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DOCUMENTOS DO ESTADO DE SANTA CATARINA

1.4 AS POLÍTICAS PARA A EDUCAÇÃO ESPECIAL E OS SERVIÇOS PROPOSTOS PARA ESTA ÁREA NAS PRODUÇÕES

1.4.2 Artigos científicos em periódicos acadêmicos

A triagem de artigos científicos foi concentrada em duas bases: primeiro na biblioteca eletrônica SciELO, que possibilitou contato com várias revistas científicas, e depois na Revista Educação Especial da Universidade Federal de Santa Maria.

Na SciELO realizamos uma primeira triagem com os verbetes simples15. Quando utilizamos ―educação especial‖, obtivemos 180 produções; ―educação inclusiva‖, 41 artigos; ―atendimento educacional especializado‖, um artigo. Ao utilizarmos ―política de educação especial‖, o buscador direcionou para o verbete ―política de educação inclusiva‖ que, pesquisado posteriormente, levou a um mesmo e único artigo. Com o verbete ―inclusão‖, obtivemos 173. O total foi de 396 artigos, como mostra a Tabela 1.

Tabela 1 – Número de artigos obtidos na primeira coleta na biblioteca eletrônica SciELO em setembro de 2010

VERBETE QUANTIDADE

Educação especial 180

Educação inclusiva 41

Atendimento educacional especializado 1 Política de educação especial – Política de educação

inclusiva 1

Inclusão 173

Total 396

Fonte: Base de Dados SciELO, 2002-2011

Observando que dentre os artigos selecionados havia imprecisões referentes aos temas pesquisados e pela grande quantidade de produções obtidas nos verbetes ―educação especial‖, ―educação inclusiva‖ e

15

―inclusão‖, realizamos nova pesquisa com o termo ―política‖. Dessa maneira, obtivemos oito artigos que estão estritamente relacionados ao nosso interesse de pesquisa e reunidos no Quadro 5.

Quadro 5 – Artigos selecionadas em periódicos da Base de Dados SciELO (2002-2011)

ANO PERIÓDICO TÍTULO AUTOR

2011 Revista Brasileira de Educação Especial16,

n. 17

Percursos da constituição de uma política brasileira de Educação Especial inclusiva

Mônica de Carvalho Magalhães Kassar 2011b Educar em Revista17,

n. 41

Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva: desafios da implantação de uma política

nacional

Mônica de Carvalho Magalhães Kassar 2011 Revista Brasileira de Educação

Especial, n. 17

A política de Educação Especial no Brasil (1991- 2011): uma análise da produção do GT15 –

Educação Especial da ANPEd

Rosalba Maria Cardoso Garcia Maria Helena Michels 2010 Educação & Sociedade18,

n. 31

Inclusão, diversidade e igualdade na CONAE 2010: perspectivas para o novo Plano Nacional de

Educação

Adriana Lia Friszman Laplane

Rosângela Gavioli Prieto 2009 Revista Brasileira de Educação

Especial, n. 15

O atendimento em salas de recursos para alunos com altas habilidades / superdotação: o caso do

Paraná

Nerli Nonato Ribeiro Mori Silvia Helena Altoé Brandão

16

A Revista Brasileira de Educação Especial é uma publicação quadrimestral mantida pela Associação Brasileira de Pesquisadores em Educação Especial (ABPEE), criada em 1993, na cidade do Rio de Janeiro, durante a realização do III Seminário de Educação.

17

Educar em Revista é uma publicação quadrimestral (impressa e on-line) do Setor de Educação da Universidade Federal do Paraná.

18

A Revista Educação & Sociedade é uma publicação do Centro de Estudos Educação e Sociedade (CEDES). Publicada desde 1978, a revista tem periodicidade trimestral. Além disso, um número especial temático tem sido organizado a cada ano, desde 1995, transformando a revista em uma publicação trimestral.

2007 Revista Brasileira de Educação Especial,

n. 13

A política de Educação Especial no Estado de Sergipe (1979-2001)

Nelson Dagoberto de Matos

2006 Revista Brasileira de Educação Especial,

n. 12

Políticas para a Educação Especial e as formas organizativas do trabalho pedagógico

Rosalba Maria Cardoso Garcia 2006 Revista Brasileira de Educação

Especial, n. 12

Educação especial no município de São Paulo: acompanhamento da trajetória escolar de alunos

no ensino regular

Rosângela Gavioli Prieto Sandra Zákia Lian Sousa Fonte: Base de Dados SciELO, 2002-2011

Kassar (2011) analisou a constituição da educação especial no Brasil como política pública, enfatizando a Política de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva ou Educação Inclusiva (BRASIL, 2008). Construiu o texto a partir de dois aspectos distintos, mas intimamente interligados: o primeiro se refere ao papel do governo brasileiro na história da educação destinada às pessoas com deficiências no Brasil. O segundo diz respeito às relações entre as políticas nacionais no campo da educação e os acordos e compromissos internacionais. A autora concluiu, ressaltando a importância dos diferentes setores da sociedade nos embates atuais para a formulação de uma política de educação brasileira que incorpore, de fato, toda a população. A base de discussão teórica da autora se centrou em Jannuzzi, Mazzotta, Bueno e Ferreira, com participação de Kassar (2011b), que apresentou os desafios da educação especial na atual política de educação inclusiva do governo federal e afirmou ser importante entender as condições de implantação da proposta do governo federal de um ―sistema de educação inclusiva‖ no qual o suporte do atendimento educacional especializado é para a concretização dessa política.

Garcia e Michels (2011) discutiram o período de 1991 a 2011 e os principais documentos orientadores e normativos da política de educação especial, ressaltando a mudança de conceitos e suas definições, público-alvo e a organização e serviços, buscando dados das produções na área de política de educação especial no GT-15 da ANPEd e mostrando a importância desse espaço como meio de discussão e socialização de conceitos.

Laplane e Prieto (2010) centraram suas discussões no documento da Conferência Nacional da Educação (CONAE), Eixo VI da CONAE – Justiça Social, Educação e Trabalho: Inclusão, Diversidade e Igualdade, com discussão baseada em Saviani e Valente e Romano, demonstrando algumas fragilidades apresentadas nesse documento, como a heterogeneidade dos temas (relações étnico-raciais; educação especial; educação do campo; educação indígena; educação ambiental; gênero e diversidade sexual; crianças, adolescentes e jovens em situação de risco; formação cidadã e profissional; educação de jovens e adultos) e sua aplicação a uma mesma base de discussão, tornando todos parecidos e agrupando-os no mesmo bloco.

Mori e Brandão (2009) identificaram como acontece o atendimento em salas de recurso com alunos diagnosticados com altas habilidades/superdotação no estado do Paraná. Por meio de entrevistas analisadas sob a perspectiva da teoria histórico-cultural, apontaram a importância da continuidade dos serviços para o desenvolvimento dos

alunos.

Matos (2007) procurou mostrar como se estruturou a política de educação especial no estado do Sergipe e como o Estado, como instituição de comando, realizou tais ações. Procurou legitimar e até mesmo isentar o governo do estado da responsabilidade e das ações que não surtiram efeito, colocando efetivamente as limitações nos executores, sejam eles gestores ou professores.

Garcia (2006) apresentou reflexões acerca da organização das formas de trabalho pedagógico ligadas às políticas de educação especial e que procuram sustentar suas concepções em discursos políticos. Para isso, tomou como base as Diretrizes da Educação Especial na Educação Básica, especificamente a Resolução CNE/CEB 2/2001 e o Parecer CNE/CEB 17/200. Segundo a autora, o estudo ―permitiu perceber a insuficiência das proposições inclusivas para as políticas de educação especial no Brasil no sentido da superação das desigualdades educacionais‖ (GARCIA, 2006, p. 299).

Prieto e Sousa (2006) analisaram a política de atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais na rede municipal de São Paulo, principalmente nas salas de atendimento aos portadores de necessidades especiais (SAPNE). Constataram que a falta de investimento e de recursos é um dos maiores problemas enfrentados, não discutindo a proposição da política, mas seus mecanismos de aplicabilidade. Seu diálogo se centrou nas produções de Skliar e Prieto.

Na segunda base de pesquisa de artigos científicos, a Revista Educação Especial da Universidade Federal de Santa Maria, realizamos uma coleta inicial por título, passando posteriormente à leitura do resumo e das palavras-chave. Dessa maneira, selecionamos dois artigos, apresentados no Quadro 6.

Quadro 6 – Artigos selecionados na Revista Educação Especial da Universidade Federal de Santa Maria (2002-2011)

ANO EDIÇÃO TÍTULO AUTOR

2005 26 Gestão para a inclusão Cláudia Pereira Dutra Claudia Maffini Griboski 2004 24 A invenção da Educação Especial Elisane Maria Rampelotto Fonte: Revista Educação Especial da Universidade Federal de Santa Maria, 2002-2011

sistemas educacionais nas perspectivas da inclusão, com a redefinição de conceitos, as novas perspectivas de participação e colaboração dos vários setores da sociedade. Discutindo com Lück e Mantoan, as autoras enfatizaram o processo de constituição de ambientes inclusivos no ―Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade‖ como algo necessário à constituição de uma sociedade democrática. Esse trabalho destacou a perspectiva discursiva de sustentação da política de culpabilização de quem aplica e como se aplica a própria política.

Rampelotto (2004) ressaltou o panorama da constituição de ambiente próprio para os alunos que não acompanham os demais e, ao mesmo tempo, a constituição de ambientes próprios aos deficientes. Com uma discussão teórica centrada em Skliar, Lunardi e Jannuzzi, lembrou a proximidade das escolas especializadas com as áreas médica e psiquiátrica.