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ANEXO P – ENTREVISTA COM A COORDENAÇÃO DO PROGRAMA SAPECA DO MUNICÍPIO DE CAMPINAS

Solicitação de Termo de Guarda e Responsabilidade

ANEXO P – ENTREVISTA COM A COORDENAÇÃO DO PROGRAMA SAPECA DO MUNICÍPIO DE CAMPINAS

1 - Por que e de quem partiu a iniciativa deste tipo de programa?

O Programa partiu dos profissionais do Abrigo Municipal que se preocupavam inclusive com o tipo de tratamento que era dado e, na ocasião, nós tínhamos uma assistente social a Maria Helena que foi a coordenadora que implantou esse trabalho inicialmente que tinha acabado de fazer o curso de especialização do LACRI. E quando já existiam essas indagações no abrigo que poderiam existir famílias para cuidar das crianças, ela ingressou no município e começou a questionar também se nós não poderíamos ter um Programa que tivesse um atendimento mais individualizado às necessidades de uma criança vítima de violência doméstica, tomando por princípio de que todo adulto que violenta foi violentado na infância, se nós cuidássemos da infância e da sua família com a possibilidade de retorno, a gente poderia estar contribuindo na interrupção do ciclo de violência. E foi daí, que então, eles passaram a tentar conhecer Programas que tivesse esse tipo de trabalho. E aí ficamos sabendo que existia a SOBEM em São José dos Campos que hoje não existe mais, mas na ocasião, eu acho que é Sociedade do Bem-Estar do Menor, alguma coisa assim, e que é de São José dos Campos e que trabalhavam com Famílias Acolhedoras mas eles tinham um termo até meio estranho, que eu achava que chamava-se Famílias Hospedeiras. Era esse o termo que eles usavam. Não, não existe mais, o Programa já foi encerrado. E aí a equipe profissional da Secretaria da Assistência foi para São José dos Campos conhecer esse trabalho, e com base nessa visita implantou aqui. Na ocasião eu não fazia parte do Programa. Eu entrei no Programa em 99, 2000.

Aquela moça do LACRI, ela não era do Programa?

O Programa não existia ainda e ela, junto com as profissionais do abrigo é que conversaram da possibilidade de implantar um Programa como “Família Acolhedora” para que cada criança vítima de violência, e de alguma forma que aliviasse o Abrigo também. A Maria Helena é Assistente Social da Prefeitura de campinas, da nossa Secretaria mesmo. E a Secretaria estava vivendo um momento, como era 97, da implantação de muitos Programas do Artigo 90. Então Campinas viveu um momento, de 93 até esse período de 97, 98, de implantação de novos Programas que atendessem as necessidades apontadas no Artigo 90. Hoje eu sou a coordenadora, eu sou coordenadora desde o ano 2000.

A iniciativa de implantação do Programa foi do Executivo, um Programa exclusivo do Executivo, mas foi discutido na ocasião com o Conselho Tutelar, com o Conselho da Criança (CMDCA), com a Vara da Infância, e com algumas instituições que já trabalhavam com criança. Ele tentou ser na sua implantação uma proposta discutida. Hoje ele atende, dentro do Artigo 90, ele é inscrito no Conselho da Criança como Colocação Familiar. Essa modalidade foi pensada e escolhida por acreditarmos que um trabalho mais humanizado e individualizado para uma criança que encontra-se numa situação tão complicada que é o afastamento de sua família por motivo de violência, a gente pensava assim, que um grupo de pessoas cuida de uma criança, e o abrigo, por mais que o abrigo se esforce, é uma

pessoas às vezes cuidando de um grupo de crianças. Então a criança pode ter espaço para chorar, para falar, para viver aquelas emoções com um grupo de pessoas voltadas para ela.

2- Como foi estruturado e implementado o programa?

Ele foi estruturado baseado numa experiência anterior que é o desejo das pessoas, a única experiência que eles conheceram na ocasião foi essa em São José dos Campos. Depois de um ano de atendimento, que inclusive o Programa começou pensando que com seis meses e um trabalho focado poderia já promover alguma mudança na família, coisa que a prática nos mostrou que não, ele conheceu a fundação Emanuel na Argentina, e a Fundação Emanuel ajudou muito na estruturação do Programa. Essa Fundação Emanuel funcionava na cidade de La Plata e eles tem um trabalho lá com acolhimento familiar, mas que partiu das próprias Famílias Acolhedoras, elas é que montaram uma ONG, tanto que a própria coordenadora da instituição é Família Acolhedora e eles trabalham numa perspectiva de tempo indeterminado. A Argentina ainda não tem o Estatuto da Criança e do Adolescente, eles tem algumas outras dificuldades diferentes das nossas, que acaba tendo uma estrutura diferente, já mais organizada. Nós nos baseamos (na experiência) de São José dos Campos, mas eu acho que a parte metodológica, os pensamentos, eu acho que a Fundação Emanuel foi a que mais influenciou. Por que eles tinham um pensamento muito humanizado, até hoje é assim. A estrutura do trabalho que você procura conhecer. Só que aí nós tivemos uma forte influência deles, da questão do tempo, porque a Fundação Emanuel trabalha numa perspectiva de tempo indeterminado. Eles até acham que, por exemplo, se uma criança está em Família Acolhedora, ela não está demandando por uma família no que diz respeito à convivência familiar e comunitária. Então eles falam que a criança pode ficar um tempo maior, porque lá não é uma instituição, ela não está sofrendo questões negativas que uma instituição faz para com ela. E eles trabalham também numa perspectiva, eles até quando vieram, deram para nós um exemplo assim, que eles tinham o caso de uma criança que tinha crescido numa Família Acolhedora, a mãe tinha problemas psiquiátricos, e quando esse menino se tornou adulto, ele acolheu a mãe dele, e foi seguir a vida dele. Esse exemplo marcou muito dentro do Sapeca porque nós trabalhamos com muito casos em que as mães tem transtornos e que às vezes as crianças são privadas de uma relação de afetividade, que acho que foi até o exemplo daquela senhora que você viu, às vezes a criança é privada de afetividade porque você tem que destituir e às vezes a criança fica numa instituição para o resto da vida. E aí, com base nisso, o Programa abriu para trabalhar com a perspectiva de tempo indeterminado aqui em Campinas. Ficamos um bom tempo, o Sapeca ficou mais ou menos de 98 até 2000, 2001, 2002. Começou fixando em seis meses podendo renovar por mais seis meses, aí abriu para tempo indeterminado e agora no início do ano de 2005, o juiz baixou uma Portaria em Campinas, mas depois de tempo que a gente estava discutindo com ele, trabalhando, então ele ia baixar uma portaria assim, que crianças até cinco anos podem ficar no Programa um ano, e crianças acima de cinco anos, 20 meses. Mas a mesma portaria que você está levando, ela diz que esse tempo não é um tempo fixo, ele pode ser prorrogado, conforme necessidade técnica. Então, quando foi pensado, também ele não foi estruturado interinstitucionalmente, ele tinha uma proposta desta questão institucional estar em rede na atenção à família, mas o Programa mesmo, ele foi com começo, meio e fim estruturado dentro do Governo, com Programa 100% Governamental (da Prefeitura) do Executivo.

Mas até o ano de 200 ele foi considerado dentro do Conselho da criança como um projeto especial. Ele era assim entendido. E o Conselho da Criança através do recurso do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente ligado ao CMDCA, do Imposto de Renda, ele comprou o carro do Programa, ele comprou alguns objetos imprescindíveis, computador (pro programa), ele comprou cama, as roupinhas que a gente tem até hoje para ajudar a família quando chega no Programa, foi o Conselho que comprou, até que no ano 2000 (…)

E isso fica onde?

Nós temos um almoxarifado que a gente guarda. Emergencialmente a gente tem esse lugar que a gente pega. A gente empresta a cama, empresta o bercinho. E eles devolvem. Aí quando a Família Acolhedora termina o acolhimento devolvem. É uma ajuda porque, por exemplo, você vai acolher um bebê, um ano, você vai comprar berço, cadeira de papinha, cadeira de carro, é um custo muito alto, então o programa empresta isso e eles devolvem após o uso. Então isso a gente tem. Então foi essa ajuda que teve mas o Programa nasceu numa perspectiva de trabalho em rede, mas o Programa mesmo que era responsável pela divulgação, seleção, capacitação, acompanhamento, retorno, integração familiar era feito do Programa com a rede.

E hoje?

Continua da mesma forma, hoje ainda é assim o Programa. Então não é interinstitucional?

Não, a operação...

Mas você tem contato com o Judiciário?

Sim, mas nós temos lugares bem definidos, então, por exemplo, o Programa Sapeca é quem seleciona e é responsável pelas famílias. Como a família entra pelo cadastramento, preparação e acompanhamento, o que nós fazemos é que quando a família chega, nós solicitamos a guarda ao Juiz e damos os dados da família que vai ficar com a criança, mas esse controle de acompanhamento é nosso, tudo é nosso. O Judiciário faz a parte legal, regularização da guarda, só isso. As vezes a gente tem reunião de rede, com o Juiz, com a Equipe do Juiz.

Mas a responsabilidade do Programa é do Executivo? É do Executivo, é a nossa responsabilidade.

2.1.5 - Quais as medidas de implementação necessárias que precederam a implantação do programa?

As medidas de implementação necessárias que precederam a implantação do Programa foi essa ampla conversa, uma conversa ampliada que nós tivemos com o Juiz da ocasião, a gente não sabia se começaria como uma guarda para o Programa, como abrigo, se ele seria entendido dessa forma, tanto que no início até o ano passado era entendido que quem tinha a guarda das crianças era o Programa. Então o Programa que assumia a responsabilidade da guarda, e aí era um acordo, tinha sido um acordo, então em janeiro do ano passado que é dessa Portaria que passou a vigorar o Programa de guarda. Olha, 17/02/2005.

Aí passou a responsabilidade para a família?

Para família. Aí tem a guarda e uma guarda compartilhada com o Programa. E os antigos que já tinham entrado?

Passaram a ter a guarda também, aí regularizou tudo a partir dessa data.

2.2 - Com relação à família guardiã/acolhedora:

2.2.1 - Quem seleciona essas famílias? Qual é a metodologia de seleção e quais os critérios utilizados? Há intervenção do judiciário nesse processo?

Agora com relação à Família Guardiã/Acolhedora quem seleciona a família somos nós. A metodologia de seleção é: precisa morar no município, ter acima de 21 anos, não ter interesse em adoção e não ter na família pessoas com problemas psiquiátricos ou com (uso de) substâncias psicoativas.

Esses são os critérios…

São os critérios e o Judiciário… na hora da entrada nós pedimos atestado de antecedentes criminais, o CIC e o RG, nós pedimos comprovante de residência e eles preenchem um cadastro, que é onde a gente tem todo um olhar para essa família. Então a família tem uma ficha de inscrição, um requerimento que depois a gente já encaminha para o juiz para solicitar a guarda, com esses documentos, com xerox…

2.2.2 - Como foi feita a divulgação do programa para que as famílias interessadas pudessem se candidatar?

Então a divulgação do Programa para que as famílias interessadas pudessem se candidatar começou com muita dificuldade e a gente aponta que isso ainda é uma das maiores dificuldades do Programa. Até hoje, apesar da gente ter o apoio da Prefeitura, de tudo, não existe um plano de marketing que o Programa mantenha na mídia, então a gente aproveita constantemente fatos como esse de você estar vindo aqui para ir para o jornal, para o jornal saber do Programa. Então não tem um plano que fale assim: “olha, aqui eu vou pôr cartazes, ali eu vou fazer um outdoor, ali eu vou fazer um Programa”, e a gente tem pedido muito isso para a Prefeitura mas não tem conseguido. Então como é que fica? Você pega cartazes, a gente vai num Programa de televisão, então às vezes a ente mesmo procura um canal para ir falar, então essa é uma parte com muita dificuldade. Então essa divulgação foi feita com cartazes.

É também mobilização dos próprios profissionais daqui do Sapeca?

Sim, isso, a gente procura o jornal, divulga. É um esforço muito grande da equipe para fazer isso. Então, eu noto que, como o Programa está crescendo e está tendo outras demandas, ás vezes a gente já não tem mais esse tempo para fazer isso bem feito, então está para sair agora o recurso, a gente essa semana está vendo isso.

As inscrições, elas são permanentes?

O tempo todo, por exemplo, uma família nos vê falando... Os treinamentos não?

Não os treinamentos tem sido semestrais por enquanto, a menos que a gente tenha uma demanda maior, a gente pode fazer dois por semestre, por exemplo.

Em cada semestre vêm quantas famílias mais ou menos?

Muito difícil você acredita que a seleção começa assim: às vezes a gente vai num programa de televisão, como aconteceu uma vez, e aí até a região liga a gente não pode pegar da região. Então

às vezes 100 telefonemas, a grande maioria, eu diria mais de 80% liga pensando que é adoção, por mais que você fale em acolhimento as pessoas escutam adoção porque não tem cultura. Então é um trabalho intenso que a gente precisa fazer. E nós já chegamos no semestre a ter uma única família para participar (do treinamento). E agora, por exemplo, nós tínhamos a idéia de que ficariam dez famílias, mas nós estamos com oito. São oito famílias que estão fazendo, neste momento, o curso. Dessas oito pode acontecer de não ficar, às vezes acontece.

Pela avaliação ou pela opção?

Ambas as partes. Porque o processo de formação é ainda um processo avaliativo. Tanto da família quanto da gente. Então às vezes a família chega no final e fala: “olha é muita responsabilidade, eu não quero nesse momento”, e ela volta num outro momento. Isso ainda tem, mas é interessante dizer que a equipe do SAPECA é que então faz todo esse processo, desde procurar meios para divulgar, aí vamos imaginar ônibus a gente coloca bastante, agora está tendo, por exemplo, um empecilho de que só a Saúde pode usar o recurso do ônibus, então a gente vai ter que entrar com uma solicitação explicando, então são muitas dificuldades que a gente tem que vencer pra divulgar o Programa. E aí então o primeiro contato é o telefonema (...) então às vezes a gente, uma mulher ouviu uma reportagem na T.V.

O primeiro contato da família em relação ao programa?

É, aí ela liga pra cá, uma assistente social explica, ela adora a idéia, quando ela vai falar pro marido o marido fala: “ah, não, imagina, coisa de louco”, ele nem se abre pra ouvir entendeu? E como não existe uma massa crítica, as pessoas falam: “imagina”, ninguém conhece, fica com medo, então a gente percebe o quanto que uma campanha faz falta. Bem, uma vez passado isso, se a pessoa passou dessa primeira etapa do telefonema, existe uma entrevista que a assistente social faz com o casal, quando é casal, com a pessoa, quando é pessoa, só com os adultos, uma vez que os adultos realmente queiram continuar o processo a gente faz uma entrevista na casa com todos os membros que iram acolher, porque a gente pede pra que a família converse com os filhos, pede que a família fale com os filhos, com a sogra, se estiver morando junto, e nesse dia todos tem que estar lá, aí nós vamos fazer uma entrevista com todo mundo, passado isso é que a gente avalia, a assistente social e a psicóloga, e se essas famílias vão ser convidadas pra passar nos encontros de capacitação ou se finda ali que a gente perceba alguma coisa que não dê certo .

Participar do grupo? É. Mas a gente...

E vocês dão alguma devolutiva? Damos sempre.

Pra essa família?

Sim, a família sempre sabe se ela vai passar pra próxima etapa e o por que. E o por que.

E o por que . Aí nós fazemos encontros, nós temos uma média de seis, sete encontros, vai dependendo do caminhar do grupo, e nesses encontros a gente procura passar a legislação pra eles entenderem que lugar nesse processo do Brasil a família acolhedora se encontra, a história do programa, como o programa tem trabalhado hoje nesses GT’s, quais são os envolvimentos do

programa. Com a causa, por que a nossa idéia, e isso já é um fato, a família acolhedora ela faz a gestão junto com o programa, mas é uma gestão assim, são reuniões que acontecem dentro do programa e todas as decisões do programa a gente compartilha com as famílias acolhedora pra que eles sintam-se protagonistas também desse processo de mudança.

2.2.4 - É realizada alguma preparação para que essas famílias possam receber crianças na condição de “família guardiã/acolhedora”? Quem faz e como é realizada essa preparação? É, se existe alguma preparação então pra que as famílias possam recebe sim durante todas essas semanas, então como eu falei, primeiro a legislação, depois nós vamos falar sobre violência doméstica.

No curso?

No curso, nos encontros de preparação, o desenvolvimento da criança, as famílias acolhedoras. ...psicologia?

É isso, a psicologia que fala, aí vem a parte das família acolhedoras pra conversar, vem as família naturais também.

...depoimentos.

Eles conversam pra tirar todas as dúvidas, e a gente trabalha com alguns casos, dizendo como é a chegada, como é o durante, como é a partida, pra trabalhar, por exemplo, as relações de apego e desapego com a família, e a gente percebe que eles tem dado um retorno que é um processo de bastante crescimento, esses encontros.

Entendi.

A pessoa entra num patamar. E ele passa quando faz parte do programa a entender esse processo. Nós mesmos que realizamos esses encontros e durante todo, quando a criança entra no programa, vou até explicar isso, vencido o prazo de capacitação, as famílias.Então, geralmente são seis, sete encontros, que às vezes é um por semana, quando termina nós damos um

(...)

Não, semanas, a gente até faz dois muito próximos, agora mesmo nós vamos conseguir vencer até a primeira semana de dezembro, porque o cronograma sempre é fechado com aquilo que a família tem de disponibilidade.

Tem um número máximo e um número mínimo? Não.

Por exemplo, tem que ter no mínimo duas famílias.

Não, a gente ultimamente tem feito com o que tem, por que são tão poucas, né? E o que a gente percebe, por exemplo, quando termina...

Não tem um número máximo?

Não, quando termina os encontros a gente volta a fazer uma devolutiva, que nós chamamos, então nós vamos com todos os membros da família novamente, na casa deles, dizer o que foi que a gente observou, e eles vão nos dizer o que foi que eles observaram, e uma vez que as duas partes se entendam ele passa a ser família acolhedora, nesse momento ele vai dizer pra nós qual é a idade que eles preferem que pra eles seria melhor pra cuidar, e aí então eles passam a ficar disponíveis, quando eles ficam disponíveis o nosso primeiro momento e ligar pro abrigo municipal, que é nosso

parceiro e perguntar se tem alguma criança que chegou recentemente, que tem condições de voltar pra família de origem, esta é uma das condições do programa, a gente só pega crianças que tenha condições de voltar pra família de origem, então crianças destituídas não vem pro programa, e aí se eles falam: “ah, eu tenho uma criança de quatro anos”, a gente vai olhar, fulano de tal, fulano de tal falou que pode pegar uma criança em torno de quatro anos.

Nunca aconteceu de ao invés, por que a minha preocupação é assim, criança pequena entra no abrigo, já é um fator complicador ela entrar lá porque ela está fora da família de origem, nunca aconteceu da criança vir direto pro projeto?

Já, inclusive está aberto pra ela vir, só que como nós fizemos uma parceria com o abrigo municipal no sentido de tentar diminuir o número de crianças que estão lá, e por sermos governamental, os dois, existe um entendimento que se o número do abrigo diminuísse o abrigo também poderia fazer um trabalho melhor, então em primeiro lugar a gente disponibiliza pro abrigo.

Sim, isso quando vocês estão com a família, mas e se chega uma criança no abrigo hoje, e vocês já têm famílias acolhedoras?

Ah, não ela vem direto.

Primeira coisa que eles fazem...

É nos ligar, e mesmo que o conselho tutelar também, se não, vamos imaginar, que também não tenha criança lá naquela faixa etária.

O Conselho Tutelar...

O conselho ou a vara podem colocar desde que tenha família, mas dificilmente tem família por que quando tem a gente disponibiliza pro abrigo.

Entendi.

Mas as vezes acontece, eu disponibilizo, o abrigo não tem, então aí o conselho e a vara eles usam a vara do programa pra gente não ficar aqui com vaga e com criança precisando ser abrigada. E aí