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4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.6 – ANÁLISE DAS VARIÁVEIS E PERFIS DOS PARTICIPANTES

Nesta seção, são apresentadas as percepções dos participantes da pesquisa em função das variáveis de interesse no estudo – grau de responsabilidade (GRES), grau de capacidade (GCAP), grau de importância (GIMP) e grau de treinamento necessário (GTRE), bem como o delineamento dos perfis dos participantes da pesquisa.

Para a análise, foram utilizadas as medidas estatísticas descritivas (média, desvio-padrão e coeficiente de variação) dos escores obtidos nas questões respondidas por cada grupo participante, conforme apresentado nas Tabelas T.4 à T.7 constantes no Apêndice T.

A partir deste ponto, estabelece-se a síntese das análises das variáveis estabelecidas no estudo, conforme pode ser observado a seguir.

124 A – Grau de Responsabilidade

Considerando os dados na Tabela T.4, ver Apêndice T, verifica-se que os papéis gerenciais vinculados ao Modelo das Relações Humanas (Facilitador e Mentor) apresentaram os menores escores médios (7,29), destaca-se oportunamente que este modelo tem orientação voltada ao desenvolvimento dos recursos humanos. Nesta dimensão de análise, deve-se ressaltar que, mesmo observando a presença de escores médios relativamente altos, os aspectos ligados à responsabilidade de incentivar a discussão das opiniões conflituosas nos grupos e escutar os problemas pessoais dos empregados apresentaram para os três grupos escores moderados, ficando a média dos indicadores definida nos intervalos de [5,35; 6,42] e [4,80; 5,96], respectivamente. Desta forma, pode-se constatar que, segundo a percepção dos respondentes, tais capacidades, embora destacadas como significativas, não podem, a priori, ser fortemente vinculadas às responsabilidades daqueles no cargo gerencial.

Já os maiores níveis de responsabilidade (8,54) foram atribuídos aos papéis gerenciais vinculados ao Modelo dos Processos Internos (Coordenador e Monitor) cuja orientação volta-se à consolidação e à continuidade. Destaca-se que para os gerentes de obras o aspecto ligado à responsabilidade de manter a coordenação e organização da obra apresentou o maior escore médio (8,82), sendo este indicador definido no intervalo de [8,82; 9,19], situação em que, para os grupos de acadêmicos concluintes (9,09) e engenheiros-professores (9,39), a responsabilidade de resolver problemas de cronograma de obras apresentou o maior escore médio, sendo este indicador definido no intervalo de [8,42; 9,39]. Desta forma, constata-se que, no imaginário dos entrevistados, o foco interno e o controle são as dimensões de maior responsabilidade quando do gerenciamento de obras.

Ao considerar os coeficientes de variação55 (CV) contidos na Tabela T.4, ver Apêndice T, observa-se a predominância da média56 dispersão relativa dos indicadores em estudo (MARTINS, 2006). Tal condição implica na baixa concentração de pontos na região

55 Maestro Filho (2004) destaca que este coeficiente tem a finalidade de mostrar o grau de variabilidade do elemento da amostra.

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central da curva de distribuição, ou seja, os dados tendem a maior assimetria ou não- normalidade, condições estas também já verificadas nas seções anteriores.

A partir deste ponto, estabelece-se a síntese da análise da variável Grau de Importância (GIMP).

B – Grau de Importância

A partir dos dados da Tabela T.5, ver Apêndice T, observa-se que os papéis gerenciais vinculados ao Modelo dos Processos Internos (Coordenador e Monitor) apresentaram os menores escores médios (7,54), destacando oportunamente que este tem orientação voltada à consolidação e continuidade. Pode-se também verificar a presença de escores médios relativamente altos nesta dimensão de análise, devendo ressaltar que o aspecto ligado à importância do gerenciamento multidisciplinar apresentou para os grupos de acadêmicos concluintes (6,69) e gerentes de obra (7,65) os menores escores médios, ficando definidos no intervalo de [6,69; 7,68]. Em relação ao grupo de engenheiros-professores, o gerenciamento do desempenho e processos coletivos apresentou o menor escore médio (7,18), ficando definido no intervalo de [6,91; 7,81]. Assim pode-se constatar a não convergência entre os grupos frente à variável de menor importância quando do gerenciamento de obras, salvo aquela observada pelos grupos de acadêmicos concluintes e gerentes de obras.

Os maiores níveis de importância (7,67) foram identificados junto aos papéis gerenciais vinculados ao Modelo das Relações Humanas (Facilitador e Mentor) cuja orientação volta-se ao desenvolvimento dos recursos humanos. Destaca-se que para os gerentes de obras o aspecto ligado à comunicação eficaz apresentou o maior escore médio (8,22) sendo este indicador definido no intervalo de [7,47; 8,22]. Para os grupos de acadêmicos concluintes (7,63) e engenheiros-professor (7,97), a compreensão de si próprio e dos outros apresentou o maior escore médio, sendo este indicador definido no intervalo de [7,63; 8,17]. A partir do exposto pode-se concluir que, sob a lente dos entrevistados, o foco interno e a flexibilidade são as dimensões de maior importância quando do gerenciamento de obras.

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Com base nos dados referentes aos coeficientes de variação (CV) da Tabela T.5, ver Apêndice T, contata-se predominância da média dispersão relativa dos indicadores em estudo (Martins, 2006). Como visto, tal condição implica na baixa concentração de pontos na região central da curva de distribuição, ou seja, os dados tendem a maior assimetria ou não-normalidade, condições estas também já verificadas nas seções anteriores.

A partir deste ponto, estabelece-se a síntese da análise da variável Grau de Treinamento necessário (GTRE).

C – Grau de Treinamento

No que se refere à necessidade de treinamento para desempenhar os papéis gerenciais estudados verifica-se, a partir da Tabela T.6, ver Apêndice T, os papéis vinculados ao Modelo das Relações Humanas (Facilitador e Mentor), cuja orientação volta-se ao desenvolvimento dos recursos humanos, apresentaram os menores escores médios (6,10). Nesta dimensão de análise deve-se ressaltar que, mesmo observando a presença de escores médios relativamente altos, o aspecto ligado à necessidade de treinamento relacionado à compreensão de si próprio e dos outros apresentou para os três grupos escores moderados, ficando este indicador definido no intervalo de [5,27; 5,83]. Nesta direção, constata-se que, segundo a percepção dos respondentes, tais capacidades, embora destacadas como significativas, não podem, a priori, ser fortemente vinculadas às responsabilidades daqueles no cargo gerencial.

Conforme os dados da Tabela T.6 (Apêndice T) a necessidade de treinamento foi mais evidenciada (6,33) junto aos saberes relacionados aos papéis gerenciais vinculados ao Modelo das Metas Racionais (Produtor e Diretor), destacando que o aspecto ligado ao gerenciamento do tempo e do estresse apresentou o maior escore médio para todos os grupos, sendo este indicador definido no intervalo de [6,45; 7,32], destaca-se oportunamente que este modelo é orientado para a manutenção dos resultados. Desta forma constata-se que a construção simbólica dos entrevistados, frente à atuação gerencial, estabelece o foco externo e o controle como as dimensões que maior treinamento requer quando do gerenciamento de obras.

A partir dos coeficientes de variação (CV) contidos na Tabela T.6, ver Apêndice T, verifica-se a predominância da elevada57 dispersão relativa dos indicadores em estudo (MARTINS, 2006). De igual forma, tal condição implica na baixa concentração de pontos na região central da curva de distribuição, ou seja, os dados tendem a maior assimetria ou não-normalidade, condições estas também já verificadas nas seções anteriores.

A partir deste ponto, estabelece-se a síntese da análise da variável Grau de Capacidade (GCAP).

D – Grau de Capacidade

Os menores níveis de capacidade atribuídos pelos respondentes, conforme da Tabela T.7, ver Apêndice T, foram verificados junto aos papéis gerenciais vinculados ao Modelo dos Sistemas Abertos (Inovador e Negociador) que apresentaram os menores escores médios (8,59), destacando oportunamente que este modelo tem orientação voltada à expansão e à mudança. Nota-se que o aspecto ligado à capacidade de constituição e manutenção de uma base de poder apresentou para os três grupos os menores escores, ficando este indicador definido no intervalo de [7,68; 8,26].

Já os maiores níveis de capacidade (8,98) foram identificados junto aos papéis gerenciais vinculados ao Modelo dos Processos Internos (Coordenador e Monitor), situação em que, para os três grupos, o aspecto ligado à capacidade de planejamento do trabalho apresentou o maior escore médio, sendo este indicador definido no intervalo de [9,29; 9,76]. Assim observa-se que sob a ótica dos acadêmicos concluintes, engenheiros-professores e gerentes de obra o foco interno e o controle são as dimensões para as quais os mesmos apresentam maior capacidade aparente quando do gerenciamento de obras.

A partir dos coeficientes de variação (CV) contidos na Tabela T.7, ver Apêndice T, observa-se a predominância da média dispersão relativa dos indicadores em estudo (MARTINS, 2006). Tal condição implica na tendência de maior assimetria ou não- linearidade, condições estas também já verificadas nas seções anteriores.

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Isto posto, o Quadro 4.1 sintetiza, conforme as variáveis do estudo, a matriz das tendências relacionadas aos maiores () e menores () níveis atribuídos aos papéis gerenciais segundo a percepção dos entrevistados.

Quadro 4.1 – Graus atribuídos aos papéis gerenciais

PAPÉIS GERENCIAIS