• Nenhum resultado encontrado

APÊNDICE – A EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NO DATASUS

Departamento de Informática do SUS – DATASUS A Experiência de Disseminação de Informações em Saúde

APÊNDICE – A EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NO DATASUS

Na Dataprev, empresa da qual o DATASUS se originou, os sistemas da área de saúde estavam residentes em plataforma de grande porte Unisys e a transferência de dados era realizada via Rede Nacional de Pacotes (Renpac), atrelada ao protocolo proprietário Unisys poll/select (transmissão half-duplex síncrona ou assíncrona e endereçamento multiponto). O DATASUS incorporou ao seu parque computacional o computador Bull, de propriedade do Inamps, munido de plataforma Ora- cle RDBMS, transferindo do ambiente Unisys os sistemas da área de Saúde, tornando-se, com isso, independente da Dataprev. A partir daquele momento, foram reconstruídos os sets originais de consultas em linguagem SQL Plus (Structured Query Language), formando na casa uma ampla cul- tura Oracle/SQL.

Em seguida, foram desenvolvidos os primeiros sets de consultas on-line pré-defi nidas sobre o movimento hospitalar, acessando o Banco de Dados das Autorizações de Internações Hospitalares (BDAIH). Tais sets foram construídos em QLP II (Qualidade, Liberdade e Produtividade), linguagem de recuperação de dados derivada do antigo Inquiry, que permitia estabelecer e controlar topolo- gias otimizadas de acesso aos datasets. Utilizava-se o software QLP-Tx como emulador de terminal Unisys em microcomputadores compatíveis com o IBM PC-XT/AT.

No ano de 1993, foram adquiridos os servidores Risc (Reduced Instruction Set Computer), que ne- cessitavam de um número reduzido de instruções e as executava em alta velocidade, sendo mantido o mesmo ambiente Oracle/SQL. Constavam do acervo de recursos de software para processamento batch aplicações em Pró-Cobol e PL-SQL. Esta aquisição possibilitou avanços no processamento dos dados, diminuindo o tempo decorrido entre o atendimento e a disponibilização das informações em saúde, além de reduzir os custos de manutenção do parque de equipamentos.

Atendendo à necessidade de disseminação das informações da área de Saúde, o DATASUS desen- volveu, em 1994, o tabulador TabDOS em Turbo Pascal, e, com o advento do Windows, desenvolveu o TabWin, em Borland Delphi.

No ano de 1995, após a Rede Nacional de Pesquisa e Ensino (RNP) disponibilizar o acesso a ins- tituições não acadêmicas, a Embratel iniciou a oferta do serviço de acesso ao backbone comercial da internet, por meio do provedor de conexão GIX 49 (Global Internet Exchange). Paralelamente, o cd-rom chegava ao mercado, possibilitando portabilidade de maior quantidade de dados e aplica- tivos, e o DATASUS passou a disseminar seus dados por meio desta mídia. Os arquivos distribuídos eram, e ainda o são, em formato “DBF” por se tratar de tecnologia não-proprietária. Na época, foram desenvolvidos diversos programas em Fox-DOS para executar as etapas de construção dos arqui- vos “DBF” a serem distribuídos (fi ltragem, correção de registros, testes de consistência, etc.), assim como foram desenvolvidos instrumentos de apoio a essa tarefa, em Borland Delphi, como o mani- pulador de arquivos “DBF” distribuído nos cd-rom, denominado Ver "DBF", que oferece facilidades de ordenação, concatenação e geração de relatórios.

Ainda em 1995, o DATASUS, em parceria com o Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde para a Classifi cação de Doenças (CBCD), da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, desenvolveu, em Prolog, o Sistema de Seleção de Causa Básica da Morte (SCB-10), com o objetivo de agilizar e padronizar o processo de seleção da causa básica da morte, sendo incorpora- do ao Sistema de Informações sobre Mortalidade. O programa SCB-10 possui um banco de conheci- mento fundamentado nas tabelas de decisão do sistema ACME (Automated Classifi cation of Medical Entities), publicadas em 1992 pelo National Center for Health Statistics (NCHS) – Hyattsville – USA.

As primeiras experiências de conexão e interface entre clientes Windows e servidores de infor- mação, como servidores http (HyperText Transfer Protocol), foram introduzidas em padrão CGI (Com- mon Gateway Interface), geralmente implementadas em Borland Delphi, e em scripts IDC (Internet Database Connector), associados a templates HTX. Os sets de consultas on-line foram reprogramados e ampliados em Borland Delphi e IDC/HTX. A consolidação do conhecimento nas áreas de rede e de aplicações WEB trouxe novas abordagens. A introdução do ASP, por exemplo, resolveu o problema das diferentes tecnologias confi guradas no mesmo servidor.

Em 2001, surgiram no Brasil novas ferramentas conceituais de desenvolvimento, como o RUP (Rational Unifi ed Process), que tem o propósito de guiar, por meio de um processo de engenharia de software com abordagem orientada a objetos em sua descrição, a evolução das organizações que desenvolvem software em direção aos seus objetivos. Durante o desenvolvimento do sítio do Ministério da Saúde (www.saude.gov.br), foram utilizadas as considerações do RUP, bem como na elaboração de outros sistemas sob responsabilidade do DATASUS.

Em 2003, o governo federal lançou uma política de informática rumo à adoção de software livre. O DATASUS vem, gradualmente, adotando ferramentas de desenvolvimento como o PHP, bancos de da- dos MySQL, e também vem adaptando suas aplicações para rodar sob o sistema operacional Linux.

Alinhado às tendências atuais da informática, o sítio do DATASUS incorporou, em 2005, acessibi- lidade digital, com uma estrutura tableless apoiada em CSS (Cascading Style Sheets) e o TabWin — sempre procurando manter-se à altura de conceitos em BI (Business Inteligence) e Data Warehousing, tais como slice-and-dice, ranking e query generation –, agregou dispositivos de conexão com as mais diversas plataformas via SQL, além de incluir uma interface com o ambiente R Project for Statistical Computing6 , essa última tornando-o extremamente efi ciente na geração de simulações estatísticas

visuais e numerais. O TabWin permite importar arquivos de mapas criados em diversos programas de geoprocessamento, tais como ARC/Info, Atlas-GIS, EpiMap, MapInfo, Map Maker e Garmin, assim

Ministério da Saúde

Organização Pan-Americana da Saúde Fundação Oswaldo Cruz

128

como permite a exportação das tabelas geradas nos formatos, documento HTML, tabela SPRING, dBase III plus, planilha Excel, SQL script, CSV (Comma Separated Values) e documento XML.

O DATASUS tem realizado esforços em capacitação à distância, com cursos de utilização do TabWin e codifi cação da CID 10, além de participar do esforço da RNIS, que, em 2001, terminou um conjunto de seis cursos em Educação a Distância (EAD) voltados para um programa nacional de capacitação do profi ssional de informação em saúde. Em breve, novos cursos estarão disponíveis, utilizando a ferramenta Moodle. A capacitação à distância tem se mostrado uma importante ferramenta, princi- palmente para um país com as dimensões do Brasil.

Rede Interagencial de Informações para a Saúde – RIPSA