• Nenhum resultado encontrado

APRENDIZAGEM E MOTIVAÇÃO PARA O ESTUDO

No documento Eixo 2 - Formação de professores (páginas 71-74)

MOTIVAÇÃO E ATENÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES NA APRENDIZAGEM DE ACADÊMICOS DE LICENCIATURA

3 RELAÇÃO ATENÇÃO E APRENDIZAGEM

3.1 APRENDIZAGEM E MOTIVAÇÃO PARA O ESTUDO

Perguntamos aos acadêmicos se identificam relação entre motivação e aprendizagem. Somente um estudante respondeu que não, os demais foram afirmativos. Consideram a motivação como elemento que desencadeia o desejo de aprender, que os estimula a desenvolver as atividades que o professor propõe. Os estudantes identificam a motivação como um quesito importante tanto para o aluno quanto para o professor. No entender dos mesmos, quando há motivação há maior produtividade e desempenho nas tarefas em sala de aula. Se o professor realiza uma aula motivado, tudo fica mais dinâmico e a aprendizagem fica mais “clara”, ou seja, há uma compreensão maior do assunto trazido por ele (A13). Na visão do aluno A28 “[...] quando temos motivação para algo, não nos distraímos e mantemos o foco no que gostamos.” (informações verbais).

Nas respostas a este questionamento foram referidos elementos relacionados à forma como o professor organiza as aulas e os tipos de atividades que vão ser desenvolvidas. O A2 (informação verbal) comenta: “A parte bacana é que sempre há inovação em sala de aula, fazemos viagens, passeios e pesquisas que nos motivam a seguir estudando.” Em síntese, as falas dos estudantes demonstram que quando há motivação há maior aprendizado. Quando pensamos em sala de aula como espaço de aprendizagem temos que ter presente que ela nem sempre é o ambiente ideal para isso. Para algumas

aprendizagens talvez haveria outros ambientes mais recomendados. Estamos muito acostumados com a ideia de sala de aula enquanto “espaço de aprendizagem”, enquanto professores precisam alongar nova visão e descobrir outras possibilidades. Fadel, Bialik e Trilling (2015) reforçam esta ideia quando se posicionam a respeito que para alguns objetivos de aprendizagem, a sala de aula não é o ambiente ideal, existem agora muitas oportunidades de aprendizado profundo e rico além das paredes da sala de aula.

Ao serem inqueridos a respeito das razões que os fazem vir a Universidade; a sala de aula, houve posicionamento de diferentes naturezas, como podemos verificar no quadro abaixo:

Quadro 1 – Razões que fazem os estudantes vir à Universidade

Ouvir as experiências de vida dos professores que trazem materiais diferenciados como artigos, textos... (A2) Ampliar meu conhecimento. Estou realizando um sonho e fazendo amizades (A3)

Professores preocupados em ensinar o conteúdo com didática e planejamento e com preparo para tirar dúvidas (A5) Busca de conhecimento para uma profissão sonhada (A7)

O incentivo da família (A15)

Crescimento pessoal e profissional (A23) Somos a esperança para a educação (A9) Fonte: os autores.

As respostas relacionadas à busca de conhecimento, realizar-se profissionalmente e preparar- se para a profissão (incentivo da família), são reiterados como motivadores para estar em aulas.

Dentre as respostas há aspectos negativos que são mencionados como não incentivadores para ver a aula: falta de metodologia adequada do professor, aulas muito tradicionais quando os alunos são digitais, pouca diversificação de estratégias pedagógicas. Perceba-se que os fatores apontados como positivos, em sua maioria, dizem respeito aos próprios alunos enquanto que os negativos estão relacionados à figura do professor ou à sua metodologia. Surge um questionamento: Quem ou o que nos motiva? Como nasce a motivação? Considerar os aspectos negativos como algo do professor ou à sua metodologia não seria uma forma de transferir uma situação pessoal de falta de motivação para os outros?

[...] estar desmotivado não porque as tarefas não sejam interessantes, mas por outras razões pessoais, entre as quais não sejam interessantes, mas por outras razões pessoais, entre as quais se deve mencionar a autopercepção de baixa capacidade, que acarreta sentimentos de humilhação, vergonha e baixa autoestima. Requer-se, assim de todo professor, com uma sensibilidade bem desenvolvida, a habilidade para identificar esses estados afetivos negativos com estratégias motivacionais mais pertinentes. (BORUCHOVITCH; BZUNECK; GUIMARÃES, 2010, p. 29).

A motivação como elemento influente na aprendizagem possui duas escalas: a escala ampla que é aquela motivação que leva a pessoa a estudar por motivos como, ter uma profissão, obter conhecimento e melhorar sua condição de trabalha e a motivação em escala específica que seria o interesse por certa disciplina, tirar boas notas para não pegar exame etc. (informação verbal).

Segundo os docentes quando o aluno é determinado a aprendizagem torna-se mais intensa e acompanha o raciocínio do professor de forma mais efetiva. Para o P8

Geralmente a motivação ou interesse de estudante tem raízes em alguma informação prévia como a “bagagem” de conhecimentos sobre determinado assunto que o estudante traz consigo. Assuntos novos, mas complexos, ou de grande abstração tendem a gerar menor motivação no estudante, ainda mais se ele ver pouca aplicação desta informação no futuro profissional dele. (informação verbal).

Um dos professores (P11) considera a motivação como algo inútil, “fogo de palha”, no seu entender o aluno precisa ter consciência de seu papel em sala de aula (informação verbal).

Ainda falando sobre motivação o P3 destaca: “As turmas que têm mais envolvimento entre si demonstram um nível de motivação bem maior em relação aquelas em que os alunos não se relacionam tão bem entre si.” (informação verbal). Partindo deste fator podemos perceber que a motivação também é influenciada pelo relacionamento entre os participantes de uma aula, propondo que turmas mais harmoniosas tendem a ter um clima mais motivador.

Procuramos saber se os professores sentem seus alunos motivados na sala de aula, a maioria das respostas foram positivas, o P1 ressalta: “Acredito que em parte pelo meu relacionamento pessoal com eles e pelos conteúdos que ministro.” (informação verbal). A maioria dos professores afirma, em suas respostas, que existe uma diferença de motivação entre alunos ingressantes e concluintes, isso ocorre, pois ainda existem muitas dúvidas e insegurança no início da vida acadêmica, “As turmas que iniciam continuam na medida em que o processo favorece a integração entre os colegas. O “sentir-se bem” no grupo é o fato que diferencia uma da outra” é o que cita o P3 (informação verbal).

Mesmo que em minoria, dois professores demonstraram dúvidas em suas falas, isto ocorreu devido as circunstâncias com que se deparam e que, na maioria das vezes, oscilam no dia- a-dia acadêmico, percebemos isso no que diz o P11: “Depende da turma, depende o conteúdo, depende do dia, da minha explicação, da minha capacidade comunicativa [...]” (informação verbal).

No documento Eixo 2 - Formação de professores (páginas 71-74)