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CAPÍTULO 3 – APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

3. Apresentação dos Resultados

Danilo Miguel Lino da Conceição 42 3. Apresentação dos Resultados

Neste capítulo procederemos à apresentação dos resultados relativos a “Conhecer e utilizar metodologias do treino da força em crianças e jovens”, de acordo com os objetivos traçados no presente estudo.

De acordo com a tabela 7, quando questionados acerca da importância que atribuíam ao trabalho da força com crianças e jovens, grande parte dos docentes inquiridos, 43,8%, consideraram esta tarefa importante, 23,6% considerou o trabalho desta capacidade motora muito importante, 27% dos inquiridos consideraram o trabalho da força nestas faixas etárias medianamente importante e apenas 5,6% considerou o treino desta capacidade motora com crianças e jovens, pouco importante. Nenhum dos inquiridos considerou o treino da capacidade força isenta de qualquer grau de importância.

Tabela 7 – Frequências absolutas (n) e relativas (%), referentes à importância do trabalho de força com crianças

e jovens.

Importância dada ao trabalho de Força n %

Pouco importante 5 5,6

Medianamente Importante 24 27,0

Importante 39 43,8

Muito importante 21 23,6

Total 89 100,0

Observando a tabela 8, no que se refere à formação em metodologia da força em crianças e jovens, 78,7% dos professores inquiridos afirmam que durante a formação inicial, ou através de ações de formação, frequentaram disciplinas que abordavam a metodologia de treino da força em crianças e jovens, enquanto os restantes 21,3% afirmaram não ter tido frequência em alguma disciplina que abordasse esta temática.

No que se refere ao conhecimento em metodologias do treino da força em crianças e jovens, 77,5% dos inquiridos afirmaram possuir conhecimentos específicos nesta área, enquanto os restantes 22,5% assumem o seu desconhecimento relativo às metodologias de treino da força em crianças e jovens.

Verificamos um diferencial de apenas 1 inquirido entre os professores que frequentaram disciplinas onde era abordada a metodologia da força em crianças e jovens e os professores que afirmaram ter conhecimentos específicos nesta área.

Antes de procedermos à análise da próxima variável, importa lembrar que a todos os inquiridos que afirmaram não possuir conhecimentos em metodologias do treino da força

Danilo Miguel Lino da Conceição 43 com crianças e jovens, não responderam às sete questões seguintes, uma vez que todas elas estavam relacionadas com esses mesmos conhecimentos.

Tabela 8 – Frequências absolutas (n) e relativas (%), referentes à formação e conhecimentos acerca do treino de força com crianças e jovens.

Formação e conhecimentos n %

Formação - força em crianças e jovens

Sim 70 78,7

Não 19 21,3

Conhecimento - força com crianças e jovens

Sim 61 77,5

Não 20 22,5

Opinião quanto ao modo de treino Multilateral 69 77,5 NR 20 22,5 Exercícios privilegiados Pp 46 51,69 Re 1 1,12 Rc 1 1,12 P 1 1,12 Pp, Rc, P 5 5,62 Pp, P 6 6,74 Pp, Re, Rc 1 1,12 Pp, Rc 5 5,62 Pp, Re, Rc, P. 1 1,12 Pp,Re 2 2,25 NR 20 22,47 Formas de manifestações Fm 1 1,1 Fr 29 32,6 Fe 15 16,9 Fr, Fe 19 21,3 Fm, Fr, Fe 4 4,5 Fm, Fr 1 1,1 NR 20 22,5

Privilegia o volume face à intensidade do treino

Sim 47 52,8

Não 22 24,7

NR 20 22,5

Benefícios - treino da força para a crianças e jovens

Sim 69 77,5

Não 0 0

NR 20 22,5

Legenda: NR - Não Responde; Pp - Com o próprio peso corporal; Re - Com resistências externas; Rc - Com

recurso a um colega como carga adicional; P - Pilométricos; Fm - Força máxima; Fr- Força resistente; Fe - Força explosiva ou rápida

No que se refere à opinião dos inquiridos quanto ao modo de treino, observamos que 77,5% dos inquiridos, consideraram que o treino da força na escola deve ser multilateral - recorrendo a exercícios diversificados e ricos em solicitações motoras.

Relativamente à quarta variável estudada, observamos que a maioria dos inquiridos (51,69%) considera que no treino da força em crianças até aos 10/12 anos, devem ser privilegiados, numa primeira fase, exercícios com o próprio peso corporal; 6,74% consideram que devem ser privilegiados simultaneamente exercícios com o próprio peso corporal e exercícios pliométricos; 5,62% dos inquiridos entendem que devem ser utilizados, simultaneamente, exercícios com o próprio peso corporal, com recurso a um colega como carga adicional e exercícios pliométricos; 5,62% dos inquiridos consideram que devem ser utilizados simultaneamente exercícios com o próprio peso corporal e com recurso a um

Danilo Miguel Lino da Conceição 44 colega como carga adicional; 2,25% dos inquiridos consideram que devem ser utilizados simultaneamente exercícios com o próprio peso corporal e com resistências externas; 1,12% dos inquiridos consideram que devem ser utilizados simultaneamente exercícios com o próprio peso corporal, com resistências externas e com recurso a um colega como carga adicional; 1,12% dos inquiridos consideram que devem ser utilizados exclusivamente exercícios pliométricos; 1,12% dos inquiridos consideram que devem ser utilizados exclusivamente exercícios com recurso a um colega como carga adicional e 1,12% dos inquiridos consideram que devem ser utilizados exclusivamente exercícios com resistências externas.

No que toca às formas de manifestação da força que devem ser privilegiadas com crianças e jovens, observa-se que a maioria das escolhas realizadas pelos professores em estudo recaíram sobre a força resistente com 32,6% dos inquiridos. A segunda opção dos professores, com 21,3% dos inquiridos, incide na escolha da força resistente e explosiva como as formas de manifestação da força que devem ser privilegiadas com crianças e jovens, 16,9% dos inquiridos sugerem que deve ser favorecido exclusivamente o treino da força explosiva ou rápida, 4,5% dos inquiridos considera que se devem trabalhar com crianças e jovens simultaneamente a força máxima, a força resistente e a força explosiva, apenas 1,1% considera que esse trabalho deve ser feito ao nível da força máxima e resistente e a mesma percentagem da nossa amostra (1,1%) consideram que se deve privilegiar o treino da força máxima nestas faixas etárias.

Conforme os dados apresentados na tabela, podemos afirmar que a maioria dos inquiridos (52,8%) considera que no treino da força em crianças deve-se privilegiar o volume relativamente à intensidade do treino. Por último, 24,7% dos inquiridos consideraram que o volume não deve ser privilegiado relativamente à intensidade do treino.

Os professores foram questionados relativamente à existência ou ausência de benefícios do trabalho da força, tendo 77,5% dos inquiridos considerado que o trabalho orientado para o treino da força poderia trazer benefícios para a criança ou para o jovem.

Observando a tabela 9 podemos constatar que 39,3% dos professores inquiridos concorda totalmente que o trabalho da força poderá “proporcionar aumento da massa óssea”, 21,3% concorda parcialmente com esta afirmação e 7,9% dos inquiridos discorda desta afirmação.

Do mesmo modo 42,7% dos professores inquiridos concorda totalmente que o trabalho de força poderá “proporcionar benefícios na aptidão cardiorrespiratória”, 30,3% concorda parcialmente com esta afirmação e 4,5% dos inquiridos discorda desta afirmação. A maioria dos professores inquiridos (60,7%) concorda totalmente que o trabalho de força

Danilo Miguel Lino da Conceição 45 poderá “proporcionar melhoria da composição corporal”, 16,9% concorda parcialmente com esta afirmação. Sendo ainda de realçar que nenhum deles discordou da afirmação.

A maioria dos professores inquiridos (52,8%) concorda totalmente que o trabalho da força poderá “proporcionar aumento da resistência à lesão”, 23,6% concorda parcialmente com esta afirmação e apenas 1,1% discorda desta afirmação. A maioria dos professores inquiridos (57,3%) concorda totalmente que o trabalho da força poderá “proporcionar melhoria das habilidades de desempenho motor”, 18% concorda parcialmente com esta afirmação e apenas 2,2% discorda desta afirmação.

Tabela 9 – Frequências absolutas (n) e relativas (%), referentes ao grau de concordância quanto aos benefícios que o treino da força proporciona aos alunos.

Grau de concordância quanto a benefícios do treino da força para os alunos Concordo totalmente Concordo parcialmente Discordo Não Responde n % n % n % n % Saúde física e mental e o bem-estar

geral do aluno 49 55,1 19 21,3 1 1,1 20 22,5 Aumento da força e potência muscular 52 58,4 16 18,0 1 1,1 20 22,5 Benefício na resistência muscular

localizada 49 55,1 19 21,3 1 1,1 20 22,5 Aumento da massa óssea 35 39,3 27 30,3 7 7,9 20 22,5 Benefícios na aptidão

cardiorrespiratória 38 42,7 27 30,3 4 4,5 20 22,5 Melhoramento da composição corporal 54 60,7 15 16,9 0 0 20 22,5 Aumento da resistência à lesão 47 52,8 21 23,6 1 1,1 20 22,5 Melhoria das habilidades de

desempenho motor 51 57,3 16 18,0 2 2,2 20 22,5

De acordo com a tabela 10 a maioria dos inquiridos (67,4%) considera que os professores de educação física não utilizam, nas suas rotinas de aula, o treino da força com os alunos, pelo contrário, 32,6% dos inquiridos consideram que esta capacidade motora é trabalhada pelos professores de educação física, no entanto observa-se que a maioria dos respondentes (84,3%) afiançam treinar a capacidade motora força com alunos e apenas 15,7% confessam não o fazer.

Relativamente ao tempo que os professores dedicam ao treino de força com os alunos, observa-se que 37,1% dos inquiridos emprega entre 4 e 8 horas ao treino da força com os alunos, 23,6% dedica mais de 15 horas ao treino desta capacidade motora e 14,6% dos professores dedicam entre 9 e 14 horas ao treino da força com os alunos. Apenas 8 inquiridos dedicam 3 ou menos horas ao treino desta capacidade motora, sendo que 6 dedicam entre 1 e 3 horas ao treino da força com os alunos e 2 dedicam menos de 1 hora

Danilo Miguel Lino da Conceição 46 ao treino desta capacidade motora com os seus alunos, representando, respetivamente, 6,7% e 2,2% dos inquiridos.

Tabela 10 – Frequências absolutas (n) e relativas (%), quanto à aplicação de metodologias do treino da força com os alunos.

Aplicação de Metodologias do treino da força com os alunos n %

Treino da força com alunos, nas rotinas dos professores de educação física

Sim 29 32,6

Não 60 67,4

Treino da força com alunos, nas rotinas do inquirido

Sim 75 84,3

Não 14 15,7

Tempo despendido para o treino da força Até 1 hora 2 2,2 Entre 1 e 3 horas 6 6,7 Entre 4 e 8 horas 33 37,1 Entre 9 e 14 horas 13 14,6 Mais de 15 horas 21 23,6 NR 14 15,7

Forma de organização do treino

De forma sistemática e contínua 37 41,6 De forma ocasional ao longo do ano letivo 36 40,5

Outra 2 2,2

NR 14 15,7

Forma de organização privilegiada para o trabalho de força com os alunos

Circuito por estações 31 34,8

Grupo 10 11,2

Individual 4 4,5 Circuito por estações e grupo 9 10,1 Circuito por estações, grupo e individual 9 10,1 Circuito por estações e individual 11 12,4 Grupo e individual 1 1,1

NR 14 15,7

Legenda: NR – Não responde

Relativamente à forma como organizam o treino da força com os alunos ao longo do ano podemos dizer que 41,6% dos professores inquiridos afirmam treinar a força de forma sistemática e contínua e 40,5% dos inquiridos assegura que treina esta capacidade de forma ocasional ao longo do ano letivo. Apenas 2 inquiridos (2,2%) assinalaram outras opções, sendo que 1 desses inquiridos afirmou realizar este tipo de trabalho no início de cada período letivo e o outro afirmou fazê-lo apenas no início do ano letivo.

Quando questionados sobre qual a forma de organização que privilegiam para o trabalho de força, a opção mais selecionada foi circuito por estações (34,8%), seguindo-se simultaneamente o trabalho em circuito por estações e individual (12,4%) e o trabalho em grupo (11,2%). A escolha simultânea das opções circuito por estações e grupo recai sobre 10,1% dos inquiridos e também 10,1% elegem simultaneamente o trabalho em circuito por estações, grupo e individual como formas de organização privilegiadas para o treino desta capacidade motora. O trabalho exclusivamente individual e o trabalho de força em grupo e individual, têm percentagens de utilização bastante reduzidas, com 4,5% e 1,1% dos inquiridos respetivamente.

Danilo Miguel Lino da Conceição 47 Sendo esta uma pergunta de resposta aberta, de forma a simplificar a interpretação dos dados, categorizámos as respostas utilizando técnicas de análise de conteúdo de tipo exploratório e o resultado consta da tabela 11.

Tabela 11 - Motivos para a não utilização do treino da força com os alunos (N – número de referências). Motivos/Razões para a não

utilização N Evidências (exemplos)

Falta de conhecimentos 2 “Necessidade de conhecimentos mais aprofundados.” “Falta de conhecimentos na área.” Falta de condições de trabalho 2 “Condições de trabalho.”

Falta de conhecimentos e

Falta de tempo/ Condicionantes programáticos

6

“Formação e cumprimento extenso de programa “ “Falta de tempo, pois o programa é muito extenso” “Os programas de Ed Física serem longos e ter que os cumprir.”

“Tenho que seguir um planeamento em que não consta treino de força e considero não ter conhecimentos adequados. Falta de conhecimentos e Desvalorização da capacidade motora força. 3

“Considero não ter conhecimentos nem formação…” “Dedico-me mais às habilidades motoras e gestos técnicos na generalidade.”

“Não acho muito importante para abordar os conteúdos programáticos que tenho que abordar, embora trabalhe a força nas minhas aulas mas não com muita intensidade.”

“No grupo etário com que trabalho, acho suficiente o desenvolvimento da força através de exercícios de transporte de objetos, exercícios de flexões de braços, não havendo necessidade de um trabalho específico de força.”

Falta de interesse por parte dos

alunos 1 “Falta de interesse por parte dos alunos.”

Assim, constatamos que dos 14 professores respondentes, 6 dizem não utilizar metodologias de força com os alunos, alegando simultaneamente falta de conhecimentos e falta de tempo e/ou condicionantes programáticas, 3 alegam falta de conhecimentos e por outro lado desvalorizam o treino da capacidade motora força, 2 referem exclusivamente a falta de conhecimentos, ainda outros 2 professores alegam falta de condições de trabalho para esta prática e apenas 1 docente considera que os alunos demonstram desinteresse pelo treino desta capacidade motora.

Tabela 12 - Comparação das médias das duas variáveis em estudo, conhecimentos e grupo disciplinar [Teste

Mann – Whitney (U), nível de significância (p)]. Grupo disciplinar n

Considera que possui conhecimentos específicos acerca da metodologia d e t r e i n o da capacidade motora força

Rank médio U p

260 26 46,98

767,5 0,520 620 63 44,18

Total 89 -

De acordo com os resultados na tabela 12, podemos observar que não existem diferenças significativas nos conhecimentos específicos de metodologias de força com

Danilo Miguel Lino da Conceição 48 crianças e jovens apresentados pelos professores de educação física em estudo, quando comparados os dois grupos disciplinares [U(89) = 767,5, p = 0,52].

Tabela 13 - Comparação das médias das duas variáveis em estudo, aplicação do treino da força com os alunos

e grupo disciplinar [Teste Mann – Whitney (U), nível de significância (p)]. Grupo disciplinar N

No seu caso particular, enquanto professor de educação física, treina a força com os seus alunos?

Rank médio U p

260 26 48,27

734 0,224 620 63 43,65

Total 89 -

De acordo com os resultados obtidos na tabela 13, observámos que não existem diferenças significativas entre os professores de educação física, quando comparados os dois grupos disciplinares, na aplicação do treino da força com crianças e jovens [U(89) = 734, p = 0,224].

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