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CAPÍTULO V: ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS

5.1. Análise dos dados do 1º CEB

5.1.4. Análise qualitativa da atividade de após visita ao Castro de S Lourenço

Esta atividade de pós-visita ao Castro de S. Lourenço e centro interpretativo realizada no final do projeto serviu como método de avaliação da atividade desenvolvida anteriormente no âmbito do projeto. Como tal, o objetivo passava por entender que aprendizagens os alunos desenvolveram ao longo da atividade anterior, utilizando o texto descritivo como ferramenta. As

instruções que os alunos obtiveram, passavam por, em 10 linhas partilharem o que ficaram a conhecer sobre o castro, e o modo de vida castreja, descrevendo como foi para cada um a atividade, como comprova o enunciado que realizamos para o efeito: A partir da experiência que tiveste com a visita ao Castro de S. Lourenço, redige um texto sobre o que ficaste a conhecer sobre o castro e o modo de vida dos povos que o habitaram. O texto deve ter no mínimo 10 linhas.

Sendo assim, globalmente é possível afirmar após analisar as respostas dos 8 alunos dos 9 da turma que redigiram este texto, que estes desfrutaram da experiência, e principalmente do facto de terem liberdade para explorar o Castro e autonomamente construírem o seu conhecimento, assim como espelharam que a experiência foi positiva, demonstraram o conhecimento histórico adquirido durante a atividade e a valorização deste tipo de atividade para uma melhor aprendizagem da temática estudo (história local a partir do património arqueológico- a civilização castreja).

Tabela 16- Quadro de Categorização das respostas dadas pelos alunos ao enunciado: A partir da experiência que tiveste com a visita ao Castro de S. Lourenço, redige um texto sobre o que ficaste a conhecer sobre o castro e o modo de vida dos povos que o habitaram.

Categorias Indicadores Ocorrências Perspetiva valorativa Os alunos apresentam uma

resposta em que descrevem o que valorizaram mais ao longo da atividade

desenvolvida.

2

Perspetiva presentista e visão deficitária

Os alunos expressam uma visão presentista e deficitária comparativamente ao presente.

1

Perspetiva descritiva detalhada

Resposta em que os alunos com suporte nos detalhes do que observaram, produzem uma descrição rigorosa de toda a experiência desenvolvida. 3 Perspetiva de relação passado/presente Os alunos relacionam e comparam as evidências históricos com o presente, reconhecendo mudanças e continuidades.

De acordo com as respostas dadas pelos alunos optamos por definir 4 categorias de resposta:

Na primeira categoria, Perspetiva valorativa, 2 dos alunos apresentaram uma resposta em que descrevem o que valorizaram mais ao longo da atividade desenvolvida como se apura nos exemplos a seguir:

“Eu adorei a atividade dos Castros de São Lourenço. Adorei quando andamos por lá livres e de entrar dentro dos Castros. Aprendi muitas coisas sobre os Castros e sobre quem habitava lá. Consegui superar todas as tarefas, e os meus colegas também, por isso, quer dizer que tivemos muito atentos à visita. Eu gostei e penso que os meus colegas também.” (A8)

“Eu aprendi que as crianças tinham uma alimentação como a nosso e que também tinham uma vida saudável,

E também gostei de tocar nas peles dos animais, ouvirmos o Caturo falar sobre a vida dele no castro, de irmos aos castros, de fazermos a atividade sozinhos, e de brincarmos todos juntos.” (A6)

Na segunda categoria, Perspetiva presentista e visão deficitária um aluno relacionou as inferências realizadas com o contexto social e económico, embora apresente uma visão deficitária comparativamente ao presente, valoriza os contributos civilizacionais dos povos castrejos como se comprova a seguir no exemplo de resposta:

“Eu aprendi no Castro de S. Lourenço, que foi há 2000 anos que foram construídos os castros. Também aprendi que as muralhas foram construídas para proteger os povos “pessoas” e os castros. Naquele tempo os povos não tinham escola, televisões, telemóveis, computadores, consolas. (…) Para eles o sal valia muito dinheiro naquela altura. Depois fomos ao “Centro Interpretativo” e lá falavam de mais coisas. Foi muito divertido.” (A7)

Na terceira categoria, Perspetiva descritiva detalhada, 3 dos alunos com suporte nos detalhes do que observaram, produziram uma descrição centrada em evidências históricas a partir do contacto direto com os vestígios arqueológicos, espaços reconstruídos e informação adquirida a partir da leitura e interpretação dos painéis informativos e do centro interpretativo, que lhes permitiu compreender melhor como seria a vida destes povos castrejos, como se apura nos exemplos de resposta a seguir:

“Eu gostei muito de ir ao Castro de S. Lourenço. Eu gostei de entrar nos castros. Eu aprendi que os povos foram para lá porque houve muitos incêndios. No Castro de S. Lourenço vi muralhas,

castros, o que os povos de antigamente comiam, as peles dos animais de antigamente, as folhas que usavam parar curar as doenças, algumas pedras tipo xisto, granito e mármore. Também aprendi que naquela altura não havia escola e os meninos ajudavam os pais e os avós.” (A5) “No dia 20 de janeiro, a escola Sementes da Liberdade foi até ao Castro de S. Lourenço. Essa é a minha escola. Lá vimos muitas coisas fixes, e antigas. Eu entrei lá, lá tem cozinhas, camas com cobertores de peles de animais, tinha um armazém onde faziam as comidas. Os povos não tinham escola, só trabalhavam com os adultos, a pescar, a fazer castros etc.. etc..” (A4)

“Eu gostei de ir ao Castro de S. Lourenço, porque também aprendi coisas e conheci mais. Eu também vi os mapas, andei pelas ruas, e entrei em várias casas que se chamam castro, e também fizemos atividades com a professora Isabel e com o professor João. Nós também tocamos nas peles dos animais, e também vimos uma vida de antigamente.” (A3)

A quarta categoria, Perspetiva de relação passado/presente, 2 dos alunos relacionaram e compararam as evidências históricas com o presente, reconhecendo mudanças e continuidades como é possível observar nos exemplos seguintes:

“Eu fiquei a conhecer que a palavra “salario” vem de “sal”, que era como se fosse dinheiro antigamente. Também fiquei a conhecer que as conservas eram feitas de sal e alimentavam-se de coisas diferentes de nós. Não havia escola, as crianças ajudavam os seus pais, avós. Também aprendi que as roupas eram feitas de pele e as coberturas também, e não tinham uma casa, tinham muitas.” (A2)

“No dia 20 de janeiro de 2017, fomos ao Castro de S. Lourenço e ao centro interpretativo. Quando chegamos lá ao centro começamos a fazer a visita, e vimos os castros com objetos dentro (pratos antigos, muralhas antigas…). Lá havia uma capela. Eles tinham uma vida diferente da nossa, lá eles não tinham escolas, hospitais…Para eles pararem de estar doentes, eles comiam ervas, é esquisito. Mas agora sei como os povos viviam, e eu comparo o que é hoje a antigamente. Algumas coisas já se fazia antigamente, as outras mudaram, antigamente fazia-se casas de pedra e agora de cimento. Adorei a visita.” (A9)

Concluída a análise e categorização das respostas efetuadas pelos alunos, aferimos que as respostas foram bastante heterogéneas, visto que se distribuíram por 4 categorias, os dois alunos que apresentaram resposta relativa à primeira categoria, enfatizaram e valorizaram o que mais desfrutaram e lhes despertou interesse ao longo da atividade, já a segunda categoria contou

apenas com um aluno, que expressou uma perspetiva presentista com uma visão deficitária comparativamente ao presente, mas no entanto valorizando os contributos civilizacionais dos povos castrejos, na quarta categoria incorreram 2 alunos, e foram capazes de comparar o passado com o presente, e de expor as mudanças que se fizeram sentir, bem como os contributos civilizacionais para a humanidade e que ainda hoje se fazem sentir. Na terceira categoria- Perspetiva descritiva detalhada, onde incidiram mais alunos, 3, estes com recurso aos detalhes do que observaram, produziram uma descrição rigorosa e detalhada de toda a experiência, salientando a relevância desta experiência para melhor compreender como viviam estes povos (a sua habitação, a alimentação, o que produziam, como se protegiam, como se cuidavam quando estavam doentes, etc.), ou seja a vida quotidiana destes povos.

Em suma, podemos afirmar, que os alunos foram capazes ao longo da atividade, de produzir inferências através da observação e contacto direto com as fontes patrimoniais arqueológicas, as suas reconstituições e os artefactos musealizados no centro interpretativo, e de cruzar conhecimentos prévios com a informação histórica com que foram sendo confrontados ao longo da atividade, tanto na Visita de Estudo ao Castro como no Centro interpretativo.

5.1.5. Análise qualitativa das respostas apresentadas pelos alunos à