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5. A HISTÓRIA DA EDUFSCAR

5.2 As primeiras publicações

Apenas em 1993, com a nomeação do novo diretor, o professor Deonísio da Silva, que assinava de início como coordenador, é que EdUFSCar passou a existir no meio da editoração universitária, com a publicação de seus três primeiros livros:

 Universidade, fundação e autoritarismo, de Valdemar Sguissardi;

 Universidade e indústria: depoimentos, de Carlos Vogt, Edson Vaz Musa, José Mindlin, José Roberto Ferro e Simon Schwartzman; e

 Poesia e política nas canções de Bob Dylan e Chico Buarque, de Lígia Vieira César.

Figura 25. Portaria nº 105/93.

Fonte: Acervo EdUFSCar.

Em um ofício de abril de 1993, Deonísio da Silva agradece a nomeação para o cargo e pede celeridade no envio de originais para publicação:

Figura 26. Ofício nº 01/93.

Fonte: UEIM-UFSCar.

Na Figura 25 tem-se o registro da segunda sede da editora: no ano de 1993. Ela passou a funcionar no mesmo prédio da gráfica da universidade, denominado “Casa Rosada”. O intuito da proximidade com o Departamento de Produção Gráfica (DPG) era a impressão dos livros da editora (ACERVO EDUFSCAR).

Figura 27. Ofício nº 007/93.

Fonte: UEIM-UFSCar.

Como se pode observar, a EdUFSCar não é uma consequência da evolução da gráfica da universidade. O DPG da UFSCar, segundo informa seu site (DPG, 2019), foi criado em 1970

e sempre esteve voltado para atender às necessidades da universidade. Com o passar do tempo, mesmo recebendo investimentos, os quais trouxeram melhores equipamentos para seu parque gráfico, eles não foram suficientes para atender a demanda da produção de livros da EdUFSCar, os quais passaram a ser feitos fora da gráfica da universidade (ACERVO EDUFSCAR).

Entre 1993 e 1995, segundo os documentos do UEIM, a EdUFSCar contava com 32 títulos em seu catálogo e mais de 58 obras em análise para publicação. Por causa disso e do trabalho em conjunto com a Biblioteca Comunitária da UFSCar (BCo) para proibir a reprodução total ou parcial de obras via fotocópia, a editora recebeu um Prêmio Jabuti na categoria “Amigo do Livro”.

Figura 28. Prêmio Amigo do Livro.

Ainda em 1995, o reitor, professor Newton Lima Neto, publicou uma portaria alterando o nome da instituição de Coordenadoria de Editoração para Editora Universitária e nomeando, logo em seguida, o professor Deonísio da Silva como diretor (ACERVO EDUFSCAR).

Em 1996, segundo documento da UEIM, a meta do professor Deonísio da Silva era editar 50 livros, contudo, até esse ano, muitas das publicações da EdUFSCar eram feitas em coedição21 com outras editoras universitárias e particulares, como a Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a Editora da Universidade de Caxias do Sul, a Editora Vozes, a Editora Estação Liberdade, o Studio Nobel, o Arquivo Nacional e a Editora Mercado Aberto.

O próprio diretor se lembra de que todas as etapas de produção dos livros em sua gestão eram terceirizadas, por isso ele sentiu a necessidade de pedir auxílio financeiro ao CNPq para atingir o objetivo traçado (ACERVO EDUFSCAR).

Figura 29. Auxílio CNPq.

Fonte: Acervo EdUFSCar.

21 Segundo Truzzi (2016), esse foi o sistema adotado durante os sete anos de gestão do professor Deonísio da Silva.

Outro fato marcante desse ano, conforme documento da UEIM, foi a parceria firmada entre a EdUFSCar e a FAI/UFSCar, o que possibilitou uma agilidade no funcionamento da editora quanto às suas operações de venda dos livros e aos pagamentos das funções administrativas.

Segundo o próprio professor Deonísio da Silva, todos os contratos dos quase cerca de 140 autores da época passavam pela assessoria jurídica da universidade e pela FAI, e esta os comercializava.

No período em que o professor Deonísio da Silva esteve à frente da editora (1993-2000), esta recebeu os prêmios na categoria “melhor editoração” e “melhor livro de ensaio” da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), em 1995 (ACERVO EDUFSCAR). Também recebeu, no mesmo ano, segundo documento da UEIM, o 33º Prêmio Olga Verjovsky, do Instituto de Arquitetos do Brasil, pela obra Percepção ambiental.

É igualmente desse momento a mudança da sede da EdUFSCar para o CECH, na área sul da UFSCar, em razão de problemas de estoque e infiltração na sala do prédio da gráfica (ACERVO EDUFSCAR).

Segundo Priore (2006), de 1993 a 2000, a UFSCar destinou verba a fundo perdido para as publicações da editora, uma vez que esta não conseguia se sustentar com a venda de seus livros.

Durante esse período a editora priorizou o trabalho editorial não havendo uma política de distribuição e divulgação. Também não havia uma política que definisse: quais títulos seriam publicados; como angariar recursos, extra- instituição, que pudesse complementar os recursos disponíveis e como influir junto aos autores para que os seus originais fossem confiados a uma editora sem tradição no mercado editorial. Esse quadro gerou um descontentamento dos autores, levando-os a procurar as editoras comerciais, pois não viam a EdUFSCar como uma vitrine para as suas obras (PRIORE, 2006, p. 25).

No período de 1996 a 2000, a EdUFSCar possuía conselho editorial grande (11 integrantes), aprovado pelo reitor, mas alguns membros eram de fora da universidade, como o empresário José Mindlin e o professor Modesto Carvalhosa (ACERVO EDUFSCAR). Segundo o professor Maurizio Ferrante, membro do conselho nessa época, aconteceram poucas reuniões, nas quais muitos participantes se ausentavam, inclusive ele.

No ano de 1998, a editora mudou novamente de sede, transferindo-se para o saguão logo abaixo da BCo, ocupando, inicialmente, um espaço de 56 m2. Segundo o professor Deonísio da Silva, com um espaço maior, isso ajudou a editora na venda e distribuição dos livros, atendendo

um público dentro e fora da universidade, e contribuiu com o objetivo de tornar a editora menos dependente das verbas da reitoria, a fim de conquistar autonomia financeira (ACERVO EDUFSCAR).

Figura 30. Sede da EdUFSCar em 1998.

Fonte: Acervo EdUFSCar.

No final de sua gestão, o professor Deonísio da Silva conseguiu publicar 77 livros, contando principalmente com o apoio da Pró-Reitoria de Administração (PROAD), da Pró- Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PROPGP), da Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD), da Coordenadoria de Comunicação Social (CCS) e da FAI para diversos suportes, como financeiro, jurídico, contratação de estagiários e divulgação dos materiais (ACERVO EDUFSCAR). No entanto, segundo Priore (2006), a editora terminou esse período com um saldo negativo na FAI. Nesse momento, a editora possuía em seu quadro apenas um funcionário público e dois bolsistas.

Figura 31. Estrutura organizacional da EdUFSCar de 1993 a 2000.

Fonte: adaptada de Priore (2006).

Observa-se nesse organograma uma estrutura mais enxuta que nos anteriores. A EdUFSCar permanece vinculada à Reitoria e a ela estão ligados a Secretaria e o Conselho Editorial, sem, contudo, haver uma setor operacional para a produção, comercialização e administração dos recursos.