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Aplicação dos Modelos de Shoaf na T2

No documento Rui Miguel de Sousa dos Santos Simões (páginas 133-138)

4. Apresentação e discussão dos resultados

4.1. NIOSH’91

4.2.2. Aplicação dos Modelos de Shoaf na T2

Para se determinar os valores de algumas variáveis que compõem a expressão para as sub- tarefas do tipo baixar e a expressão para as sub-tarefas do tipo transportar, teve que se ter em conta as considerações que estão descritas, respectivamente, na Tabela 4.24 e na Tabela 4.25.

Tabela 4.24 – Considerações tomadas para algumas variáveis da expressão para avaliar tarefas de transportar – Modelos de Shoaf – T2

Variáveis Considerações

Distância horizontal (H)

Foram tomadas as considerações da H que estão descritas na aplicação da NIOSH’91 (secção 4.1.2). Para avaliar H’s inferiores a 39 cm considerou-se a tabela do multiplicador horizontal (MH) do Modelo CLM (Hidalgo et al., 1997). Distância vertical

inicial (Vi)

Foram tomadas as considerações da distância vertical que estão descritas na aplicação da NIOSH’91 (secção 4.1.2).

Frequência do abaixamento (F)

Foram tomadas as considerações da frequência que estão descritas na aplicação da NIOSH’91 (secção 4.1.2).

Duração da tarefa

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Tabela 4.25 – Considerações tomadas para as variáveis da expressão que avalia as sub-tarefas do tipo transportar – T2 – Modelos de Shoaf

Variáveis Considerações

Distância de transporte (D) Foram considerados os valores das distâncias percorridas que estão assinalados na Figura 3.16 e na Figura 3.17.

Frequência do abaixamento (F) A frequência foi calculada a partir da produção diária standard (234 caixas/turno), que corresponde a 0,49 vezes/min. Duração da tarefa (DT) Foram tomadas as considerações para a T1.

Tendo como exemplo o trabalhador Nº1, na Tabela 4.26 e na Tabela 4.27 apresentam-se, respetivamente os valores dos multiplicadores das sub-tarefas: 1) Retirar da máquina – Mesa nº1 e 3) Transporte. Nas Tabelas C.10 - C.18 do Anexo C estão disponíveis os valores das variáveis e dos multiplicadores das sub-tarefas realizadas pelos oito trabalhadores.

Tabela 4.26 - Valores dos multiplicadores da sub-tarefa 1) Retirar da máquina – Mesa nº1, para o trabalhador Nº1

Trabalhador Nº 1

(Método de trabalho I: Movimentação do rolo e da caixa no PT MEF 12)

Sub-tarefa H MH V=Vi-Vf MV F MF DT MDT I MI PC MPC 1) Retirar da máquina

– Mesa nº1 26 0,98 100– 91= 9 1 0,49 0,69 8 0,67 44 0,78 65 0,8

Tabela 4.27 – Valores dos multiplicadores da sub-tarefa 1) Transporte, para o trabalhador Nº1

Trabalhador Nº 1

(Método de trabalho I: Movimentação do rolo e da caixa no PT MEF 12)

Sub-tarefa Vt MVt Dt MDt F MF DT MDT I MI PC MPC

3) Transporte 88 0,939 2,3 0,981 0,49 0,69 8 0,67 44 0,78 65 0,8 Analogamente ao realizado para a T1, determinou-se o índice pessoal de segurança (IPS) de cada sub-tarefa da T2. Na Tabela 4.28 e na Tabela 4.29 apresentam-se, respetivamente para o método de trabalho I e para o método de trabalho II, os valores do peso base (Pb), da percentagem da população trabalhadora (%) e do índice pessoal de segurança (IPS) de cada sub- tarefa.

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Tabela 4.28 - Peso base (Pb), percentagem da população trabalhadora (%) e índice pessoal de segurança (IPS) de cada sub-tarefa da T2 – método de trabalho I

Método de trabalho I:

Movimentação do rolo e da caixa no PT MEF 12

Nº do trabalhador avaliado

1 2 3 4

Sub-tarefas Pb % IPS Pb % IPS Pb % IPS Pb % IPS

1) Retirar da máquina – Mesa nº1 22,69 59 4,1 13,91 88 1,2 20,18 67 3,3 12,90 92 0,8

2) Retirar da mesa nº1 – Transporte N.A N.A N.A N.A N.A N.A N.A N.A N.A N.A N.A N.A

3) Transporte 35,56 9 9,1 21,71 58 4,2 29,41 30 7 20,13 64 3,6

4) 1.1 Paletizar: MEF 12 - 1 palete – 1º Nível 29,87 35 6,5 18,27 74 2,6 26,23 47 5,3 17,14 78 2,2

4) 1.2 Paletizar: MEF 12 - 1 palete – 2º Nível 24,82 52 4,8 15,13 84 1,6 21,55 63 3,7 14,45 87 1,3

4) 2.1 Paletizar: MEF 12 - 2 paletes – 1º Nível 28,31 41 5,9 17,27 77 2,3 24,69 53 4,7 16,41 80 2

4) 2.2 Paletizar: MEF 12 - 2 paletes – 2º Nível 23,18 58 4,2 14,21 87 1,3 20,62 66 3,4 13,26 90 1

4) 3.1 Paletizar: MEF 12 - 3 paletes – 1º Nível 26,34 47 5,3 16,06 81 1,9 22,89 59 4,1 15,29 84 1,6

4) 3.2 Paletizar: MEF 12 - 3 paletes – 2º Nível 23,18 58 4,2 14,21 87 1,3 20,62 66 3,4 13,18 91 0,9

4) 4.1 Paletizar: MEF 12 - 4 paletes – 1º Nível 24,22 56 4,4 14,76 86 1,4 21,00 65 3,5 14,11 88 1,2

4) 4.2 Paletizar: MEF 12 - 4 paletes – 2º Nível N.A N.A N.A N.A N.A N.A N.A N.A N.A N.A N.A N.A

4) 5.1 Paletizar: MEF 12 - 5 paletes – 1º Nível - - - 14,21 87 1,3 20,62 66 3,4 13,18 91 0,9

4) 5.2 Paletizar: MEF 12 - 5 paletes – 2º Nível - - - N.A N.A N.A N.A N.A N.A N.A N.A N.A

4) 6.1 Paletizar: MEF 12 - 6 paletes – 1º Nível - - - 20,62 66 3,4 13,18 91 0,9

4) 6.2 Paletizar: MEF 12 - 6 paletes – 2º Nível - - - N.A N.A N.A N.A N.A N.A

N.A – sub-tarefa do tipo elevar, avaliada pelo Modelo CLM

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Tabela 4.29 – Peso base (Pb), percentagem da população trabalhadora (%) e índice pessoal de segurança (IPS) de cada sub-tarefa da T2 – método de trabalho II

Método de trabalho II:

Movimentação do rolo e da caixa no PT MEF 14

Nº do trabalhador avaliado

5 6 7 8

Sub-tarefas Pb % IPS Pb % IPS Pb % IPS Pb % IPS

1) Retirar da máquina – Mesa nº1 14,32 87 1,3 15,06 85 1,5 15,07 85 1,5 14,33 87 1,3

2) 1.1 Paletizar: MEF 14 - 1 palete – 1º Nível 18,38 74 2,6 19,32 70 3 19,34 70 3 - - -

2) 1.2 Paletizar: MEF 14 - 1 palete – 2º Nível 14,90 85 1,5 15,66 83 1,7 15,68 82 1,8 - - -

2) 2.1 Paletizar: MEF 14 - 2 paletes – 1º Nível 17,15 78 2,2 18,03 75 2,5 18,05 75 2,5 17,17 78 2,2

2) 2.2 Paletizar: MEF 14 - 2 paletes – 2º Nível 14,63 86 1,4 15,38 83 1,7 15,40 83 1,7 14,64 86 1,4

2) 3.1 Paletizar: MEF 14 - 3 paletes – 1º Nível 15,85 82 1,8 16,66 79 2,1 16,68 79 2,1 15,86 82 1,8

2) 3.2 Paletizar: MEF 14 - 3 paletes – 2º Nível 14,63 86 1,4 15,38 83 1,7 15,40 83 1,7 14,64 86 1,4

2) 4.1 Paletizar: MEF 14 - 4 paletes – 1º Nível 14,63 86 1,4 15,38 83 1,7 15,40 83 1,7 14,64 86 1,4

2) 4.2 Paletizar: MEF 14 - 4 paletes – 2º Nível N.A N.A N.A N.A N.A N.A N.A N.A N.A N.A N.A N.A

2) 5.1 Paletizar: MEF 14 - 5 paletes – 1º Nível 14,63 86 1,4 15,38 83 1,7 15,40 83 1,7 14,64 86 1,4

2) 5.2 Paletizar: MEF 14 - 5 paletes – 2º Nível N.A N.A N.A N.A N.A N.A N.A N.A N.A N.A N.A N.A

2) 6.1 Paletizar: MEF 14 - 6 paletes – 1º Nível - - - N.A N.A N.A

2) 6.2 Paletizar: MEF 14 - 6 paletes – 2º Nível - - - N.A N.A N.A

N.A – sub-tarefa do tipo elevar, avaliada pelo Modelo CLM

113 b) Discussão de resultados

Através da análise das Tabelas C.10 – C.18 do Anexo C tirou-se algumas considerações em relação aos valores dos multiplicadores. No que se refere ao MH foram observados resultados semelhantes aos descritos quando se aplicou a NIOSH’91 (secção 4.1.2):

o Existiu variação do valor do MH entre trabalhadores. No entanto, não se verificou diferenças do valor entre as sub-tarefas realizadas pelo mesmo trabalhador;

o O trabalhador Nº5 registou o valor do MH mais penalizador. Este valor pode estar relacionado com as características físicas referidas anteriormente: peso e IMC elevados. Relativamente ao MV observou-se uma diferença de valores entre os trabalhadores e entre as sub-tarefas que cada um executa. Esta diferença de valores foi mais evidente nas sub-tarefas de paletizar devido aos trabalhadores utilizarem diferentes números (máximos e mínimos) de paletes empilhadas e variarem o seu número ao longo do processo de embalamento das caixas. Comparando os valores do MV entre sub-tarefas executadas pelo mesmo trabalhador, verificou- se que o valor mais penalizador se registou quando o trabalhador utilizava o número mínimo de paletes empilhadas e colocava a caixa no 1º nível de carga. Neste caso, o valor mais penalizador registou-se no trabalhador Nº4.

Quanto à sub-tarefa do tipo transportar (Tabela C.18) verificou-se diferentes valores de MVt entre os trabalhadores, em resultado de terem transportado a caixa a alturas diferentes (Vt). O valor mais penalizador do MVt registou-se no trabalhador Nº4. Relativamente ao valor do MDt verificou-se uma igualdade entre os trabalhadores do método de trabalho I, visto a distância de transporte ter sido a mesma (2,3 m).

No que concerne ao valor do MF, as sub-tarefas do tipo transportar (Tabela C.18) revelaram-se mais penalizadoras relativamente às do tipo baixar. Para o MI e o MPC as considerações foram iguais às descritas para a T1. Relativamente ao MDT revelou-se novamente o multiplicador mais penalizador (0,67) em todas as sub-tarefas.

Pela observação da Tabela 4.28 e Tabela 4.29 verifica-se que a maioria das sub-tarefas são consideradas seguras para os trabalhadores (IPS <4) de acordo com a interpretação da escala da metodologia, ou seja, não têm risco associado. No entanto, a sub-tarefa do tipo transportar do método de trabalho I – 3) Transporte – apresentou valores de IPSs mais elevados para alguns trabalhadores. As interpretações destes valores são as seguintes:

o Trabalhador Nº1 – sub-tarefa muito insegura (IPS = 9,1); o Trabalhador Nº2 – sub-tarefa um pouco insegura (IPS = 4,2); o Trabalhador Nº3 – sub-tarefa muito insegura (IPS = 7).

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Para além desta sub-tarefa, algumas sub-tarefas de paletizar, nomeadamente quando a caixa é colocada na palete em níveis mais próximos do solo, também se revelaram um “pouco inseguras” ou “inseguras” para os trabalhadores Nº1 e 3. Assim, com o objetivo de reduzir o risco de lesões na zona lombar, pode ser necessária uma intervenção ergonómica nas sub-tarefas onde o IPS se registou igual ou superior a 4 (“um pouco insegura”).

No documento Rui Miguel de Sousa dos Santos Simões (páginas 133-138)