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3. ESCOLAS INFANTIS DO PROGRAMA PROINFÂNCIA

3.1 Escolas infantis “Tipo B”

3.1.1 Análise técnico-funcional do projeto “tipo B”

A análise proposta neste item terá como foco principal os aspectos funcionais do projeto arquitetônico, tendo em vista que é um projeto padrão e, como tal, foi elaborado sem levar em consideração os condicionantes projetuais inerentes ao terreno. Em princípio, as soluções foram pensadas para se adaptar a um grande número de situações em regiões distintas, considerando suas diferenças em vários aspectos, como clima, ventos, topografia, realidade sociocultural, contexto urbano, entre outros.

Embora não haja um terreno específico a ser considerado, no memorial descritivo, são feitas recomendações gerais sobre a orientação do edifício, que serão analisadas a seguir, bem como alguns aspectos que estão diretamente relacionados com a implantação, tais como: acessos, estacionamento, áreas de lazer, paisagismo, muros e áreas de transição.

A primeira questão relacionada à implantação, mencionada no memorial descritivo, é a possibilidade de adaptar o projeto para um terreno com topografia mais acidentada, quando não for possível ou viável um lote plano (até 3% de declividade), pelo fato de a proposta arquitetônica ter sido elaborada em blocos independentes, tanto em termos visuais quanto estruturais (FNDE, 2008).

Todavia, um lote com maior desnível dificultaria a acessibilidade universal e a ideia do piso contínuo, que é destacado com um princípio de projeto. Nesse caso, haveria necessidade de construção de rampas internamente para interligar os blocos. Mesmo assim, a configuração do projeto, com pátio central integrando todos os espaços, ficaria prejudicada. No projeto, não há simulação da sua aplicação em situações como essa.

Um aspecto observado sobre a implantação do projeto no terreno hipotético de 40m por 70m é que a área construída total está coerente com o discurso apresentado no memorial descritivo e com os parâmetros do MEC, pois está dentro do intervalo considerado como ideal (de um 1/3 até no máximo 1/2 da área terreno – 43% aproximadamente12 nesse

caso). Com isso, deduz-se que para utilizar esse projeto padrão e ainda atender as recomendações do MEC, o terreno escolhido não pode ter área muito inferior a 2800m².

Com relação ao acesso da escola, o projeto locou a entrada pelo bloco administrativo, criando um hall de entrada com uma marquise. Em termos visuais, é uma entrada bem marcada e convidativa, com analogia a uma casa (Figura 21), aspecto recomendado por vários autores, especialmente por Nair, Fielding e Lackney (2013).

Figura 21: Vista do projeto arquitetônico tipo "B"

Fonte: <http://www.fnde.gov.br> Modificado pela autora em 2018

Quanto ao estacionamento, verificou-se que estão dispostas sete vagas que podem variar em termos quantitativos, de acordo com a legislação de cada Município. Observou-se ainda que já estão previstas vagas para pessoas com deficiência e para carga e descarga. No entanto, vagas reservadas para idosos não estão demarcadas previamente, desconsiderando o Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003). Talvez, um dos motivos seja o fato de que a vaga de idoso possui mesma dimensão de uma vaga comum, mas mesmo assim poderia já vir especificado como vaga reservada.

No que diz respeito às áreas de lazer, basicamente só existe uma área de parque infantil, com forração em grama sintética ou areia de acordo com memorial descritivo, e o pátio coberto que, embora seja relativamente grande, é utilizado também como refeitório e ainda há um jardim, o que reduz o seu espaço livre.

Não está definido no projeto um espaço próprio para um tanque de areia, um elemento muito utilizado em escolas infantis e recomendado por educadores. Embora o parque infantil possa ser de areia, o ideal seria ter uma área específica para servir como tanque de areia livre de equipamentos. Além disso, alguns autores, como Elali (2002) mencionam também a importância de uma minicampo para incentivar a prática de atividade física desde a infância, o que não é indicado no projeto.

Outra recomendação acerca da implantação é sobre a orientação ótima da edificação, com as maiores fachadas posicionadas no sentido Leste-Oeste, de forma a privilegiar a incidência do sol nos solários, integrados com as salas de aula.

A orientação ótima da edificação deve atender tanto a requisitos de conforto ambiental e dinâmica de utilização da creche, quanto à minimização da carga térmica e consequente redução do consumo de energia elétrica para refrigeração. Quando compatíveis com o tamanho e forma do terreno, recomenda-se que prevaleça o critério de utilização dos solários, com cumeeiras dos blocos pedagógicas no sentido Leste-Oeste (FNDE, 2008, p. 11).

A justificativa para essa recomendação, de acordo com o memorial, é que se deve permitir a entrada do sol nas ambientes escolares, a fim de promover salubridade, favorecendo também a produção de vitamina D nas crianças. Ressalta-se, ainda, que os solários das creches I e II devem ser privilegiados, recebendo, preferencialmente, o sol da manhã, ou seja, devem ser voltados para Leste.

No memorial, são mencionadas simulações realizadas com uso dos softwares Energy Plus5 (2007) e Design Builder6 (2007) em parceria com a UnB, considerando latitudes distintas em três cidades brasileiras: Boa Vista, Brasília e Florianópolis. O resultado foi que nos três casos as orientações Leste e Oeste obtiveram melhores desempenhos térmicos, isto é, menores cargas térmicas.

Contudo, os estudos realizados não levaram em consideração as regiões mais quentes do Brasil, como as cidades do Nordeste. Nesses casos, a orientação Leste-Oeste é a menos indicada, sendo mais recomendável a orientação Norte-Sul. Isso porque, enquanto nas regiões mais frias, a incidência solar é vista como um fator positivo para aumentar as temperaturas, tornar os ambientes internos mais agradáveis e com melhores condições de salubridade, nos climas quentes é o inverso. Busca-se evitar os ganhos térmicos, reduzir ao máximo a incidência de radiação solar direta, especialmente nas aberturas, visando deixar os ambientes internos com temperaturas amenas, além de reduzir gastos com climatização. Na realidade, verificou-se que foi feita uma recomendação geral baseada em um estudo muito simplificado, o qual não abrange a diversidade de condições ambientais das cidades brasileiras. Embora ressalte a importância de estudar a orientação da edificação em relação à trajetória solar, o próprio memorial induz a adoção de um tipo de orientação que pode não ser a mais indicada a depender da localização.

Ainda sobre a questão do conforto ambiental, o projeto utiliza grandes beirais com 1,20m de largura na maior parte da cobertura, protegendo as janelas e portas da insolação. Porém, a depender da orientação em que o prédio for implantado e das condições climáticas da cidade, essa solução pode não ser suficiente. Ela funciona bem para as situações nas quais a radiação solar incide de topo, mas se a radiação incidir de frente para as aberturas, é necessário estudar outros tipos de protetores, tais como brises, paredes de cobogós, vegetação, entre outros. O estudo da carta solar e a simulação das diversas soluções é que vão indicar o melhor resultado para o sombreamento, conforme o caso concreto.

No que diz respeito à ventilação, não é possível analisar porque a direção dos ventos dominantes é variável de acordo a latitude da cidade e conforme o entorno do terreno. Contudo, um dos princípios básicos para a ocorrência de ventilação cruzada, por exemplo, é a existência de aberturas em fachadas diferentes. No caso das salas de aula, verificou-se que nem todas elas possuem janelas em fachadas opostas, por exemplo, a creche II tem um banheiro na parede oposta à janela e, na creche III, por sua vez, há uma sala de repouso na parede oposta à janela. Nesses dois ambientes citados, a ventilação cruzada ocorrerá somente com a porta aberta, considerando uma situação favorável com relação aos ventos dominantes.

Sobre o paisagismo, não foi desenvolvido um projeto a título de exemplo nem foram feitas recomendações paisagísticas para a escola infantil no memorial. Acredita-se que por ser um aspecto muito particular de cada região, seria mais interessante que fosse desenvolvido no âmbito municipal, considerando as condições climáticas e espécies nativas.

No entanto, poderia ter sido feito (mesmo que fosse como uma sugestão) a definição de alguns canteiros com jardins, de uma horta e a locação de algumas árvores em pontos estratégicos, por exemplo, no parque infantil, no pátio descoberto, no solário e no estacionamento. A depender da região, ter grandes áreas de piso sem sombreamento pode inviabilizar o seu uso em alguns períodos do ano ou até na maior parte do dia.

Além disso, a literatura sobre escolas enfatiza a importância do contato das crianças com a natureza desde cedo. Locais como jardins e horta são considerados ambientes de aprendizado, estimulando a educação ambiental e sustentabilidade desde cedo. Aliado a isso, ambientes com vegetação deixam os espaços mais humanizados e convidativos, além de criar um microclima, tornando-se áreas de convivência.

Como já mencionado, o único local previamente definido como jardim é um módulo no pátio coberto; no entanto, seria melhor que estivesse em um local descoberto (ou pelo menos com uma claraboia na cobertura) para que as plantas pudessem estar expostas ao sol e também para liberar o espaço do pátio, ampliando a sua área livre para desenvolver atividades com as crianças.

O projeto federal também não contempla a construção de muros e nem de guarita, obras que ficariam por conta de cada Município, caso desejem acrescentar. Provavelmente, a maioria vai construir por questão de segurança contra roubos e vandalismo.

Por fim, sobre os espaços de transição entre área interna e externa, o pátio coberto cumpre bem esse papel para as salas que estão voltadas para ele. No entanto, a maior parte das salas está voltada para o pátio descoberto e o elemento de transição é a circulação aberta e coberta pelo beiral de 1,20m. Esse espaço poderia ser mais confortável se fosse mais largo (com pelo menos 2m), conferindo um caráter de varanda mesmo.

os seis parâmetros definidos: a) programa de necessidades; b) organização espacial; c) fluxos e acessos; d) dimensionamento; e) layout e mobiliário.

3.1.1.1 Programa de necessidades

Ao analisar a planta baixa do projeto padrão da escola, verificou-se que, em geral, a escola possui os ambientes mínimos necessários para uma instituição de educação infantil (Figura 22).

Figura 22: Planta baixa do projeto arquitetônico tipo "B"

Fonte: <http://www.fnde.gov.br> Modificado pela autora em 2017

No setor pedagógico, existem oito salas de aula, uma quantidade adequada para o porte da escola (112 alunos/turno). No entanto, a parte de apoio pedagógico é muito restrita, contando apenas com duas salas: multiuso/leitura e laboratório de informática. A proporção entre salas de aula e espaços de apoio poderia ser mais equilibrada.

Brinquedoteca, sala de vídeo e sala de leitura/biblioteca são espaços bastante recomendados nas referências e são encontrados em escolas infantis com boa estrutura física. Apesar de a sala multiuso poder, em principio, abarcar todas essas atividades, o que acontece é uma sobreposição de funções para o mesmo espaço físico. Sabe-se que algumas atividades são incompatíveis por natureza, como é o caso da sala de leitura, normalmente silenciosa, enquanto a brinquedoteca, mais barulhenta. Por isso, concentrar todos esses usos num único espaço não é o ideal, apesar de ser uma alternativa quando não há espaço.

Apesar de ainda não fazer parte do programa de muitas escolas, a sala de informática é um espaço que tende a ser incorporado ao programa básico do ensino infantil, pois as crianças da atualidade já nascem imersas no mundo tecnológico e seus interesses e padrões de pensamento fazem parte desse universo. Dessa forma, o incentivo ao aprendizado infantil com auxílio com computador é algo que deve ser valorizado e, para isso, é necessário uma sala específica com computadores e mobiliário adaptado. Isso, todavia, não substitui a necessidade dos outros ambientes já citados (brinquedoteca, sala de vídeo e de leitura). Falta, portanto, variedade de ambientes para essas atividades específicas.

Alguns estudiosos trazem o conceito de cozinha experimental, como um espaço de aprendizado para as crianças, onde podem ter aulas de culinária, aprender de onde vêm os alimentos, noções de quantidade e temperatura. Contudo, essa é uma prática que ainda não foi incorporada por muitas escolas infantis.

No setor administrativo, a sala da coordenação pedagógica é um ambiente que não foi previsto e é bastante recorrente no programa das escolas. Outro ambiente que poderia existir é uma pequena copa dentro da própria sala de professores ou adjacente (“espaço do cafezinho”). No catálogo de ambientes escolares da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) do Estado de São Paulo13 existe a previsão de um espaço como esse.

Nesse projeto, foi previsto um almoxarifado para guarda de material pedagógico e administrativo, porém não há um depósito grande para guardar materiais e equipamentos de maiores dimensões (brinquedos, colchonetes, móveis, cenários para eventos, entre outros), que é bem importante em escolas infantis. Também não há indicação de um local específico para o arquivo.

Algumas escolas possuem em seu programa enfermaria para prestar atendimento básico em caso de acidentes com os estudantes. A cartilha do CEBRACE (1978), voltada para instituições de ensino infantil de 4 a 6 anos, previa em seu programa uma sala de atendimento médico para as crianças. No caso dessa escola, não há previsão um espaço similar. Ao que

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FDE é responsável por viabilizar a execução das políticas educacionais definidas pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, implantando e gerindo programas, projetos e ações destinadas a garantir o bom

parece, as escolas atuais não estão mais inserindo nos seus programas espaços de enfermaria/atendimento médico, pois a cartilha atual do MEC nem menciona um espaço similar.

No setor de serviço, nota-se que não há um repouso de funcionários da cozinha e serviços gerais, o qual poderia ser muito útil para aqueles que passam o dia todo na escola descansarem entre os dois turnos. É um ambiente pensado para o conforto e bem estar dos funcionários.

Com relação às áreas externas, constatou-se a ausência de uma quadra ou minicampo, importante para as atividades de educação física e também recreação em geral. É um ambiente muito recomendado na literatura e comum nas melhores escolas. Realizar essas atividades no pátio coberto não é adequado, devido ao fato de o refeitório ser situado no mesmo local e por ser um local de passagem/acesso às outras salas. Esse aspecto poderá ser mais bem analisado de acordo com o uso e dinâmica de cada escola.

Também não há, na área externa, uma sugestão de local para horta, a qual também pode ser posteriormente implementada no recuo do terreno até mesmo por inciativa da própria escola. Verificou-se, ainda, a ausência de uma piscina para aulas de natação e outras atividades com água. Embora não seja um item obrigatório, enriquece as experiências e aprendizado infantil. Ressalta-se que, para isso, seria necessário um terreno bem maior.

Por fim, percebe-se que o programa dessa escola padrão, apesar de atender aos requisitos mínimos para o funcionamento de um centro infantil, poderia ser enriquecido com acréscimo de outros espaços que contribuiriam para uma melhor qualidade do ensino. Considerando que essa escola é um modelo a ser replicado em vários locais do país, o programa poderia ser ajustado, principalmente na parte de espaços de apoio pedagógico.

O próximo item de análise é a organização espacial do projeto arquitetônico como um todo, verificando aspectos relacionados ao macroespacial (organização geral dos blocos e setores) e ao micro (disposição dos ambientes internos).

3.1.1.2 Organização espacial

Neste quesito, a primeira observação é relativa à organização dos blocos em formato de “U” em torno de um pátio central. É um tipo bem comum em edifícios escolares e costuma funcionar bem para esse tipo de uso. O pátio central possui diversas funções de ordem pedagógica, social, cultural, recreativa e esportiva.

É um local de exploração, experimentação, extensão da sala de aula e de socialização, podendo ser utilizado para apresentações, exposição de trabalhos, reuniões com pais/comunidade, entre outras atividades, ou seja, é o ambiente mais polivalente da

escola, onde diversas atividades podem acontecer.

Nesse projeto, o pátio cumpre um papel de integração do espaço físico, reunindo os acessos às salas de aula, além de distribuir fluxos e possibilitar o convívio social. Verifica-se que o pátio está dividido em uma área coberta e outra descoberta, onde se situa o anfiteatro e, em seguida, há o parque infantil dentro de um espaço delimitado. No caso da área coberta, ela assume um papel de transição entre o espaço construído e as áreas livres.

A setorização da escola é outro ponto a ser observado. Como já mencionado anteriormente, a edificação está dividida em oito setores muito bem definidos, indicando um zoneamento funcional.

A administração é um setor compacto, situada em um ponto estratégico, logo na entrada da escola, de onde é possível ter um controle de quem entra e quem sai, além de poder visualizar a movimentação das crianças no pátio (as janelas da diretoria, secretaria, sala de professores estão voltadas para o pátio) e estar ao lado do estacionamento (que provavelmente será mais utilizado pelos funcionários). Cumpre seu papel de transição entre a área pública e a área privada dos estudantes.

O setor de serviço, por sua vez, está ao lado da administração e em frente ao estacionamento, facilitando o abastecimento de alimentos para a cozinha. Possui acessos independentes para funcionários e para serviços em geral (abastecimento, recolhimento de lixo, troca de gás, etc.). Ele também é compacto e comunica-se com o pátio somente pela área de distribuição dos alimentos (o bufê), em frente ao espaço reservado para o refeitório. Essa comunicação é essencial para facilitar a dinâmica de fluxo no horário da merenda.

O setor pedagógico divide-se em dois blocos lineares em lados opostos (um em frente ao outro), fazendo a separação das faixas etárias menores (creche I e II) e maiores (creche III e pré-escola). Funcionalmente, está bem resolvido, pois as salas das crianças maiores (sem banheiro dentro da sala) ficaram ao lado dos banheiros infantis, enquanto os menores, que já possuem área de banho na própria sala, ficaram mais distantes. Os dois blocos pedagógicos são assimétricos e possuem circulação lateral aberta, voltada para o pátio central, sendo interligados por uma circulação coberta na transversal.

Não há comunicação entre o setor pedagógico e o de serviço, os blocos estão distanciados (1,65m), o que é bom para evitar conflitos de fluxos e impedir as crianças de entrar em locais com risco de acidentes.

Há um espaço previamente destinado pelos projetistas para ampliação de um dos blocos pedagógicos, onde está situada a creche III e a pré-escola (Figura 23). Ter espaço para ampliação é de fundamental importância em prédios públicos, principalmente escolas cuja demanda é sempre crescente. Percebe-se, portanto, que a assimetria no comprimento dos blocos pedagógicos é proposital, visando essa futura ampliação.

Figura 23: Proposta de ampliação do projeto arquitetônico tipo "B"

Fonte: <http://www.fnde.gov.br>

Um dos blocos pedagógicos também incorpora o setor de multiuso, composto pelos banheiros infantis, sala de informática e sala multiuso/leitura, que, na verdade, é o espaço para o apoio pedagógico. O local escolhido para dispor esses ambientes é apropriado por estar ao lado das salas de aula situadas no mesmo bloco (creche III e pré-escola), mas fica um pouco distante das salas das creches I e II.

Outro quesito importante é observar como se dá a conexão interior/exterior das salas de aula, que é realizada por meio de duas portas: de um lado se interligam com o pátio central e do outro com o solário. O pátio central é onde várias turmas diferentes podem interagir e o solário é um espaço mais restrito, no qual somente duas turmas (de mesmo nível) podem interagir. Esse, por sua vez, torna-se uma extensão da sala de aula. Essa integração entre as salas com áreas externas (solário e pátio) ocorre tanto do ponto de vista físico quanto sob o aspecto visual, por causa das janelas com peitoril baixo (50 cm) e das portas com visores, permitindo a visualização do exterior pelas crianças. Essa solução é um ponto positivo do projeto do FNDE, pois é exatamente o que a literatura recomenda.

Com relação aos locais para ensino em grupo (duas turmas ou mais), verifica-se que o lugar mais apropriado para isso é o pátio coberto. As salas de apoio pedagógico são pequenas e só comportam uma turma (maior detalhamento sobre dimensionamento no item d). O pátio descoberto, por sua vez, é quase todo ocupado pelo anfiteatro, ficando pouco espaço para outras atividades ao ar livre.

Outra análise importante é sobre o refeitório localizado no pátio coberto, que é