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EMEF X DRE: BUTANTÃ MATEMÁTICA

2 A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES EM FOCO

3.3 Análise dos documentos

Passo a analisar os documentos, que são apresentados na ordem cronológica de publicação. A entrevista com Celina é utilizada, neste momento, para ilustrar, sempre que possível, os diferentes temas abordados nos documentos.

3.3.1 Proposta de formação DOT 2005

A DOT/SME-SP publica, no primeiro semestre de 2005, um documento que apresenta uma proposta de trabalho envolvendo todos os profissionais da educação da Rede Municipal de Ensino de São Paulo. O principal objetivo é propor uma coesão de toda a equipe pedagógica, no sentido de dar apoio aos professores “na solitária e difícil tarefa de desenvolver as competências da leitura e da escrita” (SÃO PAULO, 2005a, p. 5).

A partir da publicação do documento Proposta de formação DOT 2005 (SÃO PAULO, 2005a) é lançado o primeiro programa educacional da gestão Serra-Kassab, Gestão

Pedagógica – Aprendizagem na Escola: Ponto de Partida e Ponto de Chegada, que define planos de ação para todos os segmentos e setores do ensino: Círculo de Leitura e Escrita40, Divisão do Ensino Fundamental, Médio e Núcleo de Educação Especial, Divisão de Educação Infantil e Divisão de Educação de Jovens e Adultos. Nas páginas iniciais, isto é, na apresentação da proposta, a equipe elaboradora do texto reconhece as conquistas educacionais de âmbito nacional, como a meta atingida de 96% das crianças e jovens dentro da escola, a implantação de um sistema de avaliação (SAEB) e a titulação de professores leigos; no entanto, também evidencia a permanência dos altos índices de fracasso e evasão escolar, determinados, segundo o texto do documento, pela ineficácia do ensino. O documento apresenta uma crítica contundente às políticas públicas educacionais que priorizam ações isoladas para determinada área do conhecimento ou para um segmento de escolaridade específico, e também aos projetos realizados em larga escala, que consideram todos os sujeitos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem de forma padronizada e burocrática. A partir desse ponto de vista, a nova equipe da SME-SP articula todos os seus projetos e ações em torno de um mesmo tema: a gestão pedagógica. A ideia principal é partir da unidade escolar, instância que merece os cuidados de todos os profissionais a ela relacionados: supervisores, formadores, diretores, coordenadores pedagógicos e professores. Por meio da ação de grupos de trabalho compostos por profissionais de mesma função, passam a ser diagnosticados os problemas de cada escola e planejadas suas soluções.

Pretende-se consolidar a formação de grupos de trabalho, compostos por equipes das Coordenadorias41, supervisores, diretores e coordenadores pedagógicos que, com o apoio da DOT/SME, tratam da gestão pedagógica nas suas diversas instâncias. Esses grupos, ao mesmo tempo em que criam contextos formativos específicos de suas funções, buscam juntos soluções para os problemas da escola. Aos poucos, novos grupos devem se formar e se autogerir.

Uma das funções destes grupos será mapear e organizar as demandas de formação de suas equipes pedagógicas nas Unidades Educacionais. Isso significa que a formação de professores será definida e planejada a partir das necessidades reais de cada Unidade Escolar, em consonância com seu projeto pedagógico e plano estratégico de ação. Uma vez definida, Coordenadorias e DOT passam a apoiar e subsidiar essa formação.

O programa, assim, além de tornar a formação de todos mais consistente e inter-relacionada, resgata a identidade de cada Unidade Educacional, dando vez e a voz aos integrantes, seus projetos, demandas e ideias. (SÃO PAULO, 2005a, p. 10)

40 O Círculo de Leitura e Escrita é um núcleo de trabalho constituído, logo no início da gestão, por profissionais

da própria secretaria, responsáveis pela coesão pedagógica das propostas de formação da Diretoria de Orientação Técnica de Leitura e Escrita.

O documento apresenta um novo conceito do termo “gestão”, afirmando que toda e qualquer gestão de natureza escolar deve ser pedagógica, não restringindo ao professor, que é o gestor da sala de aula, a tomada de decisões em função de critérios pedagógicos.

A qualidade da educação oferecida certamente será comprometida se na gestão escolar o administrativo for tratado como independente do pedagógico e as decisões tomadas dentro das instituições priorizarem os aspectos burocráticos e administrativos, em detrimento do pedagógico. O envolvimento dos gestores nas questões pedagógicas é determinante para o sucesso dos alunos e professores, pois são eles – coordenadores pedagógicos, diretores e supervisores – os que podem garantir as condições institucionais para que isso aconteça. (SÃO PAULO, 2005a, p. 10)

A partir dessa concepção, é proposta uma formação em rede, apoiada na ideia de que o sucesso dos alunos não depende exclusivamente da vontade dos professores, o que é defendido por Délia Lerner, uma das autoras que compõem o contexto de influência da produção dos textos oficiais da secretaria. No documento Proposta de formação DOT 2005 há uma citação de Lerner (apud SÃO PAULO, 2005a, p. 22)sobre a necessidade de estudo dos “mecanismos ou fenômenos que ocorrem na escola e que impedem que todas as crianças se apropriem dessas práticas sociais, que são a leitura e a escrita”. Essa citação remete à necessidade do envolvimento de todos os gestores pedagógicos – dos supervisores de ensino aos orientadores das salas de leitura – no processo de ensino e aprendizagem de crianças, jovens e adultos, o que constitui o grande foco da proposta Gestão Pedagógica – Aprendizagem na Escola: Ponto de Partida e Ponto de Chegada. Nesse trecho do documento, transparece a ideia de integração entre a perspectiva global da SME-SP, que prevê metas para todos os alunos da rede, e as realidades locais, já que a dinâmica de cada escola é o grande foco da proposta. E, de acordo com Ball (2001), essa ideia pode ser considerada um reflexo do movimento da globalização, que considera os aspectos globais e locais concomitantemente.

Para a primeira e principal ação de formação continuada, que envolve indiretamente os professores do Ciclo I, as 13 DREs distribuídas pela cidade de São Paulo devem manifestar interesse em estabelecer parceria com a equipe do Círculo de Leitura e Escrita da DOT/SME- SP. Em seguida, cada diretoria parceira convida dez escolas para compor sua equipe, da qual participarão o diretor, os coordenadores pedagógicos e os supervisores de cada escola. Estes grupos reúnem-se quinzenalmente, com o acompanhamento de um formador do Círculo de Leitura e Escrita, na sede da diretoria. A formação continuada de professores nasce, então, desses encontros, cujas reflexões devem “desencadear a elaboração de propostas de ação na escola para a formação dos professores e a gestão das demais pessoas e espaços” (SÃO PAULO, 2005a, p. 24). Além dos encontros presenciais na diretoria, também são planejadas observações, reuniões e

intervenções nas escolas e o envio de materiais via e-mail para a DOT/SME-SP, o que se configura como uma forma de avaliação dessas ações por parte da secretaria.

O modelo de formação continuada acima descrito é apenas um dos 24 planos de trabalho implementados pela SME-SP no segundo semestre de 2005. Tais planos foram agrupados em quatro setores diferentes da SME-SP: 1) Círculo de Leitura e Escrita, 2) Divisão do Ensino Fundamental/Médio e Educação Especial, 3) Divisão de Educação Infantil e 4) Divisão de Educação de Jovens e Adultos. Para cada plano são apresentados, no documento, os objetivos, o público-alvo, a estrutura e o funcionamento da dinâmica de formação, além de um calendário de atividades previstas para cada semana dos meses de junho a dezembro de 2005.

O documento não menciona ações de formação diretamente voltadas para os professores regentes de salas do Ciclo I. O único plano de trabalho de formação que trata dos professores desse segmento de ensino é o “Por dentro da sala de aula”, que faz parte das ações do Círculo de Leitura e Escrita. A formação desse plano é voltada para a equipe das DREs responsável pelo trabalho de leitura e escrita e se refere aos professores do ensino fundamental do Ciclo I, que tratam do ensino de leitura e escrita, como público indireto. Nos demais casos de profissionais desse segmento de ensino, são previstas ações de formação somente para: a) os orientadores das salas de leitura (OSL), b) os professores orientadores de informática educativa (POIE), c) os professores e os alunos interessados em aprender uma língua estrangeira, d) os professores de apoio e acompanhamento à inclusão (PAAI), que atuam nos centros de formação e acompanhamento à inclusão (CEFAIs), e e) os professores das salas de apoio e acompanhamento à inclusão (SAAI), salas que fazem parte da estrutura das unidades escolares regulares.

Dessa forma, com a análise do documento Proposta de formação DOT 2005 (SÃO PAULO, 2005a), verifico que as primeiras ações de formação da SME-SP, em 2005, referentes ao Ciclo I priorizam os profissionais das DREs e os gestores – supervisores, diretores e coordenadores pedagógicos – das escolas, com o objetivo maior de melhorar os resultados da aprendizagem da leitura e da escrita dos alunos da rede municipal de ensino. Nessa primeira etapa de formação continuada oferecida pela secretaria, os professores do 1º ao 5º ano não são diretamente contemplados.

A entrevista com Celina não foi utilizada na análise desse documento pelo fato de ela, em 2005, ainda não ocupar o cargo de assessora técnica da secretaria42, não lhe sendo

42 Em 2005, Celina ainda é professora do Ciclo I; em 2006, assume o cargo de formadora em uma das DRE e,

familiares, portanto, as ações de formação instituídas no início da gestão. Especificamente sobre as ações apresentadas no documento Proposta de formação DOT 2005 (SÃO PAULO, 2005a), Celina não faz comentários ao longo da entrevista.

3.3.2 Portaria nº 6.328, de 26 de setembro de 2005

A Portaria nº 6.328, de 26 de setembro de 2005, institui o Programa Ler e Escrever – Prioridade na Escola Municipal para o ano de 2006. Após cerca de dois meses, em 30 de novembro de 2005, há uma republicação do texto para que certos trechos sejam alterados. São feitas “correções” – termo utilizado pelo próprio texto da portaria – somente nos critérios para atribuição das classes dos Projetos TOF e PIC, que, aparentemente, correspondem a uma pequena alteração textual, mas que refletem uma discussão significativa, ocorrida nesse intervalo entre a publicação e a republicação da portaria, acerca das possibilidades de acesso do professor aos projetos implementados. Nesse sentido, cabe aqui analisar ambos os trechos para efeito de comparação. Apresento somente as alterações referentes ao texto do Projeto TOF, uma vez que não há diferenças nas exigências da portaria entre ambos os projetos.

a) Texto publicado em 27 de setembro de 2005:

Projeto Toda Força ao 1º Ano do Ciclo I – TOF A metodologia deste projeto envolve:

– formação do Coordenador Pedagógico responsável pelo Ciclo; – formação de todos os professores regentes do 1º ano do Ciclo I; – elaboração de material de orientação para estes professores;

– convênios com Universidades ou Institutos Superiores de Educação para apoio pedagógico às classes de 1º ano;

– critérios para atribuição das classes de 1º ano a Professores Titulares preferencialmente com opção de Jornada Especial Integral (JEI). Os professores optantes pela Jornada Especial Ampliada (JEA) poderão aderir ao Projeto, desde que tenham disponibilidade para participar de todos os momentos de formação, planejamento e avaliação do Projeto “Toda Força ao 1º Ano do Ciclo I”.

[...]

Para participar, o professor deve ser titular e optante de Jornada Especial Integral (JEI) ou Jornada Especial Ampliada (JEA). Os professores que

aderirem ao Projeto terão pontuação diferenciada para fins de evolução funcional, desde que permaneçam em regência na classe do 1º ano do Ciclo I durante todo o ano letivo e alcancem os objetivos propostos no Projeto com avaliação satisfatória em relação às expectativas de aprendizagem dos alunos, publicadas no documento “Orientações Gerais para o Ensino de Língua Portuguesa no Ciclo I”. (SÃO PAULO, 2005b, p. 20, grifo nosso)

b) Texto republicado em 30 de novembro de 2005:

Projeto Toda Força ao 1º Ano do Ciclo I – TOF A metodologia deste projeto envolve:

– formação de todos os professores regentes do 1º ano do Ciclo I; – elaboração de material de orientação para estes professores;

– convênios com Universidades ou Institutos Superiores de Educação para apoio pedagógico às classes de 1º ano;

– critérios para atribuição das classes de 1º ano: vide item específico. [...]

Critérios para atribuição das classes do “Projeto Toda Força ao 1º Ano do Ciclo I”

Para participar, o professor deve ser, preferencialmente, optante por Jornada Especial Integral (JEI). Os optantes por Jornada Especial Ampliada (JEA) ou Jornada Básica (JB) poderão aderir ao Projeto, desde que tenham disponibilidade para participar de todos os momentos de formação, planejamento e avaliação do Projeto “Toda Força ao 1º ano”, remunerados como Jornada Especial de Hora/Aula Excedente - JEX e Jornada Especial de Trabalho Excedente - TEX.

Os professores efetivos que aderirem ao Projeto terão pontuação diferenciada para fins de evolução funcional, desde que permaneçam em regência na classe do 1º ano do Ciclo I durante todo o ano letivo e alcancem os objetivos propostos no Projeto com avaliação satisfatória em relação às expectativas de aprendizagem dos alunos, publicadas no documento “Orientações Gerais para o Ensino de Língua Portuguesa no Ciclo I”. (SÃO PAULO, 2005c, p. 39, grifo nosso)

Para a compreensão dos trechos apresentados, faz-se necessário o entendimento do significado das siglas referentes às diferentes jornadas de trabalho do professor.

Na rede de ensino paulistana, os professores estão submetidos a diversos tipos de jornada de trabalho, definidos no Estatuto do Magistério Municipal de São Paulo, de 1992 e 1993. Há uma reestruturação do plano de carreira em 2007, com a promulgação da Lei nº 14.660, em 26 de dezembro de 2007; porém, nas três portarias analisadas nesta pesquisa ainda prevalecem as jornadas de trabalho anteriores, descritas a seguir:

 JB: jornada básica – 20 horas (18 com alunos e 2 com horas-atividade);

 JEA: jornada especial ampliada – 30 horas (25 com alunos e 5 com horas- atividade);

 JEI: jornada especial integral – 40 horas (25 com alunos e 15 com horas-atividade). Nota-se que a diferença entre ambos os textos está no fato de o segundo estender a participação, no projeto, aos professores de jornada básica, o que parece refletir um repensar sobre a necessidade de democratização das ações da SME-SP entre os docentes. Os professores que participam de qualquer atividade fora de sua jornada de trabalho, que envolva “formação, planejamento e avaliação do Projeto”, são remunerados com hora extra de salário. Penso que essa seja uma questão interessante a ser investigada, pois, aparentemente, as condições da secretaria para a participação efetiva nos projetos do Programa Ler e Escrever – Prioridade na Escola Municipal parecem razoáveis, remunerando os professores pelas horas extras (não discuto aqui a valoração do salário do professor); no entanto, sabemos que isso

não é suficiente para elevar o nível dos alunos em leitura e escrita às metas esperadas43, o que pode ser verificado nas informações do Quadro 15, já apresentadas e comentadas na “Introdução” desta tese, que mostram os índices de desempenho dos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental na área de Língua Portuguesa44, em 2011, seis anos após a gestão Serra-Kassab.

Dependência administrativa/localização

Anos iniciais do ensino fundamental

Anos finais do ensino fundamental Língua Portuguesa Matemática Língua Portuguesa Matemática Municipal Rural * * * * Municipal Urbana 181,6 197,5 238,6 240,4 Municipal Total 181,6 197,5 238,6 240,4 Notas:

* Não houve cálculo para esse estrato, conforme portarias normativas SAEB.

Quadro 15 – Média de proficiência em Língua Portuguesa e Matemática dos anos iniciais e finais do ensino fundamental da Rede Municipal de Ensino de São Paulo, na Prova Brasil, em 2011

Fonte: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA ([2012]).

Após comentar as alterações sofridas pela Portaria nº 6.328, publicada originalmente em 27 de setembro de 2005, depois de cerca de dois meses de sua publicação, destaco que, a partir de agora, a análise desse documento tem por base o texto de sua republicação, de 30 de novembro do mesmo ano.

Na “Introdução” da tese são apresentados, em nota de rodapé, os objetivos dos projetos do Programa Ler e Escrever – Prioridade na Escola Municipal. Retomo aqui o conteúdo desses projetos e amplio a descrição de cada um deles, já que a portaria em análise é responsável pela instituição de tal programa.

O Projeto TOF tem como meta alfabetizar todos os alunos até o final do 1º ano do Ciclo I, justificando que alunos não alfabetizados nesse ano de escolaridade têm muito mais chances de ficarem retidos ao final do 4º ano.

Os institutos de pesquisa e avaliação educacional indicam que os alunos que chegam ao final desse período já alfabetizados tendem a ter maior sucesso nas aprendizagens ao longo do Ciclo, pois, ao ler e escrever com alguma autonomia, podem seguir aprendendo os conteúdos de todas as áreas de conhecimento, principalmente por meio da leitura e da produção de textos. Geralmente, os alunos que não terminam o 1º ano alfabetizados, acumulam fracassos nos anos posteriores e, frequentemente, são aqueles que terminam retidos ao final do 4º ano do Ciclo I. (SÃO PAULO, 2005c, p. 39)

43 O foco do Projeto TOF é a alfabetização, como descrito mais adiante.

44 Em 2011, o índice de desempenho esperado dos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental, em Língua

O PIC objetiva reverter o quadro de fracasso escolar dos alunos ao final do Ciclo I. Em 2005, a equipe da secretaria conta com dados de estudos que atestam a retenção, no 4º ano, de 12% dos alunos matriculados entre 2000 e 2003. Essa informação alarmante impulsiona a nova gestão a propor estratégias para melhorar a relação desses alunos com o processo de ensino e aprendizagem.

E, finalmente, o Projeto Ler e Escrever em Todas as Áreas do Ciclo II amplia o ensino da leitura e da escrita para todas as disciplinas, apresentando, como principal ação, a capacitação do coordenador das escolas no sentido de envolver todos os professores de 6º a 9º ano no trabalho com as práticas de leitura e escrita45.

Para ambos os projetos voltados para o Ciclo I, a proposta parte das observações realizadas pela equipe da SME-SP sobre o fato de os alunos não dominarem o sistema de escrita ao final do 1º ano e de permanecerem sem esse domínio ao longo dos quatro anos iniciais de escolaridade. E, dando continuidade ao que já havia iniciado no primeiro semestre de 2005, a formação continuada de professores agora tem como foco principal o coordenador pedagógico e o professor – todos os professores regentes do 1º ano do Ciclo I e das salas PIC.

No documento Proposta de formação DOT 2005 (SÃO PAULO, 2005a), nota-se um investimento na formação dos gestores e a formação do professor, em geral, ocorre de forma indireta. A partir de 2006, segundo ano dessa gestão, o professor também passa a ser alvo direto das formações da secretaria.

Os textos que tratam dos Projetos TOF e PIC são iguais quando se referem às ações de formação do coordenador pedagógico e do professor.

* Formação dos Coordenadores Pedagógicos

A formação contínua deste grupo de profissionais, os CPs, será garantida pela DOT/SME em parceria com as DOT/P das Coordenadorias de Educação. Os Coordenadores Pedagógicos serão formados para atuar na formação dos professores na complexa tarefa de alfabetizar. Envolve momentos de formação, planejamento, acompanhamento e avaliação durante todo o ano letivo conforme estabelecido em calendário a ser publicado. É importante destacar que esta formação, embora voltada para a alfabetização, deverá contribuir para a consolidação de um trabalho de qualidade para toda a equipe escolar, já que as concepções de aprendizagem, as reflexões e análises sobre a didática são conhecimentos fundamentais para todos os professores, de todas as etapas da escolaridade.

* Formação dos professores

Os professores integrantes do projeto deverão participar da formação que acontecerá na sua Unidade Educacional, nos horários destinados ao coletivo, sob a responsabilidade e orientação do Coordenador Pedagógico e, em momentos específicos planejados pela DOT/SME, em calendário a ser publicado posteriormente.

O planejamento, acompanhamento e avaliação do andamento do trabalho de sala de aula será feito a partir da ação de formação do Coordenador Pedagógico pautada no material para o aluno e para os professores e nas expectativas de aprendizagem, publicadas no documento “Orientações gerais para o trabalho com Língua Portuguesa no Ciclo I” - Comunicado SME 816/05, publicadas em 4 de agosto de 2005, no Diário Oficial. (SÃO PAULO, 2005c, p. 39)

Como é possível observar, o coordenador pedagógico do Ciclo I assume grande responsabilidade pela formação dos professores de 1º ano e de PIC. Para tanto, ele também recebe sua formação dos formadores da secretaria. Ao mesmo tempo em que recebe formação, ele deve atuar como formador nos horários coletivos de trabalho da escola. Será que entre a formação recebida e a ministrada não deve haver certo tempo, para que as