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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

2.5 ANÁLISE DO CUSTO, VOLUME, LUCRO

É um método de análise econômica que tem o intuito de evidenciar os custos, diferenciando-os em custos fixos e variáveis, possibilitando cruzar os gastos e receitas da empresa com o volume produzido, e se caracteriza como um importante instrumento gerencial, pois serve de base para fundamentar futuras decisões no que concerne ao aumento ou diminuição do volume de produção, manutenção, corte ou alteração no mix de produtos, incorporações de novos produtos ou até mesmo produção de quantidades adicionais, ou seja, objetiva a administração de preços, diminuição de custos e maximização dos lucros.

Souza; Schnorr; Ferreira (2011, p.112) explicam que a análise do “custo, volume e lucro é utilizada tendo como base o método de custeio variável, visto que essa técnica necessita da segregação dos custos e despesas entre variáveis e fixos”. E é por esta metodologia que Horngren et al (2000 apud DALMACIO et al, 2013, p.4) sintetiza que a análise do custo, volume e lucro “pode ser usada para examinar como várias alternativas de simulação levadas em consideração por um tomador de decisão afetam o lucro operacional”.

Para execução da análise, segundo Padoveze (2011), a ferramenta se baseia em três pilares básicos: margem de contribuição, ponto de equilíbrio e alavancagem operacional. Esses indicadores verificados em conjunto permitem uma visão mais ampla do comportamento das relações de CVL, visto que, a margem de contribuição é definida por meio da diferença do preço de venda e os custos e despesas variáveis, e esta é essencial para se obter o ponto de equilíbrio, que por sua vez, serve de balizador para a simulação da alavancagem operacional, no qual se visualiza a busca pela maximização do uso dos custos e despesas fixas, e que também sofre influência direta da margem de contribuição.

No que se refere à margem de contribuição, conceitualmente:

Representa o lucro variável. É a diferença entre o preço de venda unitário do produto ou serviço e os custos e despesas variáveis por unidade de produto ou serviço. Significa que em cada unidade vendida, a empresa lucrará determinado valor; multiplicado pelo total vendido, teremos a margem de contribuição total do produto para a empresa (PADOVEZE, 2011, p.377).

Desta forma, entende-se que o valor definido como margem de contribuição de um determinado produto contribui para o pagamento dos custos fixos da empresa e posteriormente gera o resultado do período. Também cabe ressaltar que, por meio da margem de contribuição total que os gestores deveriam realizar as análises pertinentes e que o

conhecimento desse indicador gera grandes vantagens ao administrador da empresa, pois facilitam as decisões no que diz respeito às quais produtos devem sofrer aumento de produção, quais devem ser eliminados ou dados como prioridade na divulgação e exposição, possibilita uma reflexão na proposta de eliminação ou não de um produto que apresenta margem negativa e por fim, ainda contribui na ponderação da possibilidade de descontos, promoções e campanhas de vendas.

A margem de contribuição é representada pela seguinte fórmula: MC = PV – CV - DV, onde se considera MC = margem de contribuição; PV = preço de venda; CV = custo variável; DV = despesa variável.

Já em relação ao ponto de equilíbrio, Rayburn (1996 apud SOUZA; SCHNORR; FERREIRA, 2011, p.114) define como o “menor nível de operações no qual a organização não apresenta prejuízo, podendo ser expresso em termos de volume, de valores monetários e de percentual de utilização da capacidade produtiva”, isto é, no ponto de equilibro não ocorre lucro ou prejuízo, pois somente os volumes adicionais de vendas que passam a gerar lucros. Esse indicador também é muito utilizado nas empresas como apoio à gestão, uma vez que, suas informações possibilitam que o usuário identifique seu volume mínimo de vendas para que consiga cobrir todos seus custos e despesas fixas, que são os seus gastos incorridos no processo de fabricação e venda dos produtos.

Dentro deste aspecto, ressalta-se que a técnica do ponto de equilíbrio divide-se em três modalidades: Ponto de Equilíbrio Contábil - PEC; Ponto de Equilíbrio Econômico – PEE e Ponto de Equilíbrio Financeiro - PEF (SOUZA; SCHNORR; FERREIRA, 2011). O primeiro permite que a administração identifique o volume e o valor de vendas unitárias necessárias para que a empresa opere com lucro operacional positivo. Já o segundo permite remunerar os investimentos realizados na empresa através de uma margem de lucro, ou seja, após a empresa atingir seu volume de vendas necessário para cobrir seus custos e despesas ela gera um lucro mínimo que é igual à remuneração do capital avaliado sobre o Patrimônio Líquido. E por último o Ponto de Equilíbrio Financeiro que representa a capacidade de caixa da empresa, isto é, o volume de receitas necessárias para proporcionar um equilíbrio de caixa.

Esses três tipos de ponto de equilíbrio são representados pelas fórmulas: PEC = CF + DF / MCU; PEE =CF + DF + remuneração do capital / MCU; PEF = CF + DF – depreciação / MCU, e consideram-se PEC = ponto de equilíbrio contábil; PEE = ponto de equilíbrio econômico; PEF = ponto de equilíbrio financeiro; CF = custos fixos; DF = despesas fixas; MCU = margem de contribuição unitária.

O terceiro pilar, a alavancagem operacional, que pode ser definida como a possibilidade de acréscimo do lucro total diante do aumento da quantidade vendida e produzida, buscando assim, a maximização dos custos e despesas fixas (PADOVEZE, 2011). Souza; Schnorr; Ferreira (2011, p.116) ainda explica que é a “medida do grau de sensibilidade do lucro às variações nas receitas de vendas, ou seja, sinalizam quantas vezes um acréscimo nas vendas refletirá sobre o lucro operacional da empresa”.

Além disso, observa-se que algumas literaturas abarcam outros dois tipos de alavancagem, que são: financeira e combinada, onde a primeira baseia-se no aumento do lucro líquido em contrapartida às despesas financeiras, ou seja, capacidade da empresa de maximizar os rendimentos dos sócios utilizando-se de capitais de terceiros. Já a combinada é quando a empresa consegue usar os custos fixos totais, operacionais e financeiros para impulsionar o efeito das alterações nas vendas sobre o lucro.

Além das três técnicas já citadas anteriormente, alguns autores sugerem um quarto indicador pertencente à análise do custo, volume e lucro, a margem de segurança. Este por sua vez, é um elemento que permite a empresa medir o seu risco operacional e pode ser definido como:

A margem de segurança, nos estudos de ponto de equilíbrio, é a diferença entre o que a empresa pode produzir e comercializar, em termos de quantidade de produtos, e a quantidade apresentada no ponto de equilíbrio. Chama-se margem de segurança porque mostra o espaço que a empresa tem para fazer lucros após atingir o ponto de equilíbrio (LEONE, 2000, p.354).

Deste modo, chama-se margem de segurança porque é o espaço que a empresa tem para gerar lucros após atingir seu ponto de equilíbrio, podendo ser representado em quantidade, unidades monetárias ou em percentual, sendo que, para isso a margem em quantidades deve ser multiplicada pelo preço de venda e assim obter a margem em unidades monetárias, ou então se dividir a mesma pela quantidade vendida se obtém a margem em percentual e esta é representada pela fórmula MSO = QV - QPE, que considera MSO = margem de segurança operacional; QV = quantidade vendida; QPE = quantidade no ponto de equilíbrio.

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