iníc io Ve rã o c El Niño El N iño El Niño

Apresentação Gráfica das Leituras dos Medidores Triortogonais de Junta,

Extensômetros Múltiplos e Pêndulos Diretos

SUMÁRIO APÊNDICE B

1.

MEDIDORES TRIORTOGONAIS DE JUNTA ... 199

2.

EXTENSÔMETROS MÚLTIPLOS ... 219

LISTA DE FIGURAS APÊNDICE B

Figura B.1 – Registros de abertura da junta TA/B3 ... 199

Figura B.2 – Registros de AJ dos MTJs localizados na região da OD ... 200

Figura B.3 – Registros de AJ dos MTJs localizados na região do vertedouro ... 201

Figura B.4 – Registros de AJ a partir dos MTJs localizados na região da OE ... 202

Figura B.5 – Correlação AJ TA/B3 com os registros de temperatura do TS-02 e TE-02 ... 203

Figura B.6 – Correlação AJ dos MTJs da OD com as temperaturas do TS-02 e TE-02 ... 204

Figura B.7 – Correlação AJ dos MTJs do vertedouro com as temperaturas TS-02 e TE-02 . 205 Figura B.8 – Correlação AJ a partir dos MTJs da OE com as temperaturas TS-02 e TE-02 . 206 Figura B.9 – Registros dos DHs do MTJ TA/B3 ... 207

Figura B.10 – Registros dos DHs dos MTJs localizados na OD ... 208

Figura B.11 – Registros dos DHs dos MTJs localizados na região do vertedouro ... 209

Figura B.12 – Registros dos DHs dos MTJs localizados na OE ... 210

Figura B.13 – Correlação DHs do MTJ TA/B3 com temperatura do TS-02 ... 211

Figura B.14 – Correlação DH dos MTJs localizados na OD com temperatura do TS-02 ... 212

Figura B.15 – Correlação DHs dos MTJs do vertedouro com temperatura do TS-02 ... 213

Figura B.16 – Correlação DHs dos MTJs localizados na OE com temperatura do TS-02 .... 214

Figura B.17 – Registros dos RDs do MTJ localizado entre os blocos TA e B3 ... 215

Figura B.18 – Registros dos RDs dos MTJs localizados na região da OD ... 216

Figura B.19 – Registros dos RDs dos MTJs localizados na região do vertedouro ... 217

Figura B.20 – Registros dos RDs dos MTJs localizados na região da OE ... 218

Figura B.21 – Registros das deformações na fundação a partir dos EMs CF-01 e 02 ... 219

Figura B.22 – Correlação deformações EMs CF-01 e 02 com a temperatura do TS-02 ... 220

Figura B.23 – Registros das deformações na fundação a partir EM TA-01 ... 221

Figura B.24 – Registros das deformações na fundação a partir dos EMs TA-02 e 03 ... 222

Figura B.25 – Registros das deformações na fundação a partir EM TA-04 ... 223

Figura B.26 – Registros das deformações na fundação a partir EM S4-01 ... 224

Figura B.27 – Registros das deformações na fundação a partir EM S4-02 ... 225

Figura B.28 – Registros das deformações na fundação a partir EM S4-03 ... 226

Figura B.29 – Registros das deformações na fundação a partir EM S6-01 ... 227

Figura B.30 – Registros das deformações na fundação a partir EM S6-02 ... 228

Figura B.32 – Deslocamentos horizontais medidos com PD na crista bloco B17 ... 230

Figura B.33 – Deslocamentos horizontais medidos com PD na crista bloco B21 ... 231

Figura B.34 – Comparativo deslocamentos horizontais da crista dos blocos B17 e B21 ... 232

Figura B.35 – Correlação entre temperaturas e deslocamentos horizontais de crista ... 233

Figura B.36 – Correlações totais de Temperatura (TS-02) e NR a montante com os deslocamentos de crista (DCs) nos blocos B17 e B21 ... 234