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CAPÍTULO 4 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS E CONCLUSÕES

4.1 Análise integrada dos resultados

Ao longo do Capítulo 3 buscou-se apresentar a análise dos dados obtidos com a recolha de dados quantitativos, feita através da aplicação de um questionário I, e com a recolha de dados qualitativos, realizada através da aplicação de um questionário II. A intenção é dar continuidade a análise destes resultados, mas agora de forma integrada para conseguir responder a questão de investigação.

A análise integrada dos dados será feita através da triangulação de análise de dados (secção 2.5), pois nos estudos, Denzin e Lincoln o “uso de múltiplos métodos, ou da triangulação, reflete uma tentativa de assegurar uma compreensão em profundidade do fenômeno em questão” (2006, p. 19). Os autores afirmam que a triangulação é a melhor forma na busca de validar os resultados da investigação, pois garante o rigor da investigação e busca enriquecer os resultados com a integração dos dados.

Hussein (2009) complementa que além da intenção de validação a triangulação de análise de dados pode ser descrita como:

[…] the use of more than two methods of data analysis in qualitative and quantitative paradigms within the same study for both validation and completeness purposes. In other words, whenever a researcher uses both qualitative and quantitative data in the same study, then more than two methods are needed in the analysis towards attaining data validation within the single paradigm; and further extending the analysis between the two paradigms for completeness purposes (2009, p. 3-4).

Desta forma, o objetivo desta triangulação de análise de dados é tornar mais sólido os resultados colhidos com os métodos quantitativos e qualitativos e buscar resposta mais assertivas acerca da questão de investigação.

Buscou-se integrar as respostas do Questionário I com as respostas do Questionário II. O primeiro questionário buscou compreender qual perfil dos respondentes e saber quais eram

as práticas docentes que eles faziam com o uso das tecnologias da comunicação, já o segundo questionário buscou confirmar o porquê do uso de determinadas tecnologias da comunicação e não de outros exemplos na tentativa de complementar as respostas.

Desta forma, e na procura de obter as melhores respostas, foi realizada a leitura das questões e das respostas de ambos os questionários e feita a relação das questões do Questionário online e do Questionário II, a seguir (Tabela 21) a análise integrada dos dados.

Inicialmente foi feita a análise integrada dos perfis dos respondentes para saber qual a formação do público que está a responder os questionários. As caraterísticas principais dos perfis dos respondentes nos dois instrumentos são apresentadas na tabela 21. Estas caraterísticas são apresentadas de modo a destacar as tendências mais evidentes. Por exemplo, em relação ao género dos participantes, destaca-se o gênero que corresponde ao maior número de participantes.

Tabela 21: Perfis dos respondentes nos dois instrumentos usados

QUESTIONÁRIO I QUESTIONÁRIO II

1- PROFESSOR 1- Coordenador-professor e professor

2- GÊNERO MASCULINO 2- Gênero feminino

3- IDADE ENTRE 30-39 ANOS 3- Idade entre 40-49 anos e entre 50-59

anos 4- UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

(UFPI) E UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA)

4-Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

5- TÍTULO DE DOUTOR

6- CATEGORIA DE PROFESSOR ADJUNTO

5- Título de Doutor 6- Adjunto

7- ÁREA DA CIÊNCIAS HUMANAS E LINGUÍSTICA

7-Área de Ciências Humanas e Linguísticas

8- 10 E 19 ANOS DE EXPERIÊNCIA 8- 10 e 19 anos de experiência

Os perfis dos dois questionários possuem semelhanças e ajudam a complementarem-se. Os questionários obtiveram maior número de respostas dos professores e dos que atuam como coordenador-professor, tanto do gênero masculino quanto do gênero feminino com a maioria dos participantes estão inclusos no escalão etário entre os 30 aos 59 anos. Os números quantitativos de respostas referentes as universidades apresentaram resultados de 3 universidades: Universidade Federal do Piauí (UFPI), Universidade Federal da Paraíba

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(UFPB) e Universidade Federal da Bahia (UFBA), pode-se afirmar que houve uma boa distribuição das respostas, pois as instituições estão localizadas em extremos da região Nordeste o que possibilita compreender, de forma mais distribuída, o uso das tecnologias da comunicação pelos respondentes.

No que se refere à formação acadêmica mais avançada os respondentes afirmaram ter o título de Doutor, atuando como professores adjuntos, o que vem valorizar este estudo devido a nível formação dos respondentes. Quanto a principal área em que leciona os dados confirmam que a maioria dos respondentes são da mesma área, Ciências Humanas e Linguística, com o quantitativo de anos de experiência entre 10 e 19 anos.

Em face a leitura de todos os comentários do Questionário I e perceber uma ocorrência significativa de respondentes a solicitarem a correção do termo TC para TIC foi necessário solicitar no Questionário II que os respondentes esclarecessem se há diferença entre as Tecnologia da informação e Tecnologia da comunicação, pois no Questionário I os respondentes afirmaram que o termo TIC é a forma mais adequada de utilizar (Tabela 22).

Tabela 22: Sobre a diferença entre TI e TC

QUESTIONÁRIO I QUESTIONÁRIO II

NOS COMENTÁRIOS OS PROFESSORES CONSIDERAM TIC A MESMA COISA QUE TC E INFORMAM QUE É NECESSÁRIO A CORREÇÃO DO TERMO PARA TIC.

São poucos os respondentes que apresentaram resposta sobre a diferença, pois ainda existem respondentes que acreditam que os termos não devem se dissociar e utilizar o termo TIC, ou até mesmo quem acredite que não há diferença entre eles

Como este estudo tem como objetivo trazer dados sobre o uso das Tecnologias da comunicação, desde a justificativa, buscou-se diferenciar os termos e tornar claro o que são os termos TI e TC, além de desassociá-los do termo TIC. Mesmo assim, os respondentes do Questionário II apresentaram dificuldades ao explicar os termos, sendo que a sua maioria não soube explicar se há diferença entre eles.

Ao serem indagados sobre quais as tecnologias da comunicação que fazem uso em sua prática docente, no Questionário I os respondentes afirmaram, em maioria, que utilizam as Plataformas de Gestão e de aprendizagem em que fazem uso tanto para atividades do planejamento pedagógico (secção 3.2.2.1.1) como para as atividades de ensino e de aprendizagem (secção 3.2.2.1.2). A intenção do Questionário II era saber destes professores o motivo desta TC ser a mais utilizada. Na Tabela 23 é possível perceber:

Tabela 23: Sobre as tecnologias mais utilizadas

QUESTIONÁRIO I QUESTIONÁRIO II

ATIVIDADES E PLATAFORMAS MAIS UTILIZADAS

Justificativa

ATIVIDADES DE DIVULGAÇÃO - PLATAFORMAS DE GESTÃO E DE APRENDIZAGEM

Devido estas tecnologias (plataformas de gestão e de aprendizagem) serem direcionadas a educação e devido as instituições federais estudadas terem suas plataformas com características semelhantes as plataformas de gestão e de aprendizagem, sendo que são de uso obrigatório ATIVIDADES DE DISCUSSÃO - PLATAFORMAS DE GESTÃO E DE APRENDIZAGEM ATIVIDADES DE DESCOBERTA - PLATAFORMAS DE GESTÃO DE APRENDIZAGEM E AS APLICAÇÕES PARA A PUBLICAÇÃO E PARTILHA DE CONTEÚDO

ATIVIDADES DE AVALIAÇÃO -

PLATAFORMAS DE GESTÃO DE

APRENDIZAGEM E AS APLICAÇÕES PARA A PUBLICAÇÃO E PARTILHA DE CONTEÚDO.

No questionário II os professores justificaram que o maior uso das Plataformas de Gestão e de aprendizagem é devido estas TC serem direcionadas ao uso educacional e também está relacionado ao fato de que todas as instituições possuem a plataforma com sistema LMS chamada Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA) que é um dos exemplos citados nos questionários. Sistema criado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte no ano de 2005 em parceria com o Ministério da Educação (MEC) em uso em mais de 40 instituições do Brasil, tem como função auxiliar as práticas de gestão e de aprendizagem, onde os docentes sempre passam por formação e então justifica-se o porquê essa TC se destacou nos resultados.

As últimas questões que se tornaram complementares nos questionários retratam as dificuldades no uso das tecnologias da comunicação. No Questionário I a última questão era livre onde os professores tinham a oportunidade de deixar comentários sobre o questionário. Em sua maioria os comentários dos professores resumem-se em problemas que impossibilitam o uso das tecnologias da comunicação. Com o intuito de verificar esta

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questão o Questionário II solicitou que os docentes indicassem dois problemas que impediam o uso das TC nas suas práticas. Na Tabela 24 é possível conferir o resultado:

Tabela 24: Sobre os problemas que impedem o uso das TC

QUESTIONÁRIO I QUESTIONÁRIO II

FORMAÇÃO Falta de formação dos professores

INFRAESTRUTURA E CONEXÃO COM INTERNET

Falta de internet com qualidade Falta de Infraestrutura

As respostas obtidas nos dois questionários são complementares e chamam atenção por tratarem-se dos mesmos problemas. No Questionário II os problemas citados no questionário anterior vieram confirmar a falta de formação dos docentes para o uso das TC, a falta de internet e os problemas de infraestrutura. Ou seja, os problemas relatados merecem atenção por serem sempre os mesmos reforçados pelos respondentes nos dois questionários. Nesta investigação as questões apresentadas foram fundamentais para conseguir compreender a realidade dos respondentes que atuam nos cursos de licenciaturas nas universidades federais do nordeste brasileiro.