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5 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS POR CATEGORIAS

5.2 Análise dos objetivos institucionais da EE/UFMG

O Plano de Trabalho da Gestão 2014-2018 da EE/UFMG tem como um de seus princípios a busca de uma cultura sólida de valorização do ser humano e da sua inserção no ambiente de trabalho, o que está alinhado aos pressupostos do modelo de alocação e desenvolvimento de pessoas por competências.

Outro princípio norteador da gestão atual da Unidade, transcrito adiante, enfatiza a integração e a consciência da interdependência, conforme as concepções de competências propostas por Zarifian (2011) e Fleury e Fleury (2001), envolvendo a mobilização de indivíduos, a cooperação, a conexão de atividades e a troca de saberes.

Integrar pessoas, ideias, estrutura e ações buscando ampliar a consciência da interdependência (UFMG, 2014a, p. 1).

A promoção da articulação dos trabalhadores das diversas categorias entre si e com os demais recursos institucionais para o cumprimento do objetivo da Escola também é destacada nas seguintes falas e confirmam a visão de Le Boterf (2003) e Ruas (2005) sobre a importância de combinar recursos do individuo com os recursos do meio para a expressão da competência:

A gente precisa de uma articulação muito grande entre os diversos trabalhadores [...] a instituição só atinge o seu objetivo com excelência se ela conseguir uma articulação entre todos os recursos institucionais, utilizados com eficiência e eficácia [...] Reconhecer que ele [assistente em administração] é parte do processo, porque cada um de nós é uma peça nesse processo. (C1)

A partir do princípio e dos trechos da entrevista de C1 anteriormente transcritos, podem ser extraídas as seguintes atitudes: comprometer-se com os objetivos institucionais, reconhecer e valorizar as contribuições de cada categoria profissional, fomentar a cooperação e reconhecer e utilizar os recursos com eficiência e eficácia disponíveis para o desenvolvimento do trabalho. Além disso, tem-se como importante conhecer e compreender a importância das suas funções para o funcionamento do serviço.

Outra atitude diagnosticada por meio da análise do plano de gestão é a posição de reflexão do servidor sobre o processo de trabalho, buscando o seu constante aperfeiçoamento. De acordo com Zarifian (2011, p. 78) a competência envolve assumir responsabilidade, o que implica saber questionar os métodos de trabalho e encarar os novos problemas.

Analisar e buscar soluções para os problemas do processo de trabalho apresentados pelos funcionários técnico- administrativos em educação, melhorando seu desempenho e satisfação (UFMG, 2014a, p. 7).

O plano traz ações voltadas para os servidores técnicos-administrativos em educação, dentre elas o incentivo à participação no processo de decisão, que também é corroborado pela fala de um dos respondentes. A abertura de um espaço para a autonomia e a descentralização da tomada de decisão também são, para Zarifian (2011), aspectos imprescindíveis para a manifestação das competências.

Incentivar a participação dos funcionários técnico- administrativos nos fóruns de discussão e decisão administrativa da EE/UFMG (UFMG, 2014a. p. 6).

Dentro dos direitos do servidor tem a questão da representatividade nas decisões da Unidade. Nós temos servidores que hoje representam a categoria no órgão maior de decisão, que é a Congregação da Unidade e abaixo da Congregação em todos os níveis que é o caso da Câmara Departamental. (C1)

Dessa forma fica evidente a relevância do conhecimento da legislação referente ao servidor público federal, seus direitos e deveres, da representatividade dos TAEs nos órgãos colegiados e da sua responsabilidade na participação do processo decisório, bem como da estrutura organizacional e funcionamento da Unidade.

Habilidades para manter boas relações interpessoais e profissionais e para trabalhar em equipe também puderam ser identificadas, confirmando os achados de Zarifian (2011) e Le Boterf (2003) que ressaltam o saber mobilizar os conhecimentos e habilidades de outras pessoas. O que está relacionado a um trabalho coletivo e cooperativo, a fim de elevar o desempenho institucional.

Promover a sustentabilidade institucional com a humanização das relações interpessoais e profissionais (UFMG, 2014a, p. 3).

Identificar as habilidades para o trabalho em equipe, visando a cooperação e participação coletiva nos processos institucionais (UFMG, 2014a, p. 7).

Os conhecimentos, habilidades e atitudes diagnosticados como relevantes para a estratégia da Escola de Enfermagem estão apresentados de forma compilada no Quadro 7.

Quadro 7 – Competências individuais identificadas como relevantes para a estratégia da Escola de Enfermagem

CONHECIMENTOS  Legislação referente ao servidor público federal  Estrutura organizacional e funcionamento da Unidade

 Importância das suas funções para o funcionamento do serviço

 Representatividade da categoria nos órgãos colegiados e da sua responsabilidade na participação do processo decisório

 Recursos institucionais para o desenvolvimento do trabalho HABILIDADES

 Manter um bom relacionamento interpessoal e profissional  Trabalhar em equipe

ATITUDES  Comprometer-se com os objetivos institucionais

 Reconhecer e valorizar as contribuições de cada categoria profissional  Fomentar a cooperação

 Reconhecer e utilizar os recursos com eficiência e eficácia disponíveis para o desenvolvimento do trabalho

 Buscar o aperfeiçoamento dos processos de trabalho

Fonte: Elaboração própria a partir da análise do Plano de Trabalho da Gestão 2014- 2018 da EE/UFMG.

Em suma, tanto para a estratégia da Escola de Enfermagem quanto para o alcance das metas da Universidade, observou-se ser primordial o servidor conhecer a legislação referente ao servidor público federal, seus direitos, deveres, vedações, responsabilidades, normas e regras de conduta ética. Inclusive esses são temas abordados no curso introdutório ofertado pela UFMG aos servidores recém-admitidos. O conhecimento da organização – sua estrutura e funcionamento – também foi ponto em comum nas análises do PDI e do Plano de Trabalho da Gestão 2014-2018 da EE/UFMG, necessário ao processo de ambientação e integração do servidor à instituição e para a compreensão da sua dinâmica, dos processos acadêmicos, administrativos e decisórios. Além disso, a ênfase na busca contínua de aprendizado e do

aperfeiçoamento do processo de trabalho e do desenvolvimento das atividades foi detectada em ambas as análises. Outra convergência trata-se da utilização de recursos de forma eficiente e eficaz, porém com enfoques distintos: um voltado para a redução de custos e de desperdícios e outro para a realização dos objetivos institucionais da Unidade Acadêmica. Embora não conste em seu plano de gestão, foi possível notar, por meio da observação, que a EE/UFMG possui campanhas de redução do consumo de água e energia elétrica, uma vez que foram visualizados cartazes e etiquetas educativas afixados em suas instalações.