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2.6 PRINCIPAIS MUDANÇAS PROMOVIDAS PELA ALTERAÇÃO DA LEI DAS S/As

2.6.4 Alterações e Proibições na forma de Contabilização

2.6.4.6 Arrendamento Mercantil

O CPC aprovou o Pronunciamento Técnico CPC 06 – Operação de Arrendamento Mercantil – e o CFC, por meio da Resolução nº 1.340/10, aprovou a NBC TG 06 que define o tratamento contábil das operações de arrendamento mercantil.

O objetivo do CPC 06 é de prescrever, tanto para os arrendatários, como para os arrendadores, as políticas contábeis e as divulgações que deverão ser aplicadas às operações de arrendamentos mercantis, onde o arrendatário é a pessoa, física ou jurídica, que arrenda o patrimônio de alguém, e o arrendador é a pessoa física ou jurídica, que arrenda o seu patrimônio a alguém (MIGUEL, 2011).

O arrendamento mercantil (leasing) divide-se em: operacional e financeiro, sendo que o arrendamento mercantil operacional é a operação na qual a arrendatária, a princípio, não tem a intenção de adquirir o bem ao final do contrato. Assim, após a utilização do bem pelo prazo estabelecido e cumprido todas as suas obrigações a arrendatária poderá ao final do contrato ter as seguintes opções: devolver o bem à arrendadora, prorrogar o prazo do contrato ou exercer a opção de compra do bem pelo seu valor de mercado, à época de tal opção. A manutenção, a assistência técnica e os serviços correlatos à operacionalidade do bem arrendado podem ser de responsabilidade da arrendadora ou da arrendatária, e conforme previsão contratual (AZEVEDO, 2008).

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Já o arrendamento mercantil financeiro é semelhante a um aluguel, porém, é uma a operação na qual a arrendatária tem a intenção de ficar com o bem ao término do contrato. A arrendadora receberá da arrendatária a totalidade dos valores investidos no contrato de conformidade com o que foi estipulado. O risco da obsolescência e as despesas de manutenção, assistência técnica e serviços correlatos à operacionalidade do bem arrendado são de responsabilidade da arrendatária (AZEVEDO, 2008).

Arrendamento mercantil ou leasing é um contrato através do qual a arrendadora adquire um bem escolhido por seu arrendatário para, em seguida, alugá-lo a este último, por um prazo determinado. Ao término do contrato o arrendatário pode optar por renová-lo por mais um período, por devolver o bem arrendado à arrendadora ou dela adquirir o bem, pelo valor de mercado ou por um valor residual previamente definido no contrato (WIKIPÉDIA, 2011).

A diferença entre o financeiro e o operacional está diretamente ligada às intenções da arrendatária no momento de contratar a operação.

O arrendamento mercantil, de acordo com as alterações efetuadas na Lei nº 6.404/1976 (Lei das S.A’s), deve ser tratado sob o enfoque da essência sobre a forma, ou seja, quando se tratar de efetivo financiamento de um bem, este deverá ser contabilizado (a débito) no Ativo não Circulante, subgrupo imobilizado (ou qualquer outro grupo ou subgrupo que melhor classifique sua natureza), e a crédito do respectivo passivo (exemplo: Arrendamento mercantil financeiro a pagar, no Passivo Circulante) (MIGUEL, 2011, p. 121).

O CPC 06 estabelece que o ativo e o passivo provenientes de um contrato de arrendamento mercantil financeiro deverão ser reconhecidos, no arrendatário, pelo valor presente ou pelo valor justo de mercado, dos dois o menor, e tal pronunciamento dispõe que quaisquer custos iniciais incorridos deverão ser adicionados como parte integrante do custo desse ativo, já no arrendamento mercantil operacional prescreve que os pagamentos dos arrendamentos devem ser reconhecidos como uma despesa durante o prazo de arrendamento (MIGUEL, 2011).

Atualmente, o CPC 06 veio padronizar as NBC de acordo com as normas internacionais, e o Governo Federal por sua vez, permitiu esta convergência através da MP nº 449/08 hoje convertida em Lei nº 11.941/09, ao instituir o Regime Tributário de Transição (RTT), passando a separar a contabilidade para fins societários da contabilidade para fins tributários, sem que se hajam modificações no aumento ou redução da carga tributária das empresas (MIGUEL, 2011).

3 ESTUDO DE CASO APLICADO

A organização objeto de estudo, a Ceriluz Geração, cresce anualmente no que diz respeito à geração de energia elétrica e com isso evolui também no que tange as questões legais. Até 2008 o crescimento era muito dificultoso, devido à indefinição quanto à regulamentação das cooperativas, o que hoje não é mais um problema, pois, esta questão já esta superada.

A separação da geração e distribuição era uma reivindicação das cooperativas há muitos anos e foi autorizada pela ANEEL, de modo que a regulamentação aconteceu apenas sobre o setor da distribuição, a qual deverá comprar 100% da sua energia diretamente das concessionárias, com preços garantidos por lei. Assim, a geração virou um sistema independente, podendo interagir no mercado aberto, optando pelas melhores opções de preço, sendo assim o melhor negócio. Portanto, ela vende sua energia no mercado aberto garantindo bons resultados econômicos, o que significa mais investimentos na qualidade de vida dos associados.

Em muitas atividades a Ceriluz Geração une-se a Ceriluz Distribuição, uma vez que ambas são formadas pelo mesmo quadro social, que no cooperativismo chama-se Intercooperação, um dos sete princípios do cooperativismo, ou seja, onde duas ou mais organizações se unem tendo um mesmo foco de ação.

Uma das principais características da cooperativa é estar a treze anos produzindo sua própria energia, já que a geração vem garantindo os melhores resultados, sendo ela a principal responsável pelos benefícios sociais aos quais os associados têm direito, sem esquecer o importante trabalho de conscientização ambiental desenvolvida pela cooperativa, que hoje pela sua eficiência socioambiental, é geradora de créditos de carbono através da Usina José Barasuol, com participação no mercado de Emissões Certificadas de Carbono autorizado no início de 2008 pela ONU. A Ceriluz Geração é pioneira na geração de energia elétrica, precursora nos projetos sociais, idealista nas propostas ambientais e investe em tecnologia de ponta para aumentar a geração de energia elétrica.

A cooperativa tem um compromisso com os associados e colaboradores, proporcionando qualidade de vida e conforto para ambos, oferecendo benefícios e ações sociais, como por exemplo, para os associados, é oferecido plano de saúde, auxílio funeral, seguro residencial, tarifa justa e encontros rurais, já para os colaboradores, preocupa-se com a

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qualidade no trabalho, nos serviços e no atendimento prestado aos associados, proporcionando plano de saúde, seguro de vida em grupo, treinamentos e segurança no trabalho.