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CARACTERIZAÇÃO DO EFEITO DA MODULARIZAÇÃO NA EFICIÊNCIA DA

No documento FABIO ANTONIO SARTORI PIRAN (páginas 172-176)

Nesta seção, são caracterizados os efeitos da modularização na unidade de contexto de análise Engenharia de Produtos. Para efetuar tal caracterização, desenvolveu-se o teste de hipóteses para confirmar se existem ou não evidências dos efeitos da modularização na eficiência técnica da Engenharia de Produtos. Inicialmente, os escores de eficiência foram divididos em grupos, contemplando dois períodos: i) anterior à modularização; e ii) posterior à modularização. O período anterior à modularização contempla as DMU‟s de 1 a 34, correspondentes aos meses de janeiro de 2011 a outubro de 2013 (incluído o período de transição). O período posterior à modularização contempla as DMU‟s de 35 a 42, correspondentes ao mês de novembro de 2013 a junho de 2014. Posteriormente, buscou-se validar os pressupostos para aplicação da ANOVA com os testes de Shapiro Wilk e Levene. Finalmente, o teste ANOVA foi aplicado para verificar se existem diferenças significativas entre as médias das eficiência dos grupos definidos.

5.2.1 Hipóteses testadas na Engenharia de Produtos

A partir dos escores de eficiência dos projetos modularizado e não modularizado, buscou-se desenvolver as hipóteses a serem testadas para rejeitar ou

Engenharia de Produtos. Nesse sentido, as seguintes hipóteses foram testadas:

H1a (hipótese nula): Não existem evidências dos efeitos da modularização

sobre a eficiência técnica da Engenharia de Produtos.

H1b (hipótese alternativa): Existem evidências dos efeitos da modularização

sobre a eficiência técnica da Engenharia de Produtos.

A Figura 37 ilustra o esquema das hipóteses testadas.

Figura 37: Hipóteses testadas na Engenharia de Produtos

Fonte: Elaborado pelo autor.

Conforme análises apresentadas anteriormente, existem indícios de que a eficiência das DMU‟s do projeto modularizado melhorou depois da modularização. Também existem indícios de que as DMU‟s do projeto não modularizado não

fato corrobora atribuir a melhoria da eficiência à modularização. No entanto, os escores de eficiência foram divididos em grupos contemplando os períodos anterior e posterior à modularização para testar se existem diferenças significativas nas médias das eficiências do projeto modularizado e para verificar se não existem diferenças significativas nas médias das eficiências do projeto não modularizado. Os testes estatísticos realizados são apresentados na próxima seção.

5.2.2 Análises estatísticas dos efeitos da modularização na Engenharia de Produtos

Sugere-se que os dados utilizados para a avaliação da ANOVA obedeçam a uma distribuição normal (teste de normalidade) e que sejam homogêneos (homogeneidade). Os dados utilizados para avaliação da ANOVA f oram os escores longitudinais de eficiência composta obtidos a partir do projeto modularizado e do projeto não modularizado. Para verificar a normalidade dos dados utilizou-se o teste Shapiro Wilk, e para verificar a homogeneidade, o teste de Levene. Os testes para validação dos pressupostos da ANOVA são sintetizados na Tabela 16:

Tabela 16: Teste dos pressupostos para uso da ANOVA na Engenharia de Produtos

Período Teste Shapiro Wilk

(Sign.)

Teste Levene (Sign.)

Dados do projeto modularizado (Anterior) 0,639 - Dados do projeto modularizado (Posterior) 0,220 - Amostra total dos dados do projeto modularizado - 0,566 Dados do projeto não modularizado (Anterior) 0,596 - Dados do projeto não modularizado (Posterior) 0,703 - Amostra total dos dados do projeto não modularizado - 0,958

Fonte: Dados da pesquisa.

Ao analisar a Tabela 16, percebe-se que, quanto ao projeto modularizado, o teste Shapiro Wilk, no que se refere aos dados da eficiência composta tanto do período anterior quanto do período posterior à modularização apresenta um nível de significância maior que 0,05 (anterior Sign. = 0,639 e posterior Sign.= 0,220). Dessa forma, pode-se aceitar a hipótese de que os dados constituem uma distribuição

aceitar a hipótese de que os dados são homogêneos.

Quanto ao projeto não modularizado, o teste Shapiro Wilk (anterior Sign. = 0,596 e posterior Sign.= 0,703) permite aceitar a hipótese de que os dados seguem uma distribuição normal. Quanto ao teste de Levene, o resultados obtido (Sign.= 0,958) permite aceitar a hipótese de que a população é homogênea. Dessa forma, os pressupostos para utilização da ANOVA para comparar as médias das eficiências compostas no projeto modularizado e não modularizado foram cumpridos, e o teste estatístico ANOVA foi realizado. O teste ANOVA para avaliar se existem diferenças entre distintos grupos de eficiência também foi empregado na pesquisa de Swink, Talluri e Pandejpong (2006), em estudo utilizando a técnica da análise envoltória de dados (DEA) para avaliação da eficiência do desenvolvimento de produtos. Os cálculos referentes ao teste ANOVA são mostrados na Tabela 17:

Tabela 17: Teste ANOVA na Engenharia de Produtos

Período

Média da eficiência composta do projeto modularizado Média da eficiência composta do projeto não modularizado Anterior à modularização 0,428 0,511 Posterior à modularização 0,700 0,513

Diferença das eficiências (amplitude) 0,272 0,002

F 57,6881 0,032214

p-value 0,0000000028 0,8584656

Fonte: Dados da pesquisa.

Os resultados obtidos na Tabela 17 quanto ao cálculo da ANOVA mostram que no projeto modularizado a média da eficiência composta da Engenharia de Produto no período anterior à modularização foi de 0,428. No período posterior à modularização a eficiência composta aumentou para 0,70. Nesse sentido, percebe- se um aumento de 0,272 na eficiência da Engenharia na comparação dos períodos. O cálculo da ANOVA também retorna o valor de F. Quanto maior é o escore do F, pode-se afirmar que mais significativo é o p-value do teste ANOVA efetuado. O escore de F das médias dos períodos consideradas no projeto modularizado, que é de 57,6881, e o p-value de 0,0000000028, permitem afirmar que a diferença detectada é significativa. Dessa forma, é possível rejeitar a hipótese H1a (não existem evidências dos efeitos da modularização sobre a

evidências do efeitos da modularização sobre a eficiência técnica da Engenharia de Produtos).

Quanto ao projeto não modularizado, foram efetuados os mesmo cálculos. Percebe-se que a eficiência no período anterior à modularização foi de 0,511 e no período posterior foi de 0,513, ou seja, houve uma variação de 0,002. No entanto, o F de 0,032214 e o p-value de 0,8584656 não permitem afirmar que houve diferença significativa entre as médias dos períodos. Nesse sentido, entende-se que a eficiência do projeto não modularizado não apresentou variação significativa ao longo dos períodos pré e pós-modularização. Essa constatação evidencia que a melhora na eficiência ao longo do tempo observada na Engenharia de Produtos pode ser atribuída à implementação da modularização. Na próxima seção, apresenta-se os cálculos do dimensionamento dos efeitos da modularização na

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