• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO 2 – METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO

2.4 Segunda fase de recolha e tratamento de dados

2.4.4 Tratamento dos dados

Após a seleção dos 17 questionários II, foi possível identificar as respostas e decidir a melhor forma de análise destes dados. Desta forma, buscou-se analisar os dados, estes que são qualitativos, através do software de análise de dados qualitativos webQDA que busca auxiliar a organizar, contextualizar além de categorizar as informações apresentadas nos guiões. O uso de aplicações de software do tipo Qualitative Data Analysis Software (QDAS) possui algumas vantagens, de que se destaca:

[…] faster and more efficient data management, ability to handle a larger

volume of data, contextualization of complexity, methodological technique and accuracy, systematization, consistency, analytical transparency and, lastly, the possibility of working collaboratively). Apart from tools to analyze data collaboratively, software is also emerging to organize and manage research projects (Souza & Souza, 2016, p. 2).

Há muitas aplicações de software que tem como objetivo de analisar os dados qualitativos, dentre eles estão o NVivo e o ATLAS.ti, mas esta investigação buscou trabalhar com o webQDA com a sua versão 3.0 onde as funcionalidades são diferenciadas e complementares, além da sua disponibilidade na web. É um software que analisa dados em formato de texto, áudio, vídeo e imagem e seu diferencial de outros produtos é a funcionalidade através da web construindo um ambiente colaborativo.

79

Cada questionário respondido foi encaminhado em formato PDF e inserido no software webQDA com a identificação do número do questionário (em ordem crescente) e com a sigla da instituição. Para o tratamento foi decidido realizar a análise de conteúdo (Bardin, 2011) dos dados, inicialmente com a leitura de todos os questionários e com a categorização de cada uma das oito questões, ou seja, a transformação de cada pergunta em categorias referentes a elas. A realização da categorização foi beneficiada com o uso do software, pois facilitou este processo e a análise de conteúdo. Vale ressaltar que a categorização era feita da seguinte maneira: após a leitura de cada resposta, era escolhida a parte que mais se referia a categoria, ou seja, nem toda resposta era utilizada, e sim uma parte que estivesse mais focada no objetivo da categoria.

2.5 Triangulação dos dados

Esta fase de análise dos dados busca realizar uma junção dos resultados adquiridos com o questionário I, com o questionário II juntamente com as boas práticas internacionais identificadas e que referiu na Introdução. Historicamente, Campbell & Fiske (1959) foram os responsáveis pelas primeiras experiências da triangulação ao fazer testes empíricos com dados obtidos em técnicas quantitativas distintas, mas neste caso realizado na Psicologia. A triangulação é uma abordagem metodológica também utilizada nas ciências sociais. Nos estudos de Figaro (2014), essa abordagem apresenta é uma técnica de análise de dados importante independente dos métodos e das áreas.

A triangulação é uma abordagem metodológica que requer um desenho de pesquisa, cujo desenvolvimento pode contar com técnicas de recolha de dados diferentes, tanto com instrumentos para a pesquisa quantitativa quanto para a pesquisa qualitativa ou ainda mobilizando instrumentos quantitativos e qualitativos em uma mesma pesquisa. Ela tem se mostrado competente porque permite coletar informações a partir de fontes, espaços e tempos diferentes. Pode ainda triangular teorias e pesquisadores de distintas áreas do conhecimento (Figaro, 2014, p.130).

Esse uso em diversas áreas e com diferentes fontes é o que qualifica o uso da triangulação. Para a realização da recolha dos dados desta investigação foram escolhidos dois tipos de abordagens:

 O primeiro refere-se na possibilidade de atingir a totalidade de professores das universidades federais do nordeste, então foi pensada a construção de um questionário I. O uso deste instrumento possui algumas vantagens que aqui serão reforçadas (Yun & Trumbo, 2000; Drever & Munn, 2004), como: utilizar o tempo de forma eficiente, tanto para quem produz quanto para o respondente, pois este pode responder ao questionário quando estiver no seu tempo disponível. O anonimato do

participante, pois esta é uma das poucas técnicas que possuem este recurso, além de, permitir ao respondente que ele esteja mais à vontade para escolher suas respostas. A possibilidade de obter uma alta taxa nas respostas, o maior alcance a maior número de pessoas seja possível com o questionário fortalece a possibilidade de se obter maior número de respostas. Apesar deste item ser relativo, pois pode-se receber respostas ou não. O questionário I tem um baixo custo, pois reduz com viagens e até mesmo com aparelhos eletrônicos que poderiam auxiliar na realização de outra técnica (Wright, 2005).

 Para o segundo momento, a recolha de dados foi organizada para realizar entrevistas com professores das instituições que pouco responderam ao questionário.

Os três métodos combinados foram designados para que a obtenção das respostas seja suficiente para responder à questão de investigação. O questionário II, além de fazer parte da segunda etapa da abordagem metodológica, foi inserido também como uma solução para o desenvolvimento da investigação. Pensar na execução de uma investigação requer que seja identificado alguns problemas que possam surgir durante esse processo e que decorram da alteração do percurso que foi delineado. Para que esses aspectos não venham a ser surpresas, o plano de contingência foi pensado para facilitar a identificação dos riscos e das possíveis estratégias alternativas para a continuação da investigação. Logo, o questionário II teve o papel de reforçar os dados recolhidos com o questionário I.

Outras questões também foram apresentadas para o plano de contingência: redução do número de universidades federais que é proposto pela investigação, e/ou redução do universo da investigação para os professores das áreas pedagógicas e didáticas. Caso ocorresse greve de docentes no ensino público, a solução seria recorrer às instituições privadas do nordeste e propor uma reformulação da investigação.

81

CAPÍTULO 3

– ANÁLISE DE DADOS E APRESENTAÇÃO DE