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Análise das Hipóteses

No documento MAJ íssimo Esteves (páginas 51-57)

Par a pr oceder à análise das hipót eses r ecor r eu- se a ent r evist as efect uadas aos Dir ect or es da Manut enção Milit ar e do Depósit o Ger al de Mat er ial de Guer r a, assim com o à visit a ao Gr upo Luís Sim ões, o m aior oper ador logíst ico nacional.

De acor do com o Cor Adm Aer onáut ica Ant ónio Mor eira105 a exist ência de um ór gão cent r al que elabor e os pr ocessos de aquisições e infor m e a Base do for necedor a quem foi adj udicado, é um a hipót ese absolut am ent e viável a consider ar , que não fer e o funcionam ent o act ual do sist em a, dispensando assim a Base do cum pr im ent o das form alidades legais.

Na ópt ica do Sr Coronel Tirocinado Moura da Font e, um sist em a do t ipo daquele que aqui é defendido é vant aj oso par a as UEO por que deixa de em penhar pessoal que nor m alm ent e não est á qualificado par a est a ár ea, nem par a isso r ecebeu form ação, est ando m ais qualificado para out ras t arefas essenciais da UEO, facilit ando assim a gest ão do pessoal, e liber t ando ao m esm o t em po a UEO da t ar efa sensível de r elacionam ent o com fornecedor es. Segundo o Sr. Cor onel, das hipót eses que a seguir se analisam , a sua sensibilidade é de que o m odelo que prevê o fornecim ent o direct o pelo fornecedor é o m elhor par a a UEO e par a o Exér cit o, um a vez que é aquele m ais sim ples e que m enores cust os de oper ação t em , apesar de o pr eço apr esent ado ser sensiv elm ent e m ais alt o.

O pr esent e m odelo foi m ont ado t ent ando obedecer a um a das pr eocupações das UEO, lev ant ada pelo Sr. Coronel, que consist e no t em po de respost a às requisições.

Da ent r evist a com o Ex .m o MGen Luís Sequeir a r esult ar am algum as infor m ações int eressant es para a análise do m odelo apresent ado.

Assim , encont r a- se nest e m om ent o no Minist ér io da Defesa um a propost a de Diplom a que pr evê a int egr ação da Repar t ição de Tesour ar ia da ChAT na Repar t ição de Gest ão Financeira e Cont abilidade, o que, a ser aprov ada, dará a est a Repart ição os m eios para execut ar a t arefa de Tesouraria Cent ral do Ex ércit o, podendo assim efect uar os pagam ent os a fornecedor es, função que a DSF pr et ende que venha a ser desem penhada por est a Repar t ição. Est á em est udo a possibilidade de, num a prim eir a fase, ser em os CFin a efect uar os pagam ent os, par a num a segunda fase est es ser em t r ansfer idos ent ão par a est a Repar t ição, o que t am bém é defendido pelo Sr Cor Felix Pereira. Est a alt eração im plicará a ext inção das Tesour ar ias das UEO e t r ar á efect ivos benefícios par a a gest ão do Exér cit o.

Por out r o lado, apesar do Sr . MGen Luis Sequeir a desconhecer qualquer pr oj ect o do

Exér cit o par a a Dir ecção de Aquisições, t em conhecim ent o de que esse ór gão est á t am bém a ser pensado ao nível do Minist ér io da Defesa, consider ando viáv el que efect ue t am bém pr ocessos de aquisições par a os bens de consum o cor r ent e.

Segundo ainda o Sr . MGen, um sist em a do t ipo aqui defendido t r aria com o benefícios para o Ex ércit o a econom ia de escala, m aior r igor nos pr ocessos de aquisição, econom ia de r ecur sos hum anos, m elhor es pr ocedim ent os de planeam ent o e m elhor capacidade de gest ão. Já no sent ido que apont a est e t rabalho, est á a DSF pr epar ada par a dar or ient ações aos CFin par a que est es passem a efect uar os r egist os das UEO, o que per m it ir á a r edução do núm er o de pessoas em penhadas na SSRF, defendendo a DSF que est a possa deixar de exist ir , ao t r ansfer ir as funções de vencim ent os e ADME par a a Secção de Pessoal, cr iando- se em sua subst it uição um ór gão de aconselham ent o ao Cm dt / Dir/ Chefe, com um núm ero m uit o r eduzido de pessoas106. Na m inha opinião não consider o necessár io est e ór gão, em face da dr ást ica r edução de t ar efas pr evist as por est e m odelo e pelas alt er ações pensadas pela DSF, sendo suficient e a cr iação da figur a do Oficial de Finanças com o conselheiro do Cm dt / Dir/ Chefe, o qual t am bém será r esponsável por um pequeno fundo de m aneio107 par a fazer face a despesas que não possam ser feit as com r ecur so ao crédit o dos for necedor es.

As alt er ações pr evist as, no m odelo or a pr opost o, par a os CFin t r azem , segundo o Sr . Cor onel Felix Per eir a a vant agem adicional de per m it ir aos Com andant es das RM/ ZM um cont r ole m ais efect ivo e m ais opor t uno sobr e a execução or çam ent al da RM/ ZM

a. Armazenagem no DGME

O DGMG, em fase de t r ansição par a DGME108, t em nest e m om ent o t odas as suas inst alações de ar m azenagem ocupadas com o m at er ial dos ant igos Depósit os de I nt endência, de Transm issões e de Engenhar ia, par a além daqueles pr ópr ios do DGMG. Apesar de j á se t er iniciado est a fase de concent r ação dos Depósit os Logíst ico, o seu funcionam ent o ainda não é int egr ado, havendo por isso ainda m uit o t r abalho a desenvolver par a t or nar est e depósit o eficient e.

De acor do com o seu Dir ect or , par a que o DGME pudesse absor ver m ais um a classe de abast ecim ent os, nom eadam ent e os Bens de Consum o Cor r ent e aqui t r at ados, vár ias adapt ações ser ia necessár io r ealizar , não t endo nest e m om ent o o Depósit o capacidade m at er ial e hum ana par a absor ver est a com pet ência, apesar de apenas se pr ever par a o Depósit o nest e m odelo um a função de ent repost o ent re o fornecedor e a UEO, e não um a função t ão com plet a com o a hoj e desenvolvida no t r at am ent o dos

106 Máx im o de t r ês – Chefe – Tesour eir o – Técnico de cont abilidade.

107 Pr ev ist o no ar t igo 32º do Regim e de Adm inist r ação Financeir a do Est ado. Ver Anex o S – Regim e de Adm inist r ação Financeir a do Est ado.

m at er iais à sua r esponsabilidade.

Assim , par a o desem penho dest a função acr escida ser ia necessár io a const r ução de m ais espaços para ar m azenagem t em porária dest es ar t igos, a cr iação de um a cadeia de r ecepção, cont r olo, ar m azenagem e expedição especifica par a est es m at er iais, e o desenvolvim ent o de pr ocessos adm inist r at ivos diver sos daqueles hoj e desem penhados, o que im plicar ia m ais pessoal em penhado.

A at r ibuição ao DGME dest as com pet ências acarret ariam assim um aum ent o dos seus cust os adm inist r at ivos, par a além do inv est im ent o em infr a- est r ut ur as, equipam ent o de car ga e descar ga, e equipam ent o infor m át ico.

Quant o ao t r anspor t e ent r e o DGME e as UEO, sendo um a realidade a deslocação sem anal de viat ur as das UEO par a est e depósit o, além de out r as deslocações inopinadas, não se pode afir m ar que est a opção não t em cust os de t r ansport e por quat r o m ot ivos:

¾ Nem sem pr e as viat ur as t êm capacidade de t r anspor t e;

¾ Por vezes os ar t igos t r anspor t ados não se podem m ist ur ar na m esm a viat ur a;

¾ Se as UEO não efect uar em um planeam ent o adequado dos t r anspor t es e das requisições, farão deslocações inopinadas ao Depósit o quando t iver em ur gência nos ar t igos deposit ados aqui pelos for necedor es;

¾ Em caso de esquecim ent o do r esponsável da do t r ansport e, a UEO far á um a deslocação pr oposit ada ao Depósit o.

Por out r o lado, o fact o de o DGME ser vir com o ent r epost o par a o for necedor , est á a pr est ar um ser viço a est e e não ao Ex ér cit o, criando pr oblem as a est e depósit o, pois será fr equent em ent e solicit ado pelas UEO sobr e assunt os r elacionados com a r ecepção das encom endas, obr igando o depósit o a efect uar um a ver ificação exaust iva da confor m idade da guia de r em essa com aquilo que foi r equisit ado pela UEO, e da confor m idade da guia de r em essa com o efect ivam ent e ent r egue pelo for necedor no depósit o. Significa ist o que, par a um funcionam ent o eficaz do sist em a, o DGME t er ia de ser a ent idade gest or a do sist em a.

Com o r esult ado da ent revist a com o dir ect or do DGME, consider a est e que a adopção de um t al sist em a não t r az quaisquer benefícios par a o Depósit o, r esult ando ant es em com plexização dos pr ocessos e aum ent o de cust os adm inist r at iv os, que não são com pensados pela r edução de preço obt ida j unt o do for necedor , pelo fact o de se exer cer a função de ent r epost o ent r e est e e as UEO.

b. Armazenagem e distribuição na Manutenção Militar

A MM possui um a capacidade de ar m azenagem sobr ant e, j á que os seus ar m azéns foram concebidos para um a realidade diferent e, assim com o pessoal sub- ut ilizado no

cont r ole e oper ação desses ar m azéns. Segundo o seu Dir ect or , par a r esponder eficazm ent e às t ar efas que hoj e lhe são confiadas, bast aria 60% dos act uais 1200 funcionários e cerca de 20% das inst alações, o que perm it ir ia alar gar significat iv am ent e o leque de bens fornecidos, para além da alim ent ação, ut ilizando assim de for m a m ais eficient e um a capacidade j á inst alada, um a vez que os cust os de m anut enção das infr a- est r ut uras não se alt er ar iam , assim com o os cust os com pessoal. Est a ser ia, no ent ender do seu Dir ect or a vant agem m ais visível par a a Manut enção Milit ar.

Por out r o lado, a dist r ibuição da alim ent ação pela m aioria das UEO do país obriga à ex ist ência de um eficaz circuit o de dist ribuição, com um a periodicidade próx im a da diár ia. Est e cir cuit o ofer ece a gar ant ia de que qualquer r equisição de um desses novos bens a for necer pela MM ser ia de for necim ent o t ão ou m ais r ápido do que um for necedor o far ia à UEO1 0 9, desde que fosse por aquela efect uado um a eficaz gest ão

de st ocks110 que lhe perm it isse responder às necessidades pr evist as dest as.

No ent ant o, apesar de na m aioria dos casos as viat ur as da MM ou das UEO circularem nesse cir cuit o de dist ribuição abaixo da sua capacidade m áxim a de car ga, as m esm as viat ur as não podem ser ut ilizadas par a t r anspor t ar sim ult aneam ent e géneros e out r os art igos. Daqui result a que, apesar de se poder ut ilizar um conhecim ent o acum ulado, ser ia necessár io m ont ar um novo cir cuit o, um novo m odo de r eabast ecim ent o e alocar ar m azéns específicos par a o t ipo de ar t igos que se abor da nest e t r abalho.

Est e cust o acr escido podia ser m inim izado pelo r ecur so à subcont r at ação do t r anspor t e dos bens, ou à negociação j unt o do for necedor da ent r ega dir ect a j unt o da UEO, a exem plo daquilo que a MM j á faz nalguns géner os. No ent ant o, nest e ult im o caso, est ar íam os a falar da t er ceir a hipót ese de im plem ent ação, não se j ust ificando envolver a MM nest e canal.

Com o envolvim ent o da MM nest e canal de dist r ibuição, sendo est a um ent idade com aut onom ia adm inist r at iva e financeir a, ser ia necessário at ribuir um a m argem sobre o pr eço dos ar t igos que reem bolsasse a MM dos cust os de arm azenagem e dist r ibuição. Por out r o lado, em face das dificuldades financeir as da MM, ent r egar a est a ent idade a r esponsabilidade de aquisição, ar m azenagem , dist r ibuição e, fundam ent alm ent e, pagam ent o aos for necedor es, poder ia t er r eflexos em concur sos subsequent es ao nível do pr eço ofer ecido pelos for necedores, j á que o prazo m édio de pagam ent o é m uit o alar gado, o que r esult a em encar gos financeir os par a os for necedor es, ou par a a MM por incum pr im ent o de pr azos cont r at uais.

109 Quando não é a UEO obr igada a deslocar um a viat ur a sua ao for necedor , com os r espect ivos cust os da deslocação e em penham ent o de pessoal

110 Ver Anex o K – Gest ão Adm inist r at iv a de St ock s e Anexo L – Requisit os par a um a eficient e Gest ão Física dos St ocks.

Ser ia possível a MM desem penhar um a função que hoj e os gr andes gr upos de dist r ibuição ent regar am a em pr esas especializadas dent ro do pr ópr io gr upo1 1 1, sendo

que os super ou hiper m er cados desses gr upos de dist r ibuição recebem quase t odos os ar t igos no seu ar m azém cent r al, com uso a um a fr ot a de dist r ibuição pr ópr ia1 1 2

ou subcont r at ada. Acont ece que, j á hoj e, a MM desem penha t odas as funções análogas a essas cent r ais de com pr a, ar m azenagem e dist r ibuição, sendo apenas necessár io alargar o leque de bens por ela dist r ibuídos, adapt ando os canais de dist r ibuição hoj e ut ilizados, ou cam inhando num a opção clara de subcont rat ação do t ransport e para t odos os canais de dist ribuição, r acionalizando os cust os de t r ansport e do Exér cit o e da pr ópr ia MM.

c. Entrega directa pelos fornecedores nas UEO

Sendo hoj e um a realidade que as em presas com eçam a consider ar as oper ações de car act er logíst ico com o est r at égicas par a o seu sucesso, a busca das soluções m ais r ent áveis t em sido um a const ant e, de que r esult ar am vár ias for m as de abor dagem dest as operações com o a arm azenagem , a ex pedição e a dist ribuição, ut ilizando cada em pr esa o gr au de int egr ação da sua cadeia, t al com o vim os nos exem plos dados, em função da especificidade do seu pr odut o e da sua cadeia de dist r ibuição. Com o invest im ent o feit o pelas grandes em presas em avançadas t ecnologias de gest ão das oper ações logíst icas, t em sido possível um a r edução dr ást ica do t em po que m edeia ent r e o est abelecim ent o da necessidade no pont o final da cadeia e o t em po da sat isfação, sendo cada v ez m ais um a realidade a ut ilização do sist em a j ust - in- t im e. Com o alt er nat iva a gr andes invest im ent os nest a área, várias em pr esas t êm recor rido à subcont r at ação de oper ador es logíst icos par a par t e ou t oda a sua cadeia logíst ica pós pr odução, o que só t em sido possível em face do desenvolvim ent o dest es113. A hipót ese de im plem ent ação aqui analisada baseia- se na explor ação do fact o de ser m enos dispendioso par a o for necedor est ender a sua cadeia logíst ica às UEO, do que ao Ex ércit o criar e m ant er um a cadeia logíst ica par a est e t ipo de bens.

Aqui ficar - se- ia dependent e dir ect am ent e dos for necedor es, não exist indo nenhum órgão int erm édio a gerir a cadeia de abast ecim ent o. Em bor a à pr im eir a vist a o cust o sej a m ais elevado, por se encar r egar o for necedor da gest ão de t oda a cadeia, ao se liber t ar o Exér cit o de t odos os cust os associados a ar m azenagem , expedição e dist ribuição, o cust o global será m ais baix o que nas out ras hipót eses, consider ando que não t em os nest e m om ent o nem os conhecim ent os adequados, nem os m eios

111 Caso da MODI S do gr upo SONAE

112 Caso t am bém da r ede I NTERMARCHÉ, em que os pont os de venda não per t encem ao gr upo, m as em que os pr opr iet ár ios desse pont o de venda r ecebem t odos os ar t igos do ar m azém cent r al.

financeir os suficient es par a adopt ar as m ais m oder nas t écnicas e t ecnologias de gest ão de cadeias logíst icas, confor m e analisadas no Enquadr am ent o Teór ico, as quais t êm um cust o bast ant e elevado e só são r ent áveis com gr andes volum es de m ovim ent o logíst ico.

No documento MAJ íssimo Esteves (páginas 51-57)