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APLICAÇÃO DA TEORIA DOS GRAFOS AOS CENTROS DE SERVIÇOS DO ESTADO DA BAHIA

1 REFERENCIAL TEÓRICO-CONCEITUAL E METODOLOGIA

TIPOS CARACTERÍSTICAS

1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

1.3.2 APLICAÇÃO DA TEORIA DOS GRAFOS AOS CENTROS DE SERVIÇOS DO ESTADO DA BAHIA

A análise topológica da rede dos centros de serviços baianos reside na certeza que, ao ser transformada em seu correspondente grafo, esta pode ser avaliada em seu conjunto a partir de medidas estruturais que possibilitam mensurar o grau de conectividade da rede.

O embasamento teórico-metodológico que determinou os centros de serviços baianos a serem analisados reside na análise anterior, que definiu a rede de centros do Estado, e a hierarquia dos mesmos, de acordo com o método de Green- Carruthers. No referido trabalho, como visto, foram identificadas 41 localidades como centros de serviços efetivos dentro do Estado da Bahia. A análise atual e a anterior conjugam da mesma premissa de que os fluxos de ônibus intermunicipais servem como um útil indicador para a análise da rede urbana, visto que, além de tais interligações possuírem um importante papel nos deslocamentos interurbanos, ainda existe à disponibilidade de dados oficiais confiáveis tornando, desta forma, viável o desenvolvimento destes tipos de análises.

Obviamente, outros tipos de hierarquização, ou regionalização, poderiam ser utilizados como base para definição dos centros de serviços a serem analisados, a exemplo dos trabalhos feitos nos âmbitos estadual ou federal. Dentre esses trabalhos poderíamos optar, entre outros, pelas sedes das mesorregiões e microrregiões geográficas do IBGE ou pelas das regiões administrativas, regiões econômicas, Pólos da AGERBA, etc., estabelecidos por órgãos do Governo do Estado. Entretanto, a dinâmica da rede urbana baiana tem passado por grandes

transformações ao longo do tempo, o que tem contribuído para uma relativa desatualização destes modelos de hierarquização e regionalização. Além deste fato, a definição de uma destas regionalizações produziria um novo desafio, pois sabendo que certos centros regionais, outrora estabelecidos, já não possuem mais a mesma centralidade teríamos de condensar os dados regionais a fim de obtermos uma maior representatividade e, sendo assim, estaríamos interferindo de forma inexata nos valores absolutos do nosso objeto de estudo, a rede de centros de serviços baiana.

A escolha dos centros de serviços estabelecidos através do método de Green-Carruthers, nos permitiu trabalhar com uma rede urbana hierarquizada e atual, onde a analise pôde ser feita baseada em dados específicos para cada centro da rede, possibilitando, assim, um estudo mais apurado deste movimento através das ligações, nós, hierarquias nodais e superfícies.

Desta forma, os centros de serviços analisados neste estudo são: Alagoinhas, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Brumado, Caetité, Camacã, Conceição do Coité, Cruz das Almas, Euclides da Cunha, Eunápolis, Feira de Santana, Gandu, Guanambi, Ipiaú, Irecê, Itaberaba, Itabuna-Ilhéus, Itamaraju, Itapetinga, Jacobina, Jaguaquara, Jequié, Juazeiro, Livramento do Brumado, Paripiranga, Paulo Afonso, Porto Seguro, Ribeira do Pombal, Salvador, Santa Maria da Vitória, Santo Amaro, Santo Antônio de Jesus, Seabra, Senhor do Bonfim, Serrinha, Teixeira de Freitas, Ubaitaba, Ubatã, Valença, Vitória da Conquista e Xique-Xique.

Partindo da premissa explicitada anteriormente no referencial teórico, a rede dos centros de serviços baiana ao ser transformada em seu correspondente grafo pôde ser avaliada em seu conjunto a partir de medidas estruturais que possibilitaram mensurar o grau de conectividade desta rede. Estas medidas podem ser aplicadas tanto em redes simples, como as dendríticas, como as complexas, em circuito, expressas por grafos planares e não-planares (CORRÊA, 1999, p. 8).

A partir do conhecimento das medidas estruturais baianas e suas diferenças internas, buscamos estabelecer a posição relativa de cada centro de serviço, desta rede geográfica, através da análise matricial. Este tipo de análise permitiu, portanto, uma aplicação diferente daquelas dos índices beta, gama e alfa, que são capazes

de mensurar a conectividade do conjunto de uma dada rede, mas não a posição de cada um dos seus centros.

A matriz de interações espaciais referentes aos fluxos do transporte de passageiros entre os centros de serviços permitiu-nos, analisar a intensidade desses movimentos e a existência, ou não, de ligações entre os diversos centros do Estado.

Primeiramente, analisamos a acessibilidade de cada centro a partir da matriz de menor caminho, pois este, é um útil indicador a respeito da posição de cada centro na rede. A metodologia aqui revisada foi aplicada com o seguinte objetivo básico, conhecer e analisar os padrões de acessibilidade da rede dos centros de serviços baianos, através dos fluxos de ônibus intermunicipais, utilizando um indicador de separação espacial (índice Shimbel).

As premissas que orientam o processo analítico são relatadas a seguir:

• para calcular a acessibilidade consideramos o número mínimo de linhas necessárias para que um centro esteja conectado ao conjunto dos centros da rede. Cada centro apresenta um valor total que descreve a sua acessibilidade em toda a rede, este valor é o índice Shimbel. Menor o seu valor, maior a acessibilidade do centro, pois com um número agregado menor de linhas ele estará conectado a toda rede;

• a rede dos centros de serviços foi modelada e analisada como grafo não- planar, constituído por nós conectados por um conjunto links (linhas de ônibus);

• a unidade espacial de análise é o próprio centro de serviço, tendo a rede analisada um total de 41 centros Estaduais;

• considera-se que uma medida de acessibilidade é mais significativa quando permite a comparação entre diferentes lugares (centros) ou o acompanhamento de sua evolução ao longo de um dado período de tempo; • entretanto, na presente aplicação, por não dispor de dados relativos a anos

anteriores, a análise de acessibilidade é restrita às características apresentadas pela rede no ano de 2004;

• devido às características topológicas da rede de transporte intermunicipal, constrangida pelos limites político-administrativos do Estado da Bahia, constitui-se uma configuração espacial da rede que impõe a redução da

acessibilidade dos centros situados em áreas de fronteira. Desta forma, verifica-se um pequeno aumento de acessibilidade em centros de serviços localizados próximos a área central do Estado;

• foi usado como base para calcular a dispersão das diferentes acessibilidades o desvio quartílico (ou amplitude semi-quartílica), a fim de melhor representar a espacialização destas acessibilidades dentro do território baiano. O primeiro quartil é composto por aqueles centros com alta acessibilidade, o segundo e terceiro quartis por centros com média alta acessibilidade e média baixa, respectivamente, e o quarto quartil por centros com acessibilidade baixa. A matriz de caminhos mínimos foi produzida com suporte do sistema Excel 2000, uma planilha eletrônica fabricada pela Microsoft Company. Para o cálculo matemático do índice de acessibilidade foram usados os recursos da planilha eletrônica.

Os índices de acessibilidade dos centros foram cartograficamente representados por meio de um mapa de círculos, qualitativos, referentes as categorias de acessibilidade dos centros de serviços e por um mapa de isoacessibilidade, produzidos com recursos automatizados de classificação e interpolação (interpolação por meio do método de Kriging) do software de cartografia temática Philcarto 4.38, desenvolvido na França pelo Geógrafo Philippe Waniez e a representação gráfica com o software CorelDRAW 12, produzido pela Corel Corporation.

1.3.3 ANÁLISE DOS FLUXOS DE TRANSPORTE INTERESTADUAL COLETIVO