Foi considerada INCORRETA a seguinte alternati- va na prova do TJ/BA – Juiz de Direito Subtituto – BA/2012 – CESPE: “Segundo a corrente fi nalista ou subjetiva, o destinatário fi nal é o destinatário fático, não importando a destinação econômica dada ao bem nem se aquele que adquire o pro- duto ou o serviço tem, ou não, fi nalidade de lu- cro”.
Foi considerada CORRETA a seguinte alternativa pela banca CESPE na prova para cargo de Juiz Federal – TRF-1 – Ano - 2015: “O fornecedor equi- parado é o terceiro intermediário ou aquele que auxilia na relação de consumo principal, a exem- plo dos bancos de dado nos serviços de proteção ao crédito.”
Foi considerada INCORRETA a seguinte alternati- va no concurso MP/Piauí – 2002: “Em se tratando de produto industrial, ao fornecedor cabe prestar as informações relativas à saúde e à segurança nas relações de consumo, através de impressos que devam acompanhar o produto.”
Foi considerada CORRETA a seguinte alternativa na prova para cargo de Promotor de Justiça – MPE – SC – SC/2013: “Ainda que no conceito de serviço presvisto no art. 3º, § 2º, do CDC esteja in- serido o requisito de que seja prestado mediante remuneração para que seja considerado como relação de consumo, também devem ser consi- derados os serviços oferecidos por meio de re- muneração indireta, partindo do pressuposto de que toda atuação do fornecedor no mercado de consumo tem por objetivo a obtenção de vanta- gem econômica”.
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CAPÍTULO II
Da Política Nacional de Relações de Consumo
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das
necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparên- cia e harmonia das relações de consumo, aten-
didos os seguintes princípios: (Redação dada
pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;
Comentários:A vulnerabilidade é o que justifi ca a intervenção do Estado no contrato, mediante edição de normas cogentes, cujo objetivo é o res- tabelecimento do equilíbrio da relação ali esta- belecida.
Ressalta-se que há presunção legal absoluta de vulnerabilidade quando se tratar de consumidor pessoa física. Ou seja, em qualquer relação de consumo, a vulnerabilidade do consumidor é presumida pela lei, sem possibilidade de afasta- mento. Porém, em relação às pessoas jurídicas, a incidência do CDC em seu favor somente seria viável quando demonstrada a sua situação de vulnerabilidade.
Ou seja, a pessoa jurídica, para ser reconhecida como vulnerável, deverá demonstrar no caso concreto a presença de alguma das espécies de vulnerabilidade.
Além disso, existe a hipervulnerabilidade: vul- nerabilidade agravada por alguma circunstância fática e objetiva, como no caso de doença, gravi- dez, turistas, crianças e idosos, podendo ser per- manente ou temporária.
Assim, o fornecedor poderia se aproveitar dessas condições e oferecer contratações abusivas, e o consumidor aceitaria sem tomar as devidas cau- telas.
Importante ressaltar a diferença entre vulnera- bilidade e hipossufi ciência, sendo a primeira um fenômeno de direito material com presunção ab- soluta – jure et de juris – enquanto a segunda, é um fenômeno processual que deverá ser analisa- do pelo juiz segundo as regras de experiência. A
hipossufi ciência não é requisito das relações de consumo.
II - ação governamental no sentido de pro- teger efetivamente o consumidor:
a) poriniciativa direta;
b) por incentivos à criação e desenvolvi- mento de associações representativas; c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
d) pela garantia dos produtos e serviços
com padrões adequados de qualidade, se- gurança, durabilidade e desempenho.
III - harmonização dos interesses dos
participantes das relações de consumoe
compatibilização da proteção do consu-
midor com a necessidade de desenvolvi-
mento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constitui- ção Federal), sempre com base na boa-fé
e equilíbrio nas relações entre consumido- res e fornecedores;
IV - educação e informação defornecedo- res e consumidores, quanto aos seus di- reitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;
V - incentivo à criação pelos fornecedores
de meios efi cientes de controle de quali- dade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de confl itos de consumo;
VI - coibição e repressão efi cientes de to- dos os abusos praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal
e utilização indevida de inventos e cria-
ções industriais das marcas e nomes co-
merciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores;
VII - racionalização e melhoriados servi- ços públicos;
VIII - estudo constante das modifi cações
do mercado de consumo.
Art. 5° Para a execução da Política Nacio- nal das Relações de Consumo, contará o poder
público com os seguintes instrumentos, entre
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I - manutenção de assistência jurídica,
integral e gratuitapara o consumidor ca- rente;
II - instituição de Promotoriasde Justiça de Defesa do Consumidor, no âmbito do Mi- nistério Público;
III - criação de delegacias de polícia espe- cializadas no atendimento de consumido- res vítimas de infrações penais de consu- mo;
IV - criação de Juizados Especiais de Pe- quenas Causas e Varas Especializadas para a solução de litígios de consumo;
V - concessão de estímulos à criação e
desenvolvimento das Associações de De-
fesa do Consumidor.
Para Fixação:
Foi considerada FALSA a alternativa na prova para cargo de promotor de justiça – MPE-GO – Ano: 2016: “Por serem os princípios da hipossufi - ciência e da vulnerabilidade conceitos jurídicos, pode-se afi rmar que todo consumidor é vulnerá- vel e, logicamente, hipossufi ciente”.
A banca CESPE considerou CORRETA a alternativa na prova para cargo de juiz do TJ/PA – Ano 2012: “O CDC autoriza a intervenção direta do Estado no domínio econômico, para garantir a proteção efetiva do consumidor.”
Anotações:
CAPÍTULO III
Dos Direitos Básicos do Consumidor
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
Comentários:O artigo 6º traz, nos seus dez inci- sos, a síntese dos direitos que estão postos à dis- posição do consumidor. Observe que o mencio- nado artigo apenas trata sobre as regras gerais, sendo posteriormente detalhados os direitos no artigo 8º do CDC.
I - a proteção da vida, saúde e segurança
contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços consi- derados perigosos ou nocivos;
II - a educação e divulgação sobre o con- sumo adequadodos produtos e serviços,
asseguradas a liberdade de escolha e a
igualdade nas contratações;
III - a informação adequada e clarasobre os diferentes produtos e serviços, com es- pecifi cação corretade quantidade, carac- terísticas, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os ris-
cos que apresentem; (Redação dada pela
Lei nº 12.741, de 2012) Vigência
Jurisprudência:[...] O direito à informação visa a assegurar ao consumidor uma escolha cons- ciente, permitindo que suas expectativas em relação ao produto ou serviço sejam de fato atingidas, manifestando o que vem sendo deno- minado de “consentimento informado” ou “von- tade qualifi cada” (Resp 1121275/SP, Rel. Ministra Nancy Andrighi, 3ª T. julgado em 27/03/2012, DJe 17/04/2012).
IV - a proteção contra a publicidade enga- nosa e abusiva, métodos comerciais coer- citivos ou desleais, bem como contra prá- ticas e cláusulas abusivasou impostas no fornecimento de produtos e serviços;
Artigo correspondente:
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
§ 1° É enganosa qualquer modalidade de infor- mação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de indu-