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4 METODOLOGIA

4.1 DESENHO DE PESQUISA

As raízes que orientam os estudos científicos foram tendo incrementos aos longos dos anos. Dessa forma este estudo parte do princípio que estas bases servem de alicerce a cada novo estudo realizado. A partir da contextualização e apresentação da problemática que envolve e justifica o estudo a investigação requer a escolha do tipo de pesquisa a ser utilizado. Godoy (1995) salienta que a pesquisa nas Ciências Sociais tem sido marcada por estudos que utilizam métodos quantitativos procurando descrever e explicar os fenômenos estudados.

Além da pesquisa de natureza quantitativa também os estudos em Ciências Sociais tem sido encontrado muitos estudos de natureza qualitativa. Esta abordagem é utilizada como alternativa de investigação que auxilia na descoberta e compreensão dos elementos que envolvem o contexto interno e externo das organizações. A definição da natureza do estudo depende diretamente dos objetivos pré-estabelecidos, onde esta pode ser de natureza qualitativa, quantitativa ou qualitativa e quantitativa. Assim, esta investigação terá enfoque tanto qualitativa como quantitativa, ainda seguindo na definição, pode ser exploratória, descritiva ou explicativa (GIL, 2002).

A utilização de termos que constituem pesquisa quantitativa e qualitativa tem a intenção de obter complementaridade entre as estratégias e técnicas para cada uma. Os dois tipos de pesquisa apresentam abordagens divergentes em relação a epistemologia, estilo de pesquisa, construção teórica e características. A pesquisa quantitativa como forma de investigação nos estudos organizacionais permite a partir de amostra extraída do universo a mensuração de opiniões, reações, hábitos e atitudes.

Algumas características da pesquisa quantitativa a partir dos pressupostos de Denzin e Lincoln (2005), Neves (1996) e Hayati, Karami e Slee (2006) são: segue planejamento pré- estabelecido, com a intenção de enumerar ou mensurar eventos; a partir da utilização de teorias são desenvolvidas hipóteses e variáveis de pesquisa; examina as relações existentes entre as variáveis através de métodos experimentais ou semiexperimentais, sempre com rigor; na análise de dados são utilizados, em geral, métodos estatísticos; as confirmações das hipóteses em uma investigação são feitas por dedução, realizando predições de princípios, observações ou experiências; a amostra estudada serve para representar a população estudada, a partir disso os resultados podem ser generalizados e utiliza como instrumento para coleta de dados questionários estruturados composto de questões fechadas, testes e checklists.

A pesquisa qualitativa, referindo-se a interpretação dos fenômenos ocorre através da interação constante entre as observações e a formulação conceitual, ou seja, entre a pesquisa empírica e o balizamento teórico, entre a percepção e a explicação (BULMER, 1977).

A pesquisa qualitativa é apresentada como uma alternativa importante nas etapas iniciais das investigações, nestas etapas se busca um maior entendimento do contexto estudado, uma maior exploração do objeto de estudo e a delimitação das fronteiras do estudo. Em geral a pesquisa qualitativa se faz muito importante nas situações de interpretação do participante da pesquisa no que se tange aos comportamentos, motivos e emoções ou quando a pesquisa abrange elementos abstratos, sensíveis, situações emocionais, além daqueles casos que são poucos os elementos para serem quantificados (HEYINK; TYMSTRA, 1993).

Dentre as características da pesquisa qualitativa retiradas dos estudos de Alves- Mazzotti e Gewandsznajder (2004), Bodgan e Biklen (1982), Denzin e Lincoln (2005), Godoy (1995) e Hayati, Karami e Slee (2006) estão: o desenho da investigação, ou seja, sua concepção, planejamento e estratégias de pesquisa são construídos com desenvolvimento do estudo. Isto ocorre em função de que as estratégias utilizadas permitem a descoberta de relações entre fenômenos de onde emergem novos pressupostos; apresenta descrição e análise de dados em síntese narrativa; buscam significados no entorno do objeto de estudo, porém podem servir para extrapolar os dados para o ambiente em que se insere; tem um interesse mais aguçado pelo processo do que pelo produto ou pelos resultados; a coleta de dados ocorre através de entrevista, observação, investigação participativa, dentre outras formas; o investigador vai à busca da compreensão dos fenômenos quando se trata da perspectiva dos participantes, também utiliza enfoque indutivo na análise dos dados, através da realização de generalizações mesmo com observações limitadas e específicas do pesquisador.

A partir da contextualização e apresentação da problemática que envolve e justifica o estudo a investigação requer a escolha do tipo de pesquisa a ser utilizado. Além da pesquisa de natureza quantitativa também os estudos em Ciências Sociais Aplicadas têm sido encontrado muitos estudos de natureza qualitativa. Nesta tese foram utilizadas as abordagens de pesquisa qualitativa e quantitativa, desenvolvida em duas fases.

Com relação aos objetivos as pesquisas podem ser exploratórias, descritivas e explicativas. O estudo exploratório desenvolve elementos para formulação de problemas e possíveis hipóteses como fonte de pesquisa; já as pesquisas descritivas permeiam características de determinado fenômeno ou população de relação entre as variáveis, e finalmente as explicativas identificam fatores que influenciam a ocorrência dos fenômenos (GIL, 2002; SEVERINO, 2000). O estudo assume cunho exploratório na fase qualitativa, em função de que se fez necessário explorar os fenômenos que envolvem as inovações e o contexto delas na cadeia produtiva da maçã brasileira (SELLTIZ et al. (1975).

No desenho de pesquisa, Yin (2005) ressalta que este método apresenta uma lógica na investigação, onde os dados empíricos são conectados a problemática e as considerações que são efetivadas com sua realização. Assim, Yin (2005) considera que para a elaboração do desenho da pesquisa previamente devem ser feitos os objetivos, a pergunta de pesquisa, o modelo teórico e os recursos a serem utilizados, sejam eles financeiros, tempo e pessoas.

Para o número de casos em uma investigação autores como Benbasat, Goldstein e Mead (1987), Eisenhardt (1989), Dubé e Paré (2003) e Yin (2005) definem que o número e a sua escolha são importantes para a realização de estudo de caso. Quando se optar por trabalhar com um único caso, autores como Stake (1995) e Macnealy (1997) afirmam que esta opção se dá em função da necessidade de entender melhor e em profundidade o caso estudado e não outros nem se pretende realizar generalizações. Então a intenção de realizar um único caso é justificada pelos autores citados como a possibilidade de melhor compreendê-lo.

A escolha por caso único para Benbasat, Goldstein e Mead (1987) e Yin (2005) deve ser feita quando este for crítico satisfazendo as etapas da pesquisa, quando for extremo e o foco da investigação apresentar ocorrência eventual, quando for um caso típico e em virtude do fenômeno apresentar condições usuais, se for revelador em relação às situações que apresentam características inacessíveis de investigação e quando desenvolvido de forma longitudinal em diferentes etapas de tempo. O estudo de caso também pode ser realizado através da análise transversal com aplicação da survey (CHURCHILL Jr., 1999; HAIR Jr. et al., 2005a; MALHOTRA, 2006). Nesta investigação foi utilizada a análise transversal.