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Análises das grandezas avaliadas

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6 DISCUSSÃO

6.2 Análises das grandezas avaliadas

6.2.1 Avaliação da fidelidade da transposição de medidas dos modelos para o cefalograma

Como a base para a realização do presente trabalho foi o estudo de ELLIS III; THARANON; GAMBRELL14, de 1992, houve a necessidade inicial de se avaliar a fidelidade da transposição de medidas dos modelos para os cefalogramas, à semelhança do que fizeram os autores citados, entretanto com uma metodologia diferente. Para tal, foi necessário determinar se as medidas obtidas nos modelos em gesso seriam proporcionais à medidas semelhantes observadas nas telerradiografias em norma lateral, para assim, confirmar a fidelidade de sua transposição. A premissa para esse raciocínio se baseou na afirmação de que o

inclinação entre si, por serem paralelas, conforme descrito por COSTA et al.12 em 2005. Assim, após a transposição das medidas lineares 1 – Placa de Montagem e 6 – Placa de Montagem, dos modelos para o cefalograma, foi avaliada a proporcionalidade entre elas e as medidas lineares 1 – Linha Arco Facial e 6 – Linha Arco Facial das telerradiografias. Com o mesmo pensamento, foram avaliados no cefalograma, os ângulos formados entre a Linha Arco Facial, e a Linha Placa de Montagem, que em tese deveria ser de 0º.

Observando-se a tabela 5.6, nota-se uma correlação positiva e muito forte (r = 0,97) entre as distâncias 1 – Linha Arco Facial e 1 – Placa de Montagem, e na análise do gráfico de distribuição e linha de tendência, os valores encontram-se distribuídos muito próximos à linha. Essa avaliação sugeriu haver proporcionalidade entre essas medidas, embora sejam diferentes em seu valor absoluto, como apresentado pelo teste “t” pareado, com p < 0,001, como seria esperado. A proporcionalidade conferiu a fidelidade da transposição da distância 1 – Placa de Montagem (medida do modelo) para o cefalograma.

Já na avaliação das distâncias 6 – Linha Arco Facial e 6 – Placas de Montagem, apesar de ser observada uma correlação positiva forte (r = 0,9), ao se analisar o gráfico de distribuição e linha de tendência, notou-se uma dispersão maior dos valores em relação à linha de tendência. Isso poderia ser explicado clinicamente pela maior dificuldade de visualização dos botões ortodônticos colados nos molares, pois são dentes que se apresentaram mais freqüentemente com restaurações metálicas, o que pode ter ocasionado uma menor fidelidade na definição do ponto MEV. Assim como as distâncias 1 – Linha Arco Facial e 1 – Placa de Montagem, também foi observado que as distâncias 6 – Linha Arco Facial e 6 – Placa de Montagem foram diferentes em seu valor absoluto, como apresentado pelo teste “t” pareado, com p < 0,001, o que era esperado, por serem medidas obtidas em pontos diferentes, entre duas linhas não paralelas entre si.

Finalmente, na avaliação da medida angular entre a Linha Arco Facial e a Linha Placa de Montagem, verificou-se que a média foi de 2,51º, com desvio padrão de 2,45º, não representando rigorosamente a coincidência esperada entre essas linhas. A explicação clínica para tal seria a mesma apresentada para as distâncias 6 – Linha Arco Facial e 6 – Placa de Montagem. Isso sugere a necessidade de se rever o método de marcação do molar.

Apesar das alterações observadas, e levando-se em conta as considerações clínicas feitas, a correlação muito forte presente entre as distâncias 1 – Linha Arco Facial e 1 – Placa de Montagem, confere fidelidade à transposição de medidas dos modelos para os cefalogramas, e vice-versa, o que pode oferecer uma interessante contribuição clínica, que será discutido posteriormente.

6.2.2 Avaliação da precisão do registro do arco facial

A primeira avaliação constou da verificação da proporcionalidade entre as distâncias do incisivo superior (1) ao Plano de Frankfurt e à Linha Arco Facial, no cefalograma, e do incisivo superior (1) à Placa de Montagem, no modelo. Caso o arco facial representasse um registro preciso da relação entre o plano de Frankfurt e o plano oclusal da maxila, seria esperada uma proporcionalidade entre essas medidas lineares, como afirmou COSTA11 em 2001. Ao analisá-las, o que se notou foi uma correlação muito forte ao se comparar as distâncias 1 – Linha Arco Facial e 1 – Placa de Montagem, sugerindo que, embora diferentes em seu valor absoluto (teste “t” pareado com p < 0,001), eram proporcionais entre si. Entretanto, notou-se uma correlação fraca quando da comparação entre as distâncias 1 – Plano de Frankfurt e 1 – Linha Arco Facial (r = 0,09), assim como na comparação entre 1 – Plano de Frankfurt e 1 - Placa de Montagem (r = 0,21). Para ambas as medidas o teste “t” pareado demonstrou diferença entre seus valores absolutos, o que seria esperado.

Essa análise sugere uma falta de proporcionalidade entre o alinhamento do arco facial com o plano de Frankfurt, concordando com os relatos de CHOW; CLARK; COOKE8 de 1985, ELLIS III; THARANON; GAMBRELL14 de 1992, e GATENO; FORREST; CAMP16 de 2001.

A segunda avaliação foi a verificação da proporcionalidade entre as distâncias do primeiro molar superior (6) ao Plano de Frankfurt e à Linha Arco Facial, no cefalograma, e do primeiro molar superior (6) à Placa de Montagem, no modelo. À semelhança das medidas realizadas a partir dos incisivos, caso o arco facial apresentasse um registro preciso da relação entre o plano de Frankfurt e o plano

oclusal da maxila, uma proporcionalidade entre essas medidas seria esperada e desejada, segundo COSTA11 em 2001. Na análise dessas grandezas, foi identificada uma correlação forte (r = 0,9) quando comparadas as distâncias 6 – Linha Arco Facial e 6 – Placa de Montagem, sugerindo que, embora diferentes em seu valor absoluto (teste “t” pareado com p < 0,001), eram proporcionais entre si. Entretanto, notou-se uma correlação regular quando da comparação entre as distâncias 6 – Plano de Frankfurt e 6 – Linhas Arco Facial (r = 0,55), assim como para a comparação entre as distâncias 6 – Plano de Frankfurt e 6 - Placa de Montagem (r = 0,45). Para estas, o teste “t” pareado demonstrou diferença entre seus valores absolutos (p < 0,001), o que seria esperado. Entretanto, para as distâncias 6 – Plano de Frankfurt e 6 – Linha Arco Facial, o valor de foi de p < 0,215. Essa semelhança não tem implicações de ordem clínica, uma vez que o mais relevante é a avaliação da proporcionalidade essas medidas, o que não se observou com a análise dos gráficos de distribuição e linha de tendência. Nestes, para as medidas que se relacionaram com o plano de Frankfurt, observou-se uma dispersão aleatória e sem agrupamento. Entretanto, na comparação das distâncias 6 – Linha Arco Facial e 6 – Placa de Montagem, notou-se uma distribuição linear, levemente mais dispersa que aquela estabelecida para as distâncias 1 – Linha Arco Facial e 1 – Placa de Montagem. Clinicamente, essa observação pode ser explicada pela maior dificuldade de visualização dos botões ortodônticos colados nos molares, se comparados com os dos incisivos, pois são dentes que se apresentaram mais freqüentemente com restaurações metálicas, o que pode ter ocasionado uma menor fidelidade na definição do ponto MEV.

Assim como para a avaliação anterior (grandezas medidas a partir dos incisivos), essa análise também sugere uma falta de proporcionalidade entre o arco facial e o plano de Frankfurt, estando em concordância com os relatos de CHOW; CLARK; COOKE8 de 1985, ELLIS III; THARANON; GAMBRELL14 de 1992, e GATENO; FORREST; CAMP16 de 2001.

Por fim, foi realizada a verificação de paralelismo entre o Plano de Frankfurt, a Linha Arco Facial, e a Linha Placa de Montagem foram analisadas as comparações entre os ângulos formados por essas linhas e a Linha Oclusal Superior, que seria esperado no caso de um correto registro do arco facial.

A correlação de Pearson entre esses ângulos mostrou-se forte (r entre 0,6 a 0,9). Entretanto, para os ângulos formados a partir do Plano de Frankfurt, o r foi

menor, como demonstrado nas tabelas 5.8, 5.9, e 5.10, e por meio da análise dos gráficos de distribuição e tendência, notou-se uma maior dispersão das medidas angulares que envolveram comparações incluindo o Plano de Frankfurt, quando confrontadas com aquela em que foram incluídas apenas a Linha Arco Facial e a Linha Placa de Montagem.

Com base nesses comentários, julgou-se adequado considerar que o registro do arco facial para a relação entre o plano de Frankfurt e o plano oclusal da maxila, não apresentou fidelidade, em concordância com os trabalhos de CHOW; CLARK; COOKE8 de 1985, ELLIS III; THARANON; GAMBRELL14 de 1992, BAMBER et al.4 de 1996, O´MALLEY; MILOSEVIC23 de 2000, GATENO; FORREST; CAMP16 de 2001, FERRARIO et al.15 de 2002, e OLSZEWSKI; REYCHLER24 de 2004, mas em

discordância com as publicações de ANWAR; HARRIS2 de 1990, CLARK;

HUTCHINSON; SANDY9 de 2001.

Finalmente, a comparação entre a média dos valores atribuídos ao ângulo formado entre o plano de Frankfurt e o arco facial, descrita no trabalho de ELLIS III; THARANON; GAMBRELL14, foi muito semelhante àquela observada no presente estudo. Para aqueles autores, esse valor foi de 6,8º com desvio padrão de 3,5º, e para a amostra do presente trabalho, foi de 6,49º com desvio padrão de 3,93º, evidenciando a concordância em relação à falta de precisão do registro do arco facial.

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