Apelo saúde, Mais Fruta na Escola, Maçã Mini e Projeto Bella

A ideia de que a maçã é um alimento que contribui com a manutenção da saúde é um item presente nas atividades da cadeia produtiva da maçã brasileira, o site das associações de produtores, assim como das empresas e das instituições como MAPA, Epagri, Emater, Embrapa, Amap - SC tem estampado os diversos benefícios que a fruta traz quando consumida com regularidade. São muitas as receitas sugeridas, a colocação dos benefícios controlando índices como: glicemia, colesterol e triglicérides, além da prevenção de doenças da boca e cuidados com os dentes e prevenção de diferentes tipos de câncer.

Neste item das inovações que a CPMB vem buscando ao longo dos tempos devem ser destacadas as iniciativas das empresas e das associações com uso de diversas formas de atrair a atenção do consumidor e demonstrar a importância do consumo da fruta.

Dentre as atividades realizadas visando os processos de marketing destacam-se a utilização de personagens infantis em saquinhos que podem ser levadas pelas crianças para escola ou pelo adulto para o trabalho ou às demais atividades do cotidiano. Além disso, muitas empresas tem sua caixa personalizada, com apresentação da fruta, possuem também selos na própria fruta ou da empresa onde é comercializada, exemplo, redes de supermercado. O relato de um dos especialistas sobre comercialização, marketing e comunicação no segmento está colocado a seguir: “hoje estamos tentando achar uma inovação na comunicação, no marketing, algo que possa despertar, tem muitos jovens de 25/30 anos que sabem que as frutas, e a maça também, são excelentes para a saúde. Até que gostam, dizem: “não é ruim”, mas não comem, não consomem.

Então teria que fazer com que eles saquem que é bom, para a saúde, tem tanta gente malhada que vai para a academia, que querem músculos, que querem uma pinta boa, porque é bom para a sociedade, para as meninas, etc. Temos que pensar: o que tem que mudar para as pessoas começarem a consumir? O que vale para essas pessoas vale para todas? Como podemos fazer com que os produtores se comuniquem e façam um marketing para a venda da fruta? Que não custe uma fortuna, que seja possível a gente fazer com financiamento voluntário dos produtores, que isso também é uma parte difícil de receber, porque marketing se faz com dinheiro e não vejo a associação sozinha fazendo isso, batendo na porta de qualquer empresa que seja, para ter de graça o serviço, temos que pagar.

O interessante é a pessoa, quando você explica, o que custa uma fruta, não vale nada, mas na cabeça deles, a fruta é muita cara, pena que não entendem, porque você compra uma

barra de cereais por R$ 1,50. E uma maça em torno de 90 centavos, mas por que tem uma visão de que fruta é cara? É só fazer um cálculo, e por que não compram, o que impede de consumir? Isso é cultura, mas o marketing tem muita força e isso tem que ser trabalhado, o jeito não encontrou ainda porque não temos dinheiro para investir em pesquisas maiores”.

A ideia da maçã em saquinhos partiu da necessidade de destino para a fruta de menor calibre, porém de qualidade, além da tentativa de oferecer uma maior praticidade para que o consumidor possa ter disponível em qualquer hora e lugar a maçã e, neste caso, o porte menor contribui para o consumo, em especial para as crianças.

Para um dos especialistas entrevistados a maçã mini, “mudou sim a ideia de venda da fruta pequena porque antigamente frutas pequenas iam para o descarte, e hoje ela é valorizada pelo tipo de consumidores que atingiu, o marketing continuou, a mensagem continuou.

A criança quer esta embalagem, pelos desenhos personagens que estão na embalagem. É um marketing que atingiu um público, que foi muito bem feito, e demonstra qualidade, porque marketing sem qualidade não vai dar certo, você tem que ter um produto adequado com uma mensagem por traz oferecendo algum tipo de vantagem ou benefícios para o consumidor. Se não tiver qualidade não adianta fazer marketing.

A Figura 18 apresenta o lançamento da Fischer pioneira nesta forma de divulgação.

Figura 18 – Maça mini-embalada em saquinhos

Neste sentido o Projeto Bella foi desenvolvido e deve ser implementado com a intenção de oferecer tanto ao ponto de venda como ao produtor e ao consumidor uma melhor exposição da fruta, uma melhor aparência, pois a fruta permanece na caixa de origem, além de possibilitar a manutenção da estrutura da fruta, a qualidade e sua conservação. A Figura 19 apresenta a ideia criada para o projeto.

Figura 19 – Projeto Bella - Exposição

Fonte: ABPM (2012)

Quanto ao projeto mais fruta na escola, os especialistas relatam que “o projeto foi muito bom, só que infelizmente a política estraga as coisas. A maçã nas escolas deu certo em Santa Catarina, deu certo em Brasília e um pouco em São Paulo. Só que em São Paulo e Brasília foi desvirtuada. O segmento não foi escutado e os comerciantes acabaram se aproveitando do projeto e desvirtuando”. “Em Santa Catarina, o projeto foi muito bem sucedido, inclusive o Rio Grande do Sul vai pegar esse projeto e deve aplicar se não em 2012, no ano que vem, mas vai ter que ter um pouco de dinheiro da iniciativa privada porque o governo do Grande do Sul diz que está com dificuldade de verba para este tipo de ação”.

“Em Santa Catarina o projeto conduzido pela ABPM parou. Ele funcionou durante três anos e parou no dia que um político decidiu: “tem que privatizar”. A merenda escolar foi leiloada, três empresas privadas dividiram o mercado, ou seja, não era mais administrado pelo governo. Foi a pior coisa que fizeram tirar a maçã da escola. A maçã foi retirada porque é perecível. Eles não querem alimento perecível”.

A ABPM apresenta em seu site ter orgulho pelo fato da maçã ter sido a primeira fruta escolhida pela Secretaria da Educação do Estado de Santa Catarina para fazer parte do Projeto

Mais Frutas na Escola. Com isso a associação acredita que o acesso aos alimentos mais saudáveis é realmente direito de todos. Acredita também que as crianças necessitam de mais oportunidades para buscarem ter uma vida mais saudável. Por isso é importante a divulgação e promoção do consumo de frutas disponibilizadas através de campanhas que informem sobre o consumo e os benefícios a saúde (ABPM, 2012).