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CARACTERIZAÇÃO DA ENGENHARIA DE PRODUTOS E DO PROCESSO

No documento FABIO ANTONIO SARTORI PIRAN (páginas 141-145)

O processo de Engenharia de Produtos de carroceria de ônibus da empresa estudada é subdividido em equipes de trabalho, a saber: Engenharia para produtos da linha Rodoviário, linha Urbano, linha Micro e linha DD/HD. A Figura 27 ilustra o processo executado por cada equipe. Destaca-se que a linha Intermunicipal não

possui uma equipe de engenharia específica, sendo desenvolvida por uma das quatro equipes existentes (Rodoviário, Urbano, Micro, DD/HD).

Figura 27: Processo de Engenharia de Produtos de carroceria de ônibus

Fonte: Elaborado pelo autor.

Por tratar-se de uma encarroçadora de ônibus, a empresa efetua o acoplamento dos seus modelos de carrocerias nos chassis adquiridos pelos clientes. Dessa forma, a Engenharia de Produtos necessita da definição de qual será o fornecedor do chassi da carroceria a ser produzida, juntamente com as devidas especificações exigidas pelo cliente. A especificação detalhada de cada pedido é discutida com a área Comercial da empresa. Nessa ocasião, todos os aspectos relativos ao projeto são analisados e o pedido é refinado de tal forma que possa ser desenvolvido pelos engenheiros da empresa. A segunda etapa é a configuração do produto, quando são considerados todos os aspetos técnicos para a elaboração final do projeto. Os processos da Engenharia de Produtos relativos às análises das especificações dos pedidos e à configuração do produto são analisados nesta pesquisa.

A Engenharia de Produtos é suportada por outras áreas que compõem o Desenvolvimento de Produtos. Essas áreas são: Engenharia Corporativa, Design, Elementos Finitos, Normas de Pesquisa e Desenvolvimento de materiais (P&D). Destaca-se que tais áreas de apoio não são analisadas nesta dissertação, no entanto, é efetuada uma breve descrição dos procedimentos executados para melhor compreensão dos processos.

A Engenharia Corporativa e a equipe de Pesquisa e Desenvolvimento de Materiais exercem função de suporte para as demais equipes de trabalho. Nesse sentido, a Engenharia Corporativa foca em manter o ambiente tecnológico (por

exemplo, softwares e parte conceitual) e o funcionamento das ferramentas que apoiam o desenvolvimento e aprimoramento dos produtos e dos processos. No que se refere ao grupo de trabalho P&D - Materiais, este é responsável pelas pesquisas e pela busca de alternativas de novos materiais e processos com o objetivo de propor soluções que melhorem a competitividade da organização no que tange à qualidade e aos custos de insumos. O Design trata da parte estética externa e interna do ônibus, bem como de questões que envolvem o conforto dos ocupantes do veículo (motorista e passageiros). A equipe de Elementos Finitos desenvolve o arranjo estrutural do produto baseado ou não na modularização. A equipe de Normas estuda e analisa agentes externos (EPTC, CONTRAN, DNER, CONAMA, DENATRAN, entre outros) que restringem ou normatizam questões de segurança do produto. Essas restrições e normatizações precisam ser cumpridas para que o veículo esteja apto a operar.

No que se refere à Engenharia de Produtos, entende-se que com a implementação da modularização a empresa otimizou os processos executados. Antes da implementação da modularização cada pedido era analisado e modelado de forma exclusiva. Com a utilização de conceitos e técnicas de modularização, passou- se de um processo de modelagem para um processo de configuração no atendimento dos pedidos. Nesse sentido, alguns dos subsistemas do arranjo estrutural do ônibus tornaram-se independentes das variantes de chassi, ou seja, tornaram-se blocos construtivos e passaram a fazer parte da biblioteca padrão de projetos do produto. A Figura 28 ilustra as etapas do Processo Produtivo da empresa.

Figura 28: Processo Produtivo da carroceria de ônibus

Na Fabricação, executam-se os processos de corte e dobra dos componentes da estrutura do ônibus que são, basicamente, tubos e chapas. Também existem alguns processos de montagens de módulos ou blocos construtivos do arranjo estrutural. No setor de Casulo, inicia-se o processo de montagem da carroceria do ônibus, na qual os componentes e módulos recebidos do setor de Fabricação são montados para formar o arranjo estrutural do veículo. No que se refere aos produtos modularizados, ao término da montagem dos módulos estes são transferidos para o gabarito de fechamento do casulo, onde cada módulo é fixado ao outro através de processo de soldagem. Após a finalização do processo de construção do casulo, este é enviado ao setor de Chapeamento, onde recebe os acabamentos externos nas partes frontal, traseira e lateral. Após a execução desses processos, o veículo é enviado para pintura.

No processo de Pintura, inicialmente a carroceria recebe uma camada de produto químico, que serve como proteção da parte inferior. Após a aplicação da proteção, é efetuada uma limpeza externa no veículo, que dessa forma, fica disponível para o processo de pintura da cor base. Após a finalização do processo de pintura da cor base inicia-se, então, o processo de pintura customizada de acordo com a escolha e necessidade de cada cliente (processo de pintura de faixas na parte externa). Após a finalização da pintura, o veículo é enviado ao setor de Acabamento.

No setor de Acabamento, a carroceria do ônibus recebe as janelas, as poltronas, os componentes de iluminação externa, os componentes de iluminação interna e os acabamentos internos. Após a finalização desse processo, o ônibus é enviado para efetuar testes de rodagem. No setor de Rodagem são realizados todos os testes para verificar a construção da carroceria antes da liberação final do produto. Por fim, no setor chamado de PDI (Pre Delivery Inspection), são conferidas as conformidades do acoplamento das carrocerias nos chassis fornecidos pelos clientes. As montadoras de chassis (como por exemplo MBB, Scania e MAN) dispõem de funcionários que trabalham no setor de PDI e que são responsáveis pela inspeção.

No documento FABIO ANTONIO SARTORI PIRAN (páginas 141-145)