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Em estudos de corte transversal com desfechos binários, a associação entre exposição e desfecho é estimada pela razão de prevalência (RP). Quando é necessário ajustar para potenciais variáveis de confusão, normalmente são usados modelos de regressão logística. Este tipo de modelo produz estimativas de odds ratios (OR), freqüentemente interpretado como uma estimativa da RP. Entretanto, o OR não se aproxima muito bem da RP quando o risco inicial é alto (> 10 %), e nessas situações, interpretar o OR como se fosse a RP é inadequado(BARROS; HIRAKATA, 2003).

Alguns modelos estatísticos alternativos que podem estimar diretamente a RP e seu intervalo de confiança vêm sendo discutidos na literatura (BARROS; HIRAKATA, 2003; PETERSEN; DEDDENS, 2008).

Modelos de regressão de Poisson têm sido sugeridos como boas alternativas para obter estimativas da RP ajustadas para variáveis de confusão.

O modelo de regressão de Poisson é geralmente usado em epidemiologia para analisar estudos longitudinais onde a resposta é o número de episódios de um evento ocorridos em um determinado período de tempo. Em estudos de corte transversal é possível atribuir o valor unitário ao tempo de seguimento de cada participante, como estratégia para obtenção da estimativa por ponto da razão de prevalência, pois não há seguimento real dos participantes nesse tipo de estudo epidemiológico. No entanto, quando a regressão de Poisson é aplicada a dados binomiais, o erro para o risco relativo é superestimado, pois a variância da distribuição de Poisson aumenta progressivamente, enquanto a variância da distribuição binomial tem seu valor máximo quando a prevalência é 0,5. Este problema pode ser corrigido usando o procedimento de variância robusta, conforme proposto por Lin e Wei (1989).

A ocorrência de hipovitaminose foi considerada a variável dependente do estudo. Uma Análise de regressão de Poisson múltipla com variância robusta foi conduzida para as variáveis independentes (características sócio-demográficas e clinicas). A existência de multicolinearidade entre as variáveis independentes foi avaliada através do índice de inflação de variância, como também foi testada a significância das interações entre as variáveis independentes. Razões de prevalência por ponto e por intervalo foram obtidas para o modelo selecionado. Para se verificar a associação entre DMO, PTH e % de Gordura com o Status da Vitamina D foi empregado o teste de qui-quadrado. Para efeito de análise utilizou-se um nível de significância de 5 %.

5 RESULTADOS

Das 128 mulheres com idade de 60 a 79 anos que realizaram DMO e aceitaram participar da pesquisa, assinando o TCLE, 09 não entregaram os exames laboratoriais, totalizando 119 mulheres participantes (tabela 1).

Tabela 1:Descrição das variáveis encontradas nas 119 mulheres que realizaram a DMO, DF 2012. Variáveis N (%) IC 95 % Idade (anos) 60-65 80 (67,23) 58,67 – 75,78 66-79 39 (32,77) 24,22 – 41,33 Status Vitamina D Deficiência Insuficiência 33 (27,73) 55 (46,22) 19,57 – 35,89 37,13 – 55,31 Normal 31 (26,05) 18,05 – 34,05 Exame DMO Controle 108 (90,76) 85,48 – 96,04 Primeira Vez 11 (9,24) 3,96 – 14,52 DMO Normal 37 (31,09) 22,65 – 39,53 Osteopenia 50 (42,02) 33.02 – 51,01 Osteoporose 32 (26,89) 18,81 – 34,97 Porcentagem de Gordura Não Obeso 14 (11,76) 5,89 – 17,64 Obeso 105 (88,23) 82,36 – 94,11 Cálcio Alterado 2 (1,68) 0,00 – 4,02 Normal 117 (98,32) 95,98 – 100,00 Cálcio Iônico Alterado 10 (8,40) 3,35 – 13,46 Normal 109 (91,60) 86,54 – 96,65 PTH Intacto Alterado 28 (23,53) 15,80 – 31,26 Normal 91 (76,47) 68,74 – 84,20 Uso de medicamentos Não 83 (69,75) 61,37 – 78,12 Sim 36 (30,25) 21,88 – 38,63 Uso de Cálcio Não 95 (79,83) 72,52 – 87,15 Sim 24 (20,17) 12,85 – 27,48 Uso de Vitamina D Não 105 (88,23) 82,36 – 94,11 Sim 14 (11,76) 5,89 – 17,64 Presença de Co-morbidades Não 112 94,12) 89,83 – 98,41 Sim 7 (5,88) 1,59 – 10,17

A amostra foi constituída por 80 (76,23%) mulheres com idade de 60 a 65 anos e 39 (32,77%) pertenciam a faixa etária de 66 a 79 anos. Da amostra analisada, 88 (73,95%) mulheres apresentaram hipovitaminose D, sendo que 33 (27,73%) tinham deficiência de vitamina D, 55 (46,22%) mulheres tinham insuficiência, enquanto 31 (26,05%) mostraram os níveis desta vitamina dentro da normalidade.

Apenas 11 (9,24%) realizaram a DMO pela primeira vez, 108 (90,76%) faziam este exame de rotineiramente. Entre as mulheres estudadas 37 (31,09%) ficaram no grupo controle, apresentando DMO normal, 50(42,02%) mostraram osteopenia e 32 (26,89%) osteoporose.

Em relação ao percentual de gordura, 105 (88,23%) estavam obesas e 14 (11,76%) não obesas. 117 mulheres (98,32%) estavam com o cálcio dentro da normalidade e 2 (1,68%) mostraram-se fora da normalidade. Em relação ao cálcio iônico, 109 (91,60%) tinham-no na faixa da normalidade e 10 (8,40%) fora da normalidade. Nesta amostra, 91(76,47%) mulheres obtiveram níveis de PTH normais, enquanto em 28 (23,53%) ele estava acima do normal. 36 (30,25%) mulheres faziam uso de medicamentos hormonais, enquanto 83 (69,75) não o usavam. Da amostra, 95 mulheres (79,83%) não faziam uso do suplemento de cálcio e 24 (20,17%) o usavam; e 14 (11,76%) usavam vitamina D, enquanto 105 (88,23%) não faziam uso deste suplemento.

Apenas 7 (5,88%) mulheres apresentaram co-morbidades (tabela 1).

Na tabela 2, mostram-se as associações não ajustadas entre as variáveis estudadas e o

Tabela 2: Associação entre variáveis estudadas com o Status da Vitamina D em 119 mulheres, DF, 2012.

Variáveis Status Vitamina D

Hipovitaminose Normal

RP (IC 95 %) – Hipovitaminose D

Não ajustada Valor – p

N % N % Idade 60-65 55 (68,75) 25 (31,25) 1,00 - 66-79 33 (84,61) 6 (15,38) 1,23 (1,01 – 1,50) 0,0412 Exame DMO Controle 81 (75,00) 27 (25,00) 1,18 (0,74 – 1,87) 0,4837 Primeira Vez 7 (63,64) 4 (36,36) 1,00 - DMO Normal 21(56,76) 16 (43,24) 1,00 - Osteopenia 37 (74,00) 13 (26,00) 1,30 (0,94 – 1,81) 0,1104 Osteoporose 30 (93,75) 2 (6,25) 1,65 (1,23 – 2,22) 0,0009 Porcentagem de Gordura Não Obeso 13 (92,86) 1 (7,14) 1,30 (1,08 – 1,57) 0,0065 Obeso 75 (71,43) 30 (28,57) 1,00 - Cálcio Alterado 2 (100,00) 0 (0,00) 1,36 (1,22 – 1,52) < 0,0001 Normal 86 (73,50) 31 (26,50) 1,00 - Cálcio Iônico Alterado 8 (80,00) 2 (20,00) 1,09 (0,78 – 1,52) 0,6086 Normal 80 (73,39) 29 (26,61) 1,00 - PTH Intacto Alterado 23 (82,14) 5 (17,86) 1,15 (0,93 – 1,43) 0,2050 Normal 65 (71,43) 26 (28,57) 1,00 - Uso de medicamentos Não 61 (73,49) 22 (26,51) 1,00 - Sim 27 (75,00) 9 (25,00) 1,02 (0,81 – 1,28) 0,8619 Uso de Cálcio Não 70 (73,68) 25 (26,32) 1,00 - Sim 18 (75,00) 6(25,00) 1,02 (0,78 – 1,32) 0,8940 Uso de Vitamina D Não 78 (74,29) 27 (25,71) 1,04 (0,73 – 1,48) 0,8261 Sim 10 (71,43) 4 (28,57) 1,00 - Presença de Co- morbidades Não 84 (75,00) 28 (25,00) 1,31 (0,68 – 2,51) 0,4125 Sim 4 (57,14) 3 (42,86) 1,00 - RP= razão de prevalência

Das mulheres na faixa etária de 60 a 65 anos, 55 (68,75%) apresentaram hipovitaminose D e 25 (31,25%) estavam normais; e na faixa etária de 66 a 79 anos, 33 (84,61%) tinham hipovitaminose D enquanto 6 (15,38%) apresentavam-na com valores normais. A prevalência de hipovitaminose D foi 1,23 (IC 95% 1,01 – 1,50) vezes maior em mulheres idosas com mais de 65 anos do que naquelas com idade menor ou igual a 65 anos (p = 0,0412) (tabela 2).

Entre as 108 mulheres que realizaram a DMO como exame de rotina, 81(75,00%) estavam com hipovitaminose D e 27 (25,00%) estavam normais. Das 11 que fizeram este exame pela primeira vez, 7 (63,64%) estavam com hipovitaminose e 4 (36,36%) normais. A prevalência de hipovitaminose igual a 1,18 (IC 95% 0,74 – 1,87) não foi significativamente diferente em mulheres idosas que faziam o controle de DMO do que naquelas que fizeram este exame pela primeira vez (p = 0,4837) (tabela 2).

No grupo controle, 21 (56,76%) mulheres apresentaram hipovitaminose D e 16 (43,24%) estavam com os valores normais. No grupo com osteopenia 37 (74,00%) tinham hipovitaminose D e 13 (26,00%) estavam normais. A prevalência de hipovitaminose D igual a 1,30 (IC 95% 0,94 – 1,81) não foi significativamente diferente nas mulheres idosas com osteopenia do que nas com DMO normal (p = 0,1104). As mulheres com osteoporose, 30(93,755) estavam com hipovitaminose D e 2 (6,25%) estavam normais, mostrando que a prevalência de hipovitaminose D foi 1,65 (IC 95% 1,23 – 2,22) vezes maior nas mulheres idosas com osteoporose do que naquelas com DMO normal (p = 0,0009) (tabela 2).

Nas mulheres com percentual de gordura corporal acima da normalidade (obesas), 75 (71,43%) tinham hipovitaminose D e 30 (28,57%) tinham esta vitamina com valores normais. Em mulheres com percentual de gordura corporal normal, 13 (92,86%) apresentaram hipovitaminose D e 1 (7,14%) estavam com valores normais. A prevalência de hipovitaminose D foi 1,30 (IC 95% 1,08 – 1,57) vezes maior em mulheres com o percentual de gordura dentro da normalidade do que naquelas obesas (p = 0,0065) (tabela 2).

Nas mulheres com cálcio dentro da normalidade, 86 (73,50%) estavam com hipovitaminose D e 31 (26,50%) tinham índices de vitamina D normal enquanto que, entre as mulheres com cálcio fora da normalidade, 2(100,00%) tinha hipovitaminose D. A prevalência de hipovitaminose D foi 1,36 (IC 95% 1,22 – 1,52) vezes maior em mulheres idosas com níveis cálcio fora da normalidade do que naquelas com níveis de cálcio dentro da normalidade (p = 0,0001). Entre as mulheres com cálcio iônico fora da normalidade, 8 (80,00%) apresentavam hipovitaminose D e 2 (20,00%) estavam com valores normais, enquanto entre aqueles com cálcio iônico normal, 80 (73,39%) tinham hipovitaminose D e 29 (26,61%) estavam normais. A prevalência de hipovitaminose D igual a 1,09 (IC 95% 0,78 – 1,52) não foi significativamente diferente em mulheres idosas com níveis de cálcio iônico fora da normalidade do que naquelas com níveis de cálcio iônico dentro da normalidade (p = 0,6086) (tabela 2).

Entre as mulheres com PTH normal, 65 (71,43%) apresentavam-se com hipovitaminose D e 26 (28,57%) estavam com níveis fora da normalidade enquanto nas

mulheres com PTH fora da normalidade, 23 (82,14%) estavam com hipovitaminose D e 5 (17,86%) tinham esta vitamina normal. A prevalência de hipovitaminose D igual a 1,15 (IC 95% 0,93 – 1,43) não foi significativamente diferente em mulheres idosas com níveis de PTH fora da normalidade do que naquelas com níveis de PTH dentro da normalidade (p = 0,2050) (tabela 2).

No grupo de mulheres que faziam uso de medicamentos hormonais, 27 (75,00%) apresentaram hipovitaminose D e 9 (25,00%) estavam com estes níveis normais. Entre as mulheres que não usavam medicamentos hormonais, 61 (73,49%) tinham hipovitaminose D, enquanto 22 (26,51%) não apresentaram anormalidade. A prevalência de hipovitaminose D igual a 1,02 (IC 95% 0,81 – 1,28) não foi significativamente diferente em mulheres idosas que faziam uso de medicamentos hormonais do que naquelas que não faziam uso destes medicamentos (p = 08619) (tabela 2).

Das 24 mulheres que faziam suplementação com cálcio, 18 (75,00%) apresentaram hipovitaminose D e 6 (25,00%) estavam normais. Das 95 mulheres que não usavam cálcio, 70 (73,68%) apresentaram hipovitaminose D e 25 (26,32%) estavam com a vitamina D dentro da normalidade. A prevalência de hipovitaminose D igual a 1.02 (IC 95% 0,78 – 1,32) não foi significativamente diferente em mulheres idosas que faziam uso de suplementação de cálcio do que naquelas que não faziam esta suplementação (p = 0,8940) (tabela 2).

No estudo atual, apenas 14 mulheres faziam uso da suplementação com vitamina D, sendo que destas, 10 (71,43%) estavam com hipovitaminose D e 4 (28,57%) estavam com índices normais, Entre as 105 mulheres da amostra que não usavam suplemento de vitamina D, 78 (74,29%) apresentaram hipovitaminose D e 27 (25,71%) estavam normais. A prevalência de hipovitaminose D igual a 1,04 (IC 95% 0,73 – 1,48) não foi significativamente diferente em mulheres idosas que não faziam uso de suplementação de vitamina D do que naquelas que faziam uso desta suplementação (p = 0,8261) (tabela 2).

Encontrou-se co-morbidades em 7 (5,88%) mulheres, estando 4 (57,14%) delas com hipovitaminose D e 3 (42,86%) com níveis normais.Entre as 112 mulheres que não apresentaram co-morbidades, 84 (75,00%) estavam com hipovitaminose D e 28 (25,00%) estavam normais. A prevalência de hipovitaminose D igual a 1,31 (IC 95% 0,68 – 2,51) não foi significativamente diferente em mulheres idosas que não apresentaram co-morbidades do que naquelas que as apresentaram (p = 0,4125) (tabela 2).

Na tabela 3 mostra-se a razão de prevalência da hipovitamiose D por meio da regressão de Poisson múltipla.

Tabela 3: Resultado da Razão de prevalência da hipovitaminose D com a Regressão de Poisson Múltipla em 119 mulheres, DF, 2012.

Variável *RP (IC 95 %) – Hipovitaminose D Ajustada Qui-quadrado p-valor Idade 60 a 65 1,00 - - 66 a 79 1,15 (0,95 – 1,41) 2,05 0,1523 Exame DMO Controle 1,15 (0,70 – 1,88) 0,31 0,5800 Primeira Vez 1,00 - - DMO Normal 1,00 - - Osteopenia 1,31 (0,96 – 1,79) 2,86 0,0911 Osteoporose 1,60 (1,18 – 2,16) 9,08 0,0026 Porcentagem de Gordura Não Obeso 1,26 (1,00 – 1,57) 4,00 0,0455 Obeso 1,00 - - Cálcio Alterado 1,61 (1,16 – 2,23) 8,21 0,0042 Normal 1,00 - - Cálcio Iônico Alterado 1,07 (0,74 – 1,54) 0,13 0,7160 Normal 1,00 - - PTH Intacto Alterado 1,02 (0,81 – 1,30) 0,04 0,8498 Normal 1,00 - - Uso de medicamentos Não 1,00 - - Sim 1,04 (0,82 – 1,32) 0,13 0,7236 Uso de Cálcio Não 1,00 - - Sim 0,94 (0,67 – 1,32) 0,14 0,7131 Uso de Vitamina D Não 0,91 (0,56 – 1,46) 0,16 0,6898 Sim 1,00 - - Presença de Comorbidades Não 1,34 (0,76 – 2,38) 1,00 0,3161 Sim 1,00 - -

Diferentemente da análise não ajustada, a prevalência de hipovitaminose D relacionada à faixa etária não foi significativamente diferente nas mulheres idosas com idade superior a 65 anos daquelas com idade inferior ou igual a 65 (RP 1,15; IC 95% 0,95 – 1,42; p = 0,1523) (tabela 3).

A prevalência de hipovitaminose D nas mulheres que faziam DMO como controle, não foi significativamente diferente daquelas que faziam o controle de DMO pela primeira vez, (RP 1,15; IC 95% 0,70 – 1,88; p = 0,5800) (tabela 3).

A prevalência de hipovitaminose D em mulheres idosas com osteopenia não foi significativamente diferente daquelas com DMO normal (RP 1,31; IC 95% 0,96 – 1,79; p = 0,0911). Porém, a prevalência de hipovitaminose D em mulheres com osteoporose foi significativamente diferente das mulheres com DMO normal (RP 1,60; IC 95% 1,18 – 2,16; p = 0,0026) (tabela 3).

Nesta análise as mulheres com o percentual de gordura corporal dentro da normalidade continuaram a ter maior prevalência de hipovitaminose D do que as obesas, (RP 1,26; IC 95% 1,00 – 1,57; p = 0,0455) (tabela 3).

A prevalência de hipovitaminose D foi 1,61 (IC 95% 1,16 – 2,23) vezes maior em mulheres idosas com níveis cálcio fora da normalidade do que naquelas com níveis de cálcio dentro da normalidade (p = 0,0455). Quanto ao cálcio iônico, a hipovitaminose D em mulheres com cálcio iônico fora da normalidade não foi significativamente diferente daquelas com cálcio iônico normal (RP 1,07; IC 95% 0,74 – 1,54; p = 0,7160) (tabela 3).

A análise o PTH mostrou que prevalência de hipovitaminose igual a 1,02 (IC 95% 0,81 – 1,30) não foi significativamente diferente em mulheres idosas com níveis de PTH fora da normalidade do que naquelas com estes níveis normais (p = 0,8498) (tabela 3).

A taxa de hipovitaminose D nas mulheres que faziam uso de medicamentos hormonais igual a 1,04 (IC 95% 0,82 – 1,32) não foi significativamente diferente em relação as que não faziam uso destes medicamentos (p = 0,7236). Também a taxa de prevalência de hipovitaminose D nas mulheres que suplementavam com cálcio não foi significativamente diferente daquelas que não faziam uso desta suplementação, (RP 0,94; IC 95% 0,67 – 1,32; p = 0,7131). Assim como, a prevalência de hipovitaminose D igual a 0,91 (IC 95% 0,56 – 1,46) não foi significativamente diferente em mulheres idosas que não faziam uso de suplementação de vitamina D daquelas que faziam esta suplementação (p = 0,6898) (tabela 3).

Nas mulheres que não apresentaram co-morbidades, a taxa de prevalência de hipovitaminose D não foi significativamente diferente da apresentada por aquelas que apresentaram co-morbidade (RP 1,34; IC 95% 0,76 – 2,38; p = 0,3161) (tabela 3).

Tabela 4: Interações de variáveis estudadas com a hipovitaminose D usando modelo de Regressão de Poisson Múltipla em 119 mulheres, DF, 2012.

Variável *RP IC 95 % Qui-

quadrado p-valor

Osteopenia e Níveis de Cálcio alterado

Não 1,00 - - -

Sim 1,87 1,29 – 2,72 11,02 0,0009

Osteopenia e Níveis de Cálcio Iônico alterado

Não 1,00 - - -

Sim 1,82 1,28 – 2,60 11,22 0,0008

Osteoporose e Níveis da Cálcio Iônico alterado

Não 1,00 - - -

Sim 1,11 0,44 – 2,80 0,05 0,8225

Osteopenia e Uso de medicamentos

Não 1,00 - - -

Sim 1,30 0,80 – 2,11 1,13 0,2873

Osteoporose e Uso de medicamentos

Não 1,00 - - -

Sim 1,93 1,32 – 2,82 11,39 0,0007

Osteopenia e Uso Suplemento Vit. D

Não 1,00 - - -

Sim 1,42 0,72 – 2,81 1,01 0,3140

Osteoporose e Uso de Suplemento de Vit. D

Não 1,00 - - -

Sim 1,81 0,97-3,40 3,47 0,0623

Osteopenia e Uso de Suplemento de

Cálcio

Não 1,00 - - -

Sim 1,02 0,48 – 2,16 0,00 0,9636

Osteoporose e Uso de Suplemento

deCálcio

Não 1,00 - - -

Sim 1,62 1,12 – 2,34 6,59 0,0102

Osteopenia e Níveis de PTH alterado

Não 1,00 Sim 1,34 0,87 – 2,07 1,72 0,1896 Osteoporose e Níveis de PTH alterado Não 1,00 Sim 1,65 1,12 – 2,42 6,58 0,0103 *RP = Razão de prevalência

Algumas interações entre variáveis previamente definidas e analisadas com o modelo de regressão de Poisson múltipla, estão mostradas na tabela 4.

Quando foi aplicado o modelo de regressão de Poisson múltipla para analisar a interação da DMO com algumas variáveis estudadas e a hipovitaminose D, verificou-se:

a. Interação da DMO e cálcio.

A prevalência de hipovitaminose D foi 1,87 (IC 95% 1,29 – 2,72) vezes maior em mulheres com osteopenia e níveis de cálcio fora da normalidade do que naquelas com DMO normal e níveis de cálcio dentro da normalidade (p = 0,0455).

A prevalência de hipovitaminose D foi 1,82 (IC 95% 1,28 – 2,60) vezes maior nas mulheres com osteopenia e níveis de cálcio iônico fora da normalidade do que naquelas com DMO normal e níveis de cálcio iônico dentro da normalidade (p = 0,0455) (tabela 4).

A prevalência de hipovitaminose igual a 1,11 (IC 95% 0,44 – 2,80) não foi significativamente diferente em mulheres com osteoporose e com níveis de cálcio iônico fora da normalidade do que naquelas com DMO normal e níveis de cálcio iônico dentro da normalidade (p = 0,8225) (tabela 4).

b. Interação de DMO e medicamentos hormonais.

Nas mulheres com osteopenia e que faziam uso de medicamentos hormonais, a prevalência de hipovitaminose D não foi significativamente diferente daquelas com DMO normal e que não faziam uso de medicamentos (RP 1,30; IC 95% 0,80 – 2,11; p = 0,2873). No entanto, em mulheres com osteoporose e que faziam uso destes medicamentos, a prevalência foi significativamente diferente (RP 1,93; IC 95% 1,32 – 2,82; p = 0,0007) (tabela 4).

c. Interação de DMO e suplementação com vitamina D.

A prevalência de hipovitaminose D igual a 1,42 (IC 95% 0,72 – 2,81) não foi significativamente diferente em mulheres idosas com osteopenia e que faziam uso de suplementos de vitamina D do que naquelas com DMO normal e que não faziam uso desta suplementação (p = 0,3140). E a prevalência de hipovitaminose D igual a 1,81 (IC 95% 0,97 – 3,40) não foi significativamente diferente em mulheres idosas com osteoporose e que faziam uso da vitamina D do que naquelas com DMO normal e que não faziam uso desta vitamina (p = 0,0623) (tabela 4).

d. Interação de DMO e suplemento de cálcio.

Entre as mulheres portadoras de osteopenia e que faziam uso de suplemento de cálcio, a prevalência de hipovitaminose D não foi significativamente diferente da encontrada naquelas com DMO normal e que não faziam uso deste suplemento (RP 1,02; IC 95% 0,48 – 2,16; p = 0,9636. Porém, nas mulheres com osteoporose que faziam uso de suplementos de cálcio, a prevalência de hipovitaminose D foi significativamente diferente do grupo controle e que não usavam este suplemento (RP 1,62; IC 95% 1,12 – 2,34; p = 0,0102) (tabela 4).

e. Interação de DMO e PTH.

A prevalência de hipovitaminose D em mulheres com osteopenia e níveis de PTH fora da normalidade não foi significativamente diferente da obtida naquelas com DMO normal e com níveis de PTH dentro da normalidade (RP igual a 1,34; IC 95% 0,87 – 2,07; p = 0,1896). No entanto, nas mulheres com osteoporose e PTH alterado, a prevalência de hipovitaminose D foi 1,65 (IC 95% 1,12 – 2,42) vezes maior do que naquelas com DMO normal e níveis de PTH normal (p = 0,0103) (tabela 4).

Tabela 5: Associação entre DMO, PTH e percentual de Gordura corporal com o Status da Vitamina D em 119 mulheres, DF,2012.

Variável Status da Vitamina p – valor

Deficiência N % Insuficiência N % Suficiência N % DMO < 0,0001 Normal 9 (24,32) 12 (32,43) 16 (43,24) Osteopenia 7 (14,00) 30 (60,00) 13 (26,00) Osteoporose 17 (53,13) 13 (40,63) 2 (6,25) PTH 0,0401 Normal 20 (21,98) 45 (49,45) 26 (28,57) Fora da normalidade 13 (46,43) 10 (35,71) 5 (17.86) % de Gordura 0,1919 Não Obeso 4 (28,57) 9 (64,29) 1 (7.14) Obeso 29 (27,62) 46 (43,81) 30 (28,57)

Na tabela 5 mostra-se associação entre DMO, PTH e percentual de gordura com o

status da vitamina D.

Com relação ao status da vitamina D e DMO, no grupo controle com DMO normal 9 (24,32%) mulheres eram deficientes desta vitamina, 12 (32,43%) insuficientes e 16 (43,24%) suficientes. Nas mulheres com osteopenia, 7 (14,00%) eram deficientes, 30 (60,00%) insuficientes e 13 (26,00%) suficientes, enquanto que no grupo com osteoporose, 17 (53,13%) eram deficientes, 13 (40,63%) insuficientes e 2 (6,25%) tiveram a vitamina D dentro da normalidade. Assim foi demonstrada associação entre DMO e Status da Vitamina D (p < 0,0001), sendo que as idosas com DMO normal estão mais associadas à suficiência, aquelas com osteopenia à insuficiência e aquelas com osteoporose à deficiência de vitamina D (tabela 5).

No grupo das 91 mulheres com PTH normal, 20 (21,98%) apresentaram deficiência de vitamina D, 45(49,45%) estavam insuficientes e 26 (28,57%) suficientes, constatando-se que existe associação entre PTH e Status da Vitamina D (p = 0,0401), sendo que as idosas com

PTH normal estavam mais associadas à insuficiência e suficiência, enquanto aquelas com PTH alterado, estavam mais associadas à sua deficiência (tabela 5).

Ao avaliar associação com status da vitamina D e percentual de gordura, foi verificado que, no grupo das mulheres com percentual de gordura dentro da normalidade , 4 (28,57%) estavam com deficiência de vitamina D, 9 (64,29%) insuficientes e 1 (7,14%) suficiente, enquanto que no grupo das obesas, 29 (27,62%) eram deficientes, 46 (43,81%) insuficientes e 30 (28,57%) suficientes. Assim verificou-se não existir associação entre percentual de gordura e status da vitamina D (p = 0,1919) (tabela 5).

6 DISCUSSÃO

O estudo atual e a análise da relação do status da vitamina D 25 OH, com a DMO, PTH, cálcio sérico e cálcio iônico, em mulheres idosas, residentes em Brasília, indicou uma relação direta entre os níveis de vitamina D e DMO, resultados concordantes com os de estudos anteriores que demonstraram a relevância clínica do uso da suplementação da vitamina D para o tratamento da osteoporose (HOLICK et al., 2005; DEANE et al., 2007). Não houve relação entre níveis de vitamina D, cálcio sério e iônico.

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