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Análise por Categorias

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Uma pergunta aberta abordou o empresário indagando se ele acreditava que sua capacidade de conhecer o ambiente de negócios da região de São Bernardo do Campo, o desenvolvimento de uma comunidade e personalidades próprias para sua empresa, a habilidade de construir relacionamentos com parceiros de negócios duradouros e o modelo de gestão financeira de sua empresa, seriam fatores que considerava como diferenciais para manter a empresa viva.

A análise da pergunta aberta, que constituiu o questionário aplicado aos empresários, foi feita por intermédio da categorização das principais falas.

Proporcionou captar outras respostas interessantes. Respostas e declarações complementares às perguntas fechadas composta pelos 18 itens e que poderiam ser respondidas livremente pelos entrevistados.

O pesquisador foi em busca de identificar cinco categorias de respostas, que foram mais incidentes. Sintetizar e criar links entre as respostas dos empresários no intuito de identificar convergências entre as estratégias ou ações destes empresários que os tornaram diferentes dos que não conseguiram manter-se no mercado.

A pergunta aberta efetuada aos empresários contemplou a capacidade de conhecer o ambiente de negócios da região, o desenvolvimento de uma comunidade e personalidades próprias para sua empresa, habilidade de construir relacionamentos com parceiros de negócios duradouros e, por fim, o modelo de gestão financeira da empresa. Esta pergunta tinha o intuito principal de abordar ou capturar algumas informações que provavelmente ficariam de fora do questionário com as perguntas fechadas e está embasada na obra de Geus (1997).

O quadro 24 traz, resumidamente, quais foram às categorias abordadas pelos entrevistados e quais dos entrevistados comentou a categoria.

Categorias Empresário 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Dificuldades com a gestão de Impostos X X X X X Conhecimento do ambiente de negócios X X X X X X X X X Gestão do Caixa X X X X X X Pró-labore X X X Atendimento diferenciado X X X X X X X X X Matéria prima diferenciada X X X X X X X

Fonte: Elaborado pelo autor.

Que a carga tributária no Brasil é alta, isto é inquestionável e que ela afeta diretamente o ambiente de negócios também é inquestionável. Pois é sabido que ela impacta diretamente nos negócios.

Segundo o TCU (Tribunal de Contas da União) a carga tributária de um país é a parcela de recursos que o Estado retira dos indivíduos e empresas para financiar as ações do governo.

No ano de 2009, a arrecadação no país teve um crescimento nominal de 3,25% em relação ao ano de 2008 e este número mantem uma constante crescente. Somente para efeito de comparação, no mesmo período, o PIB nominal cresceu 4,6%.

Boa parte dos entrevistados observou que as altas taxas de impostos e o modelo de arrecadação, ou seja, a configuração tributária nacional e seu emaranhado de leis e formas de coletas geram uma grande dificuldade para a gestão das empresas.

Em contra partida, alguns entrevistados manifestaram que não têm grandes dificuldades com a carga tributária, por entenderem que, efetuar a gestão de micro e pequenas empresas que são optantes pelo Simples Nacional é mais fácil e simplificada.

O ambiente de negócios na cidade de São Bernardo oferece boas condições de competitividade, inclusive alguns entrevistados declararam que o ambiente de negócios na cidade é bem mais propício do que em outras cidades da região do ABC.

Obviamente, os empresários não têm profundo conhecimento das variáveis macro e micro ambientais que afetam seus negócios, mas podemos assumir que eles desenvolveram

estudos e pesquisas para poder descobrir se isto é relevante.

A maioria dos entrevistados da cidade de São Bernardo do Campo é nativa, ou seja, nasceram na cidade e tem, não só amor pela cidade, mas tem um conhecimento do ambiente de negócios.

Alguns chegaram a comentar que eram filhos de comerciantes e que já conviviam neste ambiente desde crianças, outros que já operavam na região, mas informalmente. Este foi o caso curioso, de duas empresárias que iniciaram seus negócios como camelôs em um centro comercial situado na Avenida Fariam Lima e que após alguns anos, resolveram regularizar-se e tiveram sucesso.

Não é possível comprovar, com toda convicção, que o conhecimento do ambiente de negócios faz com que uma empresa sobreviva por muito tempo no mercado, mas que isto é relevante, isto sim, foi possível comprovar.

Durante as respostas dos empresários frente a esta pergunta aberta, foi possível constatar que eles tinham um senso de compromisso com o negócio e com a sociedade, bem como tinham em seus olhos o brilho da motivação e da vitória.

Outra fala constante nas respostas dos entrevistados foi a respeito da boa gestão financeira. Alguns comentaram que além de gerir seu caixa e o fluxo para pagar em dia os fornecedores e colaboradores, não fazem grandes retiradas para si.

Dois deles falaram que não retiram nada para si, claro que um pouco estranho, mas eles vivem da aposentadoria e acreditam no futuro do negócio.

Já o restante, diz que ajusta seu estilo de vida ou o seu custo de vida para que não se iludam e percam o referencial entre faturamento e lucro, dinheiro da pessoa jurídica e dinheiro da pessoa física.

Não existe coisa mais comum do que o proprietário de uma loja pegar dinheiro do caixa para comprar pãozinho ou cigarro. O problema, mal sabe o comerciante, é que ele está infringindo uma das regras mais básicas de contabilidade ao misturar a pessoa física com a jurídica. E o pior é que isso traz sérias consequências para ele e a empresa. Os resultados podem ser trágicos e vão da falência a pesadas multas e problemas com a Receita Federal do Brasil. Posso afirmar que muitos casos de falência se devem à mistura que os empreendedores fazem da vida financeira pessoal com a empresarial. Apesar de terem certeza que contabilizaram todos os lucros e despesas corretamente, a maioria não encontra o capital que parece ter desaparecido pelo caminho (MOISÉS AVILA, 2008).

A boa gestão do caixa certamente proporcionou a estes empresários a longevidade e sua não inclusão nas estatísticas nacionais.

não retirar para que não comprometa o negócio, (pelo menos, no início).

O pró-labore, segundo o site da central de contabilidade, significa uma remuneração destinada ao sócio, tendo como fato gerador, a sua prestação de serviços. Diferentemente da Distribuição de lucro, o pró-labore não possui uma determinação legal. Foi criado para que o sócio possa efetuar suas contribuições sociais junto ao órgão da Previdência Social bem como a remuneração que os sócios, diretores ou administradores e titulares de empresas individuais (atualmente empresários) recebem por seu trabalho.

Não se confunde, portanto, com valores correspondentes a lucros, aos quais essas pessoas façam jus em decorrência da participação societária.

Como pode alguém trabalhar gratuitamente? Esta seria uma pergunta pertinente agora. Porém alguns empresários declararam que viveram um período sem esta retirada mais para que a empresa ficasse estabilizada do que falta de vontade.

Tão logo isto ocorreu, eles passaram a viver do negócio. Isto nos traz uma breve reflexão ao fato de que são necessárias algumas ações financeiras e alguns cuidados financeiros no início dos negócios.

Um bom plano de negócios e um entendimento claro do setor são fatores que podem colaborar. Além do mais, são necessários investimentos próprios ou de terceiros para que o negócio funcione. Isto sem mencionar o entendimento sobre o retorno do capital e a hora certa da remuneração do proprietário.

Outra questão de concordância geral dos entrevistados diz respeito ao bom atendimento. Todos disseram que estão diretamente ligados ao negócio, mesmo aqueles que manifestaram que têm outra atividade profissional.

Atendimento personalizado, técnicas de abordagem, cadastro dos clientes, oferta de novidades presencial e virtual, contatos telefônicos. Todos estes cuidados foram tomados por todos, além de alguns atenderem pessoalmente parte dos clientes.

“A qualidade dos serviços tem sido hoje, motivo de preocupação, uma vez que os novos clientes estão cada vez mais exigentes, querendo serviços com melhor atendimento, bons preços, resultando numa concorrência cada dia mais acirrada. Um atendimento especial ao cliente vem sendo a peça-chave no diferencial de inúmeras empresas, pois, com isso, os profissionais estão conseguindo a fidelização dos seus clientes” (TEIXEIRA; FREITAS, 2004).

Ficou claro durante as entrevistas com os empresários o fato de que eles têm plena consciência de seu atendimento é um grande diferencial e um dos fatores que fizeram com que eles sobrevivessem.

trazer uma vantagem competitiva foi capaz de proporcionar uma posição diferenciada perante os concorrentes.

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