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ANÁLISE DE DADOS

No documento FABIO ANTONIO SARTORI PIRAN (páginas 134-137)

Na base da construção da teoria está a análise de dados. (EISENHARDT, 1989; DUBÉ; PARÉ, 2003). Um dos maiores desafios da análise de dados é que o pesquisador precisa demonstrar objetivamente o processo pelo qual os dados e notas de campo foram desenvolvidos em conclusões. (BARRAT; CHOI; LI, 2011). Barrat, Choi e Li (2011) também destacam que é importante que a análise de dados ocorra paralelamente à coleta dos dados, pois, dessa forma, é mais fácil para os pesquisadores entenderem a realidade que os dados estão apresentando.

A análise de dados consiste em examinar, categorizar, classificar em tabelas, testar, ou recombinar as evidências quantitativas e qualitativas para tratar as proposições iniciais de um estudo. (YIN, 2005). Nesse sentido, após o levantamento dos dados, iniciou-se o processo de avaliação. Os dados obtidos foram organizados em planilha eletrônica e posteriormente inseridos no aplicativo SIAD v 3.0 para cálculo de desempenho de cada DMU. O SIAD v 3.0 é um software desenvolvido por pesquisadores brasileiros da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Os resultados do SIAD v 3.0 retornam a eficiência padrão, eficiência invertida, eficiência composta e eficiência composta*. Na análise de dados foram considerados os resultados obtidos a partir da eficiência composta. A eficiência composta foi desenvolvida por Yamada, Matui e Sugiyama (1994) e é definida como a média aritmética entre a eficiência em relação à fronteira DEA padrão e o complemento da eficiência em relação à fronteira invertida. (BARRETO; MELLO, 2012). Com as

informações de eficiência obtidas com o cálculo efetuado pelo SIAD v3, iniciou-se o processo de análise dos dados. A Figura 24 ilustra os procedimentos realizados.

Figura 24: Procedimentos de análise de dados

Fonte: Elaborado pelo Autor.

Inicialmente, foi efetuado avaliação na Engenharia de Produtos, contemplando a eficiência técnica referente ao projeto modularizado e ao não modularizado. Essa análise permitiu verificar o comportamento da eficiência dos projetos ao longo do tempo, com os escores de eficiência segregados em períodos pré e pós-modularização. Também foram realizadas avaliações no que tange aos alvos e folgas de cada projeto (modularizado e não modularizado). Essa análise é importante, pois pode mostrar a amplitude das diferenças entre a real utilização dos recursos das DMU‟s e o que pode ser utilizado/economizado de recursos nas DMU‟s. (FERREIRA; GOMES, 2009). Nesse sentido, entende-se que a partir do

Quantificação dos efeitos da modularização (CausalImpact) Análise da inferência causal em séries temporais (CausalImpact)

Análise do teste de variância (ANOVA)

Análise dos testes estatísticos de Shapiro Wilk e Levene (pressupostos para utilização da ANOVA)

Análise comparativa do comportamento da eficiência do projeto/produto modularizado com projeto/produto não modularizado

Análise dos alvos e folgas do projeto/produto modularizado e projeto/produto não modularizado

Análise do comportamento da eficiência do projeto/produto modularizado e projeto/produto não modularizado

benchmarking interno efetuado pelo modelo DEA podem-se obter informações pertinentes para estabelecer metas de melhoria quanto à utilização dos recursos na empresa. Para finalizar as análises de eficiência calculadas em DEA, efetuou-se uma avaliação comparativa entre os comportamentos da eficiência dos projetos modularizado e não modularizado.

Posteriormente, iniciou-se o processo de análises estatísticas, no qual se efetuou o teste de Shapiro Wilk e Levene (considerados pressupostos para utilização da ANOVA) para verificar se os dados relativos à série de eficiência obtida nos cálculos eram provenientes de uma distribuição normal e homogêneos. (HAIR et al., 2005). A análise da variância (ANOVA) foi executada para verificar se existiam diferenças significativas entre as médias dos grupos de eficiência relativas aos dois períodos propostos (anterior e posterior à modularização). Os parâmetros para aplicação dos testes estatísticos estão ilustrados no Quadro 21. Para análise estatística foi utilizado o software SPSS.

Quadro 21: Síntese das análises estatísticas efetuadas

Análise Objetivo Condições Parâmetros de

aceitabilidade

Shapiro Wilk

Avaliar se os dados referentes aos escores da eficiência composta são provenientes de uma distribuição normal

H0: Os dados são normais H1: Os dados não são normais

Sign. ≥ 0,05

Levene Avaliar se os dados referentes aos escores de eficiência composta são homogêneos

H0: Os dados são homogêneos H1: Os dados não são homogêneos

Sign. ≥ 0,05

Anova Avaliar se existe diferença significativa entre as médias dos grupos de eficiência composta relativas aos períodos anterior e posterior à modularização

H0: Não existem diferenças

significativas entre as médias dos grupos de eficiência composta

H1: Existem diferenças significativas

entre as médias dos grupos de eficiência composta

p-value ≤ 0,05

Fonte: Elaborado pelo autor, com base em Hair et al., (2005)

Destaca-se que o teste de Shapiro Wilk e Levene serve para viabilizar ou não a utilização da ANOVA. No caso do teste ANOVA, este serve para testar a hipótese principal deste trabalho, pois se não existem diferenças significativas entre as médias dos grupos de eficiência dos períodos anterior e posterior à modularização, também não existem evidências dos efeitos da modularização sobre a eficiência técnica das unidades de análise (Engenharia de Produtos e Processo Produtivo). No entanto, se existem diferenças significativas entre as médias dos grupos de

eficiência dos períodos anterior e posterior à modularização, pode-se afirmar que existem evidências dos efeitos da modularização sobre a eficiência técnica das unidades de análise (Engenharia de Produtos e Processo Produtivo).

Após essas análises, procurou-se verificar e quantificar os efeitos percebidos da modularização sobre a eficiência técnica da Engenharia de Produtos, por meio da técnica CausalImpact. Esse procedimento, recomendado por Brodersen et al. (2014), permitiu avaliar se houve efeito causal da modularização e qual a amplitude desse efeito. Para quantificar os efeitos da modularização foi utilizado o software R.

No Processo Produtivo, foram executados os mesmo procedimentos. Primeiramente, efetuou-se a análise do comportamento da eficiência técnica do produto modularizado e do não modularizado, além das análises estatísticas e da quantificação dos efeitos da modularização. Destaca-se que após analisar os resultados, realizou-se uma apresentação aos especialistas do processo que apoiaram o desenvolvimento da presente pesquisa. Essa discussão dos resultados com os especialistas é recomendada pela literatura (SENRA et al., 2007, WAGNER; SHIMSHAK, 2007) e foi identificada em trabalhos desenvolvidos com a utilização da análise envoltória de dados. (JAIN; TRIANTIS; LIU, 2011; VON GILSA, 2012; SOUZA, 2014; PARK; LEE; ZHU, 2014). Na próxima seção, são descritas as delimitações do trabalho.

No documento FABIO ANTONIO SARTORI PIRAN (páginas 134-137)