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O sistema penitenciário brasileiro: dados estatísticos

O Ministério da Justiça disponibiliza anualmente, por meio do site www.ministeriodajustiça.gov.br, dados estatísticos sobre a população prisional brasileira. Além de trazer números absolutos, também são apresentados dados sistematizados sobre o perfil da população carcerária, o número de presos que trabalham, sua escolaridade, o número de vagas e são feitas várias analises. No trabalho os dados serão apresentados em porcentagem para melhor visualização.

É de extrema relevância, para o presente estudo, o destaque da evolução do número de pessoas presas nos últimos anos no Brasil. Tomando como base os anos de 2005, 2007, 2008, 2010 e 2012, pode-se dizer que em 2005 a população carcerária era de 361.402, sendo que a cada 100.000 indivíduos 196 estariam presos. No ano de 2007 a população carcerária era de

422.373, sendo que a cada 100.000 indivíduos 226 estariam presos. Em 2008 a população carcerária era de 440.013, sendo que a cada 100.000 indivíduos 222 estariam presos. Em 2010 a população carcerária era de 496.251, sendo que a cada 100.000 indivíduos 259 estariam presos. Por fim, no ano de 2012 chegou-se a uma população carcerária de 548.003, sendo que a cada 100.000 indivíduos 287 estariam presos de acordo com o Ministério da Justiça (www.ministeriodajustiça.gov.br).

É visível, conforme o site do Ministério da Justiça (www.ministeriodajustiça.gov.br), que com o decorrer dos anos a população carcerária aumentou significativamente, dados preocupantes se levado em consideração a falta de estrutura para acomodar as pessoas que precisam cumprir pena.

Em relação ao número de vagas dos anos de 1994, 1995, 2003, 2005, 2007, 2009, no decorrer de todos esses anos nunca se teve uma vaga por preso. Tomando como base, para melhor visualização, o ano de 2012, destaca-se que haviam 310.687 vagas para 548.003 presos, o que representava 1,76 presos por vaga, com um déficit de 237.316 vagas de acordo com o Ministério da Justiça. (www.ministeriodajustiça.gov.br).

Os dados acima mencionados mostram a realidade e como se concretiza o desrespeito com o preso, pois se nem ao menos há uma vaga para cada um dos confinados, pode-se imaginar as demais irregularidades que decorrem deste problema.

Quanto ao trabalho prisional é possível perceber que as falhas da estrutura do sistema carcerário estão todas vinculadas, ou seja, uma acaba desencadeando a outra, e a consequênte disso é o sistema ineficaz que está cada vez mais precário e indigno.

Em relação ao trabalho, tomando como base os anos de 2007 e 2012, verifica-se que em 2007 do total de presos condenados apenas 4,1% trabalhavam externamente e 26,5 trabalhavam internamente, totalizando 33,1% dos condenados trabalhavam. Já em 2012, 4,1% dos presos trabalhavam externamente e 17,6 % trabalhavam internamente, totalizando apenas 21,7% dos presos custodiados trabalhavam. Esta realidade é bastante preocupante e demonstra que o trabalho, que é um direito consagrado na Lei de Execuções Penais, cuja finalidade educativa e produtiva é fundamental para o cidadão preso se sentir digno, não vem sendo assegurado plenamente no âmbito do sistema carcerário brasileiro. Os números sobre trabalho

prisional são desanimadores, pois em média apenas 30% a 36% dos presos condenados trabalham, o que indica que este se transforma em um privilégio somente para alguns.

A última pesquisa completa, disponibilizada pelo Ministério da Justiça (www.ministeriodajustiça.gov.br), em relação ao número de indivíduos presos e as condições de execução, são referentes ao ano de 2012. Para melhor compreender esta realidade serão analisados alguns aspectos relativos à execução penal no Brasil.

Assim, agora aprofundando o estudo em 2012, segundo dados do Departamento Penitenciário Nacional, a população carcerária total era de 548,003, considerando que a cada 100.000 indivíduos 287,31 estariam presos. Em relação aos presos custodiados no ano de 2012, 94%, das pessoas privadas de liberdade estavam custodiadas no sistema penitenciário e as demais estão recolhidas em delegacias de polícia ou outros estabelecimentos. Desses 94%, 36% estavam presos provisoriamente. De 94% dos condenados, 88% são presos do gênero masculino e 6% são presos do gênero feminino, e a maioria deles cumpre pena em regime fechado (em torno de 69 %). (www.ministeriodajustiça.gov.br).

De 94% dos presos que estão recolhidos no sistema penitenciário 5% são analfabetos, 12% são alfabetizados, 42% possuem o fundamental incompleto, 11% possuem o ensino fundamental completo, 10% possuem o ensino médio incompleto, 20% possuem o ensino médio completo, 0,7% possuem ensino superior incompleto, 0,3% possuem o ensino superior completo, 0,02% possuem ensino acima do superior completo. A partir da pesquisa, feita no site do Ministério da Justiça (www.ministeriodajustiça.gov.br), pode-se dizer que a maioria dos presos (42%) não chegou a concluiu o ensino fundamental.

Em relação à pena dos presos, verifica-se que dos 94% condenados 10% tem penas de até 4 anos de prisão, 15% tem penas de mais de 4 anos até 8 anos, 12% tem penas de mais de 8 anos até 15 anos, 5% tem penas de mais de 15 anos até 20 anos, 4% tem penas de mais de 20 anos até 30 anos, 4% tem penas de mais de 30 anos até 50 anos, 0,5% tem penas de mais de 50 anos até 100 anos e 0,10%, ou para melhor visualização 547 presos tem mais de 100 anos de penas. Fica claro que a maior parte dos presos (15%) estão cumprindo penas de mais de 4 anos até 8 anos de prisão, conforme o site do Ministério da Justiça (www.ministeriodajustiça.gov.br).

Com relação às espécies de crimes cometidos, verifica-se que os delitos contra a pessoa totalizam 11,3%, os crimes contra o patrimônio totalizam 40%, os crimes contra os costumes totalizam 6%. Chama atenção as condenações por delitos relacionados a entorpecentes, pois o crime de tráfico de entorpecentes tem incidência de 24% em relação a todos os crimes tentados e consumados. É evidente, deste modo, que a maior parte dos crimes pelos quais as pessoas estão presas no Brasil é crimes contra o patrimônio (40%). (www.ministeriodajustiça.gov.br).

Quanto a idade das pessoas condenadas destaca-se que 27% dos condenados tem de 18 a 24 anos, 23% tem de 25 a 29 anos, 18% tem de 30 a 34 anos, sendo estes, os dados em relação à idade, entre outros disponibilizados no site, que tem a porcentagem mais elevada, indicando que a maioria da população prisional brasileira é formada por pessoas com menos de 34 anos. (www.ministeriodajustiça.gov.br).

Os dados mais relevantes relacionados à quantidade de presos por cor da pele é de que 33% dos condenados são brancos, 16% são negros e 41% são pardos, analise feita e disponibilizada pelo Ministério da Justiça (www.ministeriodajustiça.gov.br).

Tomando como referência os dados acima mencionados, a população carcerária no Brasil é formada por pessoas que são, em sua grande maioria, homens, pardos, jovens, com baixa escolaridade, que não trabalham enquanto confinados nos estabelecimentos prisionais, que estão condenados por crimes patrimoniais ou relacionados a entorpecentes, ficando evidente o déficit de vagas e também um profundo descaso com o acesso a educação e ao trabalho dentro do sistema prisional.

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