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Neste tópico procurou-se não esquecer a necessidade de buscar os elementos teóricos necessários, para, a partir do todo, concluir pela legitimidade, ou não, dos temas encontrados na análise e interpretação dos dados, visando a responder a questão de pesquisa. A avaliação do método se iniciou no setor de Flores e Plantas Ornamentais em um Arranjo Produtivo Local.

As exportações brasileiras de flores e plantas ornamentais atingiram US$ 2,27 milhões em dezembro de 2004, superando em 16,09 % o valor exportado no mesmo mês do ano anterior. No acumulado do ano, as exportações nacionais do segmento somaram US$ 23,5 milhões, valor, esse, que superou em 20,96 % os resultados obtidos no período de janeiro a dezembro de 2003, confirmando todos os prognósticos sobre a performance contemporânea do setor exportador da floricultura brasileira (IBRAFLOR, 2005).

Tendo em vista que a floricultura nacional vem crescendo, aproximadamente, 20% ao ano (a qual até então era restrita ao território paulista), e que esta atividade passou a se estender a outros Estados brasileiros, sendo Santa Catarina um desses Estados, surgiu a iniciativa de desenvolver um Programa de Certificação de Qualidade, que tem como intuito buscar a diferenciação perante os produtores que prezam pela qualidade do seu produto.

Até então, no Brasil, o único Programa de Certificação voltado à produção de flores e plantas ornamentais é o Programa de Certificação de Qualidade Flora Brasilis SC. Este programa foi desenvolvido pelo SEBRAE-SC em parceria com outras instituições ligadas ao Setor de Flores e Plantas Ornamentais.

Para o desenvolvimento deste Programa, foi necessária a formação de uma equipe de consultores, integrada por representantes da APROESC (Associação dos Produtores de Plantas Ornamentais de Santa Catarina), MERCAFLOR (Mercado de Flores), IBRAFLOR (Instituto Brasileiro de Floricultura), SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e EPAGRI (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão), com experiência em desenvolver

Programas de Certificação e também com conhecimento técnico na produção de flores e plantas ornamentais.

O Programa de Certificação de Qualidade Flora Brasilis SC enfatiza a qualidade no processo produtivo de flores e plantas ornamentais.

De acordo com pesquisa realizada junto à Secretaria Executiva do Programa de Certificação de Qualidade Flora Brasilis SC, de um total de 370 Produtores de Flores e Plantas Ornamentais em Santa Catarina, 11 propriedades já possuem o Certificado de Qualidade Flora Brasilis SC, ou seja, em apenas 7 meses desde o lançamento do Programa de Certificação já era possível notar o engajamento dos produtores.

Os critérios apresentados a seguir são compreendidos por Pontos de Controle que enfatizam a qualidade no processo. O quadro de critérios do Programa de Certificação de Qualidade FBSC (Figura 14) está dividido em três critérios, sendo estes: Controle da Produção (Critério 1), Gerenciamento da Propriedade (Critério 2) e Comercial e Marketing (Critério 3).

Figura 14. Critérios e Pontos de Controle do Programa de Certificação de Qualidade Flora

Brasilis SC.

Fonte: Sebrae (2007)

O critério 1, Controle da Produção, divide-se em 4 subcritérios, sendo estes compreendidos pela:

• Matéria-prima; • Infra-estrutura;

• Sistema de produção; e

CRITÉRIOS E PONTOS DE CONTROLE DO PROGRAMA DE

CERTIFICAÇÃO INTEGRADO FLORA BRASILIS SC

Critério 1 – Controle da Produção

Sistema de Produção Matéria-

prima estruturaInfra- Embalagem e Transporte

Critério 2 – Gerenciamento da Propriedade

Aquisição e

Gerenciamento de Fornecedores

Competências

e Treinamento Gerenciamento da Produção Legislação Responsabilidades da Direção

Critério 3 – Comercial e Marketing

Formação

• Embalagem e Transporte.

O critério 2, Gerenciamento da Propriedade, divide-se em 5 subcritérios, sendo estes:

• Aquisição e Gerenciamento de Fornecedores; • Competências e Treinamento;

• Gerenciamento da Produção; • Legislação; e

• Responsabilidade da Produção.

O critério 3, Comercial e Marketing, divide-se em 3 subcritérios: • Formação de Preços;

• Avaliação de Vendas; e • Divulgação.

Onze produtores de flores de Santa Catarina já têm o certificado de qualidade de sua produção, um diferencial para alcançar novos mercados no Exterior e também no País. O modelo catarinense de certificação para o setor de flores se tornará parâmetro para os demais Estados do Brasil. A reviravolta dos produtores veio a partir da disseminação do associativismo, que ajudou a estabelecer uma rede com a Associação de Produtores do Estado de Santa Catarina (APROESC), o Mercado das Flores (MERCAFLOR), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão (EPAGRI).

O projeto começou em 2004, com o objetivo de incentivar a inserção dos produtores no mercado consumidor e aumentar o poder de negociação, gerando aumento do faturamento, da competitividade e da produtividade.

Figura 15. Certificado de Qualidade na Produção de Flores e Plantas Ornamentais

Fonte: Sebrae (2007).

No caso do programa de certificação de qualidade da alfafa catarinense, existem 11 produtores certificados, onde já se contabiliza um valor agregado pago ao produto certificado. A padronização do produto era um grande problema na comercialização dos mesmos. A gestão das propriedades também era desconsiderada pelos produtores, onde muitos produtores sequer sabiam qual era seu custo de produção. O programa de certificação de qualidade trouxe profissionalização do setor e maior retorno aos produtores.

A implantação do Programa de Certificação de Qualidade da Alfafa Catarinense ocorreu nos moldes do programa de certificação de qualidade de flores e plantas ornamentais. O fato de o método ter sido aplicado em diferentes setores com sucesso, demonstrou a capacidade do mesmo estar apto a atender demandas dos mais variados setores. No setor da alfafa, um setor predominantemente menos preparado, foi identificada a necessidade de se aumentar os programas de capacitação e treinamento.

Figura 16. Selo do Programa de Certificação da Alfafa Catarinense

Fonte: Sebrae (2007).

Santa Catarina tem muita tradição na produção de Mel de qualidade, este programa de certificação teria o objetivo de separar maus produtores dos produtores bons e tradicionais,

CERTIFICADO DE QUALIDADE NA PRODUÇÃO DE FLORES E

que vivem da produção. O programa de certificação de qualidade foi concluído com sucesso mas ainda não esta em operação por falta de tempo hábil dos apicultores em se capacitar para atender em plenitude os critérios estabelecidos e então requerer a auditoria de certificação.

O Programa de Certificação da Qualidade do Mel Catarinense também usou como base o desenvolvimento e implantação do programa de certificação de flores e plantas ornamentais. O setor da Apicultura Catarinense aprovou o método de desenvolver programas de certificação setorial pela flexibilidade de atuar com um Comitê Técnico com grande número de representantes onde o desafio era, em tempo hábil, avaliar e aprovar os critérios. Através de reuniões objetivas e direcionadas, foi possível realizar a aprovação dos critérios a serem seguidos pelos produtores. O programa de certificação trouxe algumas vantagens peculiares ao setor como a solução para a questão da comercialização de mel falso e criou uma reserva de mercado para os produtores em época de alta do preço do mel.

Figura 17. Selo do Programa de Certificação da Qualidade do Mel Catarinense

Fonte: Sebrae (2007).

Nos tópicos que se seguem, são detalhadas as atividades de cada etapa do método para desenvolver e implantar programas de certificação, seus participantes e os resultados esperados, além de descrever a sua relação com a gestão do conhecimento.

4.2 Etapas do Método para Desenvolver Programas de Certificação Setorial e Gestão do