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ARTIFICIAL INTELLIGENCE

No documento OS ROBÔS DE ISAAC ASIMOV: (páginas 115-135)

3. O CINEMA DE FICÇÃO CIENTÍFICA

3.1 ARTIFICIAL INTELLIGENCE

O filme Artificial Intelligence pode ser analisado a partir de diversos pontos,

dentre os quais escolhemos os seguintes: seu diálogo com a literatura, em particular, com os contos de fadas; as imagens construídas em determinadas cenas do filme e seus significados; as falas dos personagens e seus significados. A partir desses aspectos, mostraremos os temas presentes na história, verificando de que modo eles são tratados e a intencionalidade da obra, intencionando analisar os mesmos aspectos tratados nos contos.

126 Não selecionamos a adaptação cinematográfica da obra I, Robot, realizada em 2004 (dirigida por Alex Proyas), pois ela tem muitos poucos elementos que remetem ao texto de Isaac Asimov.

3.1.1 O diálogo com os contos de fadas

Logo no início do filme, temos a presença de um narrador que explica o contexto em que a história irá se passar: uma era em que as calotas polares derreteram, fazendo com que muitas cidades litorâneas desaparecessem. Além disso, muitos países subdesenvolvidos foram devastados pela fome e outros só prosperaram após a implantação de leis de controle de natalidade. Nesse ambiente, os robôs se tornaram um objeto extremamente viável, pois não necessitam de recursos, além dos de fabricação, para serem mantidos. Desse modo, a história é colocada em uma localização temporal indefinida. Sabemos que se trata de algum ponto no futuro, mas não é possível dizer exatamente quando. Além de essa atemporalidade ser uma das marcas dos textos de

Ficção Científicaque tratam do futuro – algo que pudemos observar no conto “Robbie”,

de Asimov – ela já estava presente nas narrativas de contos de fadas, que

frequentemente se iniciam com as palavras “era uma vez”127.

O diálogo constante entre o filme e os contos de fada fica evidente em várias sequências do longa. Quando Mônica, a mãe, vai visitar seu filho que se encontra em estado de coma, adentra uma sala cuja parede é decorada com cenas de histórias infantis. Conforme a personagem caminha, pode-se ver na parede a figura de Alice e Humpty Dumpty, seguida por uma imagem de Tweedledee e Tweedledum, também personagens de Alice no país das maravilhas (Alice’s Adventures in Wonderland, 1865), Pinóquio e Chapeuzinho Vermelho. É possível perceber uma forte relação entre algumas das temáticas apresentadas por essas histórias fantásticas, histórias maravilhosas e a narrativa fílmica.

Humpty Dumpty tornou-se bastante popular através de uma nursery rhyme128, a

qual acredita-se ter surgido a partir de uma charada129. A primeira versão registrada da

rima data de 1870 e foi produzida por um compilador de rimas infantis, chamado James

127 Não se sabe ao certo quando a expressão “once upon a time” surgiu. O Oxford English Dictionary tem exemplos da frase sendo usada ainda em 1385, nos textos de Canterbury Tales. Mais tarde, ela foi traduzida para o francês pelo autor Charles Perrault e incorporada aos contos de fadas. Sempre que nos deparamos com essa expressão inicial em uma narrativa, sabemos que, por mais fantástica que a história contada possa parecer, podemos acreditar em seus elementos.

128 Rima infantil ou cantiga de ninar.

129 As charadas (riddles) eram bastante frequentes na poesia em língua inglesa antiga (Old English). Elas, geralmente, eram divididas em dois tipos: o enigma, cujo sentido era metafórico, ou as conundra , frases que jogam com o duplo sentido de uma expressão ou palavra.

William Elliot, na Inglaterra e seus versos eram compostos da seguinte forma:

Humpty Dumpty sat on a wall, Humpty Dumpty had a great fall.

All the king's horses and all the king's men Couldn't put Humpty together again.130

Existem várias teorias de quem poderia ter sido Humpty Dumpty, sendo que alguns até o associam com figuras históricas, como o rei Ricardo III, da Inglaterra. Porém, o que se percebe apenas pela análise dos versos da rima é que se trata de alguém que sofreu uma grande queda e suas partes não puderam ser reconstruídas. Em 1865, o autor Lewis Carroll colocou Humpty Dumpty como uma de suas personagens

antropomórficas no livro Alice’s Adventures in Wonderland. Observamos em uma das

ilustrações da obra que Humpty Dumpty é, na verdade, um ovo:

Figura 14: Alice e Humpty Dumpty

Fonte: <http://wordyenglish.com/alice/lg-ch06.html>

A representação desse personagem como um ovo dá um novo sentido à rima, pois se um ovo caísse de cima de um muro alto, provavelmente se partiria em inúmeros pedaços. Seria possível que tentassem juntar suas partes novamente, mas provavelmente bastante improvável que se conseguisse. Essa imagem da queda de Humpty Dumpty tem sido frequentemente associada à metáfora da fragilidade do homem e foi utilizada

em outras obras literárias, como Finnegans Wake (1939), de James Joyce, ao retratar a

queda do homem. Segundo Worthington (1957, p. 37),

130 Humpty Dumpty sentou-se no muro/ Humpty Dumpty teve uma grande queda/ Todos os cavalos e homens do rei não conseguiram juntar as peças de Humpty novamente. (tradução nossa)

In James Joyce Finnegans Wake, the story of Finnegan is the story of every man and every civilization. It is a story, briefly, of birth, sin, fall, and resurrection; of spring, summer, autumn, and winter131, which leads to spring again. [...] In the Irish-American ballad from which Joyce’s great work takes its name, Tim Finnegans Wake, the hod carrier Finnegan falls from his ladder, is laid out in his coffin and waked; [...] he sits up and proclaims that is not dead at all. The hero of Joyce’s work is not only the hod carrier but Finn McCool (Finn-again) of Irish legend; Humphrey Chimpden Earwicker, a Dublin pub-keeper; Humpty Dumpty; and other men – and civilizations – which have fallen, and yet survived, sometimes through their children and sometimes through their works, both being forms of creation. 132

A associação entre Artificial Intelligence e Humpty Dumpty, levando em

consideração a citação acima, é de que o filme também trata da queda do homem. Para começar, o contexto da história mostra uma situação desfavorável para sua sobrevivência – uma era de degelo das calotas polares e de extinção de parte da população. Além disso, observamos, ao longo de todo o filme, um conflito entre o homem e sua própria criação, o robô, o qual se mostra mais forte do que seu próprio criador. Em um documentário sobre o filme, disponível nos extras do DVD, o diretor Steven Spielberg afirma que a narrativa se passa momentos antes de uma guerra civil entre homens e máquinas. No final, vemos que os homens foram derrotados, uma vez que, dois mil anos depois, apenas uma civilização de robôs super desenvolvidos habita o planeta Terra.

Quando David é encontrado e resgatado, após ter permanecido em um submarino por dois mil anos pedindo para a Fada Azul transformá-lo em um menino de verdade, seus “salvadores” tratam-no como uma relíquia, pois o menino fora – ao contrário deles, que foram construídos por outros robôs –, criado pelas mãos de

131 Essa associação entre as fases da vida de um homem ou de uma civilização é marcada também através das estações do ano nos contos que deram origem ao filme AI: “Supertoys last all summer long”, “Supertoy when winter come” e “Supertoys in other seasons”.

132 Em Finnegans Wake, de James Joyce, a história de Finnegan é a história de todo homem e de toda civilização. É uma história, brevemente, do nascimento, do pecado, da queda, e da ressureição; da primavera, do verão, do outono, e do inverno, que leva novamente à primavera. [...] Na balada irlandesa-americana da qual o grande trabalho de Joyce herdou seu nome, Tim Finnegans Wake, o carregador de cocho, Finnegan, cai de sua escada, é colocado em seu caixão e despertado; [...] ele se senta e proclama que não está morto. O herói da obra de Joyce não é apenas um carregador de cocho, mas é o Finn McCool (Finn novamente) da lenda irlandesa; Humphrey Chimpden Earwicker, um dono de pub; Humpty Dumpty; e outros homens – e civilizações – que caíram, e mesmo assim sobreviveram, as vezes através de seus filhos e outras pelas suas obras, ambas formas de criação. (tradução nossa)

verdadeiros humanos e é a imagem de seus próprios criadores. Assim, comprovamos a tese de Worthington de que após a queda, as civilizações se levantam, mesmo que seja através de seus filhos ou de seu trabalho, frutos de sua criação.

A próxima imagem reproduzida na parede, a dos personagens Tweedledee e Tweedledum, trata do conceito de simulacro e simetria. A origem desses personagens é

atribuída a um poema do inglês John Byrom e, também, a uma nursery rhyme;

culturalmente, os personagens são associados a duas pessoas que se parecem muito fisicamente. Porém, estas figuras ficaram mais famosas apenas após também aparecerem em uma obra de Lewis Carroll, dessa vez, em Through the Looking-Glass and what Alice found there.

Figura 15: Tweedledee e Tweedledum

Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Tweedledum_and_Tweedledee

Tweedledee e Tweedledum são exatamente iguais, como se fossem imagens refletidas em um espelho. Podem-se fazer três associações entre essas figuras e o filme Artificial Intelligence; a primeira, mais clara, é a do robô como cópia, como reprodução do ser humano. A perfeição da estrutura do corpo do menino artificial é admirada por aqueles que o cercam durante todo o filme. Em uma das cenas, David e seu irmão Martin estão na piscina e os colegas do humano insistem em tocá-lo e em observar o quanto ele parece real; em outra cena, quando David é capturado e levado ao Mercado de Pele juntamente com outros robôs para ser destruído diante de uma plateia, um dos responsáveis pelo evento usa um dispositivo, com um raio X, para verificar se o garoto possui órgãos e esqueleto ou um mecanismo internamente. Em seguida, quando levado para ser destruído, o público se apieda de David, devido a sua semelhança muito próxima com uma criança de verdade. A questão do robô como cópia do homem chega

a seu momento mais importante em uma das cenas finais, quando descobrimos que David, na verdade, foi inspirado no filho falecido do cientista que o criou, como se fosse um verdadeiro clone.

A segunda associação que fazemos é com o fato de David imitar o movimento dos humanos o tempo todo, para tentar se aproximar deles. Na hora do jantar, por exemplo, apesar de não precisar se alimentar, o robô aproxima os copos e talheres da boca, sempre que o pai ou a mãe fazem isso. É uma forma encontrada por ele de participar desse momento familiar, de tentar aprender o que é ser humano.

Figura 16: David com os pais

Por fim, a última associação observada é o fato de David não ser o único de sua “espécie”. Quando consegue, finalmente, chegar à fábrica em que foi criado, a Cybertronics, encontra outro David, exatamente como ele, sentado em uma poltrona. Até então, o menino acreditava que seria amado pela mãe por ser único e, por isso, especial. Diante de sua cópia, porém, sente-se inseguro e ameaçado, com medo de perder o amor que seria devido somente a ele. Em um ataque de ciúmes e fúria, David destrói a outra máquina, acertando-a na cabeça com uma luminária. A decepção aumenta, ainda mais, quando, ao caminhar pela fábrica, ele se depara com outras infinitas cópias de si mesmo embaladas em caixas para serem distribuídas a outros clientes.

Figura 17: David e suas cópias

Podemos entender esse encontro de David com suas cópias também pela perspectiva do duplo, tratada por Otto Rank. Ao citar Rank, o psicanalista Sigmund Freud (Das Unheimliche, 1919) associa a figura do duplo com algo que é, ao mesmo tempo, estranho e familiar. Tudo aquilo que é estranho, ou unheimliche, de acordo com o autor, provoca medo, terror; assim, a identificação do sujeito com outro igual a ele provoca medo de que seu eu (self) seja substituído pelo de outro. O duplo se desdobra, imita o indivíduo e passa a ter existência própria, tornando-se uma ameaça.

Rank afirma que a busca por si mesmo, pela compreensão do próprio interior ou da própria essência pode levar a uma divisão da personalidade. Além disso, Carl Gustav Jung, partindo do conceito de duplo, definiu que a busca pela compreensão do que é interno (inconsciente) e externo (consciente) no sujeito equivale a uma busca pela individuação. Podemos entender a busca de David por se tornar um menino de verdade como uma busca por si mesmo, uma tentativa de entender quem ele é; assim como é possível pensar que ao criar um robô, o homem também está em busca de colocar no mundo exterior aquilo que tem dentro de si. No filme, portanto, verificamos uma busca pela individuação tanto por parte dos homens, quanto por parte dos robôs. Contudo, os homens não conseguem ser bem sucedidos nessa tarefa, entram em guerra com suas cópias, seus outros “eus”, e acabam extintos. David consegue permanecer nesse busca e, por isso, sobrevive.

A imagem de contos de fadas que aparece em seguida é a do boneco de madeira, Pinóquio. Podemos considerar que esta tem uma forte simbologia ao longo do filme. O conto “Supertoys last all summer long”, de Brian W. Aldiss, foi publicado pela primeira vez no ano de 1969. De acordo com a Science Fiction and Fantasy writers

of America (SFWA)133, o único motivo pelo qual o autor vendeu os direitos de sua história a Stanley Kubrick, em 1982, foi por questões financeiras. Após a morte de Kubrick, que deixou o projeto inacabado, Steven Spielberg tornou-se o novo proprietário dos direitos desse texto e pôde, assim, prosseguir com as filmagens do longa.

Entretanto, conforme citado anteriormente, seria muito difícil transformar um conto de aproximadamente dez páginas em um filme de 146 minutos sem que os roteiristas, Ian Watson e o próprio Spielberg, realizassem inúmeros acréscimos, supressões, reinterpretações, entre outras mudanças à história.

O conto, assim como suas duas sequências, “Supertoys when winter comes” e “Supertoys in other seasons”, narra a história de um robô criança, chamado David, que é adotado por uma mulher, Mônica, proibida de ter filhos. David faz esforços incontáveis para conseguir fazer sua mãe feliz e dizer a ele que a ama, mas, aparentemente, sua programação linguística não permite que ele encontre as palavras corretas para expressar seus sentimentos. Porém, a mãe, humana, não consegue amar esta criança artificial, apesar de todos os seus esforços.

Na versão de Steven Spielberg, a construção de David é resultado de um projeto ambicioso para tornar os robôs o mais próximo possível do humano. O filme mostra que essas máquinas são, aparentemente, idênticas aos seres humanos, mas no momento de explicarem o que é o amor, só conseguem apenas defini-lo, como se fosse um dicionário. Por isso, um novo programa é introduzido no computador do robô para que ele aprenda o que é o amor; tais seres entram em um processo de testes e uma família, cujo filho estava em coma por muitos anos, é escolhida para adotá-lo.

Após sua mãe, Mônica, ativar a programação necessária para ativar os sentimentos do pequeno robô, David começa a perceber que ela não consegue amá-lo. Por isso, começa a nutrir o desejo de se tornar um menino de verdade, assim como o personagem Pinóquio, conhecido através das histórias que a mãe contava para ele antes de dormir.

O filme passa, então, a mostrar a jornada de David à procura pela Fada Azul, personagem que, no conto infantil, atende o desejo do boneco de madeira e transforma Pinóquio em um menino de verdade.

133 Organização profissional que reúne autores de Ficção Científica, Fantasia e gêneros afins. Já fizeram parte dessa associação autores como Isaac Asimov e Ray Bradburry. Fonte: <https://www.sfwa.org/>. Acesso em 27 de maio de 2015.

A associação feita entre a narrativa de “Supertoys last all summer long” e Le avventure di Pinocchio. Storia di un burattino (As aventuras de Pinóquio, 1881-1883), de Carlo Collodi, é o principal ponto do filme. Porém, esse detalhe não consta do texto escrito por Brian Aldiss. Trata-se de um acréscimo feito por Stanley Kubrick, ao adquirir os direitos autorais e produzir o roteiro.

O livro Le avventure di Pinocchio. Storia di un burattino foi publicado em série em um jornal infantil no final do século XIX. Antes de ser popularizado em uma versão mais infantil e amena criada pelos estúdios Walt Disney, o texto criado por Collodi era, de fato, bastante sombrio e moralizante. No livro, a Fada Azul é um personagem extremamente importante, até mais do que o próprio Grilo Falante – o personagem que aconselha Pinóquio a agir corretamente e que, ironicamente, acaba sendo esmagado pelo boneco. Seu nome em inglês, Blue Fairy, que é utilizado em Artificial Intelligence, foi criado pela animação da Disney. Na verdade, no texto fonte seu nome era The Fairy with the Turquoise Hair, ou La Fata dai Capelli Turchini, em italiano. A imagem da fada é construída de forma bem sombria (gótica) e não semelhante às dos contos maravilhosos. Sua primeira aparição na história se dá quando Pinóquio, ao fugir da Raposa e do Gato, a encontra dentro de uma casa na floresta. Nessa passagem, a fada alega que na verdade é uma garota morta, a espera de seu caixão.

Além disso, na primeira versão da história, o menino de madeira era punido com

a morte por todo seu mau comportamento - como sua fuga para a Playland, onde foi

transformado em burro - sendo enforcado em uma árvore. Algum tempo mais tarde, Collodi reescreveu o final do texto, permitindo que a Fada Azul o livrasse e o transformasse em um menino de verdade.

Em uma breve análise, podemos perceber que para se tornar um menino de verdade e deixar de ser um garoto “artificial”, Pinóquio necessita passar por uma humanização, ou seja, ele tem de deixar de lado instintos primitivos como o impulso de matar aqueles que o aborrecem e o de se entregar a prazeres e diversões sem levar em conta suas obrigações. Assim, é como se, para poder se tornar humano ele precisasse se integrar aos costumes sociais e deixar de lado a liberdade.

O que podemos concluir a partir dessas observações é que os diálogos de Artificial Intelligence com o texto de Carlo Collodi, além de criar um ambiente de fantasia, próprio do universo infantil, são introduzidos para mostrar um mundo frio, onde as regras sociais devem ser respeitadas para que não haja punições severas; um

lugar em que se pode fugir para uma ilha de prazeres, mas esta não suprirá, não trará satisfação de seus desejos mais íntimos.

Esse clima de contos de fadas que permeia o filme leva o espectador a crer na possibilidade de David tornar-se um menino de verdade no final da história. Apesar de vermos que o mundo ali apresentado não possui elementos mágicos e que, apesar de se tratar de uma sociedade diferente da nossa em certos aspectos, em função da tecnologia mais avançada, o universo construído é muito próximo do que conhecemos, o filme nos faz crer que, a qualquer momento, algo fantástico ou maravilhoso poderia acontecer. No entanto, estando diante da Fada Azul, a qual não passa de uma estátua construída para um parque de diversões, o robô não tem seu desejo realizado. Este é o momento que fica clara a diferença entre o fantástico e a Ficção Científica: David não é ajudado por uma fada e não pode se tornar real; porém, é resgatado por um grupo de robôs que conseguem dar a ele uma pequena fração daquilo que ele sempre buscara: o amor de sua mãe. Através de alguns fios de cabelo de Mônica, os quais haviam sido conservados pelo urso Ted, os robôs do futuro são capazes de fazer um clone da mulher, o qual só pode viver por um dia. Desse modo, David é capaz de se reencontrar com a mãe e ter um dia especial com ela (conforme ela o prometera, de forma enganosa, no dia em que o abandonou). O filme termina com Mônica adormecendo para nunca mais acordar e David deitado ao seu lado. Não sabemos o que acontece depois disso, mas o que

No documento OS ROBÔS DE ISAAC ASIMOV: (páginas 115-135)

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