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As garantias penais e a função punitiva nos Estados Democráticos de Direito:

O Brasil é um Estado democrático de direito, em razão disso, todas as pessoas, estejam privadas ou não de liberdade, devem ter sua dignidade respeitada. Joaquim José Gomes Canotilho (2014, p. 10) conceitua Estado democrático de direito,

como uma ordem de domínio legitimada pelo povo. A articulação do direito e do poder no Estado constitucional significa, assim, que o poder do Estado deve organizar-se e exercer-se em termos democráticos. Há quem não veja com bons olhos a associação de Estado de direito e democracia e não falta mesmo quem considere antinómicos os valores e princípios transportados pelo Estado de direito e os valores e princípios conformadores da democracia.

O autor ensina que o Estado democrático de direito baseia-se no poder emanado do povo, assim o Estado tem o dever de se organizar representando a vontade de seu povo, e deve atuar em prol da efetivação da dignidade humana e dos direitos fundamentais.

Já Greco (2011, p. 21) entende que “o Estado de Direito é o Estado de Direito racional, isto é, o Estado que realiza os princípios da razão na e para a vida em comum dos homens, tal e como estavam formulados na tradição da teoria do direito racional.”

A partir da lógica de que vivemos num Estado democrático de direito, quando um indivíduo comete uma infração deverá ele prestar satisfação ao Estado que pode privar sua liberdade, porém mesmo que esteja com este direito restrito é necessário assegurar o respeito a sua dignidade, seja na fase de investigação, de durante do processo e a execução da pena, havendo assim o devido limite do poder de punir do Estado, conforme Greco (2011, p. 25).

[...] por mais que o Estado tenha o poder/dever (ou, melhor, o dever/poder) de fazer valer o seu ius puniendi, este deverá ser levado a efeito preservando-se, sempre, os direitos inerentes à pessoas, que não cederam em virtude da prática da infração penal. Assim, por exemplo, se alguém for condenado a uma pena de privação de liberdade por ter praticado determinado crime, somente esse direito é que será limitado através do ius puniendi, vale dizer, o direito de ir, vir e permanecer aonde bem entenda. Os demais, a exemplo da sua dignidade,, honra, integridade física e moral etc., devem ser preservados a todo custo. (GRECO, 2011, p. 25)

Nota-se que o autor é preciso ao esclarecer que o Estado não pode ser abusivo, ou seja, se o cidadão cometeu um crime nada mais justo que cumpra com sua pena, porém o Estado não pode ferir os demais direitos inerentes a este indivíduo.

Infelizmente não é o que se observa, pois na prática a dignidade do preso fica completamente desprotegida, como na superlotação, identificada no Presídio Central de Porto Alegre, onde a intimidade e a honra estão sendo desrespeitadas cotidianamente. Outro exemplo é a utilização das revistas intimas humilhantes nos familiares dos presos que passam pela situação constrangedora para poder visitar seus entes queridos. No Brasil esta prática está disseminada e veio relatada no exemplo citado anteriormente na Penitenciária Harry Amorim Costa (Phac) em Dourados, onde esposas de presos, mães de família são submetidas a vistorias absurdas.

A pena e o Estado estão intimamente ligados, assim o Estado se utiliza do direito penal para que a sociedade conviva em harmonia, para proteger determinados bens juridicamente tutelados, é evidente que na medida que o Estado evoluiu o direito penal e consequentemente a pena se desenvolvem junto, de acordo com Bitencourt (2008, p. 80).

Menciona Bitencourt (2008, p. 81):

É quase unânime, no mundo da ciência do Direito Penal, a afirmação de que a pena justifica-se por sua necessidade. Muñoz Conde acredita que sem a pena não seria possível a convivência na sociedade de nossos dias. Coincidindo com Gimbernat Ordeig, entende que a pena constitui um recurso elementar com que conta o Estado,

e ao qual recorre, quando necessário, para tornar possível a convivência entre os homens.

Desta forma, nas palavras do autor, a pena deveria ser um meio para que a sociedade conviva pacificamente, é um mal necessário, ou seja, a pena é exercida para o bem da sociedade é uma forma de controlar os crimes as brutalidades as irregularidades que os indivíduos venham a cometer. Mas não se pode esquecer que os demais direitos do preso devem ser preservados para melhor frisar isso podemos citar o princípio da legalidade, que, nas palavras de Bitencourt (2008, p. 11):

[...] constitui uma efetiva limitação ao poder punitivo estatal. Embora constituía hoje um princípio fundamental do direito penal, seu reconhecimento constitui um longo processo, com avanços e recuos, não passando, muitas vezes, de simples “fachada formal” de determinados Estados.

O princípio da legalidade tem como papel limitar o poder de punir do Estado, mas na realidade parece que este limite encontra-se em descontrole.

O Brasil, sem dúvida alguma, passa por uma crise de legitimidade na execução da pena, onde os direitos dos presos e sua dignidade são insignificantes, são deixados de lado, não tem importância, nas palavras de Greco (2011, p. 103).

O Estado deixa de observar o princípio da dignidade da pessoas humana seja fazendo ou mesmo deixando de fazer algo para preservá-la. O sistema carcerário, [...] é um exemplo clássico desse raciocínio. Veja-se o que ocorre, em inúmeras penitenciárias brasileiras, onde presos são espancados por seus próprios companheiros de cela e o Estado [...], que deveria protegê-los, nada faz para evitar esse espancamento, pois, no fundo, aprova que os presos se agridam, ou mesmo causem a morte uns dos outros. (GRECO, 2011, p. 103).

É nítido que um Estado que aprova que presos se espanquem dentro nas penitenciárias está passando por uma crise. A dignidade é o bem mais precioso dos indivíduos e precisa ser respeitada independente da situação que estes se encontrem.

A pena de prisão está se expandindo cada vez mais, isto ficou claro no desenvolver do trabalho, visto que no Brasil o número de presos só aumenta. Os dados sobre a população carcerária brasileira são preocupantes, pois a pena de prisão está completamente desviada de sua finalidade declarada que seria a ressocialização do condenado. O sistema carcerário atual não consegue conter a violência e a criminalidade, pelo contrário é definido por alguns

autores, citados no decorrer do trabalho, como um berçário de criminosos, pelo ambiente indigno que oferece, onde só consegue degradar o indivíduo não consegue nem neutraliza-lo muito menos melhora-lo.

São necessárias medidas urgentes para que o preso consiga usufruir dos seus direitos fundamentais e da sua dignidade, garantias essas consagradas na LEP e na Constituição Federal de 1988, para que ele possa ser inserido socialmente de forma adequada. O Estado, por sua vez, não pode controlar a vontade interna do condenado nem puni-la, afirma Schmidt (2007, p. 221) que,

a norma jurídica resta observada com a mera adesão externa ao comando, preservando, com isso, a relação do “eu” com os demais, imperioso é reconhecer-se que qualquer punição (civil ou penal), no caso de inobservância do mesmo comando, somente poderá (recitus: deverá) atuar sobre a liberdade externada do sujeito, e não também sobre sua liberdade interna. Se o Direito importa-se, somente, com o respeito externo de suas prescrições, independentemente do fato de o comando ter sido observado em contrariedade à vontade do agente, de nada interessa o fato de o sujeito, após ter cumprido a reprimenda, voltar a respeitar o ordenamento jurídico contra sua própria vontade. Como o “pensar” não pode ser objeto de uma norma jurídica – já que o seu respeito não leva em consideração esse elemento – também não poderá sê-lo de uma punição jurídica, seja qual for a sua natureza.

O Estado não pode manipular a liberdade interna do apenado, impondo que ele concorde intimamente com as normas. O Estado só pode controlar o exterior do condenado, pode puni-lo por descumprir efetivamente na prática normas jurídicas, mas não por discordar apenas intimamente com essas.

A liberdade interna do cidadão é assegurada constitucionalmente, menciona Schmidt (2007, p. 215, grifo do autor):

[...] o art. 5º da CRFB/88, em diversas ocasiões, consignou expressamente o respeito pela liberdade interna do cidadão. Com efeito, não é à toa que se protege a “manifestação do pensamento (inc. IV) e a “liberdade de consciência ou de crença” (inc. VI e VII), ou seja, tais garantias tem em mira assegurar ao indivíduo a liberdade de pensar aquilo que melhor lhe aprouver e, a partir disso, ser uma pessoa boa ou má, educada ou não-educada. Trata-se, a bem da verdade, da recepção, pelo Poder Constituinte de 1988, de um dos princípios fundamentais da Revolução Francesa: a tolerância. Por meio dela, busca-se impedir que o Estado tente imiscuir- se na liberdade interna dos indivíduos, pois a estes é dado o direito de, subjetivamente, adotarem os valores que melhor lhes aprouver, apenas limitando-se a possibilidade de uma conduta, em atenção a esses valores individuais, ofender um direito alheio. É uma consequência da secularização do Direito que somente condutas lesivas, e não também pensamentos ou personalidades, sejam objetos de mecanismos formais e institucionais de controle social (dentre eles, o Direito Penal e a Execução da Pena).

Desta forma, fica evidente que o Estado não pode intervir nos pensamentos dos indivíduos, na sua vontade interior, nas suas concepções e crenças, no que ele mesmo acredita ser certo ou errado, pois o cidadão tem o direito de eleger seus valores sem a intervenção do Estado, desde que estes valores não se exteriorizem ao ponto de descumprir uma norma e agredir um direito alheio.

Assim fica visível que a ressocialização é um processo delicado, que não pode ser imposta pelo Estado, o desejo de transformação deve partir do condenado, desta forma destaca Schmidt (2007, p. 215-216, grifo do autor) que,

toda ressocialização cogentemente imposta é inconstitucional [...] A Lei de Execução Penal não pode determinar o dever de o preso ser um cidadão bom, disciplinado, obediente, urbano, respeitador, socializado, trabalhador, capaz de perceber seus erros, solidário, grato e, por fim higiênico, mas sim o direito de ele, se assim desejar, buscar o melhor caminho para que a personalidade adeqúe-se a estes valores que, só por estigmatização, os presos não possuem. Nesse sentido, somente podem ser determinados deveres aos presos em situações em que uma conduta exteriorizada lese, ou detenha a potencialidade concreta de lesar, o direito de outro preso ou de um cidadão qualquer.

Reforçando que a ressocialização é um direito do apenado, menciona Schmidt (2007, p. 219, grifo do autor):

[...] somente se pode falar em ressocialização como finalidade primordial da execução da pena caso atentemos para o fato de que tal meta não é um dever, mais sim um direito do apenado, não podendo este ser considerado indisciplinado sempre que não se conforme, apenas internamente, com os ditames disciplinares da execução.

O Estado, porém pode e deve assegurar ao apenado os seus direitos consagrados constitucionalmente, de acordo com Schmidt (2007, p. 232):

O art. 6º da Carta Constitucional assegura, aos cidadãos, os direitos sociais à educação, à saúde, ao trabalho, à moradia, ao lazer, à segurança, à previdência social, à proteção, à maternidade e à infância e assistência aos desamparados. Consideradas as peculiaridades normativas do sistema prisional, é incumbência do Estado satisfazer todos esses direitos em relação aos presos durante o cumprimento da sanção penal imposta.

O Estado tem o dever de proporcionar meios para que os direitos individuais e sociais dos apenados, assegurados constitucionalmente, se efetivem, pois eles se encontram confinados em um estabelecimento estatal.

A educação e o trabalho são direitos de extrema relevância e precisam ser garantidos dentro das penitenciárias para despertar no íntimo do preso a vontade de ressocializar-se. Porém os dados demostrados, no decorrer do trabalho, evidenciam que a maioria dos presos não tem oportunidade de trabalho e nem uma educação mínima adequada.

Em relação ao trabalho dispõe Schmidt (2007, p. 235):

A Lei de Execução Penal, em diversos dispositivos, trata do trabalho do preso, situação essa possível nos regimes aberto e semi-aberto, dentro e fora dos estabelecimentos prisionais. Assim, se ao preso é dada a oportunidade de trabalhar, e se a Constituição assegura direitos aos trabalhadores urbanos e rurais, forçoso é concluir-se, à vista da ausência de exclusão expressa na Constituição, que o preso possui todos os direitos que os demais cidadãos também possuem.

Fica visível que o preso, como qualquer outro cidadão, tem o direito de trabalhar dignamente, e o Estado deve proporcionar mecanismos suficientes para que os apenados, querendo, consigam concretizar essa vontade e efetivar os direitos que lhes são garantidos constitucionalmente.

O preso não pode ser visto como um objeto, pelo contrário, o indivíduo confinado é um cidadão e faz jus aos direitos consagrados na Constituição Federal de 1988, que é considerada uma Constituição cidadã, assim para Schmidt (2007, p. 221, grifo do autor):

Uma primeira decorrência dessa Constituição cidadã é o fato de o apenado não ser um objeto de execução, mas sim o sujeito da execução, portando direitos idênticos [...] aos dos demais cidadãos. Assim, possui ele, por um lado, o direito de respeito à vida, à igualdade, à segurança e à propriedade, e, por outro, o direito de exigir educação, saúde, trabalho, moradia. Lazer segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância e a assistência (direitos fundamentais = direitos de liberdade + direitos sociais). Isso tudo faz com que o Estado – goste ou não – esteja vinculado ao não lesar os direitos de liberdade (stricto sensu) do preso, além do que esteja obrigado a satisfazer os mesmos direitos sociais destes apenados.

Não se pode voltar os olhos para o apenado como se ele fosse apenas um objeto de coação, pois o preso é um cidadão igual aos demais, por isso deve ter dentro do cárcere seus direitos respeitados, e sua dignidade resguardada, para que sinta vontade de ser uma pessoa melhor, tenha o desejo de ressocializar-se, e o Estado deve administrar meios para que a ressocialização se efetive. Sem dignidade e respeito aos direitos dos presos é completamente impossível restaurá-lo.

Reforçando a ideia de que o apenado deve ser visto como uma pessoa e não como um objeto Ferrajoli (2002, p. 318) dispõe:

Argumento decisivo contra a falta de humanidade das penas é, ao contrário, o princípio moral do respeito à pessoa humana, enunciado por Beccaria e por Kant com a máxima de que cada homem, e por conseguinte também o condenado, não deve ser tratado nunca como um “meio” ou “coisa”, senão sempre como “fim” ou “pessoa” [...] um Estado que mata, que tortura, que humilha um cidadão não só perde qualquer legitimidade, senão que contradiz sua razão de ser, colocando-se no nível dos mesmos delinquentes.

O indivíduo preso é um cidadão que se encontra confinado num estabelecimento estatal, assim todos os seus direitos e a sua dignidade devem ser alcançados pela mão do Estado, o trabalho, a educação, o acesso à cultura e a ressocialização que deve partir do desejo do preso conforme Ferrajoli (2002, p. 319):

Excluída qualquer finalidade de emenda ou disciplinatória, a única coisa que se pode e se deve pretender da pena é que, como escreveu Francesco Carrara, “não perverta o réu”: quer dizer, que não reeduque, mas também que não deseduque, que não tenha uma função corretiva, mais tampouco uma função corruptora; que não pretenda fazer o réu melhor, mas que tampouco o torne pior. Mas para tal fim não há necessidade de atividades específicas diferenciadas e personalizadas. É necessário, sobretudo, que as condições de vida dentro da prisão sejam para todos as mais humanas e as menos aflitivas possíveis; que em todas as instituições penitenciárias esteja previsto o trabalho – não obrigatório, senão facultativo – juntamente com o maior número possível de atividades coletivas, de tipo recreativo e cultural; que na vida carcerária se abram e se desenvolvam espaços de liberdade e de sociabilidade mediante a mais ampla garantia de todos os direitos fundamentais da pessoa; que, por fim, seja promovida a abertura da prisão – os colóquios, encontros conjugais, permissões, licenças etc. – não mediante a distribuição de prêmios e privilégios, senão com a previsão de direitos iguais para todos. É provável que tudo isso, ainda que necessário, resulte insuficiente para impedir a função perversa e criminógena do cárcere: e isto, [...] é um dos argumentos mais consistentes em favor da abolição da pena privativa de liberdade.

Da ideia trazida pelo autor pode-se dizer que o mínimo esperado da pena privativa de liberdade é de que ela não piore o cidadão preso, que depois de passar por uma penitenciária o indivíduo não se torne pior do que era. Assim o cárcere não precisa transformar o preso numa pessoa boa, mas não pode influenciar para que ele se perverta. Para tanto é preciso que o Estado implante mecanismos dentro das penitenciárias visando uma vida digna, humana, onde os presos possam, por livre e espontânea vontade, optar por trabalhar, por fazer atividades coletivas vinculadas à cultura e tenham espaços para suas liberdades. Desta forma os confinados terão efetivamente a sua dignidade e seus direitos respeitados e poderão

desenvolver uma perspectiva de vida social trazendo interiormente vontade de ressocializar- se.

Portanto, os apenados devem ter a dignidade e os direitos previstos constitucionalmente assegurados pelo Estado dentro do cárcere, principalmente o direito ao trabalho e a educação. Deve o Estado respeitar a dignidade humana dos cidadãos presos bem como todos os direitos que são devidos, proporcionando mecanismos para que se efetivem na prática, reconhecendo os presos como cidadãos, como pessoas humanas e não como objetos. Somente depois de se efetivar esse respeito à dignidade dos presos e aos seus direitos é que será possível uma real transformação que deve partir dos próprios condenados, de sua livre e espontânea vontade, pois não é possível uma ressocialização imposta pelo Estado pelo fato de os indivíduos serem soberanos no seu interior.

CONCLUSÃO

Os direitos humanos emergiram e se consolidaram muito recentemente na história da humanidade. Foi somente na modernidade, a partir do século XVIII, que se passou a compreender que o homem é portador de direitos e não somente de deveres. A partir das grandes revoluções foram sendo consagrados e assegurados normativamente, paulatinamente uma série de direitos que, com o passar dos anos, foram desenvolvendo-se lentamente.

Os direitos humanos surgiram com a espiritualização do homem e se aperfeiçoaram ao longo do tempo, depois na Segunda Guerra Mundial passaram a ter mais relevância perante todos os povos. O Estado, num primeiro momento, era visto como anterior ao indivíduo e foi necessária uma inversão desses polos, passando a pessoa a vir em primeiro lugar, e o Estado em segundo para que se destacassem os direitos entre tantos deveres. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão serviu de inspiração para outras declarações, se fizeram evidentes as gerações de direitos e o conceito de que mesmo diferentes todas as pessoas merecem o mesmo respeito.

O conceito de direitos humanos, por sua vez, é um conceito complexo, pois se refere aos direitos inerentes ao homem, dos quais ninguém pode ser desprovido. Em uma concepção mais atual direitos humanos são os direitos fundamentais que o cidadão possui. Os direitos humanos quando passaram a ser protegidos pelo âmbito jurídico se transformaram em direitos fundamentais sendo que a Constituição Federal de 1988 traz um rol extensivo destes direitos.

A dignidade humana tem seu fundamento vinculado ao indivíduo, ou seja, refere-se ao valor do cidadão, é a qualidade que cada ser humano possui que o faz merecedor de respeito. Foi a partir da Declaração Universal da ONU de 1948 que a dignidade humana passou a ser

inserida nas Constituições, sendo que a Constituição Federal de 1988 elenca explicitamente o princípio da dignidade como um dos valores fundamentais do Brasil.

O princípio da legalidade define que somente a lei pode obrigar o cidadão a fazer ou deixar de fazer algo. Este princípio surgiu da vontade de ter na sociedade regras válidas e permanentes, e tem grande relevância na esfera penal, pois a lei é a única fonte do direito penal para regular condutas sob ameaça de imposição de sanção. O princípio da igualdade visa dar a cada cidadão o que lhe é devido, analisando a realidade para distribuir adequadamente a igualdade entre os considerados desiguais. O princípio da jurisdicionalidade menciona que a imposição de sanções penais exige o desenvolvimento de um devido processo legal, em que se assegure aos acusados o direito a ampla defesa e ao contraditório.

Pode-se dizer que a pena surgiu junto com a humanidade, pois o homem sempre revidou a ações indesejadas dirigidas a ele. Já a prisão, num primeiro momento, era vista como o lugar onde o indivíduo aguardava para saber qual seria sua efetiva punição, este conceito de prisão foi utilizado tanto na Antiguidade como na Idade Média, na Idade Moderna a partir do século XVI a pena privativa de liberdade começou a ganhar força, ficando mais evidente a pena de prisão. A expansão da pena de prisão se deu por influência do capitalismo,

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