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CAPÍTULO V: ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS

5.1. Análise dos dados do 1º CEB

5.1.6. Conclusões do projeto de intervenção no 1.ª CEB

Concluída a análise de dados inerente ao 1ºCEB, urge estabelecer algumas considerações e conclusões. Assim sendo, conclui-se que este projeto demonstra que o recurso pedagógico a visitas de estudo virtuais e visitas de estudo in loco propicia excelentes práticas pedagógicas em processo de ensino- aprendizagem. O presente projeto demonstra-se integrador, na medida em que congrega diferentes domínios do saber como são exemplo: as TIC, o Estudo do Meio e Português o que levou a que os discentes pudessem ter oportunidades significativas para ampliar os seus conhecimentos históricos.

O principal objetivo deste projeto passou por perceber de que modo os alunos desenvolvem o seu conhecimento histórico a partir da utilização de VEV e visita de estudo in loco. Apurámos durante a ficha de levantamento de conceções prévias que os alunos embora demonstrem uma enorme motivação em atividades que englobem a exploração do património local, desconhecem na grande maioria, o mesmo. Posto isso, percebemos logo na primeira questão colocada aos alunos no levantamento das ideias prévias que estes apresentavam ideias extremamente vagas e genéricas no que diz respeito ao conhecimento ou definição do que é um castro. De seguida, apurámos que os alunos conseguiam identificar os povos que viviam nos castros, uma vez que apurámos seis respostas válidas num total de sete. No geral, os alunos referiram que os celtas, celtiberos e iberos habitavam neste tipo de habitações. Paradoxalmente, percebemos que os alunos conseguem associar o tipo de pessoas que viviam nos castros ao tipo de habitações que existiam, dado a quantidade de respostas válidas na questão 5, onde apurámos como válidas quatro das sete respostas totais. Aqui, os alunos atentaram nos diferentes pormenores que explicitam como eram as casas castrejas, referindo palavras como: “redondas, quadradas, feitas de pedra, feitas com palha”, bem como o caráter defensivo que este tipo de povoados tinham. É neste contexto espacial que se insurge a questão 1.3 da visita de estudo virtual, onde se pretendia aferir de que forma os alunos produzem inferências quanto à localização

espacial de um determinado castro. Assim sendo, os alunos referem que o castro foi construído como uma espécie de fortaleza, até por se localizar numa zona montanhosa e que seria mais difícil de alvejar/atacar.

No que concerne à finalidade das casas castrejas, os alunos conseguem aludir que estas casas eram importantes, no entanto, não conseguem produzir inferências que relevem um cruzamento total das informações veiculadas nas fontes exploradas e nos conhecimentos históricos visados.

Curiosamente, denotámos que os alunos demonstraram enorme motivação em explorar ainda mais algumas curiosidades sobre os castros, na questão 3.3. Num total de seis respostas, obtivemos duas em que os alunos relevam inferências descritivas simples e em que colocam questões pertinentes como o porquê de os castros terem um telhado em forma de chapéu, ou até mesmo relativamente à caracterização dos mesmos, questionando se os mesmos possuíam ou não lareira.

A atividade de comparação (com base na visita virtual) entre o Castro de São Lourenço e o Castro do Senhor dos Desamparados, revelou que grande parte dos alunos estabelece um paradoxo correto entre os dois Castros, e para além do mais, revelam as semelhanças unívocas a ambos: “As semelhanças entre o Castro de S. Lourenço e o Castro do Senhor dos Desamparados, são os castros.” Na questão “A partir da experiência que tiveste com a visita ao Castro de S. Lourenço, redige um texto sobre o que ficaste a conhecer sobre o castro e o modo de vida dos povos que o habitaram. O texto deve ter no mínimo 10 linhas.”, denota-se que os alunos apresentam, na maioria, uma perspetiva descritiva detalhada,, produzem uma descrição rigorosa de toda a experiência desenvolvida suportada na observação detalhada, contudo, regista-se uma grande heterogeneidade de respostas, uma vez que existem quatro diferentes categorias.

Finalmente, no que alude à Ficha de Metacognição, nota-se que os alunos demonstram grande interesse na atividade de exploração e de visita virtual ao Castro de São Lourenço, bem como à visita in loco ao mesmo local. A maior parte dos alunos considera estas duas atividades muito interessante. No que concerne às aprendizagens mais significativas tendo por base a visita virtual, os alunos referem que os meios à disposição não eram os melhores, uma vez que existiram falhas recorrentes na internet da escola que inviabilizaram que esta atividade pudesse ser o mais enriquecedora possível. Isto verificou-se igualmente na atividade de visita ao Castro de São

Lourenço (in loco), pese embora nesta questão os alunos tenham demonstrado através das suas resposta, terem produzido aprendizagens significativas.

No que diz respeito à seleção de atividades favoritas (questão 5) os alunos revelaram que a atividade que mais desfrutaram, foi a atividade da visita “in loco”, devido à motivação extra inerente e ao fator de esta ter ocorrido num contexto fora da escola. Contudo, na questão 6 reparamos que os alunos se mostram divididos quanto à atividade que lhes suscitou mais interesse.

Os discentes referem que ficaram a conhecer melhor o castro de São Lourenço através das duas atividades de visita, tal como o modo de vida da população castreja, dotando ainda de interesse a atividade levada a cabo com o Google Earth, uma vez que permitiu estabelecer uma maior e melhor localização e contextualização dos espaços explorados. Na questão Achas que as visitas virtuais através do GoogleEarth são úteis para estudares outros tópicos da História Local e da História de Portugal?, cinco alunos responderam que sim, justificando que esta ferramenta permite ir à descoberta e clarificar algumas dúvidas que possam surgir. Por fim, a maioria dos alunos considerou muito útil a realização de visitas in loco, bem como a visita de estudo virtual (tal como se verifica nas questões 11 e 12).

Em suma, fica comprovado que este tipo de recursos pedagógicos propicia momentos enriquecedores e significativos no processo de construção de conhecimento da história por parte das crianças, notando-se que serão estratégias que os professores podem e devem desenvolver em contexto formal, tal como será esmiuçado no capítulo VI.