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Neste capítulo, as análises necessárias para a concepção da tecnologia de projeto são realizadas, por meio da comparação entre as características formais e informais da edificação penal, sendo estabelecida a equivalência entre estas, além das soluções arquitetônicas mais aptas para a composição arquitetônica de segurança máxima. Este capítulo é complementado pelo Apêndice D – requisitos funcionais, e pelo Apêndice E – análise das instâncias formal e informal, desta tese.

Os procedimentos de análise foram precedidos pela elaboração de um programa arquitetônico necessário à organização das categorias e requisitos analíticos, por meio de uma estrutura hierarquizada e inter-relacionada dos componentes da composição arquitetônica da edificação penal. Com o programa arquitetônico definido, os requisitos funcionais receberam as características formais (preconizadas nos modelo prisional) e informais (advindas da realidade prisional) da edificação penal, levantadas na fundamentação desta pesquisa. Estas instâncias foram comparadas para a definição da equivalência entre as mesmas, além das soluções arquitetônicas mais aptas para a composição arquitetônica de segurança máxima.

6.1 Programa arquitetônico

A concepção de um programa arquitetônico para a edificação penal partiu da definição e do ordenamento dos quesitos programáticos que compõe as categorias de análise. A seguir, o levantamento e a vinculação dos requisitos funcionais foram realizados.

6.1.1 Quesitos

Os quesitos foram organizados em duas ordens análogas aos tipos de problemas identificados na questão prisional por Alvino de Sá (1990), descritas abaixo com base nas colocações deste autor85:

a) Elementos externos (de planejamento): comunicam as exigências do administrador do sistema penal ao projetista, sendo definidos quando do planejamento de um estabelecimento penal, apontando as características mais amplas da proposta arquitetônica a ser concebida.

b) Elementos internos (específicos da prisão): explicitam as exigências funcionais da prisão ao projetista, segundo os quesitos panópticos do espaço arquitetônico e o modelo prisional vigente (os princípios do funcionamento da prisão), detalhando a proposta arquitetônica a ser concebida.

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O problema de ordem externa está relacionado às questões do sistema penal, historicamente marcado pela incapacidade do Estado na implantação da Reforma Penitenciária e pela incorreção na aplicação da legislação. O problema de ordem interna está relacionado à impossibilidade do objetivo oficial da atividade prisional: o isolamento do indivíduo para a sua reconfiguração comportamental segundo uma normalidade definida no pacto social. Estas duas classes distinguem as atuações do promotor e do projetista na Cadeia Produtiva da Indústria da Construção, ressaltando a responsabilidade de cada um no processo de projeto, cabendo ao primeiro a demanda para o trabalho do segundo que deve deter o conhecimento relativo à arquitetura penal concernente aos elementos internos.

Os quesitos externos têm uma natureza mais abrangente, ainda ao nível da relação do projetista com o planejamento penitenciário, na qual estão explícitas as condicionantes da realidade prisional para o projeto arquitetônico de estabelecimentos penais. Neste sentido, os quesitos externos subordinam os internos, por isto foram definidos em primeiro lugar (ESTECA, 2010).

O Handbook of Correctional Institution Design and Construction (USA, 1949, p. 6 a 9) aponta as características da prisão a serem definidas previamente à projetação: o tipo de população prisional destinada ao estabelecimento a ser projetado; o porte do estabelecimento a ser projetado em função do número de vagas para os presos; e o enquadramento do estabelecimento a ser projetado na organização do sistema penitenciário, segundo a situação jurídica dos presos, em conjunto com as estratégias programadas para o sistema penitenciário, que definem a categoria da unidade a ser edificada. Estes tópicos são encontrados no Technical Guidance for Prison Planning (UNOPS, 2017, p. 42 a 45), quando este documento trata dos requerimentos para a definição das características da prisão, tais como: o nível de segurança em função do perfil dos presos, o número de presos a ser acomodado e a separação dos presos em diferentes tipos de estabelecimentos penais, segundo a categoria deste grupo. No âmbito nacional, estes itens são respaldados pelos instrumentos legais e técnico-normativos, em particular, pelas Diretrizes Básicas para a Arquitetura Penal (CNPCP, 2011, p. 25, 27, 29 e p. 45 a 49) (ver Apêndice B).

Conforme o objeto desta pesquisa, o tipo e a categoria do estabelecimento penal a ser projetado são definidos pela penitenciária de segurança máxima para presos, por isto estes requisitos são unificados em um quesito atrelado ao perfil dos presos a serem abrigados. O porte do estabelecimento penal corresponde a um quesito independente, já que está em aberto a capacidade recomendada para unidades prisionais de segurança máxima (discrepante entre os projetos de referência adotados nesta pesquisa e entre os instrumentos normativos e a realidade prisional). O enquadramento penitenciário do estabelecimento a ser projetado remete à correspondência entre a categorização penitenciária e a modelagem arquitetônica, tratada no capítulo 1, desta tese.

O Handbook (USA, 1949, p. 6 a 9) ainda lista outros aspectos que devem ser considerados no planejamento do empreendimento, tais como: a localização do estabelecimento; o tipo de barreira física e de alojamento para os presos, tendo em vista o programa de reabilitação e a segurança; e o tipo de trabalho que será disponibilizado aos presos, em razão do papel deste no programa de reabilitação. Estes aspectos coincidem com alguns dos quesitos internos, então a sua definição ocorre ao nível do planejamento penitenciário, mas na organização do programa arquitetônico integram os quesitos de ordem interna. Em parte porque a sua correta implementação no projeto depende do conhecimento específico da arquitetura penal, evidente nos quesitos internos.

Os custos de construção e operação do estabelecimento penal a ser projetado constituem o último quesito de ordem externa, previsto na estratégia de pesquisa definida no estudo do paradigma tecnológico da edificação penal (ver introdução desta pesquisa). Em particular, a relevância do custo de construção foi identificada nas políticas penitenciárias, ao mesmo tempo impactando consideravelmente na definição do espaço arquitetônico da prisão. Enquanto o custo operacional é restrito ao pagamento de pessoal (despesa mais alta da instituição). Deste modo, o custo é duplamente abordado nesta tese, como critério de análise e quesito do programa arquitetônico. Enquanto quesito, o custo observa as características configurativas dos espaços (QUEIROZ, 2000), em termos da influência do orçamento preliminar de construção e operação na geometria do edifício, principalmente, do custeio (PEÑA; PARSHALL; 2001).

O Panóptico descreve os quesitos de natureza interna do programa arquitetônico elaborado (ver capítulo 2): o isolamento social dos presos, o isolamento individual dos presos, a organização do espaço e o controle. O isolamento social trata da localização86 e a barreira física do estabelecimento

penal. Oisolamento individual corresponde à tipificação das celas, além de incluir a organização das alas carcerárias. A organização do espaço engloba subgrupos de quesitos (apresentados a seguir), pois abrange uma série de mecanismos de composição espacial da prisão. O controle considera a vigilância externa e interna da unidade prisional.

Os quesitos que integraram a organização do espaço são:

a) Geometria: diz respeito aos espaços externos e internos da edificação, sendo considerado espaço externo as áreas não-edificadas intramuros do estabelecimento penal87. A geometria

concorda com o que Graeff (2010) denominou de qualidade geométrica da matéria que aborda as linhas, superfícies e volumes. Do trabalho de Graeff foram retirados princípios e procedimentos da coordenação das formas no espaço, em especial, a unidade arquitetônica, providenciada por meios de composição: unidade, harmonia, contraste, proporção e ritmo. Nestes meios de composição foram destacadas algumas propriedades físicas da edificação ressaltadas por Sá (1990): continuidade, alinhamento, centralização e simetria;

b) Funcionalidade: abarca a estrutura interna da edificação (SIMON, 1981, p. 29). Segundo a disciplina espacial panóptica, este quesito trata das localizações funcionais e da classificação funcional - o celular descrito por Michael Foucault (1987) que especializa e hierarquiza os locais (princípio do quadriculamento), distribuindo as pessoas e organizando as relações sociais na prisão. A funcionalidade observa as características configurativas incidentes na

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A localização é interpretada por Graeff (2010) como um meio para o atendimento das necessidades programáticas, enquanto nesta pesquisa é tomada principalmente do ponto de vista da segurança.

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eficiência dos espaços para atividades pragmáticas neles desenvolvidas pelos indivíduos (CAPANEMA, 2010, p. 111). Ela considera o espaço arquitetônico como recipiente físico da ocorrência de práticas utilitárias, usos e usufrutos inerentes às sociedades humanas (KOHLSDORF & KOHLSDORF, 1999). Entre os aspectos humanos do projeto arquitetônico listados por Hersberger (1999), os tópicos trabalhados correspondem às atividades funcionais, às relações sociais e às características físicas em relação às necessidades dos usuários. Na estrutura do Problem Seeking (PEÑA; PARSHALL; 2001), estes tópicos promovem considerações sobre a função do edifício (as pessoas, atividades e relações), implicando na definição de requisitos de desempenho importantes para o projeto da edificação prisional. Mediante estas considerações, este quesito foi subdividido88:

i) Atividades: os espaços a serem criados em atendimento às necessidades físicas da atividade prisional, esquematizadas nos sistemas operacional e de segurança, segundo o processo total da integralização descrito por Goffman (a reprodução da vida em liberdade) e o preconizado no modelo prisional, tendo em vista os objetivos punitivos e de humanização da pena;

ii) Espacialização: o arranjo espacial dos espaços e demais elementos arquitetônicos, em atendimento das várias expectativas sociais na prisão, organizadas nas dimensões morfológicas das diversas áreas da arquitetura (CAPANEMA, 2010). O arranjo espacial é definido por meio da disciplina panóptica, segundo o processo total do mecanicismo (o planejamento minucioso da vida na prisão) e as representações sociais, descritos por Goffman (2005);

iii) Dimensionamento: o tamanho da prisão descrito pelas áreas e dimensões dos espaços externos e internos, além das proporcionalidades e relações, informadas por meio de índices e taxas;

iv) Circulação: o trânsito de pessoas, veículos e materiais, em razão do acesso aos lugares mais internos, considerando ainda o traçado e a disposição dos locais de fluxo, segundo o controle na organização, condução e destinação dos transeuntes.

c) Conforto Ambiental: Este quesito remete à Dimensão Bioclimática que observa os fatores configurativos do espaço incidentes no conforto físico dos indivíduos, em termos de temperatura e umidade (Higrotérmico), som (Acústico), luz (Luminoso) e qualidade do ar (KOHLSDORF & KOHLSDORF, 2004 apud CAPANEMA, 2010). Nesta pesquisa, entre

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Esta subdivisão foi baseada na sistematização de Edgar Graeff (2010), na estrutura do Problem Seeking (PEÑA; PARSHALL; 2001) e na Teoria Dimensional. A Teoria Dimensional teve origem no grupo de pesquisa Dimensões Morfológicas do Processo de Urbanização (DIMPU), no ano de 1986, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília - FAU/UnB.

estes fatores, a ventilação e a iluminação naturais são evidenciadas, enquanto os demais são tratados perifericamente, eventualmente abordados no sentido de complementar alguma informação. Entre os aspectos humanos do projeto arquitetônico listados por Hersberger (1999), este quesito corresponde às características fisiológicas e as necessidades dos usuários. Na visão de Bentham, o conforto contribui para a manutenção do corpo do sentenciado e seu aproveitamento produtivo. Para Graeff (2010), o conforto físico complementa as exigências de natureza utilitária do programa arquitetônico, juntamente com as exigências de natureza funcional, devendo ser favorável à existência das pessoas - o bem estar das pessoas.

d) Aparatos de segurança: envolve os cuidados físicos em suas minúcias para garantir a funcionalidade do estabelecimento penal: portas, grades, anteparos, mecanismos etc., se relacionando estreitamente com o modelo prisional e, em especial, com os protocolos operacionais. Graeff remete a uma preocupação com a solidez da edificação, semelhante ao problem seeking que discrimina a questão como segurança física, enquanto entre os aspectos listados por Hersberger (1999) se destaca a segurança em relação ao criminoso (vandalismo). Na estrutura do Problem Seeking (PEÑA; PARSHALL; 2001), este quesito promove considerações sobre a influência da segurança física na forma do edifício.

Além dos quesitos externo e internos, os elementos centrais da edificação penal (barreira perimetral, cela, pátio de sol dos presos e posto de controle) tiveram seus quesitos particularizados no programa arquitetônico desenvolvido. Esta particularização determina a submissão dos quesitos dos elementos centrais aos quesitos de ordem interna. Neste sentido, os quesitos internos apresentam um caráter generalista, enquanto a discussão pormenorizada da composição arquitetônica se deteve nos elementos centrais. Com estas considerações, os quesitos de análise definidos são:

Quadro 9 - Quesitos para o programa arquitetônico

Subclasse Grupo de Quesitos Elemento Central

Externos (Planejamento)

Tipo e categoria do estabelecimento penal -

Porte do estabelecimento penal -

Custo do estabelecimento penal -

Internos

Isolamento social dos presos Barreira física

Isolamento individual dos presos Cela

Organização do espaço/Geometria

Espaços coletivos (pátio de sol dos

presos) Organização do espaço/Funcionalidade/Atividades

Organização do espaço/ Funcionalidade/Espacialização Organização do espaço/ Funcionalidade/Dimensionamento Organização do espaço/ Funcionalidade/Circulação Organização do espaço/Conforto Ambiental Organização do espaço/Aparato de Segurança

6.2 Representação formal

A vinculação e o agrupamento das variávei

sendo progressivamente adicionados os respectivos subconjuntos e, por fim, os elementos No primeiro diagrama, os princípios panópticos são dispostos

presos; 2) isolamento individual dos presos; 3) organização do espaço; e 4) controle.

Neste conjunto, algumas conexões foram destacadas como principais. Em primeiro lugar, a conexão entre o isolamento individual (2) e a o

e a sua quantidade e arranjo tem grandes conseq

espacial (3) com o controle (4) como um reflexo da premissa do controle absoluto no espaç

A mesma intensidade é verificada na relação entre o controle (4) e o isolamento social (1), visto como um dos objetivos principais da instituição prisional. O controle (4) tem uma ligação de força intermediária com o isolamento individual (2)

esquema panóptico. Isto porque o modelo prisional nacional não nome da privacidade dos presos ou da proteção dos funcionários

com o isolamento individual (2) e a organização do espaço (3) são tênues, indicando a divisão do sistema de segurança entre o espaço externo e o interno.

Figura 24 – Diagrama da representação formal dos princípios panópticos

Os pontos correspondem, ao isolamento social dos presos (1); isolamento individual dos presos (2); organização

No desenvolvimento da representação formal,

sendo estabelecida a ligação entre o planejamento e a teoria arquitetônica da prisão, figurando no diagrama (Figura 25): 1) tipo e categoria; 2) porte; e 3) custo, correspondentes ao subconjunto A. conjuntos definidos pelos princípios panóp

isolamento individual dos presos; 6) organização do espaço; e 7) controle, constituindo o subconjunto B. No novo diagrama montado, a representação inicial foi d

quesitos subordinados ao esquema panóptico, tais como: 8) geometria; 9) funcionalidade; 10) atividades; 11) espacialização; 12) dimensionamento; 13) circulação; 14) conforto ambiental; e 15)

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Nos diagramas, as vinculações são descritas por traços que

da espessura das linhas, linhas mais grossas para um vínculo mais forte, e vice

A vinculação e o agrupamento das variáveis de análise foram iniciados pelos princípios panópticos, sendo progressivamente adicionados os respectivos subconjuntos e, por fim, os elementos

No primeiro diagrama, os princípios panópticos são dispostos (Figura 24)89: 1) isolamento social dos

presos; 2) isolamento individual dos presos; 3) organização do espaço; e 4) controle.

Neste conjunto, algumas conexões foram destacadas como principais. Em primeiro lugar, a conexão entre o isolamento individual (2) e a organização do espaço (3), na qual a especificação do tipo de cela e a sua quantidade e arranjo tem grandes consequências para a espacialidade da prisão. A organização espacial (3) com o controle (4) como um reflexo da premissa do controle absoluto no espaç

A mesma intensidade é verificada na relação entre o controle (4) e o isolamento social (1), visto como um dos objetivos principais da instituição prisional. O controle (4) tem uma ligação de força intermediária com o isolamento individual (2) apesar da importância relativa deste princípio no esquema panóptico. Isto porque o modelo prisional nacional não admite a vigilância interna da cela nome da privacidade dos presos ou da proteção dos funcionários. As ligações do isolamento social (1)

o isolamento individual (2) e a organização do espaço (3) são tênues, indicando a divisão do sistema de segurança entre o espaço externo e o interno.

Diagrama da representação formal dos princípios panópticos

s correspondem, ao isolamento social dos presos (1); isolamento individual dos presos (2); organização do espaço (3); e controle (4).

No desenvolvimento da representação formal, os elementos externos foram adicionados ao conjunto, ção entre o planejamento e a teoria arquitetônica da prisão, figurando no : 1) tipo e categoria; 2) porte; e 3) custo, correspondentes ao subconjunto A. conjuntos definidos pelos princípios panópticos permaneceram: 4) isolamento social dos presos; 5) isolamento individual dos presos; 6) organização do espaço; e 7) controle, constituindo o subconjunto B. No novo diagrama montado, a representação inicial foi desmembrada, exibindo os subconjuntos de quesitos subordinados ao esquema panóptico, tais como: 8) geometria; 9) funcionalidade; 10) atividades; 11) espacialização; 12) dimensionamento; 13) circulação; 14) conforto ambiental; e 15)

Nos diagramas, as vinculações são descritas por traços que interligam os pontos e a intensidade destes vínculos foi evidenciada através da espessura das linhas, linhas mais grossas para um vínculo mais forte, e vice-versa.

pelos princípios panópticos, sendo progressivamente adicionados os respectivos subconjuntos e, por fim, os elementos externos. : 1) isolamento social dos

Neste conjunto, algumas conexões foram destacadas como principais. Em primeiro lugar, a conexão rganização do espaço (3), na qual a especificação do tipo de cela ências para a espacialidade da prisão. A organização espacial (3) com o controle (4) como um reflexo da premissa do controle absoluto no espaço da prisão. A mesma intensidade é verificada na relação entre o controle (4) e o isolamento social (1), visto como um dos objetivos principais da instituição prisional. O controle (4) tem uma ligação de força apesar da importância relativa deste princípio no a vigilância interna da cela em . As ligações do isolamento social (1) o isolamento individual (2) e a organização do espaço (3) são tênues, indicando a divisão do

Diagrama da representação formal dos princípios panópticos

s correspondem, ao isolamento social dos presos (1); isolamento individual dos presos (2); organização

os elementos externos foram adicionados ao conjunto, ção entre o planejamento e a teoria arquitetônica da prisão, figurando no : 1) tipo e categoria; 2) porte; e 3) custo, correspondentes ao subconjunto A. Os ticos permaneceram: 4) isolamento social dos presos; 5) isolamento individual dos presos; 6) organização do espaço; e 7) controle, constituindo o subconjunto brada, exibindo os subconjuntos de quesitos subordinados ao esquema panóptico, tais como: 8) geometria; 9) funcionalidade; 10) atividades; 11) espacialização; 12) dimensionamento; 13) circulação; 14) conforto ambiental; e 15)

aparatos de segurança. Da mesma maneira, os elementos centrais da edificação penal foram introduzidos: 16) barreira perimetral; 17) cela; 18) pátio de sol de presos; e 19) posto de controle, configurando o subconjunto C.

Figura 25 – Diagrama da representação formal dos quesitos do programa arquitetônico

Os pontos correspondem ao tipo e categoria do estabelecimento penal (1); porte do estabelecimento penal (2); custo do estabelecimento penal (3); isolamento social dos presos (4); isolamento individual dos presos (5); organização do espaço (6); controle (7); geometria (8); funcionalidade (9); atividades (10); espacialização (11); dimensionamento (12), circulação (13); conforto ambiental (14), aparatos de segurança (15); barreira perimetral

(16); cela (17); pátio de sol dos presos (18); posto de controle (19).

No diagrama final, o subconjunto A (quesitos externos) influencia o subgrupo B (quesitos internos) de um modo geral, mas especialmente o quesito tipo e a categoria do estabelecimento penal, por meio do nível de segurança que interfere fortemente na organização do espaço (6). Por sua vez, o subconjunto B define os elementos centrais da edificação penal (subconjunto C), principalmente através da organização do espaço, além dos temas panópticos definirem diretamente os respectivos componentes arquitetônicos, com exceção do pátio de sol dos presos (18) que deriva da organização do espaço.

Neste mesmo diagrama, no subconjunto A, o quesito tipo e a categoria do estabelecimento penal predomina, juntamente com o custo. No subconjunto B, os quesitos panópticos do isolamento individual (5) e do controle (7) convergem para a organização do espaço (6) que define os princípios espaciais gerais a serem seguidos. Por sua vez estes são emanados mais fortemente da funcionalidade (9) e da espacialização (11). O isolamento social tem maior afinidade com o controle (7), recebendo os influxos da organização do espaço (6) por intermédio deste. Ao se ligar com a organização do espaço, o controle alcança mais intensamente a espacialização (11), além da circulação (13). A espacialização e a circulação concorrem para o arranjo espacial da prisão, definindo a geometria da edificação (8). As atividades (10) e o dimensionamento (12) são resultado das determinantes e condicionantes externas, assim como, o conforto ambiental (14) e os aparatos de segurança (15). De uma maneira geral, estas conexões distinguem o espaço arquitetônico da prisão: a coesão do conjunto em torno da segurança e da racionalidade espacial, na qual não se observa a formação de grupos isolados de elementos.

A 1 2 3 10 11 12 6 B 9 C 17 13 8 1415 7 5 4 19 18 16

6.3 Estrutura preliminar do programa arquitetônico

A estrutura do programa arquitetônico foi elaborada pela aplicação do diagrama de árvore à representação formal dos quesitos do programa arquitetônico (Figura 26), levantados na seção anterior (6.2). Neste diagrama, o contexto para o projeto arquitetônico de estabelecimentos penais é explicitado, sendo representada a relação existente entre a penalogia e a arquitetura, a partir dos componentes da composição arquitetônica extraídos dos estudos da edificação penal, do modelo prisional e da realidade prisional, tratados nos capítulos da fundamentação desta tese.

A estrutura do programa arquitetônico elaborada aponta o problema da arquitetura penal, representado pela ligação da realidade prisional aos quesitos de ordem externa (planejamento) que abrangem a tipificação, o porte e os custos do estabelecimento penal. Esta ligação explicita o condicionamento dos custos de construção e operação sobre o modelo de segurança máxima e os sistemas de segurança e operação. Paralelamente, a composição arquitetônica da prisão é definida pelas disciplinas panópticas nos quesitos de ordem interna. Como o planejamento penitenciário determina as demandas para o projeto arquitetônico, a composição arquitetônica da prisão é alterada, em razão do custo do empreendimento, principalmente. Nesta pesquisa, as alterações na composição arquitetônica são verificadas nos elementos centrais da edificação penal (barreira perimetral, cela, pátio de sol dos presos e posto de controle) que são vinculados aos respectivos temas centrais do programa arquitetônico concebido.

Figura 26 – Diagrama preliminar da estrutura em árvore para o programa arquitetônico

Contexto Requisitos internos (Panópticos)

E le m e n to s C e n tr a is d a E d if ic a ç ã o p e n a l

Requisitos externos (planejamento)

Sistema penal Nível de segurança Isolamento social Isolamento individual

Tipo e categoria do estabelecimento penal

Sistema penitenciário Edificação penal (função) Modelo prisional (necessidad es) Política Penitenciária

Porte do estabelecimento penal Custo Construção Custo Operacional Organização do espaço Controle Realidade

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