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LEITURA, LITERATURA E PLANEJAMENTO: A FORMAÇÃO DO LEITOR

No documento Eixo 2 - Formação de professores (páginas 140-143)

Alana de Oliveira1

Clair Fátima Zacchi2

RESUMO

O estudo tem como objetivo possibilitar espaços lúdicos e significativos para as crianças vivenciarem o mundo da leitura literária, a fim de formar leitores. A metodologia se desenvolveu por meio de pesquisa teórica, de diagnóstico de observação, docência e análise das vivências na educação infantil, com crianças de 05 anos, no 2º semestre de 2016. Estudos e reflexões permitiram analisar o contexto da educação infantil e concluímos a importância de um planejamento para a prática da leitura literária na escola. O trabalho apontou a importância da imaginação no processo de formação de crianças competentes em leitura, mostrando que ao possibilitarmos momentos de imaginação, a partir da leitura, desenvolvemos aspectos motores, afetivos e cognitivos. Concluímos que o contato com textos literários de modo planejado é fundamental para a formação de leitores.

Palavras-chave: Leitura. Literatura. Planejamento.

1 INTRODUÇÃO

Ouvir e contar histórias é extremamente importante porque, além de formar leitores, um dos grandes desafios da escola, as histórias ampliam e modificam os horizontes de expectativas de quem as lê. Por meio de leituras de histórias, as crianças são transportadas para um mundo repleto de magia, com príncipes, princesas, dragões, monstros e bruxas, um mundo encantado que desperta a imaginação para outras dimensões. Dinorah (1996, p. 49) comenta que “A fantasia e a magia de uma história não só encanta e desperta a imaginação criadora, como é responsável pelos inventores e criadores.”

Isso nos provocou, por meio da prática de estágio do curso de Pedagogia, a pensar, estudar e planejar o estágio sobre a leitura literária para a formação do leitor na escola, pois é o momento de vincular a teoria com a prática. Iniciamos com o estudo e a construção teórica, bem como o diagnóstico da turma a ser aplicado o estágio e, posteriormente, a prática.

Sabemos da importância de estimular a imaginação das crianças, principalmente, por meio da leitura e sabemos que poesias e histórias influenciam diretamente no desenvolvimento da imaginação infantil. Por meio delas podem reproduzir cenas do seu cotidiano, ensaiar papéis

diante da sociedade, criar outros rumos para outras histórias, além de contribuir para a percepção de mundo, construção da identidade e autonomia das crianças.

A imaginação infantil, assim como um bom texto literário, é uma caixinha de surpresa, pois, a cada momento, criam-se novas ideias, novos espaços e novos tempos.

Quando planejamos e realizamos atividades que abarcam a imaginação, as crianças desenvolvem a linguagem e vão compreendendo a si mesmas e ao outro, criando autonomia, identidade e responsabilidade; aprendem a lidar com as emoções, aspectos fundamentais para a vida adulta. Por isso, o planejamento é um processo de organização e coordenação das atividades do professor, que articula o que acontece na escola e em seu entorno. Trata-se de um processo de reflexão crítico a respeito das ações e opções do professor. O planejar deve ser constante e fazer parte de todas as atividades, visando o conhecimento que desejamos para as crianças.

De acordo com Menegolla e Sant’Anna (2005, p. 31):

O planejamento educacional torna-se necessário, tendo em vista as finalidades da educação; mesmo porque, é instrumento básico para que todo o processo educacional desenvolva a sua ação, num todo unificado, integrando todos os recursos e direcionando toda a ação educativa. É o planejamento educacional que estabelece as finalidades da educação, a partir de uma filosofia de valores educacionais. Somente com a elaboração do planejamento se pode estabelecer o que se deve realizar para que essas finalidades possam ser atingidas, e ver como podemos pôr em ação todos os recursos e meios para atingir os objetivos a que se propõe a educação. Por isso são elaborados Planos Nacionais e Estaduais, como também os Planos Regionais de educação. Esse procedimento deve ser seguido pelas escolas na elaboração de seus planos curriculares de ensino.

Contar e ouvir histórias, de maneira planejada, representa um estímulo para que as crianças as recontem e as recriem. Essa atividade instiga a imaginação e a criatividade, essenciais para desenvolver comportamentos leitores e a formação intelectual da criança.

Sabemos o quão importante é desenvolver atividades, dentro da escola, com textos literários, que promovam o prazer do texto e o encantamento das crianças. É dever da escola promover leituras com esse objetivo.

De acordo com Soares (2001, p. 14):

[...] defendendo a possibilidade de descoberta de uma escolarização adequada da literatura: aquela que não desvirtuasse, que propiciasse ao leitor a vivência do literário, e não uma distorção ou uma caricatura dele e que, finalmente, conduzisse eficazmente às práticas de leitura literária que ocorrem no contexto social e às atitudes e valores próprios do ideal de leitor que se quer formar.

Ao pensarmos na formação de leitores, o papel do professor é o de mediador para essa formação, que além de conhecer e analisar os textos literários, deve propor ações que permitam ao aluno se aproximar do universo da leitura de modo prazeroso e sistemático.

Diante disso, escola e professor são responsáveis por planejar e realizar uma escolarização adequada da leitura literária com o objetivo de formar leitores.

2 CONCLUSÃO

Por meio da pesquisa, das vivências e da prática do estágio, concluímos que trabalhar a leitura literária, a partir de um bom planejamento, é fundamental para a formação de leitores, papel da escola. A cada leitura, um desafio, novas aprendizagens, novos leitores.

Observamos o quão importante é conhecer a leitura antes de levá-la para a sala de aula. As crianças precisam se sentir parte da história, por isso, a entonação, emoção, gestos e olhares presentes na leitura são fundamentais para uma boa contação.

Percebemos que ao tomar contato com a leitura literária, de modo planejado, as histórias se tornam significativas para a criança, que desenvolve a imaginação e tem a possibilidade de lidar com o medo, com o conhecido, com o desconhecido, com seus limites.

A vivência do estágio se transformou em um processo de ensino-aprendizagem, que possibilitou entendermos como a leitura literária forma leitores e nos levou a reflexão sobre o Ser Educador.

REFERÊNCIAS

DINORAH, M. O livro infantil e a formação do leitor. Petrópolis: Vozes, 1996.

MENEGOLLA, M.; SANT’ANNA, I. M. Por que planejar? Como planejar: Currículo –

Área – Aula. Petrópolis: Vozes, 2005.

SOARES, M. A escolarização da literatura infantil e juvenil. In: EVANGELISTA, A. A. M.; BRANDÃO, H. M. B.; MACHADO, M. Z. V. (Org.). A escolarização da leitura literária: o

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