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5 ANÁLISE DAS VAZÕES DE DRENAGEM E PIEZOMETRIA

5.2 PIEZOMETRIA

5.2.1 Piezometria da Região da Ombreira Direita

Na região da OD existem duas seções instrumentadas com 4 piezômetros de corda vibrante (PCVs): 2 piezômetros na seção TA e 2 na seção S1 do bloco B06 (ver ANEXO II).

Os registros completos das leituras dos PCVs denominados PZ-TA-01 e PZ-TA-02 da seção TA estão apresentados nos gráficos das Figuras C.6 e C.7. Nestes gráficos, as variações bruscas de cotas piezométricas observáveis refletem as oscilações do nível do reservatório devido às precipitações pluviométricas na fase de pós-enchimento. Apesar de ser possível observar na fase inicial de operação da barragem, registros de cotas piezométricas ligeiramente superiores às de controle no caso do PZ-TA-01 (61,0 m) e superiores às de controle e/ou limite no caso do

PZ-TA-02 (69,0 m), tais dados são considerados incongruentes por terem sido obtidos através do processo automatizado.

Os registros do piezômetro PZ-TA-01 da Figura C.6 indicam que os mesmos se mostram estabilizados dentro de um padrão de comportamento, apresentando uma tendência decrescente das leituras ao longo do tempo. Atualmente suas cotas piezométricas variam entre 60,2 e 60,5 m. A maior cota piezométrica registrada, a partir da inserção do processo de leitura manual, é de 60,7 m e está abaixo de suas cotas de controle (61,0 m) e limite (71,0 m).

Os registros do piezômetro PZ-TA-02 da Figura C.7 indicam que os mesmos não se mostram estabilizados dentro de um padrão de comportamento, apresentando dados decrescentes até meados do ano de 2011 e tendência crescente das leituras após este período. Não é possível estabelecer uma amplitude piezométrica característica ao longo do tempo. A maior cota piezométrica registrada, a partir da inserção do processo de leitura manual, é de 69,2 m e está acima das cotas de controle e/ou limite (69,0 m) indicadas em projeto. Tal registro está relacionado a uma elevação do NR até a cota aproximada de 98,0 m, devido às chuvas. Observam-se ainda nos registros do piezômetro PZ-TA-02 que na maior parte do tempo, suas cotas piezométricas estiveram abaixo da cota de instalação (68,4 m) indicando a ocorrência de subpressões levemente “negativas” (entre 0,0 e – 0,9 m.c.a). Estes valores devem ser analisados com cautela, visto que parece ter havido algum erro no “zero” do sensor ou na determinação da cota de instalação. Ambas situações podem levar a indicação de subpressão “negativa”. Desta forma, indica-se proceder com a verificação do funcionamento e calibração deste PCV, assim como, confirmação da cota de instalação. Contudo, nota-se que a resposta ao longo do tempo é compatível com um comportamento normal esperado em termos de resposta às oscilações do NR, indicando que estas variações parecem ser confiáveis.

Nas Figuras C.8 e C.9 são apresentados, respectivamente, os registros completos das leituras dos PCVs denominados de PZ-S1-01 e PZ-S1-02 da seção S1 do bloco B6. Analisando-os, é possível inferir que, quando o NR está próximo do normal, as cotas piezométricas mostram-se estabilizadas dentro de um padrão de comportamento e apresentando uma pequena tendência decrescente ao longo do tempo. As variações bruscas destes valores, observáveis em ambos os piezômetros, refletem as oscilações do NR devido às chuvas na fase de pós-enchimento.

Os registros do piezômetro PZ-S1-01 da Figura C.8 indicam que as cotas piezométricas oscilam entre 47,4 e 48,2 m quando o NR está próximo do normal. A maior cota piezométrica

registrada foi de 50,8 m que está abaixo das cotas de controle (63,30 m) e limite (76,50 m) de projeto. Os dados do PCV PZ-S1-02, da Figura C.9, apontam que as cotas piezométricas oscilam entre 56,0 e 57,0 m quando o NR está próximo do normal. A maior cota piezométrica registrada foi de 59,8 m que está abaixo das cotas de controle (69,90 m) e limite (79,10 m). Existem ainda na ombreira direita, dois piezômetros de tubo aberto (PTA) que não pertencem às seções instrumentadas TA e S1. Porém, suas localizações podem ser visualizadas na planta baixa do Anexo I. Nas Figuras C.10 e C.11 são apresentados, respectivamente, os gráficos correspondentes ao banco de dados das leituras destes PTAs, denominados PZ-TA-03 e PZ- TA-04. A partir da análise de seus registros, é possível inferir que os conjuntos de dados se mostram consistentes pelo fato de sempre terem sido obtidos manualmente com o auxílio do pio elétrico. Desta forma, assim como os demais PTAs, estes dispositivos não estão inseridos dentro do processo de automatização inoperante que existiu no período inicial de monitoramento da barragem. As variações das cotas piezométricas observáveis nestes piezômetros correspondem à fase do enchimento do reservatório e às oscilações do NR do reservatório devido às precipitações pluviométricas. Entretanto, o PZ-TA-04 apresenta um comportamento incomum que será discutido na sequência.

Os registros do piezômetro PZ-TA-03 da Figura C.10 indicam que, a partir de outubro de 2003, quando o NR a montante esteve próximo do normal, as leituras piezométricas mostram-se estabilizadas dentro de um padrão de comportamento e apresentam uma tendência decrescente ao longo do tempo. Atualmente, as cotas piezométricas oscilam entre 61,0 e 63,0 m. A maior cota piezométrica registrada é de 74,14 m e está acima da cota de controle (72,00 m) indicada em projeto. Após esta ocorrência, as cotas piezométricas tenderam a se estabilizarem em valores bastante inferiores à cota de controle. Entre agosto e outubro de 2011 as leituras do PZ- TA-03 estiveram comprometidas devido a problemas técnicos com o equipamento de leitura pio elétrico.

A partir da análise dos registros do piezômetro PZ-TA-04 da Figura C.11 é possível inferir que as leituras piezométricas não se encontram estabilizadas e que as mesmas possuem uma significativa sensibilidade. O comportamento que se pode definir para os registros deste piezômetro está relacionado às oscilações das cotas piezométricas que tendem a variar entre 79,94 m (cota inferior que corresponde à de instalação) e 101,51 m (maior cota piezométrica registrada – 24 de setembro de 2007). Essa maior cota piezométrica registrada está bastante acima da cota de controle (82,00 m) indicada em projeto. Observa-se também, nos registros do

PZ-TA-04, que em diversas ocasiões ao longo do tempo, as elevações piezométricas ultrapassaram as cotas do NR a montante. As causas destas ocorrências podem ser: existência de alguma carga hidráulica adicional, equívoco na marcação da cota de instalação deste piezômetro ou a água da chuva estar adentrando no tudo aberto. Ainda que a situação observada em campo (Figura 38) possa sugerir que esta última hipótese deva estar ocorrendo, faz-se necessário investigar melhor os fatores que estão influenciando tais registros.