• Nenhum resultado encontrado

A convergência contábil brasileira e a adoção da harmonização contábil no setor de energia elétrica

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "A convergência contábil brasileira e a adoção da harmonização contábil no setor de energia elétrica"

Copied!
110
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL

DACEC - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS,

CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

CARIN FERNANDA ZIMMERMANN AYRES

A CONVERGÊNCIA CONTÁBIL BRASILEIRA E A ADOÇÃO

DA HARMONIZAÇÃO CONTÁBIL NO SETOR DE ENERGIA

ELÉTRICA

(Trabalho de Conclusão de Curso)

IJUÍ (RS)

(2)

CARIN FERNANDA ZIMMERMANN AYRES

A CONVERGÊNCIA CONTÁBIL BRASILEIRA E A ADOÇÃO

DA HARMONIZAÇÃO CONTÁBIL NO SETOR DE ENERGIA

ELÉTRICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Curso de Ciências Contábeis da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, para obtenção do título de bacharel em Ciências Contábeis.

Professora Orientadora: Msc. Maria Margarete Baccin Brizolla

IJUÍ (RS)

(3)

DEDICATÓRIA

Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso aos meus primeiros e grandes mestres, Iria e Otalcir (em memória), meus pais.

Para minha irmã, Camila.

Ao meu companheiro de todas as conquistas, Fernando.

(4)

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pelas bênçãos alcançadas.

Ao meu amigo, esposo, companheiro, Fernando, pelo carinho, companheirismo, paciência e vibração em cada uma de nossas conquistas.

A minha mãe Iria e minha irmã Camila, pelo incentivo, apoio e dedicação, sempre me ajudando a superar os desafios e as dificuldades.

Aos meus amigos, que nos momentos difíceis estiveram presentes.

A direção e colegas da CERILUZ, pelo apoio, incentivo e confiança recebida durante esta jornada.

Aos professores envolvidos no

desenvolvimento deste trabalho, principalmente à minha orientadora, Professora Msc. Maria Margarete Baccin Brizolla pela confiança, atenção, empenho, competência e dedicação. Sua dedicação e ensinamentos serão sempre lembrados e valorizados.

E a todos que de alguma forma contribuíram para a realização desta pesquisa.

(5)

O pensamento tem poder infinito. Ele mexe com o destino, acompanha a sua vontade. Ao esperar o melhor, você cria uma expectativa positiva que detona o processo de vitória. Ser otimista é ser perseverante, é ter uma fé inabalável e uma certeza sem limites de que tudo vai dar certo. Ao nascer o sentimento de entusiasmo, o universo aplaude tal iniciativa e conspira a seu favor, colocando-o a serviço da humanidade. Você é quem escreve a história de sua vida - ao optar pelas atitudes construtivas - você cresce como ser humano e filho dileto de DEUS. Positivo atrai positivo. Alegria chama alegria. Ao exalar esse estado otimista, nossa consciência desperta energias vitais que vão trabalhar na direção de suas metas. Seja incansavelmente otimista. Faz bem para o corpo, para a mente e para a alma. É humano e natural viver aflições, só não é inteligente conviver com elas por muito tempo. Seja mais paciente consigo mesmo, saiba entender suas limitações. Sem esforço não existe vitória. Ao escolher com sabedoria viver sua vida com otimismo, seu coração sorri, seus olhos brilham e a humanidade agradece por você existir.

(6)

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Relação mercadológica das sociedades cooperativas. ... 27

Figura 2: Conhecimento Racional e seu Processo Normativo. ... 37

Figura 3: Estrutura Contábil no Brasil. ... 42

(7)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Diferenças de uma empresa cooperativa e não cooperativa. ... 28

Quadro 2: Posição dos pronunciamentos, interpretações e orientações técnicas do CPC. ... 44

Quadro 3: Comparativo do Balanço Patrimonial – BP... 51

Quadro 4: Comparativo da Demonstração do Resultado do Exercício. ... 57

Quadro 5: Comparativo das Demonstrações Contábeis Obrigatórias. ... 58

Quadro 6: Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados. ... 60

Quadro 7: Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. ... 61

Quadro 8 – Demonstração do Resultado Abrangente. ... 62

Quadro 9: Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Direto. ... 64

Quadro 10: Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Indireto. ... 64

Quadro 11: Demonstração do Valor Adicionado (Empresas em geral). ... 66

Quadro 12: Teste de Recuperabilidade ... 70

Quadro 13 – Balanço Patrimonial de 2008. ... 76

Quadro 14 – Demonstrativo de Sobras ou Perdas de 2008. ... 77

Quadro 15 – Demonstrativo de Sobras ou Perdas à Disposição de 2008. ... 78

Quadro 16 – Demonstrativo das Mutações do Patrimônio Líquido de 2008. ... 79

Quadro 17 - Demonstração dos Fluxos de Caixa ... 81

Quadro 18 – Demonstração do Valor Adicionado de 2008... 81

Quadro 19 – Balanço Patrimonial de 2009. ... 83

Quadro 20 – Demonstrativo de Sobras ou Perdas de 2009. ... 87

Quadro 21 - Demonstrativo de Sobras ou Perdas à Disposição de 2009. ... 88

Quadro 22 – Demonstrativo das Mutações do Patrimônio Líquido de 2009. ... 88

Quadro 23 – Demonstração dos Fluxos de Caixa de 2009. ... 90

Quadro 24 – Demonstração do Valor Adicionado de 2009... 91

Quadro 25 – Balanço Patrimonial de 2010. ... 93

Quadro 26 – Demonstrativo de Sobras ou Perdas de 2010. ... 94

Quadro 27 – Demonstrativo de Sobras ou Perdas à Disposição de 2010. ... 94

Quadro 28 – Demonstrativo das Mutações do Patrimônio Líquido de 2010. ... 94

Quadro 29 – Demonstração dos Fluxos de Caixa de 2010. ... 96

Quadro 30 – Demonstração do Valor Adicionado de 2010... 96

(8)

Quadro 32 – Comparativo do grupo Passivo do Balanço Patrimonial de 2008 e 2009. ... 98 Quadro 33 – Comparativo da Demonstração do Resultado do Exercício de 2008 e 2009... 99 Quadro 34 – Comparativo das Demonstrações Contábeis da cooperativa antes e após as alterações. ... 102

(9)

LISTA DE SIGLAS

ABCE – Associação Brasileira de Concessionárias de Energia Elétrica

ABRACE – Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia ABRADEE – Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica

ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas A.G.O – Assembléia Geral Ordinária

ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica

APIMEC NACIONAL – Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais

AVP – Ajuste a Valor Presente BACEN – Banco Central do Brasil

BNDE – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico BOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo

BP – Balanço Patrimonial

BRDE – Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica CCOI – Comitê Coordenador de Operação Interligada CEPEL – Centro de Pesquisas de Energia Elétrica

Ceriluz Distribuição – Cooperativa Regional de Energia e Desenvolvimento Ijuí Ltda Ceriluz Geração – Cooperativa de Geração de Energia e Desenvolvimento Social Ltda CFC – Conselho Federal de Contabilidade

CGISE – Comitê de Gestão Integrada de Empreendimentos de Geração do Setor Elétrico CMSE – Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico

CNAE – Conselho Nacional de Águas e Energia CNPE – Conselho Nacional de Política Energética

COMASE – Comitê Coordenador das Atividades do Meio Ambiente do Setor Elétrico COOGERI – Cooperativa Central de Geração de Energia Rio Ijuí Ltda

CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis CPFL – Companhia Paulista de Foça e Luz

CRCRS – Conselho Regional de Contabilidade do RS CTG – Comunicados Técnicos

(10)

DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa

DLPA – Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido DOAR – Demonstração das Origens e Aplicações de Recurso DRA – Demonstração do Resultado Abrangente

DRE – Demonstração do Resultado do Exercício DVA – Demonstração do Valor Adicionado

ENERAM – Comitê Coordenador de Estudos Energéticos da Amazônia ELETROBRÁS – Centrais Elétricas Brasileiras S.A.

ELETRONORTE – Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A ELETRONUCLEAR – Eletrobrás Termonuclear S.A

ELETROSUL – Centrais Elétricas do Sul do Brasil S.A. EPE – Empresa de Pesquisa Energética

FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisa Contábeis, Atuariais e Financeiras da USP GCE – Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica

GCOI – Grupo Coordenador para Operação Interligada

GCPS – Grupo Coordenador de Planejamento dos Sistemas Elétricos IASB – International Accounting Standards Board

IASC – International Accounting Standards Committee IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil IFAC – International Federation of Accountants

IFRS – International Financial Reporting Standards

Impairment – Valor Recuperável de Ativos

INTOSAI – International Organisation of Supreme Audit Institutions ITG – Interpretações Técnicas

KPMG – Klynveld Peat Marwick Goerdeler MAE – Mercado Atacadista de Energia Elétrica

MCSPEE – Manual de Contabilidade do Serviço Público de Energia Elétrica MME – Ministério de Minas e Energia

NBC – Normas Brasileiras de Contabilidade

NBC P – Normas Brasileiras de Contabilidade Profissional

NBC PA – Normas Brasileiras de Contabilidade Profissional do Auditor Independente NBC PG – Normas Brasileiras de Contabilidade Profissional Geral

(11)

NBC PP – Normas Brasileiras de Contabilidade Profissional do Perito NBC T – Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica

NBC TA – Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica da Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica

NBC TAG – Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica de Auditoria Governamental ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica

NBC TG – Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica Geral

NBC TI – Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica de Auditoria Interna NBC TP – Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica de Perícia

NBC TR – Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica de Informação Contábil História NBC TSP – Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica do Setor Público

NBC TSC – Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica de Serviço Correlato NUCLEBRÁS – Empresas Nucleares Brasileiras S.A.

OCERGS – Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do RS ONU – Organização das Nações Unidas

ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico PAC – Prestação Anual de Contas

PCH’s – Pequenas Centrais Hidrelétricas PME – Pequenas e Médias Empresas

PND – Programa Nacional de Desestatização

PROCEL – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica REVISE – Revisão Institucional de Energia Elétrica

S/As – Sociedade por Ações

SEBRAE – Agência de Apoio ao Empreendedor e Pequeno Empresário SINTREL – Sistema Nacional de Transmissão de Energia Elétrica SUSEP – Superintendência de Seguros Privados

(12)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 13

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 14

1.1.1 Área de Conhecimento Contemplada ... 14

1.1.2 Caracterização do Objeto de Estudo ... 16

1.1.3 Problematização do Tema... 18 1.1.4 Objetivos ... 19 1.1.4.1 Objetivo Geral ... 19 1.1.4.2 Objetivos Específicos ... 19 1.1.5 Justificativa ... 20 1.1.6 Metodologia do Trabalho ... 20 1.1.6.1 Classificação da Pesquisa ... 21 1.1.6.2 Coleta de Dados ... 24

1.1.6.3 Análise e Interpretação dos Dados ... 25

2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 26

2.1 COOPERATIVISMO ... 26

2.1.1 Sociedades Cooperativas ... 26

2.1.2. Norma Brasileira de Contabilidade T 10.8 – Entidades Cooperativas ... 29

2.2 RAMO DA ATIVIDADE ... 29

2.2.1 Setor Elétrico Brasileiro ... 30

2.3 CONTABILIDADE ... 34

2.4 PRINCÍPIOS CONTÁBEIS ... 36

2.5 NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE ... 41

2.6 PRINCIPAIS MUDANÇAS PROMOVIDAS PELA ALTERAÇÃO DA LEI DAS S/As49 2.6.1 Alterações no Balanço Patrimonial ... 50

2.6.1.1 Classificação do Ativo e do Passivo ... 52

2.6.1.2 Extinção do grupo Ativo Permanente ... 52

2.6.1.3 Restrição e extinção do subgrupo Ativo Diferido ... 53

2.6.1.4 Criação do subgrupo “Intangível” no grupo do Ativo Não Circulante ... 54

2.6.1.5 Extinção do grupo Resultado de Exercícios Futuros ... 55

2.6.1.6 Destinação do saldo de Lucros Acumulados para S/As ... 55

(13)

2.6.2.1 Extinção da classificação das Receitas e Despesas Não-Operacionais ... 58

2.6.3 Demonstrações Obrigatórias ... 58

2.6.4 Alterações e Proibições na forma de Contabilização ... 67

2.6.4.1 Contabilização das doações e subvenções fiscais... 67

2.6.4.2 Contabilização dos prêmios nas emissões de debêntures ... 68

2.6.4.3 Ajuste a Valor Presente de elementos do Ativo e do Passivo ... 68

2.6.4.4 Proibição da prática da reavaliação espontânea de Ativos ... 69

2.6.4.5 Teste de Recuperabilidade ... 70

2.6.4.6 Arrendamento Mercantil ... 71

3 ESTUDO DE CASO APLICADO ... 73

3.1 MUDANÇAS OCORRIDAS NA LEGISLAÇÃO ... 74

3.1.1 Demonstrações Contábeis antes das alterações ... 75

3.1.1.1 Demonstrações Contábeis de 2008 ... 76

3.1.2 Demonstrações Contábeis após as alterações ... 83

3.1.2.1 Demonstrações Contábeis de 2009 ... 83

3.1.2.2 Demonstrações Contábeis de 2010 ... 92

3.2 MUDANÇAS APLICADAS NA ORGANIZAÇÃO ... 97

3.3 MUDANÇAS NÃO APLICADAS NA ORGANIZAÇÃO ... 101

3.4 IMPACTOS OCASIONADOS COM AS ALTERAÇÕES ... 102

CONCLUSÃO ... 103

(14)

1 INTRODUÇÃO

A contabilidade é uma ciência social que prima pela ética e transparência e procura fornecer informações seguras aos seus usuários, especialmente sobre aspectos do seu objeto de estudo, que é o patrimônio e suas variações (BASSO, 2011).

Neste Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foram analisadas as mudanças ocorridas nos Princípios de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade a partir das alterações ocorridas na legislação societária, buscando compreender os efeitos que tais mudanças causaram em organizações geradoras de energia elétrica, objetivando responder a seguinte questão: Quais os impactos gerados na apresentação do conjunto de demonstrações contábeis obrigatórias de uma organização geradora de energia elétrica, no que tange as alterações trazidas pela legislação contábil societária?

Com base nesta pergunta, este estudo é motivado pela percepção das profundas transformações que a contabilidade societária está causando nas organizações. Desvendar tais transformações tornou-se, então, meu objetivo, por este motivo escolhi a Cooperativa de Geração de Energia e Desenvolvimento Social Ltda (Ceriluz Geração) para ser utilizada como meu objeto de estudo.

Hoje, no Rio Grande do Sul, existem nove cooperativas com instalação de pequenas centrais hidrelétricas que geram energia elétrica, sendo a Coprel, Cerfox, Certhil, Creluz, Cermissões, Creral, Certel, Cooperluz e a organização que será utilizada como estudo, a Ceriluz (FECOERGS, 2011).

O estudo foi estruturado em três capítulos. No decorrer do capítulo I, foi apresentada a contextualização do estudo, onde é apresentada a área do conhecimento contemplada, a caracterização da organização, a definição do problema que desencadeou o estudo, foram apontados os objetivos gerais e específicos, a justificativa, e apresentada à metodologia do trabalho, envolvendo coleta, análise e interpretação de dados.

No capítulo II consta o referencial teórico, que foi usado como suporte ao estudo aplicado realizado no TCC, apresentando o ramo da atividade da organização em estudo, conceitos sobre o universo que abrange a contabilidade; a definição e as alterações dos Princípios de Contabilidade; as Normas Brasileiras de Contabilidade e suas modificações após a convergência contábil; e as principais mudanças promovidas pela alteração da Lei das Sociedades Anônimas.

(15)

14

No capítulo III, consta o estudo aplicado, com o desenvolvimento das mudanças de ordem contábil, trazidas a partir das alterações ocorridas na legislação societária e que impactaram as cooperativas de geração de energia elétrica, em especifico a Ceriluz Geração. Serão demonstradas as diferenças ocorridas dentro desta organização, antes e após a convergência contábil, e quais foram os seus respectivos impactos causados.

Na sequencia aparece à conclusão e por fim as referências consultadas para dar suporte à realização deste TCC.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

A área contemplada neste estudo são os princípios e normas contábeis e suas alterações, onde se propôs levantar as mudanças relevantes na contabilidade a partir da convergência às normas internacionais de contabilidade, emitidas pelo International

Accounting Standards Board - IASB, e a sua melhoria a partir de então, quanto à relevância

das informações divulgadas e como diferencial competitivo que porventura possa ocorrer na organização estudada.

1.1.1 Área de Conhecimento Contemplada

O Trabalho de Conclusão de Curso foi desenvolvido na área da contabilidade societária, a qual nos últimos anos vem passando por um processo de mudanças.

Há poucos anos atrás, a contabilidade era vista apenas como necessária para o cumprimento de obrigações fiscais e determinações legais, hoje, ela deve ser notada como um poderoso instrumento administrativo, capaz de controlar efetivamente todo o patrimônio da entidade, gerar informações e fazer a diferença no mercado tão competitivo.

Evolução, esta é a palavra para definir o que está ocorrendo com a contabilidade. As normas estão sendo alinhadas com as práticas internacionais adotadas na grande maioria dos países desenvolvidos. Essa consolidação das normas contábeis acontece a partir das

(16)

implantação dessa nova maneira de fazer a contabilidade é de permitir uma padronização de todas as demonstrações financeiras ao redor do mundo como um único padrão de normas.

O processo de convergência contábil iniciou pela vigência da Lei nº 11.638/07 e após pela Medida Provisória (MP) nº 449/08 que foi convertida na Lei nº 11.941/09. Estas leis reformularam a parte contábil da Lei das Sociedades por Ações (SA’s), que hoje está sendo a maior alteração de práticas contábeis nos últimos 35 anos, desde a edição da Lei nº 6.404/76.

Em seguida, foi instituído pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) que conta com representantes da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec Nacional), Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), Fundação Instituto de Pesquisa Contábeis, Atuariais e Financeiras da USP (Fipecafi) e Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC).

Esse comitê emitiu e aprovou em 2007, dois pronunciamentos técnicos, que foram convertidos em Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC), em 2008 treze pronunciamentos técnicos e duas orientações técnicas, em 2009 vinte e sete pronunciamentos técnicos, uma orientação técnica e doze interpretações técnicas e em 2010 doze pronunciamentos técnicos, duas orientações técnicas e quatro interpretações técnicas, totalizando hoje, cinquenta e quatro pronunciamentos técnicos, cinco orientações técnicas e dezesseis interpretações técnicas.

A Norma Brasileira de Contabilidade Técnica (NBC T) 10.8 aprovada pelo CFC através da Resolução nº 920/01, está diretamente relacionada ao objeto de estudo, uma entidade cooperativa, que é regida pela Lei nº 5.764/71.

A NBC T 10.8.1.2 define entidades cooperativas:

Entidades cooperativas são aquelas que exercem as atividades na forma da lei específica, por meio de atos cooperativos, que se traduzem na prestação de serviços diretos aos seus associados, sem objetivo de lucro, para obterem em comum melhores resultados para cada um deles em particular. Identificam-se de acordo com o objeto ou pela natureza das atividades desenvolvidas por elas, ou por seus associados (CRCRS, 2011, p. 69).

Diante da globalização e da internacionalização dos mercados, a contabilidade se faz presente em todos os segmentos da economia, sejam empreendimentos com finalidades de lucro ou sem fins lucrativos. A contabilidade mudou o seu perfil diante dos novos fatos e da globalização, gerando novos conceitos e aperfeiçoamento nos métodos utilizados pelos profissionais da área contábil e em todos os tipos de entidades.

(17)

16

O objetivo deste trabalho é mostrar quais são as mudanças ocorridas na contabilidade, a partir da convergência contábil, da migração das normas contábeis brasileiras para o padrão internacional, e sua importância nas organizações.

As mudanças fazem parte de um ciclo natural de evolução. Evolução das pessoas, das sociedades, das organizações. A contabilidade não está alheia a isso, muito pelo contrário, está sempre evoluindo. E a principal evolução da contabilidade na 1ª década do século XXI no Brasil (e também no mundo) é conhecida como a Convergência para as Normas Internacionais. Tais normas vêm sendo construídas desde 1973 pelo então International Accounting Standards Committe (IASC), transformado em 2001 para International Accounting Standards Board (IASB). (IUDÌCIBUS et al, 2010, p. 725).

Em vista disso, esperam-se muitos benefícios com a adoção do IFRS como padrão contábil, tendo como resultado à padronização internacional, a linguagem contábil global para servir de base nas negociações transnacionais, à imediata utilização pelo público internacional, o aumento do fluxo de capitais para as empresas brasileiras, a redução de custos de adaptação dos relatórios financeiros e a tendência à redução de juros em captações de recursos.

1.1.2 Caracterização do Objeto de Estudo

A Cooperativa de Geração de Energia e Desenvolvimento Social Ltda (Ceriluz Geração) é uma sociedade de pessoas, de natureza civil, com sede na Rua do Comércio, nº 921, Sala B, Ijuí/RS, e tem como principal objetivo o desenvolvimento socioeconômico de sua área de ação de atuação básica, através da geração de energia elétrica, a prestação de outros serviços de interesse de seu quadro de associados pessoas físicas ou jurídicas, onde as operações da cooperativa são efetivadas sem qualquer objetivo de lucro.

A cooperativa surgiu em 11 de Setembro de 2006, a partir da Cooperativa Regional de Energia e Desenvolvimento Ijuí Ltda (Ceriluz Distribuição), através de uma definição legal, podendo utilizar os recursos do mercado, uma vez que a energia produzida não poderia ser fornecida pela Ceriluz Distribuição, depois que esta assinou o contrato de Permissionária de Serviços Públicos com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). O desmembramento da cooperativa tornou-se necessário para atender exigências do organismo

(18)

regulador da energia elétrica em nosso país, a ANEEL, onde as atividades de distribuição e geração de energia deveriam ficar em empresas separadas.

Em muitas atividades a Ceriluz Geração une-se à Ceriluz Distribuição, uma vez que ambas são formadas pelo mesmo quadro social. É o que no cooperativismo define-se como Intercooperação, um dos sete princípios, ou seja, quando duas ou mais organizações se unem tendo um mesmo foco de ação.

Com a divisão dos setores de produção de energia e comercialização, a Ceriluz Geração passou a comercializar sua energia no mercado aberto e não mais a abastecer a Ceriluz Distribuição. Atualmente está em vigor o contrato assinado com a Companhia Paulista de Foça e Luz (CPFL), que definiu a comercialização de toda a energia gerada pelas usinas da Ceriluz Geração pelo período de dez anos. O contrato consolida a venda de energia até o dia 31 de dezembro de 2020 e foi uma decisão estratégica da direção, pois dá garantias de mercado para a produção das usinas a valores considerados positivos frente o atual cenário. Segundo a direção, esse contrato permite que a cooperativa possa projetar seu futuro com tranquilidade e definir investimentos como o que está sendo feito agora, com a construção da Usina RS155.

A organização é regida pela Lei nº 5.764 de 16 de dezembro de 1.971, que regulamenta o sistema cooperativista no país e tem como atividades preponderantes, construir, montar e operar usinas próprias de geração de energia elétrica, transformar e distribuir energia elétrica para o consumo do mercado através de contratos específicos, operar nos termos da legislação em vigor sob os mecanismos da Autorização, Permissão e Concessão no Setor Elétrico Brasileiro e no que for cabível nos serviços de eletricidade aos seus cooperados em 22 municípios e demais municípios do Brasil, aonde por ventura venha desenvolver suas atividades, conforme definido em seu estatuto social.

Atualmente, dispõe de 30 colaboradores, com diferentes especificações profissionais voltadas para os trabalhos executados dentro dos escritórios e principalmente na área técnica.

A Ceriluz Geração possui hoje três usinas, duas em pleno funcionamento e a terceira em obras, são elas: a Usina Nilo Bonfanti situada em Chiapetta, que foi construída entre 1998 e 1999, com potência instalada de 680 kW, a Usina José Barasuol situada em Ijuí, com potência instalada de 13,5 MW, juntamente com a minicentral composta por uma turbina com capacidade para gerar 830 kW. Hoje, a cooperativa está construindo a usina RS155, situada também em Ijuí, que terá capacidade instalada de 5,7 MW.

(19)

18

1.1.3 Problematização do Tema

A Prática Contábil passou a ser tratada com o padrão e entendimento mundial, sendo que esta nova linguagem universal impactou na interpretação e análise dos dados contábeis, onde as demonstrações serão mais voláteis, exigindo postura de agilidade e adaptação a essa nova realidade.

A harmonização das normas de contabilidade é um processo de extrema necessidade e relevância. Diante disto, a divulgação das informações de uma organização deve ter o respaldo das normas contábeis de alta qualidade, que garantam a comparabilidade com outras organizações e a compreensibilidade de seus usuários.

Como a própria legislação societária determina, deve haver uma harmonização contábil com as normas internacionais de contabilidade, diante disto, ocorreram várias mudanças e uma grande evolução nas cooperativas de geração de energia elétrica.

A ANEEL, órgão regulador do Setor de Energia Elétrica no Brasil, instituída pela Lei nº 9.427 de 26 de Dezembro de 1996, em sua missão institucional, vem atualizando, ao longo do tempo, os procedimentos contábeis catalogados no Manual de Contabilidade do Serviço Público de Energia Elétrica – MCSPEE, instituído em 2001 por meio da Resolução nº 444, a partir de uma reformulação do antigo plano de contas do Setor de Energia Elétrica, que apresenta atualmente a contabilidade regulatória.

Esses procedimentos vêm sendo utilizados pelas concessionárias do serviço público de energia elétrica para registro de suas operações, possibilitando a ANEEL, o efetivo exercício das atribuições de regulação e fiscalização estabelecidas pela legislação aplicável às atividades do serviço público de energia elétrica (LEITE, 2010).

Considerando o exposto, tem-se o seguinte problema a responder: Quais os impactos gerados na apresentação do conjunto de demonstrações contábeis obrigatórias de uma organização geradora de energia elétrica, no que tange as alterações trazidas pela legislação contábil societária?

(20)

1.1.4 Objetivos

Neste tópico são apresentados o objetivo geral e os objetivos específicos, os quais darão sustentação à resposta da questão de pesquisa ora proposta.

1.1.4.1 Objetivo Geral

O objetivo geral do presente estudo é identificar os impactos gerados pela alteração dos Princípios de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade, a partir da legislação societária, no conjunto das demonstrações contábeis obrigatórias de uma organização geradora de energia elétrica, situada na região noroeste (RS).

1.1.4.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos do projeto de pesquisa são:

• Resgatar na literatura específica, as principais abordagens relacionadas ao tema proposto, tendo como norte dar resposta à questão de pesquisa;

• Identificar as mudanças ocorridas nos Princípios de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade, que impactam a escrituração contábil na organização estudada;

• Identificar quais dessas mudanças são aplicadas e quais não são aplicadas nas organizações geradoras de energia elétrica;

• Comparar quais as demonstrações contábeis eram obrigatórias antes e quais são após as alterações impostas pela legislação societária.

(21)

20

1.1.5 Justificativa

Concluindo o Curso de Ciências Contábeis, é necessário discorrer sobre algum tema que chamou mais a atenção durante o curso, é o denominado Trabalho de Conclusão de Curso, onde optei por falar da convergência contábil e o seu impacto na área societária, principalmente, nas organizações geradoras de energia elétrica, pois está sendo um assunto muito discutido e visto no decorrer deste ano. Tais mudanças proporcionam a valorização do profissional contábil que deve se adequar às novas exigências. Trata-se de uma área promissora e de grande importância para atuação profissional do Contador.

Enquanto aluna do Curso de Ciências Contábeis da Unijuí cabe à oportunidade de aprofundar meu conhecimento, sabedoria, erudição e também incluir competências mais amplas, como prudência, moral e experiência de vida. Para minha formação acadêmica, é o momento de aperfeiçoar o aprendizado construído no decorrer do curso, colocando em prática os conhecimentos teóricos, para mostrar que realmente vou obter êxito no curso pelo domínio do tema escolhido.

À universidade e principalmente aos alunos de Ciências Contábeis servirá como fonte de pesquisa para os interessados, com pretensão de contribuir ao crescimento profissional e aperfeiçoamento na área em estudo, que está em abrangência.

Como fonte de pesquisa, a escolha pelo tema foi em função da necessidade de melhorar meu aprendizado, pois, com tantas mudanças no decorrer dos oito semestres do curso, foi preciso aprofundar-me mais neste assunto, que está em constante mudança.

Para a organização, este trabalho visa contribuir na importância de evidenciar tais mudanças ocorridas e aplicá-las, visando fornecer uma informação fidedigna aos usuários externos e internos, através da fundamentação de estudos teóricos e práticos, baseado na ética e moral, mostrando aos seus colaboradores, parceiros e público em geral, que a organização busca a diferenciação no mercado do setor.

1.1.6 Metodologia do Trabalho

Neste item é explicado de que forma o trabalho foi realizado e qual o método usado no decorrer da pesquisa.

(22)

Para definir a metodologia que será utilizada na pesquisa, fazem-se necessários os seguintes questionamentos: como, com o que ou com quem, onde? Com essas indagações, pode-se traçar os objetivos e a finalidade do projeto. A escolha da metodologia oscila de acordo com os objetivos traçados da pesquisa e o problema a ser investigado, [...] deve ser feita a formulação do problema, das hipóteses levantadas, e a delimitação do universo ou amostra (SILVA, 2003, p. 59).

As etapas seguidas para realização do estudo foi à classificação da pesquisa, onde é feita a apresentação do ponto vista da natureza, dos objetivos, dos procedimentos técnicos e quanto à forma da abordagem do problema, também é apresentado o plano de coleta de dados e o plano de análise e interpretação dos dados.

1.1.6.1 Classificação da Pesquisa

Os critérios para a classificação da pesquisa variam de acordo com o enfoque dado, os interesses, campos, metodologias, situações e objetos de estudo.

a) Do ponto de Vista de sua Natureza

Sob o ponto de vista da natureza as pesquisas podem classificar-se em pesquisa básica, quando gera conhecimentos, envolve verdades e interesses universais e também pesquisa aplicada, quando gera conhecimentos para a aplicação prática dirigida à solução de problemas, onde evolvem verdades e interesses locais.

O presente estudo caracteriza-se como pesquisa aplicada, pois está ligada diretamente à área da contabilidade, e objetiva gerar informações para aplicação prática dirigida à solução da problemática em estudo. “A pesquisa aplicada é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos, ou não. Tem, portanto, finalidade prática’’ (VERGARA, 2009, p. 43).

“O propósito da pesquisa aplicada é entender como lidar com o problema, refere-se à discussão de problemas, utilizando o referencial teórico e a apresentação de soluções alternativas” (ROESCH, 2006, p. 60).

(23)

22

b) Do ponto de seus Objetivos

Segundo Gil (2002), toda e qualquer classificação deve ser feita mediante algum critério, sendo assim, referindo-se a pesquisas considera-se como base os objetivos gerais do trabalho.

Com base nesta citação, quanto aos objetivos, o estudo classifica-se como pesquisa exploratória e descritiva. Através de uma metodologia exploratória, tem como objetivo aprimorar idéias e proporcionar maior familiaridade com o assunto, que na maioria das vezes se desenvolve em uma pesquisa bibliográfica e um estudo de caso. E pela metodologia explicativa, identificar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos e aprofundar o conhecimento da realidade.

De acordo com Cervo e Bervian (2006), a pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona os fatos ou fenômenos sem manipulá-los e procura descobrir a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e suas características. Já a pesquisa exploratória, realiza descrições precisas da situação e quer descobrir as relações existentes entre seus elementos componentes, onde há pouco conhecimento sobre o problema a ser estudado.

c) Quanto à Forma de Abordagem do Problema

Do ponto de vista da forma de abordagem do problema, existem dois tipos: a pesquisa qualitativa e a pesquisa quantitativa. O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa, feita mediante uma análise bibliográfica.

Pesquisa qualitativa “responde a questões muito particulares. Ela trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes” (MINAYO, 2008, p. 21).

Esta pesquisa enquadra-se nesta tipologia pelo fato de não serem utilizados métodos estatísticos na coleta e análise de dados. Neste trabalho, conforme se pode descrever, os dados e informações foram coletados em material bibliográfico e pesquisas em meios eletrônicos, interpretados e analisados pela pesquisadora de acordo com seus conhecimentos.

(24)

d) Do ponto de Vista dos Procedimentos Técnicos

Os procedimentos técnicos conforme Gil (2002), são o delineamento que se referem ao planejamento da pesquisa em sua dimensão mais ampla, que envolve tanto a diagramação quanto a previsão de análise e interpretação de coleta de dados.

Nesse caso, o estudo classifica-se nos seguintes procedimentos técnicos:

Pesquisa Bibliográfica: “é o estudo sistematizado desenvolvido com base em

material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral” (VERGARA, 2009, p. 43).

A pesquisa bibliográfica é um apanhado geral sobre os principais trabalhos já realizados, revestidos de importância, por serem capazes de fornecer dados atuais e relevantes relacionados com o tema. O estudo de literatura pertinente pode ajudar a planificação do trabalho, evitar publicações e certos erros, e representa uma fonte indispensável de informações, podendo orientar as indagações (MARCONI e LAKATOS, 2006, p. 25).

Utiliza-se de materiais já elaborados, como livros e artigos científicos, tendo como principal vantagem à possibilidade da ampla cobertura de fenômenos (GIL, 2002).

Levantamento: envolve a interrogação direta de pessoas cujo comportamento se

deseja conhecer acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, chegar as conclusões correspondentes aos dados coletados (GIL, 2002).

Pesquisa Documental: quando elaborada a partir de materiais que não receberam

tratamento analítico, documentos de primeira mão, como documentos oficiais, reportagens de jornal, cartas, contratos, diários, filmes, fotografias e gravações, ou ainda documentos de segunda mão, que de alguma forma já foram analisados, tais como: relatórios de pesquisa, relatórios de empresas e tabelas estatísticas (GIL, 2002).

Estudo de Caso: “consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos,

de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento” (GIL, 2002, p. 54).

“É um estudo que analisa um ou poucos fatos com profundidade. A maior utilidade do estudo de caso é verificada nas pesquisas exploratórias e no início de pesquisas mais complexas” (SILVA, 2003, p. 63).

(25)

24

1.1.6.2 Coleta de Dados

Quanto à coleta dos dados, os mesmos foram feitos a partir de bibliografias já disponíveis a cerca do tema proposto; artigos literários; artigos, documentos e legislação em periódicos eletrônicos; e também material literário da organização em estudo.

Foram levantadas as diretrizes e os programas do Governo Federal, as leis, decretos, portarias e outros documentos oficiais publicados no Diário Oficial, a fim de serem identificadas e analisadas as políticas e os recursos adotados acerca da convergência contábil no Brasil.

Também foi feita uma pesquisa documental nos arquivos da organização em estudo, como a lei que regulamenta a organização, órgão fiscalizador, porte da empresa, regime de tributação, entre outros dados e documentos necessários, para que pudesse ser feita a análise quanto às mudanças e os impactos nas demonstrações financeiras da organização em estudo.

O plano de coleta de dados é a “etapa da pesquisa em que se inicia aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas, a fim de se efetuar a coleta dos dados previstos” (MARCONI e LAKATOS, 1985, p. 157).

Nesta etapa estão descritos os métodos utilizados para a obtenção de dados.

a) Instrumentos de Coleta de Dados

Quando se busca coletar dados é importante definir as formas e os meios de coleta de dados, onde para o estudo proposto é utilizada a observação de forma sistemática e individual. Observação: “é o elemento fundamental para a pesquisa. Desde a formulação do problema, passando pela construção de hipóteses, coleta, análise e interpretação dos dados” (GIL, 1999, p. 110).

Quanto aos instrumentos de coleta de dados, o trabalho foi desenvolvido através de bibliografias, artigos literários, artigos, documentos e legislação em periódicos eletrônicos que permitiu abordar e analisar o tema proposto.

A partir do tema proposto, descreveu-se quais eram as demonstrações contábeis vigentes e quais foram suas alterações na legislação societária, e a partir desse fundamento foram descritos os impactos causados para as organizações geradoras de energia elétrica.

(26)

1.1.6.3 Análise e Interpretação dos Dados

A pesquisa bibliográfica objetiva organizar, esclarecer e levantar informações sobre as principais idéias do tema proposto, tendo em vista, a sua aplicação na parte prática para alcançar os objetivos propostos.

Segundo Roesch (2006) na pesquisa de caráter qualitativo, o pesquisador, ao encerrar sua coleta de dados, se depara com uma quantidade imensa de notas de pesquisa, que se materializam na forma de textos, os quais terão de organizar para depois interpretar.

Na análise o propósito é ir além do descrito, fazendo uma decomposição dos dados e buscando as relações entre as partes que foram decompostas. Na interpretação buscam-se sentidos das falas e das ações para se chegar a uma compreensão ou explicação que vão além do descrito e analisado (MINAYO, 2008, p. 80).

Neste tópico, foram analisadas quais eram as demonstrações contábeis vigentes e quais foram suas alterações na legislação societária, e a partir desse fundamento descrever os impactos causados para as organizações geradoras de energia elétrica.

(27)

2 REFERENCIAL TEÓRICO

No referencial teórico é feito um estudo aprofundado de pesquisa bibliográfica sobre os temas abordados no TCC, visando à compreensão e análise à problemática definida, para que se possa chegar aos objetivos propostos.

2.1 COOPERATIVISMO

A cooperação sempre existiu nas sociedades humanas, desde as eras mais remotas, estando sempre associada às lutas pela sobrevivência, às crises econômicas, políticas e sociais, bem como às mudanças (OCERGS, 2011).

Define-se cooperativismo como sendo a união de pessoas voltadas para um objetivo comum, é a busca da constituição de uma sociedade justa, livre e fraterna, através da organização social e econômica da comunidade em bases democráticas, para atender suas necessidades reais, remunerando adequadamente o trabalho de cada um dos seus cooperantes (OCERGS, 2011).

O cooperativismo brasileiro atua em vários setores da economia, e atualmente estão denominados em ramos: Agropecuário; Consumo; Crédito; Educacional; Especial; Habitacional; Infraestrutura, que é o ramo da entidade em estudo, a energia elétrica; Mineral; Produção; Saúde; Trabalho; Transporte; Turismo e Lazer.

Ele visa às necessidades do grupo e não ao lucro, busca prosperidade conjunta e não individual. Por sua natureza e particularidades, tem papel determinante na promoção do desenvolvimento sustentável. O cooperativismo alia o economicamente viável ao ecologicamente correto e ao socialmente justo.

2.1.1 Sociedades Cooperativas

Cooperativas são organizações constituídas legalmente, onde um grupo de pessoas se une em torno de um bem comum, tendo como finalidade, produzir e colocar os produtos ou

(28)

serviços de seus cooperados no mercado, com condições mais vantajosas do que os mesmos teriam isoladamente, tornando os empreendimentos mais competitivos e gerando maiores oportunidades de negócios. A cooperativa é então, um meio para que um determinado grupo de indivíduos atinja objetivos específicos, através de um acordo voluntário para cooperação recíproca.

Abaixo, segue uma figura onde é demonstrado este ciclo:

Figura 1: Relação mercadológica das sociedades cooperativas.

Fonte: SEBRAE, 2011.

As sociedades cooperativas fundamentam-se na economia solidária e se propõe a obter um desempenho eficiente, com qualidade e valorização dos serviços que presta e seus próprios associados e usuários. A principal característica é de oferecer aos seus cooperados melhores condições econômicas e sociais, uma vez que a cooperativa, em si, não possui finalidade lucrativa (OCERGS, 2011).

Ainda o CFC, através da Norma Brasileira de Contabilidade - NBCT 10.8.1.2, define:

Entidades Cooperativas são aquelas que exercem as atividades na forma da lei específica, por meio de atos cooperativos, que se traduzem na prestação de serviços diretos aos seus associados, sem objetivo de lucro, para obterem em comum melhores resultados para cada um deles em particular. Identificam-se de acordo com o objeto ou pela natureza das atividades desenvolvidas por elas, ou por seus associados (CRCRS, 2011, p. 69).

(29)

28

As cooperativas estão regulamentadas pela Lei Federal nº 5.764/71, pela Constituição Federal, em seu art. 5º, incisos XVII e no art. 174, § 2º do Código Civil, pela NBC T 10.8 e pelas legislações específicas.

As informações geradas pela contabilidade das cooperativas devem estar de acordo com os princípios de contabilidade, para poder atender a legislação e gerar informações adequadas aos seus usuários, sendo os princípios os responsáveis por não deixar que a contabilidade fuja do seu objetivo. Também para que as cooperativas cumpram o seu papel com eficácia, devem seguir os sete princípios cooperativistas, que são à base do cooperativismo, eles são: Adesão voluntária; Gestão democrática; Participação econômica dos membros; Autonomia e Independência; Educação, formação e informações; Intercooperação; e Interesse pela comunidade.

As sociedades cooperativas possuem características que lhe são peculiares e isso já é o bastante para diferenciá-la das demais sociedades, como pode-se observar no quadro abaixo:

Quadro 1: Diferenças de uma empresa cooperativa e não cooperativa.

Empresa cooperativa Empresa não cooperativa

É uma sociedade de pessoas É uma sociedade de capital Objetivo principal é a prestação de serviços Objetivo principal: lucro

Número ilimitado de associados Número limitado de acionistas Controle democrático - um homem, um voto Cada ação um voto

Assembléia: quórum baseado no número de associados Assembléia: quórum baseado no capital Não é permitida a transferência das quotas-partes a

terceiros, estranhos à sociedade Transferências das ações a terceiros Retorno proporcional ao valor das operações Dividendo proporcional ao valor das ações Fonte: Portal do Cooperativismo (2011).

Sociedade cooperativa e não cooperativa apresentam diversos pontos em comum e outros divergentes, porém, ambas possuem diferentes classificações e um tratamento legislativo característico. O que se deve levar em consideração são as finalidades almejadas por cada uma.

A sociedade cooperativa tem a forma, obrigatoriamente, de uma sociedade simples e não dispõe de alternativas para a sua regulamentação, como ocorre com outros tipos societários, exceto com as sociedades anônimas.

Tendo como base a atual situação do nosso país, as cooperativas podem ser uma ótima saída, pelo seu princípio doutrinário e pelo seu pensamento democrático, tidas como norteadores desse tipo societário.

(30)

2.1.2. Norma Brasileira de Contabilidade T 10.8 – Entidades Cooperativas

O CFC aprovou a Resolução n° 920/01 que através da NBCT 10.8 regulamenta as entidades cooperativas. Esta norma estabelece “critérios e procedimentos de avaliação, registro das variações patrimoniais, estrutura das demonstrações contábeis e informações a serem incluídas em notas explicativas para as entidades cooperativas” (CRCRS, 2011, p. 64).

As normas são criadas para que se estabeleçam regras e procedimentos com o propósito contábil de fornecer aos seus usuários informações de acordo com a necessidade. A norma busca facilitar as decisões da sociedade. Sua característica fundamental é a evidenciação e a transparência na apuração e demonstração do resultado das atividades relacionadas entre a cooperativa e o associado.

A complexidade de informações que as sociedades cooperativas devem gerar para atender as necessidades de seus associados e de outros usuários tem merecido de fato uma norma contábil moderna e eficiente, que veio ajudar expressivamente para o crescimento das entidades cooperativas e também para a ciência contábil.

Os resultados mostram que a NBC T 10.8 preencheu uma lacuna histórica que interviu a prática da atividade contábil nas cooperativas, cujos procedimentos contábeis, que estão contidos em conteúdos técnicos e científicos na NBC T 10.8, são apresentados de forma detalhada.

2.2 RAMO DA ATIVIDADE

A Ceriluz Geração tem na sua política de gestão o respeito e a preservação do meio ambiente, afinal, é da natureza que vem a matéria prima para a geração de seu produto: a energia elétrica. É a água que movimenta as turbinas formando a eletricidade que chega as casas dos consumidores, portanto, ela opta pela construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH’s) pelas características fluviais da região onde atua, mas também pelo baixo impacto ambiental que elas geram, produzindo energia limpa. Juntas as PCH’s da Ceriluz Geração jogam no sistema elétrico 16,2 MW, a um baixo impacto ambiental. Graças a isso a cooperativa é geradora de créditos de carbono, com participação no mercado de Emissões Certificadas de Carbono autorizado no início de 2008 pela ONU.

(31)

30

Segundo, Wikipédia (2011), “a energia elétrica é uma forma de energia baseada na geração de diferenças de potencial elétrico entre dois pontos, que permitem estabelecer uma corrente elétrica entre ambos”.

As empresas de geração vendem energia principalmente para empresas distribuidoras, mas concorrem com estas e com as comercializadoras nas vendas para consumidores livres, esta operação é coordenada pelo ONS, que é o operador responsável pelo planejamento e operações da operação elétrica de médio prazo (ONS, 2011).

2.2.1 Setor Elétrico Brasileiro

Abaixo, se pode analisar a evolução do Setor Elétrico Brasileiro conforme algumas pesquisas em meios eletrônicos, pelo site da ANEEL; EDP no Brasil, que é um site sobre Geração, Comercialização e Distribuição de Energia Elétrica; Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS); Ministério de Minas e Energia (MME); Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (ELETROBRÁS); e Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE):

• 1879: Inauguração, na Estação Central da Estrada de Ferrovia Dom Pedro II, da primeira instalação de iluminação elétrica permanente do país.

• 1881: Instalação, pela Diretoria Geral dos Telégrafos, da primeira iluminação externa pública do país, em trecho da atual Praça da República, na cidade do Rio de Janeiro.

• 1883: Entra em operação a primeira usina hidrelétrica brasileira. A usina está localizada no Ribeirão do Inferno, cidade de Diamantina. Inauguração do primeiro serviço público municipal de iluminação elétrica do Brasil e da América do Sul.

• 1887: Entra em operação a usina termoelétrica da Fiat Lux.

• 1890 a 1900: Criação de várias usinas de geração de energia elétrica.

• 1903: Aprovação, pelo Congresso Nacional, do primeiro texto de lei disciplinando o uso de energia elétrica no país.

• 1908: Entra em operação à hidrelétrica Fontes Velha, a maior usina do Brasil e uma das maiores do mundo na época.

• 1934: Promulgação do Código de Águas, pelo presidente Getúlio Vargas, que atribui ao poder público a possibilidade de controle das concessionárias de energia elétrica.

(32)

• 1937: Inauguração do primeiro trecho eletrificado da Estrada de Ferro Central do Brasil, no Rio de Janeiro.

• 1939: Criação, por Vargas, do CNAE (Conselho Nacional de Águas e Energia), que tem como objetivo sanear os problemas de suprimento, regulamentação e tarifa referentes à indústria de energia elétrica do país.

• 1943: Início da criação de companhias estaduais e federais.

• 1952: Criação do BNDE (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico), com foco nas áreas de energia e transporte.

• 1954: Entra em operação a usina Paulo Afonso I. Pertencente à Chesf é a primeira grande hidrelétrica construída no rio São Francisco. Também inicia operações a usina Piratininga, a primeira termelétrica de grande porte do Brasil.

• 1957: Criada a Central Elétrica de Furnas S.A., com o objetivo de aproveitar o potencial hidrelétrico do Rio Grande e solucionar, assim, a crise de energia na Região Sudeste.

• 1960: Criação do Ministério das Minas e Energia, pelo presidente Juscelino Kubitschek.

• 1961: Criação da Eletrobrás pelo presidente João Goulart, com o objetivo de coordenar o Setor de Energia Elétrica Brasileiro.

• 1963: Entra em operação a hidrelétrica de Furnas, maior usina do Brasil na época de sua construção.

• 1965: Criação do Departamento Nacional de Águas e Energia, encarregado da regulamentação dos serviços de energia elétrica no país.

• 1968: Criação da Eletrosul (Centrais Elétricas do Sul do Brasil S.A.); Início da operação da maior termelétrica do país, a usina Santa Cruz, de Furnas Centrais Elétricas S.A.; Criação do Eneram (Comitê Coordenador de Estudos Energéticos da Amazônia).

• 1969: Criação do CCOI (Comitê Coordenador de Operação Interligada) para diminuir os problemas operativos e aperfeiçoar o processo de interação das empresas do setor.

• 1973: Criação da Itaipu Binacional, a partir do tratado firmado entre Brasil e Paraguai para regulamentação da construção e operação de hidrelétricas no rio Paraná. Criação da Eletronorte (Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A); Criação da Nuclebrás (Empresas Nucleares Brasileiras S.A.); Criação do Cepel (Centro de Pesquisas de

(33)

32

Energia Elétrica) para desenvolvimento de tecnologia em equipamentos e em sistemas elétricos.

• 1982: Criação do GCPS (Grupo Coordenador de Planejamento dos Sistemas Elétricos).

• 1984: Entra em operação a usina hidrelétrica Itaipu, a maior hidrelétrica do mundo; Criação da Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia).

• 1985: Criação do Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica), com o objetivo de incentivar a racionalização do uso da energia elétrica, combatendo o desperdício. Inicia operação a usina termonuclear Angra I, primeira usina nuclear do Brasil.

• 1986: Entra em operação o sistema de transmissão Sul-Sudeste, transportando energia elétrica de Itaipu para a Região Sudeste.

• 1988: Criação da Revise (Revisão Institucional de Energia Elétrica). Criação do Comase (Comitê Coordenador das Atividades do Meio Ambiente do Setor Elétrico).

• 1990: O presidente Fernando Collor de Mello sanciona a Lei nº 8.031, que cria o PND (Programa Nacional de Desestatização); Criado o Sintrel (Sistema Nacional de Transmissão de Energia Elétrica), que viabiliza a competição na geração, distribuição e comercialização de energia.

• 1994: Inicio da nova fase do Setor Elétrico, marcado por privatizações e o estado virando órgão regulador dos serviços.

• 1995: Criação da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica).

• 1996: Surge a ANEEL e o ONS, criados com os objetivos de regular e fiscalizar a geração, a transmissão, a distribuição e a comercialização da energia elétrica.

• 1997: Criada a Eletronuclear (Eletrobrás Termonuclear S.A.), responsável pelos projetos das usinas termonucleares brasileiras. Nova constituição do órgão regulador do Setor de Energia Elétrica, sob a denominação de ANEEL.

• 1998: Regulamentação do MAE (Mercado Atacadista de Energia Elétrica), consolidando a distinção entre as atividades de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica. Estabelecimento das regras de organização do ONS, em substituição ao GCOI (Grupo Coordenador para Operação Interligada).

(34)

• 2002: Em junho, é extinta a GCE (Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica), substituída pela CGSE (Câmara de Gestão do Setor Elétrico), vinculada ao CNPE (Conselho Nacional de Política Energética). A CGSE tem a incumbência de propor ao CNPE diretrizes para a elaboração da política do Setor de Energia Elétrica, além de gerenciar o Programa Estratégico Emergencial para o aumento da oferta de energia.

• 2004: Concessão do Departamento Municipal de Eletricidade de Poços de Caldas. Aprovado o novo modelo do Setor Elétrico, com a promulgação, em março, das Leis nº 10.847 e nº 10.848, que definem as regras de comercialização de energia elétrica e criam a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), com a função de subsidiar o planejamento técnico, econômico e socioambiental dos empreendimentos de energia elétrica, petróleo e gás natural e seus derivados e de fontes energéticas renováveis. Criados a CCEE, o CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) e o CGISE (Comitê de Gestão Integrada de Empreendimentos de Geração do Setor Elétrico).

• 2005: Sistema elétrico passa a contar com caminhos alternativos para o suprimento de energia. São assinados os contratos de concessão para a implantação de 2.747 quilômetros de 10 novas linhas de transmissão. A primeira usina brasileira de produção do biodiesel é inaugurada em março, em Cássia/MG.

A organização utilizada como estudo, a Ceriluz Geração, tem um órgão responsável pela regulação, que é a ANEEL. A regulação é uma condição essencial para que o sistema funcione cumprindo seus objetivos com eficiência e eficácia.

A partir da Lei nº 9.427/96, foi criado o órgão regulador do Setor Elétrico Brasileiro - a ANEEL, que tem como atribuições:

Regular e fiscalizar a geração, a transmissão, a distribuição e a comercialização da energia elétrica, atendendo reclamações de agentes e consumidores com equilíbrio entre as partes e em beneficio da sociedade; mediar os conflitos de interesses entre os agentes do Setor Elétrico e entre estes e os consumidores; conceder, permitir e autorizar instalações e serviços de energia; garantir tarifas justas; zelar pela qualidade do serviço; exigir investimentos; estimular a competição entre os operadores e assegurar a universalização dos serviços.

A responsabilidade deste órgão atuante no Setor Elétrico Brasileiro é a mediação, regulação e fiscalização do funcionamento do sistema elétrico; realização de leilões de concessão de empreendimentos de geração e transmissão por delegação do MME; e realização de licitação para aquisição de energia para os distribuidores (ANEEL, 2011).

(35)

34

2.3 CONTABILIDADE

“Uma das ciências mais antigas que se conhece é a ciência contábil, e, segundo o historiador Aristóteles, há mais de 2.000 anos, já refletia acerca de uma ciência que controlaria a riqueza” (CREPALDI, 2003, p. 15).

“A contabilidade é tão remota quanto o homem que pensa, ou, melhor dizendo, que conta. A necessidade de acompanhar a evolução dos patrimônios foi o grande motivo para seu desenvolvimento” (IUDÍCIBUS, 2009, p. 29).

A contabilidade surgiu em função de uma característica utilitária, de sua capacidade de responder a questionamentos sobre um determinado patrimônio. Utilidade esta que contribuiu não somente com o seu surgimento, mas também com a sua própria evolução (FERNANDES, 2003, p. 06).

A contabilidade é definida como uma ciência social, pois discorre de um patrimônio que envolve um conjunto de pessoas, dentro de uma sociedade, com implicações internas e externas e, igualmente, as variações nesse patrimônio afetam de alguma forma o meio em que está inserido.

É uma ciência que cuida da área de finanças de empresas por meio de registros, informando sobre a gestão do patrimônio e dando subsídios para tomada de decisão acerca das diretrizes e dos rumos desejados.

Para Basso (2011), contabilidade é uma ciência social, que tem como objeto de estudo o patrimônio das entidades, seus fenômenos e variações, tanto no aspecto quantitativo quanto qualitativo. O patrimônio é definido como um conjunto de bens, direitos e obrigações.

Sá (2002, p. 46), define “contabilidade como uma ciência que estuda os fenômenos patrimoniais, preocupando-se com realidades, evidências e comportamentos dos mesmos, em relação à eficácia funcional das células sociais”.

Não obstante a essas informações, Iudícibus (2009, p. 14) observa que “o objetivo principal da contabilidade é fornecer informação econômica relevante para cada usuário para tomar suas decisões e realizar seus julgamentos com segurança”.

Como as outras ciências, a contabilidade:

a) possui fontes de informação organizadas sistematicamente; b) pode enunciar verdades sobre fatos verificáveis;

c) tem condições de descobrir novos fatos e de estabelecer modelos de situações ainda não constatáveis;

(36)

d) por meio de sua doutrina e da experimentação, pode enunciar leis científicas, válidas universalmente;

e) contribui para a evolução da humanidade por seus postulados de eficácia no uso da riqueza, militando em favor do bem-estar material das células sociais, de seus componentes e de toda a sociedade; (SÁ, 2002, p. 40).

A importância da contabilidade é a essência e não a forma que se utiliza para que a essência seja conhecida, ou seja, se estuda o comportamento dos fenômenos e não os próprios fenômenos (SÁ, 2002).

A finalidade da contabilidade é fornecer informações econômicas e financeiras acerca da entidade. “A finalidade básica da contabilidade é gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, com ênfase para o controle e o planejamento – processo decisório” (BASSO, 2011, p. 28).

Para Iudícibus (2009, p. 04), “a finalidade da contabilidade é prover os usuários dos demonstrativos financeiros com informações que os ajudarão a tomar decisões”.

“Os principais fins da contabilidade são os de assegurar o controle do patrimônio e fornecer informações sobre sua composição e as variações patrimoniais, bem como sobre o resultado das atividades econômicas desenvolvidas pelas entidades” (SANTOS et al, 2004, p. 28).

No que tange aos objetivos da contabilidade, entende-se revelar como se encontra e quais os fatores que proporcionaram mutações no patrimônio, fornecendo assim, informações úteis à tomada de decisões.

Para Iudícibus (2009, p. 04), “o objetivo da contabilidade é fornecer aos usuários, independente de sua natureza, um conjunto básico de informações, que presumivelmente, deveria atender igualmente a todos os tipos de usuários”.

Todavia, para Basso (2011, p. 28), os principais objetivos da contabilidade podem ser assim explicados:

• Controlar (física e monetariamente) os elementos patrimoniais e suas variações;

• Apurar os resultados decorrentes das variações ocorridas no patrimônio da entidade;

• Evidenciar a situação patrimonial, econômica e financeira da entidade, bem como suas tendências;

• Atender para o cumprimento de normas, leis e demais dispositivos emergentes da legislação aplicável aos negócios da entidade;

• Fornecer informações sobre o patrimônio aos seus usuários, de acordo com suas necessidades;

(37)

36

“Com base nesses pressupostos, o objetivo é o de permitir, para cada usuário, a avaliação da situação econômica e financeira da entidade, num sentido estático, bem como fazer conclusões sobre suas tendências futuras” (SANTOS et al, 2004, p. 28).

Os usuários da contabilidade são todas as pessoas físicas ou jurídicas que, direta ou indiretamente, tenham interesse no desenvolvimento da entidade, ou seja, administradores, diretores e executivos; sócios e acionistas da entidade; bancos, financiadores e investidores; fornecedores; governos federal, estaduais e municipais; (BASSO, 2011).

“Atualmente todas as pessoas, físicas ou jurídicas, que direta ou indiretamente tenham interesse na situação da empresa, são ou podem vir a ser usuários das informações contábeis” (ALVES e BATISTA, 2001, p. 29).

“A ampliação do leque dos usuários potenciais da contabilidade decorre da necessidade de uma empresa evidenciar suas realizações para toda a sociedade” (CREPALDI, 2003, p. 29).

2.4 PRINCÍPIOS CONTÁBEIS

“Os princípios simplesmente são e, portanto, preexistem às normas, fundamentando e justificando a ação, enquanto aquelas a dirigem na prática [...], os princípios refletem o estágio em que se encontra a ciência da contabilidade” (BASSO, 2011, p. 350).

Os princípios de contabilidade representam o núcleo central da própria contabilidade, na sua condição de ciência social, sendo a ela inerentes. Os princípios constituem sempre as vigas-mestras de uma ciência, revestindo-se dos atributos da neutralidade e veracidade, conservando validade em qualquer circunstância (BASSO, 2011, p. 349).

Os princípios são revestidos de universalidade e generalidade, elementos que caracterizam o conhecimento científico, justamente com a certeza, o método e a busca das causas primeiras.

O CRCRS (2011, p. 17) em disposto à Lei nº 750/93 art. 2º, estabelece que os princípios de contabilidade: “representam a essência das doutrinas e teorias relativas à ciência da contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País”.

(38)

Os denominados Princípios Fundamentais de Contabilidade são macro regras para a política informativa patrimonial das aziendas ou entidades, baseados em doutrinas e teorias científicas, tendo por objetivos básicos uniformizar a terminologia, aproximar a imagem fiel do patrimônio e guiar as normas gerais reguladoras dos sistemas normativos (SÁ, 2000, p. 23).

“O critério hoje aceito pela maioria dos grandes expoentes da contabilidade é o de que os princípios devem apoiar-se em doutrinas e teorias e as normas devem apoiar-se em princípios” (SÁ, 2000, p. 16).

Figura 2: Conhecimento Racional e seu Processo Normativo.

Doutrinas e Teorias

Princípios de Contabilidade

Normas Brasileiras de Contabilidade

Fonte: Elaborado pela autora a partir do livro Princípios Fundamentais de Contabilidade (Sá 2000, p. 16).

A partir das doutrinas e teorias é que se deduzem os princípios e estes orientam as normas contábeis, pois, o cumprimento aos princípios representa condição de conformidade às normas contábeis, ou seja, os princípios são para as normas o que a constituição é para as leis de um país, ou ainda, as normas não podem contrariar os princípios (SÁ, 2000).

O CFC, como órgão normativo da atividade contábil do Brasil, em 1981 decidiu rever os denominados princípios de contabilidade geralmente aceitos, que resultou na publicação da Resolução CFC nº 530/81, instituindo os princípios fundamentais de contabilidade. Onze anos depois, em decorrência de uma avaliação dos mesmos, instituiu novos princípios, totalizando então, em sete princípios fundamentais de contabilidade, regidos pela Resolução CFC nº 750/93 (BASSO, 2011).

Após a reformulação da contabilidade societária em decorrência da vigência das leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09, estão organizados em seis, chamados de princípios de

Referências

Documentos relacionados

O monitoramento do PGRS será feito a partir de Planilhas de Controle de Resíduos do Sistema de Gestão e os registros gerados que comprovam a efetiva

No ano de 2014, foram realizadas cinco reuniões ordinárias do Comitê Piabanha em três municípios: Paraíba do Sul, Paty do Alferes e Petrópolis, com destaque para

Com um sistema de análise em prática, é possível extrair informações das demonstrações contábeis (Balanço Patrimonial; Demonstração do Resultado do..

tipos promoções para a comunidade em forma de agradecimento a fidelidade de seus clientes e também para atrair novo publico para conhecer e desfrutar dos serviços dos

As demonstrações contábeis, que devem ser elaboradas pela entidade sem finalidade de lucros, são o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Período, a Demonstração

Sendo assim, os resultados sugerem que a utilização desse material educacional contribuiu para a elevação da pontuação média, demonstrando a capacidade promissora dessa ferramenta no

Escrituração das demonstrações contábeis a partir do registro de operações: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do exercício, Demonstração dos Lucros ou

Caso, em equilíbrio, o preço praticado por um monopolista discriminador de terceiro grau no mercado A seja superior ao preço por ele praticado no mercado B, pode-se concluir que